quarta-feira, março 10, 2010

FALA QUEM SABE...

A ANÁLISE DE JVP

Arsenal-FC Porto

1 - Falta experiência a Nuno André Coelho que acabou por ser uma vítima

A titularidade de Nuno André Coelho, a actuar na posição "6", foi a grande surpresa do jogo de ontem e é normal que seja um alvo fácil. Não se pode, no entanto, culpabilizar um só jogador num encontro em que se perde por 5-0. Nuno André Coelho fez o que pôde enquanto esteve em campo, que coincidiu com o pior período do FC Porto. O seu problema é faltar-lhe a experiência necessária para este tipo de jogos. O central adaptado a trinco foi vítima do enorme receio que o FC Porto demonstrou na primeira parte, com sucessivos erros na defesa e em que foi totalmente incapaz de reagir à forte pressão que o Arsenal exerceu na primeira meia hora.

2 - FC Porto receou demasiado este jogo

Depois de uma primeira mão em que, além da vitória, o FC Porto jogara de igual para igual com a equipa inglesa, ninguém estaria à espera de uma transfiguração como a de ontem mas na época passada já tinha acontecido algo assim contra este Arsenal. O FC Porto receou demasiado este jogo, entrou muito recuado e demasiado longe da baliza contrária. E, ao não conseguir sair da pressão, estava sempre a sofrer! Das poucas vezes que se libertou, não conseguiu definir o passe, perdendo a bola. Na primeira parte, a única oportunidade foi a bola que Hulk ganhou na direita e depois cruzou para defesa de Almunia, o que é muito pouco.

3 - Defender não era a solução

Os últimos resultados não ajudaram em termos de confiança e a equipa do FC Porto está a atravessar um momento muito frágil. Respeitou demasiado o adversário de ontem e não me parece que a melhor solução para uma eliminatória que se está a ganhar por 2-1 seja só defender! Nestes jogos é preciso coragem, personalidade da equipa e isso foram coisas que faltaram ao FC Porto. Tal como quando se ganha, também nas derrotas não vale a pena individualizar, pois a culpa é de todos - dos jogadores ao treinador. Até porque, à excepção de Helton, especialmente na primeira parte, todos estiveram ao mesmo nível. O Arsenal percebeu que o FC Porto entrou receoso e sem soluções ofensivas, ganhando confiança. Além disso, aproveitou bem as alas e o facto de os campeões nacionais terem os sectores muito distanciados, em especial o meio-campo e a defesa.

4 - Faltou pressionar os centrais e levá-los a cometer erros

Os jogadores portistas queriam mas sentiam-se impotentes para reagir perante um Arsenal muito forte do meio-campo para a frente mas que tem na defesa - em particular nos centrais - o seu ponto fraco. Só que o FC Porto não conseguiu pressioná-los nem levá-los a cometer erros. Para isso era preciso subir no terreno, o que não sucedeu muito por culpa de Song e Diaby, que controlaram o jogo de princípio a fim e depois libertavam os companheiros da frente, casos de Nasri e Arshavin. Mas é essa fragilidade defensiva que faz com que, na Liga dos Campeões, falte sempre algo ao Arsenal. No caso do Campbell, por exemplo, defrontei-o algumas vezes e senti que é limitado se for pressionado e que em movimentos curtos de desmarcação é permeável. Coisas que o FC Porto não fez…

5 - Com Rodríguez a equipa soltou-se

O FC Porto podia ter relançado o jogo caso a oportunidade de Falcao na segunda parte tivesse tido melhor destino em vez de ir à figura de Almunia. E se esta serviu para demonstrar alguma coisa foi que o receio é que impediu o FC Porto de ter feito um resultado melhor. A entrada de Rodríguez permitiu a Álvaro Pereira subir mais pelo corredor. Arriscando, o FC Porto soltou-se mais mas ao mesmo tempo permitiu que o jogo se partisse e que o Arsenal explorasse os flancos, o que fez de forma rápida e marcando golos! Nestes jogos, os erros pagam-se caro e o quarto golo é um bom exemplo - surgiu de um canto a favor do FC Porto e foi uma boa demonstração de um erro de posicionamento da equipa.

6 - Jogo decidido pelo grande golo de Nasri depois de Helton ter adiado o mais possível

O momento decisivo foi o 3-0, não só por ter sido um grande golo do Nasri mas sobretudo por ter acabado com o jogo numa altura em que dava a sensação que o FC Porto poderia chegar ao golo e relançar a eliminatória. Depois de chegar ao 2-0, o Arsenal, obviamente, tentou segurar o jogo e fez aquilo que as boas equipas inglesas fazem muito bem: transições rapidíssimas que, sempre que o FC Porto subia um pouco no terreno, deixavam logo três ou quatro jogadores para trás. Além da qualidade técnica dos seus elementos, o Arsenal é uma equipa fria, personalizada e que cria muitas oportunidades de golo. Aliás, podia ter matado o jogo na primeira parte, não fosse Arshavin tão displicente e não estivesse Helton em grande.

7 - Jesualdo será o primeiro a intuir o fim do ciclo

O FC Porto tem feito uma época muito irregular e a irregularidade não dá títulos! Perdeu pontos que normalmente não perderia e os jogos com Olhanense e Sporting demonstram isso mesmo. Na Champions, ante equipas inglesas e o Arsenal em particular, não conseguiu ultrapassar os seus receios e o peso da história. A nível interno, tentará agora chegar ao segundo lugar, o que não está fácil, e vencer a Taça da Liga (seguramente uma prova que quer ganhar!) e a Taça de Portugal. Caso consiga, será pouco mas ainda assim um mal menor. Nesta altura é legítimo questionar se o ciclo de Jesualdo Ferreira estará a terminar. Penso que nem seria preciso este jogo com o Arsenal para se perceber que sim e que o primeiro a perceber isso será o treinador.




E agora o historial inventivo do JUJU:

A tentação inglesa de Jesualdo Ferreira

Dupla estreia de Nuno André Coelho no Emirates Stadium, em Londres. O defesa-central nunca tinha jogado na Liga dos Campeões e também nunca tinha jogado a trinco, pelo menos, no FC Porto. Ontem, somou os primeiros 45 minutos na Europa e no lugar com a camisola portista. O sacrificado foi Tomás Costa, que nem no banco de suplentes esteve.

Novidade? Sim e não. Há muito tempo que Jesualdo Ferreira se encarregou de desmistificar as surpresas na Liga dos Campeões e, mais propriamente, nos jogos em Inglaterra, com especial preponderância para as partidas realizadas na capital. Façamos as contas: em seis jogos em Inglaterrra, Jesualdo Ferreira reservou surpresas no onze para cinco deles: Arsenal e Chelsea em 2006/07; Liverpool em 2007/08; Arsenal em 2008/09; e Chelsea em 2009/10. Só houve um jogo em que Jesualdo Ferreira não mudou o onze habitualmente titular. Foi em Manchester, na época de 2008/09, com um empate a dois golos. E, ainda que o FC Porto não tenha passado a eliminatória, porque perdeu no Dragão, o segredo parece estar em não mudar...

Até ontem, a única experiência de Nuno André Coelho nas competições europeias tinha sido com a camisola do Standard de Liège. Fez dois jogos na terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões, na época de 2006/07, quando actuava por empréstimo do FC Porto. O Steaua de Bucareste seguiu em frente. No primeiro jogo (2-2) foi titular e no segundo (2-1 para os romenos) entrou aos 65 minutos. Ontem, o central saiu ao intervalo por troca com Rodríguez.

Surpresas na ilha

Época 2006/07 - Arsenal

Os ingleses venceram por 2-0. Surpreendentemente, Ricardo Costa foi titular como defesa-esquerdo e Cech jogou no meio-campo. Meireles ficou no banco.

Época 2006/07 - Chelsea

Nova derrota, desta vez por 2-1. Ricardo Costa e Cech voltaram a ser apostas, numa altura em que não eram titulares habituais. E Lucho actuou numa posição diferente.

Época 2007/08 - Liverpool

Primeira goleada sofrida por Jesualdo Ferreira em Inglaterra (4-1). O treinador não fez uma, nem duas, mas sim três alterações na equipa. As novidades foram Stepanov, Kazmierczak e Mariano.

Época 2008/09 - Arsenal

Segunda goleada, desta vez sem direito a golo de honra (4-0). Jesualdo Ferreira mudou de 4x3x3 para 4x4x2, apostando em Guarín para o reforço do meio-campo. Lucho entrou na segunda parte.

Época 2009/10 - Chelsea

Derrota pelo resultado mínimo. O colombiano Guarín voltou a ser a surpresa, relegando o compatriota Falcao para o banco de suplentes. A exibição do FC Porto até foi agradável, mas o resultado não agradou.


in OJOGO



Ou seja, quando não inventou fizemos aquele jogão em Manchester e mesmo ontem, a segunda parte não envergonha ninguém mesmo sofrendo 3 golos.Eles são realmente melhores do que nós. O problema está sempre na forma como entramos em campo e o sinal que vindo do banco se transmite para a equipa com as invenções do costume...ainda se fosse um atacante, mas as invenções são sempre para o ferrolho...:-)

P.S.: A lampionagem está em delírio, por acaso li num link do maisfutebol um título de um blog lampião, que dizia quando os árbitros não ajudam...ou seja, o mesmo discurso de acéfalo mental...por acaso, pelos vistos até nos poderíamos queixar do árbitro, visto o primeiro golo ter nascido de um fora-de-jogo, mas ao contrário da maioria de adeptos da slbosta, sabemos ver a outra realidade, e mesmo achando que estão muitos melhores que em anos anteriores, não são essa máquina que tolhe a Europa e que o patético Lucho até já fez coro...se calhar vamos ter a prova disso muito brevemente. O F.C.Porto é que foi medíocre demais esta temporada...

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