JORGE MAIA no OJOGO
O Ministério Público decidiu arquivar o processo relativo às agressões de que foi alvo Ricardo Bexiga, aquele que era o único inquérito-crime por concluir da Equipa de Coordenação do Processo Apito Dourado. O arquivamento deveu-se, alega o Ministério Público, à falta de provas que fundamentem a acusação, e isso apesar de Carolina Salgado ter assumido a autoria moral do crime, ao confessar ter contactado as pessoas que deviam concretizar a agressão.
Apesar disso, apesar da confissão de Carolina Salgado, foi impossível identificar os autores do crime que agiram encapuzados. Ou seja, apesar de Carolina Salgado ter confessado ser autora moral de um crime, contactando as pessoas que deveriam agredir Ricardo Bexiga, o Ministério Público não foi capaz de reunir provas suficientes para avançar com o processo, o que, na minha opinião de leigo, não abona muito a favor da capacidade de investigação do Ministério Público.
Quer dizer, se nem com uma confissão do autor moral se consegue construir uma acusação, estamos mal.
Por outro lado, é evidente que, se o processo avançasse normalmente, a Equipa de Coordenação do Processo Apito Dourado corria o risco de perder a sua testemunha-chave. A mesma que justificou a abertura de mais uma investigação a Pinto da Costa por alegado branqueamento de capitais e fraude fiscal. Como dizia alguém, isto anda tudo ligado…
SCOLARI
Experiência
Scolari apontou a falta de experiência como uma das justificações para a derrota com a Itália. Ora, no onze titular, para além de um meio-campo constituído pelos trintões Petit, Maniche e Deco, havia pelo menos dois vice-campeões europeus, dois campeões europeus de clubes, um titular do Manchester e vários do FC Porto. Inexperiência? Talvez do treinador?
FERNANDO SANTOS no OJOGO
É dos livros: os pais verdadeiros querem sempre o melhor para os seus filhos. Tentam encarrilá-los na vida e pugnam pela sua prosperidade. Nem sempre são é capazes de fazer uma destrinça entre o coração e a razão, encontrando um ponto de equilíbrio nesse balanço.
Toldados pela consaguinidade, há papás a dar tiros nos pés da prole.
Pode parecer que não mas o futebol é um óptimo exemplo de erros crassos de "casting" da intervenção dos pais em favor dos filhos, especialmente quando se misturam os sentimentos com algo de sensível: agenciar os meninos.
Se não é preciso puxar muito pela memória para recordar como o pai de Diego foi impertinente vezes a fio contra Co Adriaanse quando o seu menino deixou de ser intocável no Dragão, na actualidade o registo de controvérsia é dado em volta de Bruno Moraes e a rota de colisão em que está com a estrutura técnica e dirigente do FC Porto por obra e graça de quem conduz a sua carreira: o pai Aluísio.
Semana sim, semana sim, o Moraes progenitor reclama. Porque sim e porque sim. Ora porque quer ver o filho nas opções de Jesualdo, ora porque, depois de uma longa paragem por arreliadora lesão, até admite o empréstimo de Bruno mas não diz, na hora de os negócios borregarem, que já inviabilizou algumas hipóteses ao fazer reclamações sem sentido, como a de pretender que tal corresponda, imagine-se!, a melhoria salarial!
Ser pai é difícil. Ser pai de um futebolista requer alguns atributos especiais - incluindo o saber conduzir e passar uma boa cartilha para o sucesso numa profissão especialíssima. Ser simultaneamente empresário de um filho, insisto, é ainda mais complicado.
Bem vistas as coisas, há pais que de tanto quererem o bem dos filhos só acabam por prejudicá-los. No futebol como na vida.