quarta-feira, junho 30, 2004

Valeu...

Valeu...pelo grande golo do Maniche!!!

Valeu...pelo grande chapeu que Ricardo levou...aliás vou fazer um filme com as saídas de Ricardo...faz que sai e fica a meio...por isso levou um chapeu...

Valeu...pela exibição de Ricardo Carvalho que teve que compensar Miguel em quantidades industriais!!!

Não valia a pena tanta euforia para tudo acabar no Domingo...

Rezemos...

Frase da Semana 2

José Veiga :

"Só aceitei entrar no Benfica depois de, em Março, Mourinho me ter garantido que não ficava no FC Porto, e me ter dito que eu seria campeão no Benfica"

Frase da semana:"SE NÃO FOSSE A TVI JÁ NÃO HAVIA BENFICA"

Frase da semana 1:

Miguel Paes do Amaral:"SE NÃO FOSSE A TVI JÁ NÃO HAVIA BENFICA"...

F.C. Porto está entre as 30 marcas «futebolísticas» mais cotadas da Europa

Qualquer clube, mais do que uma instituição desportiva, é uma marca que envolve campanhas de merchandising e vendas. Que o Manchester United seja a «marca futebolística» mais valiosa da Europa não causa admiração a quem quer que seja, mas a FutureBrand, uma empresa especializada em consultoria de marcas, confirmou isso mesmo, num estudo que apresenta as 30 marcas mais cotadas. Portugal tem apenas uma equipa entre as marcas mais poderosas da Europa, o F.C. Porto.

Os portistas surgem na 27ª posição com a marca F.C. Porto cotada em 13,7 milhões de euros. Valor muito distante dos 288 milhões do Manchester United. Logo a seguir aos ingleses surge o Real Madrid (278 milhões) e o AC Milan fecha o pódio (197 milhões).

O Chelsea dos portugueses Mourinho e Paulo Ferreira ocupa a 11ª posição. Os ingleses beneficiaram da boa época realizada e também da chegada de Abramovich.

O estudo teve em conta factores como o valor das marcas, a lealdade dos adeptos, a capacidade de conseguir aumentar a venda de bilhetes para os jogos e o valor financeiro do clube.


Mielcarski

Grande Mielcarski, ainda és um dos nossos...


A torcer por Portugal, Mielcarski espera que a selecção nacional tenha o mesmo êxito do FC Porto na Liga dos Campeões. "Estive na final e fiquei emocionado. No final do jogo, estava previsto que fizesse uma análise para a televisão polaca, mas não consegui. Fui a correr para o relvado para dar os parabéns aos jogadores, mas a segurança não me deixou passar", recorda, com um largo sorriso, deixando ainda mais algumas palavras elogiosas para o grupo que nos dois últimos anos e meio foi treinado por José Mourinho. "Aquela equipa mostrou na final que havia ali muita amizade entre os jogadores. Via-se que se divertiam em campo, que trabalhavam como equipa", destaca.

Curioso...

Curioso...

1- É curioso que os 4 semi-finalistas provém de 2 grupos da primeira fase: Portugal e Grécia do Grupo A e Rep.Checa e Holanda do grupo D...

2- É curioso que a selecção nacional têm vindo a melhorar de jogo para jogo, depois de ter feito a revolução que todos os portistas constestaram ao longo do ultimo ano e meio...

3- Se em 3 jogos a equipa já teve uma evolução , o que seria desta equipa se o Scolari em vez de andar a afrontar o FCP tivesse colocado a espinha dorsal do FCP e depois tivesse criar rotinas,automatismos à equipa?

4- Mas Scolari tem uma sorte dos diabos, mesmo com a cambalhota que teve de dar depois do primeiro jogo,que podia não ser suficiente para ganhar, apanhou a maioria das Grandes selecções favoritas ao Euro2004 num estado lamentável: França-Espanha-Alemanha-Italia. E com isso arrisca-se a ser Campeão Europeu...

5- Há quem diga que este é o melhor Euro de sempre, é capaz de ser, mas não no futebol jogado...neste aspecto foi uma desgraça, houve um jogo ou dois bem jogados, quanto ao resto foi uma pasmaceira...

6- Tenho lido ultimamente grandes elogios a Scolari, mas como isso é possivel??

Um treinador que só ao fim de ano e meio vê o que toda a gente lúcida via como pode ser elogiado?

Dizem que é um bom psicologo...Mas isso seria preciso, para uma equipa que joga em casa , constituída por 6, 7 campeões europeus, mais outros que jogam nas melhores equipas do mundo? Motivação ???

Por isso a carreira de Portugal tem muito pouco de Scolari, e muito dos jogadores que a constituem...que por acaso eram na sua maioria suplentes e pescritos da sua equipa ideal...

Se por obra de Nossa Senhora do Caravaggio a selecção de Cholari for campeã, eu só peço que ele se transfira para os lampiões....é que eu quero voltar a torcer pela selecção nacional, mas com um ar mais respirável....

terça-feira, junho 29, 2004

LINDO...

Que mau gosto...

Scolari: «Vestidos de vermelho e verde vamos fazer frente ao laranja»

Vermelho...lampiões

Verde...lagartos

Eu logo vi que esta euforia se devia às frustações de lampiões e lagartos em relação aos seus clubes. Já nós portistas, não andámos eufóricos , pois para quem é Vencedor da Taça UEFA e CAMPEÃO EUROPEU DE CLUBES, não há nada mais importante, por isso se compreende esta onda eufórica dos perdedores do costume...e esta frase do Scolari vem mesmo a calhar...

Fábrica de heróis - Miguel Sousa Tavares

Para as meias-finais são favoritos os que tiveram mais dias para descansar, os que disputaram os seus cinco jogos em período mais dilatado de tempo, os que tiveram menos jogos no horário violento das cinco da tarde, os que estão mais habituados a este calor demolidor, os que tiveram uma época menos carregada para os seus principais jogadores. São favoritos, portanto, Portugal e Grécia .



1- Nada melhor que uma grande montra internacional, como um Europeu de futebol, para fabricar instantaneamente heróis e proporcionar negócios de estarrecer. Bastaram quatro golos ao inglês Rooney para ser transformado no novo herói das ilhas Britânicas e levar o seu clube, o Everton, a estimar em 75 milhões de euros o seu valor transaccionável: 18,75 milhões por cada golo marcado. Entre nós o delírio das transacções fantásticas também é uma constante: ainda o Euro não tinha começado e já nada menos que quatro jogadores do Benfica eram dados como prováveis no Real Madrid de Camacho: Miguel, Tiago, Luisão, Petit. Nuno Gomes—que deve apenas a dois golos marcados num outro Europeu a sua transferência milionária para Itália — vê agora, e graças ao seu inspirado golo contra a Espanha, a sua renovação contratual transformada em prioridade para os lados da Luz, não venha novo tubarão europeu querer raptá-lo novamente.

Quanto ao último herói em data — Ricardo, guarda-redes do Sporting e da Selecção— , já se podem ler textos onde se perspectivam as mais-valias que o Sporting vai fazer com a sua venda, assim que termine o Europeu, e onde se tecem elogios à capacidade de antecipação do negócio de que deu provas, um ano atrás, a SAD do Sporting. Deixo aqui uma aposta pessoal: nenhum destes se vai transferir para o estrangeiro, a não ser que muito baratinho.

Já quanto aos portistas ao serviço da Selecção, infelizmente não posso apostar o mesmo. O mercado não é parvo, não nada em dinheiro para deitar fora e nem sempre se deixa ir atrás de impressões fugazes ou dos desejos dos empresários colocadores de notícias. O verdadeiro núcleo de jogadores portugueses que interessam ao mercado é aquele que foi campeão da Europa de clubes e que entrou em cena depois do Portugal-Grécia para transformar uma Selecção vencida numa equipa de vencedores. Porque será?

2- A passagem do Ricardo a herói nacional é, objectivamente, um acto de voluntarismo da imprensa. É certo que, no meio daquele drama sempre psicologicamente demolidor que é o desempate por penalties, a sua prestação teve um tom de verdadeiro drama e glória que, tendo sido o último acto de um espectáculo tenso e intenso de duas horas, ficou para sempre condenada a passar à história. O acto de descalçar as luvas para tentar a defesa decisiva e, logo de seguida, aproveitar o estado de transe para cobrar ele o último penalty foi do melhor, em termos dramáticos, que se pode servir a uma multidão.

E, como as últimas impressões é que ficam, tudo o resto ficou apagado. O quê, ao certo? De positivo, duas boas defesas, uma saindo a pontapé fora da área, outra mergulhando em voo para um remate frontal. De negativo, a falta de reflexos para conseguir emendar a fífia do Costinha aos três minutos de jogo (o remate de Owen é espontâneo e bem executado mas saiu fraco e à figura) e duas bolas cabeceadas livremente na sua zona de interdição aérea, uma das quais esbarrou na trave e viu a recarga vitoriosa felizmente anulada pelo árbitro. Até que se chegou aos penalties e, depois de Beckham ter escorregado no primeiro, os três seguintes entraram pelo meio da baliza, enquanto Ricardo se atirava sistematicamente para a sua esquerda.

E estávamos nisto quando Eusébio, desesperado, correu ao longo da lateral para, como ele contaria depois, ir suplicar a Ricardo que não se mexesse antes de ver para onde ia a bola — pois que, como lhe ensinara Lev Yashine há muitos anos, essa é a única hipótese que um guarda-redes tem de defender um penalty sem ser por sorte. Mas a verdade é que, felizmente para Portugal, Ricardo não escutou o conselho de Eusébio nem quis saber da lição de Yashine. E, pela quarta vez consecutiva, atirou-se para o mesmo lado e teve a sorte de ver o seu adversário inglês fazer-lhe finalmente a vontade e atirar para lá a bola.

Depois, veio aquele gesto iluminado de mandar afastar o Nuno Valente e encarregar-se ele próprio de cobrar o nosso penalty. Ora a sua cobrança (tirando a do Rui Costa, que saiu por alto) foi a pior entre as seis cobranças de Portugal. Porque há quatro regras, por ordem de importância decrescente, para cobrar bem um penalty: 1.ª, enganar o guarda-redes; 2.ª, rematar rasteiro e nunca por alto; 3.ª, colocar a bola o mais desviada possível do centro; 4.ª, rematar com força.

Rarissimamente se conseguem reunir as quatro no mesmo remate mas isso não é importante desde que a primeira delas seja assegurada: um guarda-redes desequilibrado para o lado contrário àquele em que se envia a bola jamais conseguirá ir buscá-la. O Ricardo conseguiu as últimas três condições de êxito mas não a primeira, o que, com um guarda-redes tão comprido como o James, seria normalmente fatal, se a bola não tem saído, de facto, tão colocada. Um palmo mais para dentro e a esta hora já não haveria herói Ricardo e, se porventura a Inglaterra tem ganho a seguir o desempate, toda a gente estaria agora a condenar a sobranceria do Ricardo, que nos teria custado a eliminação. Eis quão frágil é a fronteira entre os heróis e os vilões.

A heroicização do Ricardo teve, como contrapartida inevitável, o esquecimento dos méritos de outros. Poderíamos falar, desde logo, do Maniche, que encheu o campo com uma exibição imensa, culminada com uma cobrança exemplar do penalty que lhe coube. Ou do Hélder Postiga, que em 10 minutos revolucionou o ataque português, nos levou à igualdade e nos devolveu a esperança e que cobrou o seu penalty com um número circense daqueles que ficam para sempre na memória, pela classe e calma com que foi executado. Mas o herói escolhido foi o Ricardo. Porque são as últimas impressões que contam e também por outras razões que na hora de unicidade nacional não convém que sejam especificadas.

3- Há uns meses atrás escrevi aqui que o Europeu era uma competição que não me entusiasmava muito, pois que raramente era bem jogado, fruto do cansaço de final de época que revelavam os melhores jogadores das melhores equipas, o que fazia, aliás, com que o estatuto de favorito fosse mais institucional que real. O próprio Mundial é, a meu ver, uma competição sempre ligeiramente falseada pela vantagem que sul-americanos têm em relação aos europeus, fruto das diferentes épocas em que a competição aparece dos dois lados do Atlântico. Se brasileiros e argentinos aparecem sempre como candidatos à vitória é sem dúvida porque ambos os países são verdadeiras fábricas de grandes jogadores, em produção industrial, mas também porque as suas selecções aparecem sempre nos Mundiais em muito melhores condições físicas e anímicas que as selecções europeias.

Este Europeu — que eu confesso que, apesar disso, me tem surpreendido por uma qualidade superior à que esperava — não foge, todavia, à regra. Vimos selecções como a francesa, a italiana, a inglesa, a alemã, a espanhola, positivamente nos limites. Vimos as vedetas multinacionais do Real Madrid — Zidane, Beckham, Raul, o próprio Figo — fazerem das tripas coração, algumas já de arrasto. À medida que o campeonato avança para o fim, e os jogos nas pernas se acumulam, este vai ser o factor decisivo. Para as meias-finais são favoritos os que tiveram mais dias para descansar, os que disputaram os seus cinco jogos em período mais dilatado de tempo, os que tiveram menos jogos no horário violento das cinco da tarde, os que estão mais habituados a este calor demolidor, os que tiveram uma época menos carregada para os seus principais jogadores. Os favoritos são-no pelas circunstâncias da prova e não por estatuto predeterminado. São favoritos, portanto, Portugal e Grécia.

P. S. — E, por falar em circunstâncias, e se outras de última hora não ocorrerem, no próximo domingo, à hora em que se disputa a final do Europeu, estarei fechado e longe de tudo a bordo de um avião com destino ao Brasil. Porque se trata de trabalho e não de férias e tenho coisas com hora marcada à minha espera, nada há que possa fazer contra as circunstâncias. Só me resta conformar-me com ser um dos raros portugueses que não só não vão assistir, nem sequer pela televisão, à final do Europeu disputado em Portugal, e onde temos a hipótese, que julgo inédita, de sermos na mesma época campeões da Europa de clubes e de selecções, como também estar ausente num momento em que o meu país surge ameaçado por uma catástrofe política sem precedentes na sua história.

Assim, com toda a probabilidade, terça-feira não estarei aqui, nesta coluna. E aviso-o desde já para evitar outras interpretações de gente que por aí há.

A queda de um anjo

O que se passa com Figo? Sorumbático, não consegue disfarçar o ar enfastiado do ricaço cosmopolita que tem de regressar à parvónia natal em dias de festa. Birrento e hiper-sensível, não admite ser substituído ou criticado.

Compreende-se a atitude de Scolari, que saiu em sua defesa, mas é verdade que ele andava mesmo a pedi-las (às críticas), embora cada vez menos as suporte. Não está em causa a sua razoável prestação em campo, mas as suas atitudes, do ataque à naturalização de Deco às críticas feitas aos que exigiram a renovação da selecção. No Portugal-Inglaterra, foi o que se sabe. Como ganharam sem ele, que festejassem sem ele. Pior ainda: após o jogo com a Espanha, num clima de euforia geral, era ele a nota dissonante. Disse então que havia portugueses com champagne no frigorífico para comemorar a derrota da selecção. Quem seriam? Pelo que se tem visto, é ele o único suspeito.

Há, enfim, a explicação piedosa de Scolari, a da sua inesperada devoção à Senhora de Fátima, mas é mais credível a interpretação do jornal espanhol "Marca", onde se podia ler que ele tem tanto de bom jogador como de mau companheiro. E como chegou ele a este ponto?

Figo sempre foi tratado como o guru da selecção. Até que a revolução gerada pela derrota com a Grécia criou uma nova ordem, a qual retirou o poder à malta fina que vinha do estrangeiro e ditava as leis, bloqueando os novos talentos e a necessária renovação. Pois bem, foi a partir daí que a selecção se fez grande e Figo adoptou aquela carantonha de menino mimado e impertinente.

Estes campeonatos servem também para conferir a decadência dos velhos deuses e gerar a emergência dos novos, isto é, tratam da renovação periódica do mundo. Zidane, Vieri, Del Piero, Raúl, Beckham, entre outros, são alguns dos anjos caídos. Por cada um desses, porém, há outro que ascende ao Olimpo: Ronaldo, Heinz, Carvalho, Cassano, Rooney e Torres. O futebol tem um tempo próprio, acelerado, veloz. Nele, tudo é efémero e a excelência depressa se desvanece, como um sonho.

Figo foi um dos melhores do mundo da sua geração, mas vive de modo complicado o seu crepúsculo. Pior ainda, não foi capaz de acumular a dose suficiente de doçura e humildade para poder encarar sem amargura a outra face da glória: o regresso ao comum, ao vulgar. É verdade que um dia ele foi único, fundamental, insubstituível, mas hoje é apenas mais um. Ora, é aí mesmo que lhe dói. Por isso, e já que não o tratam como uma vaca sagrada, faz o que pode para ser a ovelha ronhosa.

Alvaro Magalhães no JN

domingo, junho 27, 2004

O guarda-medos

JOSÉ MANUEL RIBEIRO

A questão do momento: houve perseguição ao guarda-redes Ricardo? Claro que sim; uma perseguição implacável, que dura desde o Mundial'2002 e ganhou fôlego nas últimas 48 horas. Querem que ele seja melhor do que Vítor Baía à força. Ricardo joga o Europeu por ele e por muitas outras almas que têm a sanidade mental dependente dessa premissa. Com tanta gente na baliza portuguesa, até me surpreende que Portugal tenha sofrido três golos, quase tanto como me impressiona a goleada que Baía levou sem ter posto os pés na relva. Para além de todas as grandes defesas que não fez no Euro'2004, Baía viu a carreira comprometida por alguns dos acontecimentos recentes que negligenciou: sim, tem mais um ou dois títulos que Ricardo (23 para ser exacto), mas contribuiu para eles com algum golo, um só para amostra? Não. Derrota por KO técnico. Como se fartaram de invocar os vencedores nestes últimos dias, é bem visto parar por aqui a campanha anti-Baía que Ricardo tem vindo a suportar com a dignidade de um mártir. Defendeu um penálti e marcou outro: que mais precisa um homem de fazer para provar que é o melhor guarda-redes português? Arranjar um abaixo-assinado? Nem seria má ideia, se, ao menos, as pessoas se abstivessem de escrever, por cima das assinaturas, dúzias de comentários completos dando conta da natural repugnância que sentem pela opinião inadmissível dos outros, coisa e tal. Demasiado papel, já muito perto do desastre ecológico e ainda por cima desnecessário. Os partidários de Ricardo têm razão: é tempo de acabar com as referências a Baía. Fico à espera que passem da teoria à prática.

Nota

Ricardo pode sentir-se atingido por este comentário, mas é uma vítima colateral: o alvo é uma área de militância que se serve dele para fazer passar ideias que nunca terá coragem de pôr em português escorreito. Se não fosse Ricardo, seria outro qualquer. O guarda-redes da Selecção Nacional tem todas as possibilidades de se defender no campo, enquanto Baía está sujeito a todo o tipo de comparações brilhantes sem hipóteses de responder. Não tem o próximo jogo para provar, pela milionésima vez, que é o melhor. Ricardo também não, porque não há o que comparar, mas pode continuar a mostrar que não deslustra. Portanto, força.

sábado, junho 26, 2004

Tricampeões em hóquei em patins


FC Porto é tricampeão em hóquei em patins...

Depois de ter conquistado o campeonato de futebol, andebol e basquetebol, agora foi a vez de triunfar em hóquei em patins e fechar com chave de ouro uma época histórica para o FC Porto.

SOMOS OS MAIORES, MAS ESSENCIALMENTE OS MELHORES!!!

BBC

Quem viu a BBC World ontem à hora de almoço?
Foi lindo.
Este foi o dialogo entre o correspondente em Lisboa e pivot nos estudios.

Pivot - Então foi mais uma vitória do Scolari sobre o Erikson.
Correspondente - Sim, o scolari, depois de uma derrota deu o braço a torcer e deve ter reconhecido que precisava da dinamica do Porto e pôs mais jogadores do Porto a jogar.

P - E aproveitou a dinamica do Porto.C - Sim, e a equipa modificou-se. Passou a jogar à Porto.
P - Então tb pode dizer-se, que foi uma vitória à porto.

C- SIM FOI MESMO UMA VITÓRIA Á PORTO!!!

José Mourinho

Grande Portugal

Esta manhã, um dos meus jogadores disse-me: "Vou tranquilo para férias, fiz o meu trabalho bem e perdi contra uma grande equipa."

Critiquei as opções iniciais, continuo a pensar que, com uma visão ou convicção antecipada das necessidades da equipa e das qualidades dos jogadores, o período de preparação poderia ter sido utilizado de forma profícua e com um desenvolvimento colectivo tremendo em volta de um núcleo azul.


Continuo a defender, por exemplo, a superior qualidade de Vítor Baía e não são um penálti defendido e um marcado que me fazem pensar que Ricardo é uma opção mais coerente.


No entanto, da mesma forma que, no jogo com a Espanha, elogiei a sua tranquilidade e convicção na resistência a uma pressão que, por vezes, empurra treinadores com pouca estabilidade emocional, agora, após este histórico e memorável jogo, sinto-me na obrigação de voltar a elogiar o seleccionador nacional.

A necessitar de marcar, começou a mexer. Utilizou uma rotina do FC Porto e fez deslocar Maniche para médio mais recuado. Uma dinâmica maior, uma maior velocidade de circulação de bola, uma visão mais ampla da profundidade do jogo - a equipa ganhou outra dimensão e empurrou a Inglaterra para o último terço. Mais tarde sentiu a necessidade de uma maior presença na área e retirou Luís Figo para a entrada de Hélder Postiga. A entrada de Hélder era lógica, pois criaria um novo problema aos defesas ingleses e são as mudanças de rotinas no jogo que maiores dificuldades colocam. O problema e a decisão não era saber quem entrava, mas sim quem sairia. Simão tinha entrado; Ronaldo estava monstruoso; Nuno Gomes fazia a dupla com Postiga; Figo estava bem e quase marcava; Maniche era só o melhor; Deco não parava de trabalhar...

Quem tirar do jogo? A decisão não era fácil e qualquer um que saísse seria um jogador com um rendimento positivo no jogo. Tirou Luís Figo! Fê-lo com convicção e arriscou. Retirar um jogador carismático, de quem se espera sempre o melhor, não é fácil. Outros seleccionadores tiveram em campo as suas estrelas arredadas do rendimento superior e não se atreveram a substituí-las. Scolari fê-lo com Figo e quando o seu rendimento se apresentava alto assim como a sua motivação.

O domínio acentuava-se. Simão e Ronaldo muito bem nas alas, Maniche e Deco como referências no meio-campo, mas o golo não aparecia.

A Inglaterra defendia e não tinha ala esquerdo. Outra decisão - a saída de Miguel, sem adversário directo, a entrada de Rui Costa e superioridade numérica no centro. Golo, prolongamento, golo e meias-finais à vista. A Inglaterra reage e Portugal sem lateral-direito mostra a fragilidade. Deco é a solução - grande momento físico, uma disponibilidade mental enorme para o trabalho de grupo e o sacrifício pela equipa. Reacções perfeitas, empatia táctica, parecia feito. A Inglaterra empata com um golo do Chelsea: cabeceamento de Terry e meia volta, linda, de Frank Lampard.


Penáltis!

Após os falhanços de Beckham e Rui Costa, chegou o primeiro "match point": Maniche. Tremi de pensar na injustiça que seria o melhor jogador português falhar e ficar marcado para sempre. Marcou e respirei. Segundo "match point": se Postiga falhasse, Portugal estava fora, mas a vingança por um futebol que não o adoptou foi fria, como a de Panenka, há muitos anos. Terceiro "match point": desta feita para Portugal, remate forte de Ricardo e Portugal ao rubro. Justamente! Portugal foi o melhor: táctica e mentalmente.

Esta manhã, um dos meus jogadores disse-me: "Vou tranquilo para férias, fiz o meu trabalho bem e perdi contra uma grande equipa."

sexta-feira, junho 25, 2004

Descubram as diferanças

A equipa da abertura que foi preparada durante um ano e meio:

Ricardo
P.Ferreira-F.Couto-J.Andrade-Rui jorge
Maniche (por milagre!)-Costinha
Rui costa-Pauleta-Figo-Simao


Equipa de ontem:

Ricardo
Miguel-R.Carvalho-J.Andrade-Nuno Valente
Maniche-Costinha
DECO
Figo-Nuno Gomes- Cristiano Roanaldo

Porque será???

Porque será que o "Man of the Match" são sempre portistas???

Rússia 0 - Portugal 2

Man of the Match: MANICHE ( FCPORTO)


Portugal 1 - Espanha 0

Man of the Match: DECO ( FCPORTO)


Portugal 2 - Inglaterra 2

Man of the Match: RICARDO CARVALHO ( FCPORTO)


Contratem aquele lateral-direito

Qual Paulo Ferreira, qual Miguel...contratem aquele defesa direito que jogou ontem no Portugal-Inglaterra, fantástico!!!

quinta-feira, junho 24, 2004

Merecido

Passagem às meias-finais merecidas, com um futebol de ataque contagiante. Scolari estudou mal o adversário, pois o golo portugues surgiu de uma situação que o Mourinho tinha alertado sobre o posicionamento de Costinha. Depois disso e fruto das circunstancias de ter que atacar o futebol na segunda parte foi fantástico.

Ricardo demonstrou mais uma vez que é uma lástima no jogo aéreo, e demonstrou mais uma vez que tresanda a vaidade...quando Nuno Valente se preparava para marcar a ultima penalidade resolveu que ele é que deveria ficar com os louros, indecente!!!

Previsão Portugal - Inglaterra

Qual duelo Rooney - Ronaldo qual quê, o duelo esperado será entre Ricardo - James para ver qual é o maior frangueiro...pelo que tenho visto equivalem-se!!!

Eu penso que se o Cholari não inventar , Portugal vai ganhar nas calmas, se bem que eu gosto tanto do Cholari como dos ingleses, mas ao ver aquele futebol das pérolas portistas ninguem fica indiferente. A chave do jogo vai estar na inspiração da máquina portista...Que ganhe o melhor!!! Nem me aquece nem arrefece!!!

Está tudo doido

Rooney-Pélé-Cristiano Ronaldo-Melhores do Mundo....quando é que acaba esta treta do Euro2004...parece que anda tudo doido!!!

PINDERISMO

Exactamente o que eu penso...


PINDERISMO - Doença contagiosa e crónica que ataca jornalistas expostos durante muitos dias a radiações numa tenda de Alcochete. Costuma manifestar-se através de ofertas de camisolas autografadas que se oferecem ao seleccionador nacional, por vezes, na forma mais grave, com discursos e palmadas nas costas. Na sua variante letal, apresenta-se sobre a forma erecta e aplaudindo dois jogadores da selecção nacional atónitos com a erupção patríótico-foleira. Não há vacina conhecida.


Eugénio Queiroz no Bola na area

JÚLIO MAGALHÃES

Agora é possível


A vitória sobre a Espanha e apuramento para os quartos-de-final do Europeu veio confirmar aquilo que era óbvio. Scolari estava enganado, foi induzido em erro por colaboradores da Federação e teve de refazer tudo o que tinha planeado ao longo de ano e meio e 15 jogos de preparação.

Foi a pequenez e mesquinhez de muita gente, a quem o sucesso do FC Porto tanto incomodava, que levou o seleccionador a cometer erros inadmissíveis. Chegou autoritário, disseram-lhe que o FC Porto era o inimigo, o País juntou-se a ele, sentiu-se apoiado e assim trabalhou até perder um jogo oficial, com a Grécia, depois de penosos 15 jogos de preparação.

Recordo que até ao jogo com a Rússia, Nuno Valente não era opção (Rui Jorge foi sempre o preferido e indiscutível), Ricardo Carvalho era o quarto central (depois de Fernando Couto, Jorge Andrade e Beto, por esta ordem), Deco não era titular nunca (Rui Costa foi sempre a primeira opção), Maniche foi chamado quando já nada o fazia prever, ia mesmo ficar fora do Europeu (Petit era o preferido), restando apenas Costinha e Paulo Ferreira, únicos representantes da melhor equipa da Europa.

Julgo que se chegasse hoje, Scolari convocava Vítor Baía e não tinha afastado o melhor guarda-redes português de um sonho legítimo.

A Selecção venceu e convenceu com a Espanha. Porque apostou no núcleo do FC Porto. Mais sólida, mais consistente, mais segura, com este núcleo, Ricardo não é sujeito a tanta pressão e tanto trabalho, Figo não se desgasta como era costume, perdendo-se no campo à procura da bola, Cristiano Ronaldo tem espaço para a fantasia do seu futebol, podendo perder bolas que a seguir são recuperadas, Miguel sente-se mais confiante, a equipa ganha um espírito ganhador, o mesmo que levou o FC Porto à conquista da Taça UEFA e da Liga dos Campeões. Na década de sessenta, o Benfica tinha quase toda a equipa na Selecção. Eram os campeões europeus.

Não me venham dizer que somos bons à última hora, e que quando já ninguém acredita, conseguimos. O FC Porto acabou com esse estigma e provou que é possível jogar e ganhar quase sempre, com trabalho e com os melhores.

Se hoje acreditamos que é possível ir mais longe neste Europeu, isso deve-se sobretudo ao exemplo a que o País assistiu de ver uma equipa portuguesa dizer que entrava em campo para ganhar e não para sofrer e esperar pela sorte.

Dos 15 jogos de preparação e do jogo oficial com a Grécia pouco resta do que Scolari planeou. Mudou seis jogadores. Para quem tinha tantas convicções, temos de convir que é muito.

Com esta equipa, é possível Figo continuar a ser a grande referência, é possível Rui Costa continuar a jogar e a maravilhar, é possível Fernando Couto não perder o seu estatuto de grande senhor. É possível até fazerem, se quiserem, mais um Campeonato do Mundo. Como acontece no FC Porto, onde Jorge Costa e Vítor Baía continuam a ser os faróis de uma nova geração.

Não era difícil perceber isto.


quarta-feira, junho 23, 2004

Dezassete meses e cinco dias - MST

Dezassete meses andou Scolari a preparar a equipa errada. Consumado o desastre anunciado, o seleccionador dispôs-se, enfim, a perceber o que já todos tinham percebido e cinco dias bastaram para se constatar ao que pode conduzir uma fútil teimosia.

1 - Dezassete meses andou Luiz Felipe Scolari a preparar uma equipa errada que, teste após teste, demonstrou, mesmo até ao fim — até aos últimos jogos de preparação contra as incipientes selecções da Lituânia e do Luxemburgo — não ter qualquer hipótese de fazer um bom Europeu.

Porque já não havia tempo para ensaiar outra equipa, porque quase toda a gente calou as suas críticas por «dever patriótico», porque havia o precedente do Brasil no Mundial da Coreia-Japão, porque a teimosia do seleccionador foi levada à conta de tique de génio e porque o seu extraordinário talento para relações públicas meteu ao bolso jornalistas e opinião pública, por tudo isso, Portugal avançou para o Europeu com a mesmíssima equipa que durante ano e meio só trouxera desilusões e descrença.E ficámos todos à espera do milagre... para vermos provado que os milagres não acontecem a quem os não merece.

Há quem pense, todavia, que não: que foi a chegada da imagem de Nossa Senhora de Caravaggio, que Scolari mandou vir da sua terra gaúcha, que motivou a radical transformação da Selecção, da equipa lastimável que se exibiu contra a Grécia na equipa nova que emergiu contra a Rússia e brilhou contra a Espanha. Mas a verdade foi outra e bem mais simples: à vista, não apenas do resultado, mas também da misérrima exibição contra os gregos, na iminência de nem aos quartos-de-final conseguir chegar e com os personagens já a agarrarem-se a inacreditáveis desculpas, tais como a da inibição causada pelo apoio do público (!), Scolari teve de deixar-se de uma teimosia suicidária e irresponsável e lançar mão da única hipótese de redenção que tinha.

Quando na noite da passada terça-feira, Luiz Felipe Scolari pôde ficar finalmente a sós com a Senhora de Caravaggio e lhe pediu o favor de um milagre, a Senhora respondeu-lhe: «Não me peças milagres, porque eles só acontecem a quem os merece. Deixa-te antes da tua soberba e teimosia e reconhece o valor de quem o tem: pega nos jogadores que o Mourinho fez campeões europeus e põe-os a jogar. É a tua única hipótese de salvação.»

Na verdade, Scolari já havia feito uma única concessão à razão, uma concessão de última hora, que foi pôr o Maniche em lugar do Petit contra a Grécia — e o Maniche tem sido provavelmente o melhor jogador da Selecção ao longo dos três jogos. Depois da Grécia, a revolução veio, quase total: o melhor central do Mundo em 2004 tomou obviamente o lugar do Fernando Couto; o NunoValente apeou o Rui Jorge; o Deco substituiu o Rui Costa, com a utilidade esperada; o Cristiano Ronaldo tomou o lugar cativo do Simão e até o Nuno Gomes acabou a substituir na hora exacta um irreconhecível Pauleta, que ao longo de 270 minutos de jogo não conseguiu fazer um único remate às balizas adversárias. De todos os inamovíveis durante mais de ano e meio, apenas não saíram o Figo e o Ricardo. O Figo porque continua imprescindível, sobretudo se remetido à sua função natural de extremo, e o Ricardo, que talvez acabe ainda substituído pelo Moreira se a sorte deixar de proteger a sua incapacidade no jogo aéreo, como sucedeu contra a Espanha.

Como ontem escrevia José Mourinho em Ojogo, «Em boa hora os gregos nos ganharam,emboa hora originaram reflexões que determinaram modificações radicais na nossa Selecção. Esta Selecção não é aquela que jogou malmeses emeses e que nos tornounumpaís descrente com a nossa equipa. E imaginem se esta equipa tivesse sido trabalhada nos últimos dois anos!»

Pois é, agora os mesmos que antes não se cansavam de elogiar a teimosia, a «coerência» de Scolari, a sua «fé» numa equipa menos que banal,sem qualquer fio de jogo nem atitude competitiva, agora são capazes de se render à sua capacidade de transformação, à sua genial leitura das alterações necessárias.

Mas a pergunta mantém-se: porque esperou ele dezassete meses para ver o que todos já tinham visto?Que outro treinador competente desprezaria os jogadores que durante dois anos a fio venceram o que havia para vencer na Europa de clubes, ao ponto de nunca se ter dignado assistir a um jogo do FC Porto?

Quem, senão Scolari, ignorou até ao fim que tinha uma defesa e um meio-campo formados, treinados e prontos a ser usados, sem necessidade de inventar mais nada? E se o fez, como eu julgo, por pura vaidade, então o destino trocou- lhe as voltas: ao ver a Selecção de Scolari finalmente a jogar futebol, finalmente crente na vitória e com espírito de conquista, e ao escutar simultaneamente os comentários televisivos de José Mourinho, eu — e milhões de portugueses certamente — percebemos com uma nitidez impúdica que o treinador campeão do Mundo de Selecções,na hora do aperto, se tinha limitado a lançar mão da herança e do trabalho deixados pelo treinador campeão da Europa de clubes.

E o que ele não queria que se visse tornou- se gritantemente evidente: que é muitíssimo mais fácil ser campeão do Mundo com qualquer selecção do Brasil do que ser campeão da Europa com qualquer equipa portuguesa.

O futebol, ao contrário do que algumas vedetas imaginam, não é assim tão complicado como isso. O mais importante, o mais claro e o mais sério do futebol, passa-se à vista de todos, durante os jogos e nos estádios. Não se passa nos míticos balneários, nem nos treinos à porta fechada, nem nos jogos de bastidores e de influências entre jogadores, clubes, treinadores e empresários. A hora da verdade, o momento em que se desfazem mitos e se faz justiça é durante os jogos. E é porque não é assim tão complicado perceber o que se passa num jogo, quem joga bem e quem joga mal, que o futebol é um desporto que arrasta multidões de adeptos e não é uma ciência oculta, apenas acessível a uns quantos iluminados. Tem segredos e tem ciência própria, claro. Mas tem, sobretudo,uma leitura que se baseia na observação e no bom senso. Não é preciso ser diplomado em cursos de Verão de treinador para perceber que, nestemomento e atendendo à forma de cada um, o Vítor Baía deveria estar no lugar do Ricardo, o Ricardo Carvalho no lugar do Fernando Couto, o Nuno Valente no lugar do Rui Jorge, o Maniche no lugar do Petit, o Deco no lugar do Rui Costa, o Cristiano no lugar do Simão e o Nuno Gomes pronto a substituir o Pauleta.

Não era preciso, aliás, ter esperado dezassete meses e ter sofrido a humilhação às mãos deuma selecçãomenor, como a grega, para o entender .Pergunte-se a Portugal inteiro, e apesar das disfunções clubistas de cada um, estou certo de que o consenso aqui é praticamente unânime. Só mesmo o seleccionador é que foi o último a percebê-lo. E agora, ainda iremos a tempo? O trabalho de sincronização da «equipa de emergência» está a ser feito durante os próprios jogos, não o tendo sido feito antes. Muitos destes jogadores estão em clara sobrecarga de esforço, como é o caso de Figo, de Pauleta e dos jogadores do FC Porto, esgotados por uma época tremenda. E os que no decorrer dos jogos os poderão substituir, embora mantenham a motivação, estarão psicologicamente afectados pelas circunstâncias em que perderam a titularidade com que sempre contaram. E Scolari, esse, navega à vista: está dependente do momento de inspiração de Nuno Gomes ou da bola que bate no poste de Ricardo. Daqui para a frente, tudo é uma incógnita. O primeiro- ministro, que procura colar-se à popularidade da Selecção, pode dizer que acredita na vitória no Euro.Mas todos os outros, os que não têm obrigações de propaganda política, sabem que qualquer prognóstico, seja de vitória ou de derrota, é pura adivinhação.

2 - Cada vez que há um Portugal- Espanha, em futebol ou em hóquei em patins, é certo e sabido que haveremos de cair no discurso ridículo de Aljubarrota e nas mais disparatadas e imbecis tiradas nacionalistas, como se o espaço de um jogo pudesse apagar milagrosamente as diferenças nacionais que verdadeiramente contam. Queremos, porventura, passar uma imagem de força para o lado de lá da fronteira, mas tudo o que passamos —e, se calhar, nem percebemos — é o retrato de um antigo e invencível complexo de inferioridade.

Miguel Sousa Tavares

Mourinho sobre Paulo Ferreira

Paulo Ferreira - Um erro individual sem compensação colectiva atirou-o para o banco. "No Problem". Para mim continua a ser o melhor lateral-direito do Mundo.

terça-feira, junho 22, 2004

Paulo Ferreira vendido por 20 milhões

FACTO RELEVANTE

A Futebol Clube do Porto - Futebol, SAD, ao abrigo do artigo 248.º do Código dos Valores Mobiliários e do Regulamento da CMVM n.º24/2000, vem informar que cedeu, a título definitivo, os direitos desportivos do jogador Paulo Ferreira ao Chelsea Football Club Limited por 20 Milhões de Euros.

Porto, 22 de Junho de 2004
O Conselho de Administração

Pinto da Costa: «Scolari teve de dar a mão à palmatória»

Pinto da Costa afirmou que ficou muito feliz com a vitória de Portugal frente à Espanha, no jogo do passado domingo, acrescentando que, como presidente do F.C. Porto, se sentiu ainda mais contente por constatar que o «onze» da selecção nacional era constituído por cinco jogadores do seu clube.

«Como presidente do F.C. Porto, fiquei muito orgulhoso e vibrei por ver que a base da equipa era constituída por cinco jogadores do F.C. Porto, que foram fantásticos. A equipa foi toda fantástica, mas os cinco jogadores do Porto foram a base daquela vitória. Fiquei muito contente também por isso», revelou Pinto da Costa.

O presidente do F.C. Porto fez uma comparação entre as pessoas que dizem não ser crentes e que, em momentos de aflição, fazem promessas e a atitude de Luiz Felipe Scolari: «Isto foi o mesmo caso. Na hora do aperto Scolari teve de dar a mão à palmatória e teve que ver aquilo que toda a gente já tinha visto: que o Ricardo Carvalho para ser o melhor central da Europa tinha que ser o melhor central de Portugal; que o Nuno Valente para ser um dos melhores da Europa tem que ser o melhor de Portugal; que o Deco é um génio e que os génios não são para estar no banco».

Pinto da Costa considera que as alterações na selecção foram feitas a tempo. «Felizmente, Scolari deu o braço a torcer a tempo e agora já ninguém duvida que Portugal é um dos principais candidatos à vitória final», considerou o presidente portista, destacando que apesar de gostar dos espanhóis, «uma vitória desportiva sobre Espanha tem um sabor especial, para qualquer português».

O presidente do clube campeão europeu perspectivou já a partida dos quartos de final com os britânicos: «A Inglaterra é um adversário difícil, mas acho que, se a equipa jogar como jogou frente à Espanha, a Inglaterra não resistirá».

«A única equipa que me agradou, para além da portuguesa (no segundo e no terceiro jogo), foi a República Checa. Acho que as restantes selecções estão a viver de nomes de craques e de êxitos do passado», considerou. Pinto da Costa disse que esperava mais de algumas selecções que estão no Euro 2004: «A Espanha não apresentou nada, a própria Inglaterra e a França não têm estado à altura dos seus pergaminhos. Não vejo ninguém com capacidade para resistir a esta equipa de Portugal».

Vendam todos!!!

Meio mundo quer os jogadores do FCPORTO: Deco , Maniche, Costinha, Ricardo Carvalho, ontem era Nuno Valente, mais Alenitchev, para além da já concretizada saída de Paulo Ferreira, etc,etc... por mim, vendia-os todos se estivesse dentro de valores justos e irrecusáveis...

Com o encaixe financeiro da Liga dos Campeões, com encaixe financeiros destas vendas não temos rival em Portugal neste aspecto e nos outros...

Neste momento até nos dá-mos ao luxo de lutar com Barcelonas, Juventus, e outros para aquisição de jogadores, coisa impensável à bem pouco tempo.

Só espero que o dinheiro seja bem investido, pois da ultima vez que tivemos muito dinheiro foi a desgraça que todos conhecemos...

segunda-feira, junho 21, 2004

Um sonho para lampiões e lagartos...

"Por uma vez os Portugueses, adeptos de futebol em geral, sentiram aquilo que é ser do FC porto. É um sonho não é?"

O cafajeste

El Corte Inglês

- É como dizia o Governo. Esta vitória sobre a Espanha devolveu a auto-estima aos portugueses.

- Por mim, já decidi.

- Vou gastar a minha parte no " El Corte Inglês".

Os piores da Selecção

Os piores da selecção são:


Ricardo - Ontem demonstrou tudo o que se espera dele.Pouquissimo trabalho , mas saiu mal a um centro( que novidade!!!) e Raul não marcou por falta de sorte. Depois Ricardo Carvalho tirou uma bola em cima da linha de golo depois de mais uma saída patética de Ricardo. Fica ainda o perigo sempre que a bola ía pelo ar, nos cantos e centros, uma vez a bola foi à barra...o habitual!!!

Miguel - O perigo espanhol foi sempre pelo seu lado,na bola que foi à barra na baliza portuguesa ficou a olhar... gosta de atacar , mas defender tá quieto.Valeram-lhe os grandes defesas e o meio campo que compensou as suas asneiras. Paulo Ferreira é muito melhor, mas foi apanhado na revolução da equipa e no erro que cometeu.

Pauleta - Irreconhecivel.

Scolari - Se há alguém que não tem mérito nenhum nestas vitórias é ele.Mas pelo que tenho lido, parece que o homem é que têm razão. É um grande treinador, em 18 meses não viu o que todos nós que o criticamos viamos...é obra!!!

Má Imprensa

JOSÉ MANUEL RIBEIRO

Ao terceiro jogo no campeonato europeu, resta menos de metade do onze-tipo que Luiz Felipe Scolari trabalhou durante dezoito meses e apresentou na abertura do Europeu. É um número mais do que suficiente para certificar tanto os erros do seleccionador como a tese alheia de que a equipa funcionaria muito melhor se estivesse baseada nos jogadores do FC Porto. A evolução que se notou do jogo com a Rússia para o de ontem também indicia que a selecção podia ter-se ocupado de problemas verdadeiros, ao longo de todos estes meses de trabalho, como o apuro do ponta-de-lança ou a melhor forma de adaptar a defesa e o meio-campo do campeão aos jogadores do ataque. Se não fossem os preconceitos que "a boa Imprensa" induziu em Scolari e pelos quais ele sempre se deixou guiar, a metamorfose de emergência que a selecção sofreu logo no arranque do campeonato era dispensável. A renovação podia ter sido mais lenta, menos dolorosa, mas satisfaz-me a ideia de que a "má Imprensa" acabou por ter um papel importante, mesmo que não tenha respeitado esse lema fantástico dos colegas mais honrados "tudo pela selecção, nada contra a selecção" - que, infelizmente, pressupõe mentir, dissimular, aligeirar, fugir à verdade, mas o que se há-de fazer quando existem princípios mais nobres em jogo? No entanto, tal como não era prematuro censurar as más opções do seleccionador durante os jogos de preparação, ao contrário do defendido pela "boa Imprensa", é igualmente oportuno serenar os protestos contra Scolari. Precisou de sentir a corda no pescoço, mas ouviu, abriu os olhos e o que tem agora no colo não é a equipa da "má Imprensa" nem meio-FC Porto: é a equipa dele, e dos portugueses claro, que está nos quartos-de-final do campeonato da Europa. Resta-nos, aos verrinosos e maus, meter a viola no saco, até ser preciso tirá-la de lá outra vez.

O melhor de ontem

...O melhor do jogo de ontem, para além da fantástica exibição de NUNO VALENTE, do Deco, do Costinha , do Ricardo Carvalho, Maniche...foi:

Os comentários do JOSÉ MOURINHO na TVI!!!

Fantásticos!!!

Mourinho sobre Scolari e o FCPORTO

Scolari? Abri a porta... esperei dois anos...

"Há quem namore 5 anos e depois de casar se divorcie em 5 meses porque não se conheceram bem, porque não viveram juntos, porque não acordaram juntos...", disse Scolari isto ou qualquer coisa parecida, com o objectivo de justificar as divergências de escolhas entre os jogadores mais utilizados nos jogos de preparação e recentes "inovações" como Deco ou Ricardo Carvalho no onze titular em detrimento de Fernando Couto ou Rui Costa, por exemplo, indiscutíveis até então.

Discordo, não quero sangue, não gosto de sangue, um dia também estarei na posição de treinador perdedor, um dia também serei apontado como o pai de uma equipa ou selecção frustrada e fracassada, mas discordo. Vou contar-vos um pequeno episodio.

Estava eu no hotel Altis do meu amigo Fernando Martins, em Lisboa, esperando um Belenenses-FC Porto quando recebi a visita do Sr. Scolari, recém chegado a Portugal para iniciar o seu trabalho como seleccionador nacional. Pediu-me autorização para ver o Porto treinar, de modo a conhecer os jogadores em situação de treino, a sua personalidade no dia a dia, para podermos debater e entrar no íntimo dos meus que também poderiam ser seus jogadores no futuro. Abri a porta, mostrei agrado, esperei dois anos... Nunca mais o vi! Nunca mais o ouvi! Limitei-me a receber alguns faxes a desejar boa sorte para jogos europeus.

Mas como também nunca ou quase nunca se dignou ver o FC Porto jogar, porque razão estarei aqui a resmungar por não ter visto um só treino?

domingo, junho 20, 2004

Salvação

Parece que Cholari salvou-se, por isso como católico que é espero que faça uma peregrinação ao Porto especialmente ali para os lados das Antas, pois foram esses jogadores que lá moram que lhe salvaram a pele.

Confirmou-se que não temos guarda-redes, pois valeu os defesas para compensar as falhas...

Esta equipa retocada em dois sectores limpava este Europeu, depois de ter visto as outras equipas em prova, mas andou-se 18 meses a afrontar um clube...enfim...


Luís Figo na conferência de imprensa

Aqui está Luís Figo na conferência de imprensa ontem...pelo seu comportamento logo ainda devia estar com mais trombas...

Vão mas é tomar no cu!!!!!!

Não é que até estou a gostar deste meu??? Cholari, para sermos Campeões Europeus, bastaria colocar os 6 portistas que estão na selecção a titular, ir buscar um dos melhores guarda-redes europeus , e viria que não havia espanhois que nos fizessem frente...Por acaso o sr. Scolari sabe quem é o Campeão Europeu de clubes constituido na sua maioria de jogadores portugueses?

O Sr. Scolari sabe o que fizeram esses jogadores, na Corunha?

Eu acho que o sr. Scolari acordou muito tarde...aguardemos...

Eu queria que o Cholari fosse de vela, mas pelos comentarios dos espanhois dos ultimos dias, vou cometer uma loucura e esperar que a selecção de Cholari elimine estes espanholitos.




PACO GONZALEZ | Senhor Scolari, boa tarde.
LUIZ FELIPE SCOLARI | Quem fala?

PG | É o inimigo
LFS | Quem, perdão?

PG | Sou o inimigo.
LFS | Não entendo.

PG | Quando é que nos vão atacar?
LFS | Você e a sua rádio vão mas é tomar no cu!

O que dizem os franceses...

"...Agora que Portugal joga com uma base do FC do Porto, jogadores que
sao campeoes europeus, e sabemos do que sao capazes estes jogadores,
Portugal tem "armas" para ganhar a Espanha. Estranho é como o
seleccionador treinou 18 meses com uma equipa para depois do primeiro
jogo alterar completamente o seu sistema..."

France3

sábado, junho 19, 2004

Diaz de La Cuña

- Estranho artigo num jornal espanhol.

- Diz aqui que o árbitro vai desvirtuar o resultado do jogo com Portugal, porque a UEFA quer-nos na próxima fase.

- E está assinado.

- "Diaz de La Cuña".

Efeitos colaterais

JOSÉ MANUEL RIBEIRO no Ojogo

Fui de folga e adormeci na praia. Leio os jornais e corro imediatamente para o boião de creme Nívea. Se o que lá vem escrito é verdade, grelhei tempo suficiente para apanhar a queimadura solar do século. Acordei noutro mundo. Na terça-feira, Portugal era um caos futebolístico e Luiz Felipe Scolari o padastro da vergonha, havia censura, caras feias e má-disposição; na sexta, a selecção está a um passo dos quartos-de-final, Scolari vai a caminho do altar, aos ombros de alegres querubins, e opiniões como as minhas, que foram unânimes ao ponto de terem finalmente convencido o seleccionador, são agora verrinosas, desonestas e inoportunas. Na terça-feira, sentia-me acompanhado, apenas um numa multidão uníssona; ontem, ponderei seriamente, durante quase dois segundos e três décimos, a possibilidade de pedir desculpa ao Sargentão. O jogo de quarta-feira provou que quem tinha razão era ele; os internacionais do FC Porto não formam uma selecção melhor; Deco não joga mais do que Rui Costa; e afinal a equipa perde em organização quando Figo não desautoriza os companheiros do centro do meio-campo. Também se "alevantaram" entretanto bastiões portugueses compreensivelmente preocupados com as críticas selváticas às "nossas estrelas", das quais me confesso militante - mais das críticas que das estrelas, admito. Ao que parece, estes últimos trabalharam sempre em função dos interesses nacionais e não dos milhões que ganharam, inclusive alguns milhares na própria selecção. Suponho que o dinheiro é um efeito colateral dos esforços patrióticos, fenómeno que explica muitíssimo bem o estado actual da minha conta bancária. Pela minha parte, espero que compreendam os excessos: só vejo futebol e jogadores de futebol, que tento elogiar, criticar ou ignorar com fundamento. Eu esforço-me. Esfrego os olhos, ponho colírio, até já fui de emergência ao oftalmologista, mas só consigo ver gente que fez pela vida. Percebo que deviam ser intocáveis, mas escapa-me o porquê. Deve ser pela mesma doença misteriosa, também, que não encontro razão para moderar as reprimendas a Scolari. Olho para os dois primeiros jogos do Euro, em sequência, e juro que vejo provados, com exactidão assombrosa, dezasseis meses de mau trabalho. Pagos com milhão e meio de efeitos colaterais, em euros de indiscutível peso patriótico.

sexta-feira, junho 18, 2004

AHAHAH

"Depois do estágio, o Benfica defronta o Schalke 04 na Alemanha, no dia 4 de Agosto, em Gelsenkirschen, onde o FC Porto se sagrou campeão europeu em Maio passado."

Tonel no Marítimo

Tonel vai jogar no Marítimo na próxima época. O defesa-central tinha
mais três anos de contrato com o F.C. Porto mas, inserido no acordo de
transferência de Pepe no Funchal para a Invicta, os dragões cederam os
direitos desportivos de Tonel ao Marítimo até 2007. Contudo, o jogador
assinou apenas contrato válido por uma época com os insulares, com mais
duas de opção.

O programa da Pré-Época 2004-2005

JULHO

12 - Regresso ao trabalho

13 a 18 - Treinos no Cento de Estágio

19 - Partida para o estágio em Zeist, na Holanda

20 a 27 - Pré-época com treinos e três jogos particulares, com adversários da III, II e I divisão holandesa

28 - Plantel segue de Amsterdão para Toronto

30 - Jogo no Sky Dome, com o Liverpool


AGOSTO

1 - Jogo com o Galatasaray, no Giants Stadium, em New Jersey

2 - Regresso a Portugal

7 - Apresentação oficial aos sócios no Dragão

? - Possível jogo de preparação

15 - Particular com o Boavista, no Bessa

? - Possível jogo de preparação

22 - Supertaça portuguesa, com o Benfica

27 - Supertaça Europeia, com o Valência, no Mónaco

29 - Primeira jornada da SuperLiga

O ministro Costinha

Como todos sabemos os ministros são quase todos um cambada de mentirosos, logo o " ministro" Costinha diz esta pérola:


P| Neste jogo havia muito mais pressão do que contra a Grécia, mas as coisas acabaram por correr melhor... Pensa que o facto de o meio-campo ter sido formado com base nos jogadores do FC Porto deu mais coerência ao jogo da equipa?
R| Em primeiro lugar, penso que as pessoas se esquecem de que não foi só Portugal que jogou mal, pois a Grécia jogou muito bem e conseguiu anular quase por completo o nosso ataque. Ontem, tínhamos a consciência de que se não ganhássemos não teríamos a possibilidade de disputar a passagem à próxima fase. Mas, com ou sem jogadores do FC Porto, somos 23 e eu estou perfeitamente convicto de que se jogassem os mesmo que jogaram frente à Grécia, Portugal iria fazer uma excelente exibição na mesma.

P| Sentiu-se melhor, com todas estas alterações efectuadas no onze inicial?
R| Senti-me como me sinto sempre. É normal que jogando mais jogadores do FC Porto existam mais rotinas, mas como eu já disse muitas vezes essas rotinas nem sempre dão resultado nos jogos. Ontem sabíamos que tínhamos de ganhar e se calhar esse facto também mudou um pouco a mentalidade dos jogadores. Por isso eu digo, se não jogasse o Ricardo e jogasse o Fernando ou o Beto, se não jogasse o Maniche e jogasse o Tiago ou o Petit, penso que o resultado ia ser o mesmo. Portugal era obrigado a ganhar e os jogadores estavam preparados para isso. Felizmente eu joguei, tentei fazer o meu trabalho e penso que os outros fizeram o seu trabalho, normalmente e bem. Os que entraram também tiveram um bom desempenho, mas como eu digo, o colectivo deve sempre prevalecer sobre as questões individuais. E digo mais uma vez que, jogasse quem jogasse, Portugal iria ganhar aquele jogo...

Anatomia de uma metamorfose

I. Embora não pareça, há quem assegure que a inteligência é mesmo o dom mais bem distribuído pela natureza. Afinal, como é patente, ninguém se queixa da falta dela, mas sim da pouca sorte, ou dos muitos inimigos, ou de todas as circunstâncias adversas. Vem isto a propósito da distância que medeia entre a Grécia e a Rússia, que é outra forma de dizer da distinção entre a derrota e a vitória, ou entre a amargura da decepção e a euforia da redenção.



II. Garante o nosso povo, na sua sabedoria inconsciente mas de provada experiência, que burro velho não aprende línguas. Mais proclama o mesmo povo luso que o pior cego é que não que ver. Não sei, porém, se os mesmos adágios são conhecidos no Brasil. Mas estou em crer que um seu cidadão, de apelido Scolari, por esta altura do campeonato já os repita como seus.



III.Contra toda as lições da moderna pedagogia, o medo, esse velho fantasma, pelos vistos ainda subsiste como método válido para fazer ensinar os menos dotados e mais relutantes à aprendizagem. Veja-se o caso do seleccionador nacional. Esteve o homem a fingir que estudava durante quase dois anos. Durante esse período nem uma única vez mostrou ter perfeito domínio de pelo menos um capítulo da matéria obrigatória. Pelo contrário, à vista de todos exibia com o maior à vontade a mais atrevida das insolências. E quando alguém tentava, com a melhor das boas vontades, interpelar o examinando com uma sugestão de correcção, era imediatamente repudiado com maior das arrogâncias. Que é, nem mais nem menos, a de quem não sabe que não sabe. Ora bem, foi munido desta pesporrência, que lhe permitia supor ver o que mais ninguém via, ou não ver o que todos viam, que é o outro lado da manifestação do mesmo lamentável fenómeno, que o referido candidato à glória foi clamorosa e liminarmente reprovado em primeira instância.



IV. Já para a segunda chamada, o estudante do ensino recorrente que se julgava mestre não teve outro remédio senão engolir as velhas certezas e, mirando bem a guilhotina que sobre ele impendia, fazer apelo às soluções que havia renegado e que a si mesmo havia prometido nunca dar uso. E então socorreu-se das melhores linhas do "Manual de instruções para o sucesso com pouco trabalho". Não se sabe, todavia, o que diria o autor desta obra só de pensar que o leitor aprendiz havia eleito, durante jogos e jogos a fio, uma dupla de centrais composta pelos dois Fernandos (Couto e Meira), que Ricardo Carvalho nunca havia começado um (!) jogo a titular, que Maniche só no primeiro desafio oficial (no qual, aliás, foi o melhor nacional) ocupou o lugar de Petit, que Rui Jorge relegava Nuno Valente para o banco e que, finalmente, Deco era mero suplente de Rui Costa … Se não chorasse, ria.



V.É claro que para o juízo a sério o examinando teve também de abdicar da sua política de nunca jogar com mais do que dois dragões (Paulo Ferreira e Costinha), para haver uma repartição salomonicamente exacta com os outros ditos grandes da selva (Ricardo e Rui Jorge pelos leões e Petit e Simão pelas águias). Mas sobrou o insólito de, após dois anos de testes a fingir, só no segundo exame ter consentido em iniciar uma prova com cinco jogadores do Porto. Claro que aproveitou para tirar um - mas aqui, reconheça-se, além do castigo poder ser justo para o melhor na função, o substituto (Miguel) também é digno de confiança, por mérito próprio.



VI.Agora, após ter corrigido os tais 40% de erro, sem os quais não há margem mínima para aprovação, a quem cabe escolher já não falta muito para acertar em todas as incógnitas - basta rasurar a linha onde ditou o nome de Simão e escrever por cima Cristiano Ronaldo. Depois só resta aprender que "vitória" é uma palavra que se escreve em castelhano com as mesmas letras que em português.

no JN

quinta-feira, junho 17, 2004

Simples

+ = VITÓRIA

FCPORTO + SELECÇÃO = VITÓRIA

Mistério ou talve não...

O que disse o Figo ao Rui Costa no momento em que foi substituído?


Sócio honorário para Lennart Johansson



O sueco Lennart Johansson, presidente da UEFA, vai hoje receber a mais alta distinção do FC Porto. Pinto da Costa vai distinguir Johansson com o título de sócio honorário do clube, um privilégio apenas concedido até agora a João Havelange, antigo presidente da FIFA, há cerca de dois anos. A cerimónia vai realizar-se, pelas 17 horas, no auditório do Estádio do Dragão.

A decisão de atribuir o título de sócio honorário do FC Porto a Lennart Johansson tem a ver com os contributos prestados pelo presidente da UEFA ao futebol europeu. Numa época em que o FC Porto conseguiu sagrar-se campeão europeu, aumentando cada vez mais o prestígio do clube no plano internacional, o título de sócio honorário é entendido também como uma forma de retribuir a forma como o emblema das Antas tem sido tratado pela UEFA. Depois de ter estado no Estádio do Dragão na cerimónia de abertura do Euro'2004, no sábado passado, Lennart Johansson volta hoje ao recinto do FC Porto para ser distinguido por Pinto da Costa, com o qual mantém, de resto, excelentes relações.

quarta-feira, junho 16, 2004

Cholari é burro...

Está aqui a prova de como Cholari é burro...era tão simples como pegar a estrutura do FCPORTO ,e dar-lhe rotina com os outros jogadores durante os 15, 16 jogos de preparação...não quis e foi obrigado a ceder.

A Russia é fraca, Portugal não fez um jogo por aí além, mas notou-se uma outra consistência...Deco, o mágico do costume, Ricardo Carvalho the best, e o fenomenal Maniche...Nuno Valente esteve regular, mais seguro que Rui Jorge...Miguel, regular , Paulo Ferreira é superior...Ricardo, a sorte do gaijo é que não tem tido trabalho, dois jogos zero trabalho!!!

Vamos ver perante uma equipa mais forte, o que vale este Portugal...diga-se de verdade que a Espanha ainda não me convenceu...



Temo o pior

Então não é que o filho da p*** cedeu.Vai colocar 5 jogadores do FCPORTO e vai deixar o melhor lateral direito do mundo no banco( Paulo Ferreira) Mesmo com essa nódoa da ausencia do lateral direito,a equipa está mais de acordo com o que devia ter sido se bem que há outra grande nódoa na baliza...

Se calhar acordou tarde demais...veremos...

O meu palpite...

Para o jogo de logo, o meu palpite é que Portugal vai ganhar por 4-0, e não estou de acordo com aqueles que atribuem todas as culpas ao Rui Costa, ele não tem culpa, culpa têm quem dirige, e se o Deco jogar não vai fazer milagres, por isso espero que o Cholari aposte na mesma equipa que jogou contra a Grécia, tirando o Paulo Ferreira, o Costinha e o Maniche...os Campeões Europeus desvalorizam muito quando jogam pela selecção de Cholari...

E agora aqui vai o meu apoio ao Ricardo:


O Cholari vai jogar em casa...

Como Cholari vai jogar em casa, no seu benfica,só assim se compreende os 6?????jogadores lampiões convocados para este Euro, ele devia começar já a treinar o sistema para a proxima epoca. Assim sugiro:

Moreira
Miguel
Fernando Couto
Beto
Rui Jorge
Petit
Tiago
Rui Costa
Figo
Simão
Nuno Gomes

Agora não gostam do Scolari?

Miguel Sousa Tavares na Abola

É exigível que o sino toque a rebate e que toda a gente que está em Alcochete entenda que o País espera deles muito mais e muito melhor do que aquilo que tem sido visto até aqui.

Pareceu-me a mim, mas talvez esteja enganado, que tinha sido, durante mais do que o último ano, uma das raras vozes que na imprensa desportiva portuguesa nunca escondeu as suas desconfianças relativamente à capacidade de Luis Felipe Scolari corresponder às expectativas que uma nação inteira depositou nele e nasua Selecção. É verdade que, consumado o afastamento de Vítor Baía, muita gente escreveu o que precisava de ser escrito sobre essa atitude de pura prepotência do seleccionador. Mas, feito isso, passaram adiante, porque entenderam que não adiantava mais chover no molhado e a hora era então de tocar a reunir. Eu, por mim, confesso que não consegui perdoar essa atitude do seleccionador, pela injustiça e pela arrogância que ela revelou, totalmente inaceitáveis em quem tem por obrigação ser um condutor de homens. O caso Vítor Baía foi para mim um sintoma de qualquer coisa demais vasto e mais sério: percebi que circunstâncias laterais, e não o mérito, podiam determinar as escolhas do seleccionador — e isso era grave e prenunciava potenciais desastres. Hoje, consumado o desastre grego, quase todos se questionam porque ficou Baía de fora, porque fica Ricardo Carvalho no banco, porque é que Rui Costa tem lugar cativo, enquanto Deco e Cristiano Ronaldo são suplentes. A mim o que me espanta é que só agora ocorram tais perguntas, como se elas não se impusessem já naturalmente, após ano e meio e 18 jogos particulares em que nunca houve mais do que meia hora de futebol aceitável. Todos sabiam qual era o onze de Scolari para o Europeu — exactamente o mesmo com que tinha começado há ano e meio atrás, salvo a única concessão de última hora, que foi a opção por Maniche em vez de Petit, a única asneira que ele não cometeu. E, embora esse onze tenha dado exuberantes provas de incapacidade, quer a nível de resultados, quer no futebol totalmente desconexo e sem tino exibido em sucessivos jogos, todos continuaram confiantes que se tratava apenas de maus ensaios gerais, a que se seguiria, não sei porque artes milagrosas, uma auspiciosa estreia, quando aparecesse o primeiro jogo a doer. A onda histérica de patriotismo que invadiu o País exigiu que todos calassem as suas críticas, sob pena de, como no antigamente, serem tidos por maus patriotas. Passámos da máxima de «a Pátria não se discute», de Salazar, para a nova versão de «a Selecção não se discute». Após aqui ter escrito, mais uma vez, no início de Abril, que a Selecção de Scolari, jogo após jogo, não dava mostras de qualquer evolução ou do mais simples «fio de jogo», José Manuel Delgado ripostou, aqui também, o seguinte: «Poisados nos ramos, os abutres de serviço atacam e fogem, sem outras razões que a sua própria natureza, sempre que lhes cheira a sangue. Não matam masmo em, minando as condições de estabilidade em que o trabalho da equipa de todos nós deveria processar-se.» Achei extraordinário que «as condições de estabilidade» exigíveis (para além das condições de trabalho concedidas a Scolari e à Selecção, em que nada, rigorosamente nada, lhes faltou), requerem-se ainda a censura prévia sobre as críticas feitas a tempo de poderem ser úteis — isto é, antes e não depois dos resultados à vista, antes e não depois de tudo se tornar irremediável. De qualquer maneira, hoje entendo que não é a hora para passar da grande esperança à grande descrença. Os que comigo estiveram nos dias anteriores à abertura do Europeu são testemunhas de que eu vaticinei a derrota contra a Grécia, mas acrescentei que a boa notícia daí resultante ia ser a necessidade de Scolari rever todas as suas ideias feitas e reagir em desespero de causa. Acredito que é isso que se vai passar contra a Rússia, que erros gritantes da formação irão ser corrigidos — espero que todos e com a coragem necessária. É evidente que isso, por si só, não garante o êxito, porque Scolari nunca treinou, nunca preparou, nunca encarou a hipótese de um onze alternativo àquele que fixou há ano e meio e do qual nunca se afastou. Mas, considerando que a Rússia é, em qualquer circunstância— e, ainda mais, desfalcada e jogando fora — uma equipa perfeitamente ao nosso alcance, deve bastar pôr a jogar os melhores e os que estão em melhor forma para, por enquanto, poder continuar a alimentar esperanças. Não é, pois, a hora de entrar num bota-a-baixo, que é simultaneamente tardio e precoce. Em tempo de guerra não se limpam armas e estas são as que temos. Antes de Scolari fechar a convocatória, era possível e desejável escutar todas as críticas; agora e por enquanto, não adianta nada. Só há uma coisa que não resisto a dizer, porque não é uma crítica ao seleccionador, mas antes aos que ajudaram a preparar um clima de facilitismo que, em minha opinião, contribui largamente para o desaire contra os gregos. O que quero dizer é que nunca vi, em tempo algum, um seleccionador e uma Selecção Nacional disporem de tantas e tantas condições de êxito e, ao mesmo tempo, toda a gente achar que nada lhes era exigível. Quando Scolari diz que «a cobrança mínima» é a passagem aos quartos-de-final, é espantoso que ninguém se indigne e pergunte se depois dos milhões gastos na organização do Euro para que Portugal tivesse finalmente hipótese de ganhar alguma coisa, depois dos salários, prémios e contratos publicitários milionários das vedetas da Selecção, Scolari incluído, depois das condições de trabalho únicas de que sempre dispuseram, depois do apoio sem desfalecimentos de um país inteiro, acham que chega os quartos-de-final? Como é possível que o Presidente da República e o primeiro-ministro se desloquem ao estágio da Selecção (ao contrário do que sempre foi tradição), para irem lá dizer que ninguém lhes exige nada? Não exigimos? E porque não? Acaso não teremos o direito de exigir que lutem pelo título europeu, depois de todo o esforço financeiro que o país sustentou? É que somos todos muito patriotas, mas os únicos que ganham com esse patriotismo são os que estão na Selecção. E, embora no futebol já lá vá o tempo em que representar Portugal era por si só uma honra e um privilégio que dispensa qualquer outra compensação, é exigível, pelo menos, que quem lá está, honre o contrato de profissional que tem com a Selecção. Em que outro sector de actividade é aceitável que alguém seja principescamente pago, alvo de todas as atenções e homenagens, rodeado de inexcedíveis condições de trabalho e depois ainda lhe digam que nada lhe é exigível em troca? É exigível, sim. É exigível que o sino toque a rebate e que toda a gente que está em Alcochete entenda que o país espera deles muito mais e muito melhor do que aquilo que tem sido visto até aqui.

Mártires da pátria

JOSÉ MANUEL RIBEIRO no Ojogo

Por esta altura, já é óbvio que a Imprensa será julgada pelo tratamento negligente dado à preparação do campeonato da Europa. As desculpas que poderemos invocar são as mesmas de Scolari e dos jogadores: demasiado tempo à espera dos jogos a sério, passado em ritmo de treino, sem saber muito bem o que se deve ou não exigir da equipa nesses casos. Tal como acontece com a selecção nacional, a explicação não tem qualquer fundamento. O futebol é bom ou mau; a organização existe ou não; os resultados convencem ou provocam desconfiança. As razões foram outras, muito menos profissionais. Houve a clubite, que tanto pode ser acusada de ter defendido uma má versão da equipa como de, com a crítica agreste, ter toldado o espírito a um seleccionador teimoso para lá do razoável e, aparentemente, até à revelia dos seus próprios interesses. Houve também o "desígnio nacional", sobre o qual já escrevi: o respeito do jornalismo deve ser entregue na íntegra à verdade e a verdade tem de doer; se a adocicarmos por amor ao país, ou vamos mentir ou, no mínimo, não garantimos que é ouvida. Percebi ontem, pelas opiniões que li e pelas declarações do próprio jogador, que Rui Costa começa a cair na posição de mártir; que se sente - e que o sentem - responsabilizado pela má entrada no campeonato da Europa. Também essa é uma forma de pôr açúcar na verdade, trocando um protagonismo por outro: a história nada tem a ver com ele. Numa expressão patética mas muito portuguesa, os jogadores são o que são; não são o que foram nem o que vão ser, muito menos o que querem ver neles. O problema é que, pelos motivos acima indicados, ao longo destes anos de ouro quase nunca houve palavras duras: só apreço e compreensão em excesso. Apontar o dedo à Imprensa faz todo o sentido.

Pois é...

Fernando Guerra na Abola:

"Entretanto, vamo-nos contentando com as vitórias europeias do FC Porto, com a genialidade e o mau feitio de Mourinho e também com a esperança de que o Benfica e o Sporting se libertem do campeonato da Segunda Circular".

terça-feira, junho 15, 2004

Os patrões da selecção

A imprensa espanhola diz que existem 3 patrões da selecção portuguesa: Figo-Fernando Couto-Rui Costa...ou seja estes "patrões" condicionam qualquer outra opção do seleccionador, o que demonstra o quanto Cholari tresanda a lobbi...

Ainda sobre o Portugal - Grécia, vi ontem o jogo na integra, que tinha gravado, coisa que ainda não tinha feito, só vistos pequenos resumos e a conclusão que cheguei foi:

- Não jogámos a ponta de um corno...nesta selecção até jogadores magnificos Campeões Europeus parecem perdidos...

- Portugal perdeu porque joga ao ritmo de Figo e Rui Costa, sem velocidade e sem lugar numa equipa que se queira minimamente competitiva.

- Ano e meio de trabalho de Cholari não foram suficientes para conhecer a forma de jogar da Grécia.

- Extraordinário como Scolari obrigou o baixinho Rui Jorge(1,70m)a defrontar o gigante Charisteas(1,90), que lhe ganhou todos os duelos aéreos, quando no banco tinha Nuno Valente que tem mais 12 cm de altura e uma rodagem em defrontar os melhores da Europa.

- Paulo Ferreira, é verdade que fez uma passe inacreditável, mas fez a cerca de 40m da baliza de Portugal, o grego pegou na bola e foi por ali fora enquanto ninguem lhe fez frente, Fernando Couto recuou...recuou...recuou e depois encolheu-se...Ricardo Carvalho faria uma coisa destas???

- Ricardo, por muito que queiram ocultar o golo é muito consentido, o jogador grego está no seu campo de visão , Ricardo está entre os postes e deixou passar a bola...um frango...Se fosse o Vitor Baía dizia-se que estaria velho, sem poder de reacção, sem reflexos...mas como é o Ricardinho...

- Depois mais hilariante foi o que aconteceu depois da entrada de Cristiano Ronaldo...este fez um penalti estupido, muito devido ao Rui Jorge e ao jogador que devia ter feito a compensação e não o fez, mas depois veio a melhor parte, quando Cristiano Ronaldo fintava a bola, e quando resolvia cruzar algumas vezes , os avançados estavam sempre ao primeiro poste enquento a bola era cruzada ao segundo, o que demonstra o desnorte de quem orienta esta equipa.

- Deco, eu acho que não vai ser o salvador da patria se jogar como muita gente está a fazer crer, pois as invejas na equipa são bem notórias, especialmente quando está lá o Figo, e o problema desta selecção é o seleccionador não colocar os melhores e formar uma equipa, neste momento que devia assentar na equipa campeã europeia, o Cholari não quer, está aí o resultado...

- Maniche, o jogador que rubricou a melhor exibição foi o mesmo que esteve afastado 8 meses sem se saber porquê. Existirá aqui alguma relação causa-efeito?

Acho que agora Portugal tem todas as condições para ganhar à Russia pois pareceu-me que os russos conseguem ser ainda pior que os portugueses quer dentro do campo quer nas intrigas e acusaões...

Eu sugiro ao seleccionador que faça melhidas...troque o Paulo Ferreira pelo Moreira, troque o Costinha pelo Quim...o Maniche pelo Barssard...temos mais hipoteses...Ricardo-Moreira-Quim com o apoio de Brassard...Portugal é capaz de sofrer menos que dois golos com este trio de frangueiros e seu instrutor mor...

Eles são é tradudores, carago!!!

Acabei de ouvir em conferência de imprensa Rui Costa e Fernando Couto, e ficou claro que eles são tradutores , pois passaram a conferência de imprensa a falar italiano...eu logo vi que tinha havido uma falha na organização do Euro2004, pois Rui Costa e Fernando Couto não deviam estar na equipa da selecção , mas sim na equipa de tradutores oficiais do Euro2004. E perante o que eles fizeram em campo e o que fizeram hoje na conferência de imprensa não há dúvidas que o talento deles vai inteirinho para fazer traduções...

Quem não nega consente

Diz o José Manuel Ribeiro no Ojogo:

"Quem não nega consente

A Comissão Disciplinar castigou Mourinho pelo episódio da camisola rasgada. Não está claro, no relatório, o que a CD considerou provado ou não, mas as provas estão referidas: foi valorizado o depoimento do roupeiro do Sporting e desvalorizado o do roupeiro do FC Porto, exceptuando nas partes que confirmam a versão do colega; e, melhor ainda, a Comissão entendeu que o facto de Mourinho não ter negado, em conversa com Fernando Santos, a autoria dos danos na camisola é uma confirmação! Se ao menos o Conselho de Justiça da FPF colaborasse, o que o Direito não progredia a reboque das inovações da Comissão Disciplinar. "

Conselho de PALHAÇOS da Liga

O Conselho de Palhaços da Liga resolveu punir o ex-treinador do FCPORTO com 10 dias de suspensão e uma multa de 3 mil euros.

Este conselho de palhaços da liga é o mesmo dos sumarissimos ao FCP e o mesmo que queria castigar o Deco com 4 jogos no celebre caso da bota...este conselho de palhaços da liga é o mesmo que tem visto um orgão superior de justiça ( Conselho de Justiça)anular todas as suas decisões. Aliás este conselho de palhaços da liga é conhecido pelos 3Bs...

Mas o mais impressionante é os fundamentos da acusação ao Mourinho. Anedota:

- IMAGENS DO SPORTING NÃO MOSTRARAM NADA...

- Ter sido considerado o depoimento do roupeiro leonino, Paulo Gama, como "merecedor de crédito" pois todos os factos que relatou foram confirmados. Excepto no que respeita ao rasgar da camisola - núcelo essencial - em que é contrariado pelo roupeiro do FC Porto, Fernando Brandão, cujo depoimento "não se afigura consistente" para a Comissão;

- A não negação dos factos por parte de José Mourinho também foi decisiva, nomeadamente quando o ex-técnico do FC Porto não negou, nem confirmou, as acusações feitas por Fernando Santos quando este o abordou para saber das razões pelas quais tinha rasgado a camisola e desejado que Rui Jorge morresse em campo.


E mais fontes da Liga dizem:

«Não é verdade que tenha ficado provado que José Mourinho tenha rasgado a camisola de Rui Jorge»

«que nenhumas das acusações levantadas pelo Sporting (camisola rasgada e desejo de que Rui Jorge morresse em campo) ficaram provadas e que a penalização (dez dias de suspensão e três mil euros) aplicada a José Mourinho é apenas pelas declarações proferidas pelo treinador no final do jogo.»


Quem quiser saber mais pormenores desta palhaçada vejo no Ojogo e na Abola...

segunda-feira, junho 14, 2004

O patriota Figo e a parábola de Deco

Em troca dos heróis escorbúticos que acharam o Brasil, recebemos, cinco
séculos depois, um rapaz vitaminado, um português tropical. Que afronta!
Deco é parábola contemporânea da mesquinhez nacional. O patriotismo postiço e parolo de Figo, de Rui Costa e de alguns craques do audiovisual, sobretudo destes, só prefigura a onda patrioteira da grandeza colonial perdida.

Como é uso no fanfarronismo nacional, gabamo-nos de ter arredondado a Terra e de termos um patrício em cada canto do Mundo. Tal como a defunta Filipa de Lencastre a parir portugueses de fora, gabamo-nos, por exemplo, do "português" Pires, campeão francês. Os gauleses é que não desdenham a Robert os glóbulos minhotos de Ponte de Lima! E todos os franceses, à execepção de Le Pen (!...), adoptam, orgulhosamente, os italianos Platini e Genghini, os caribenhos Trésor, Tigana e Thuram, os magrebinos Trezeguet e Zidane, os espanhóis Amoros e Fernandez...

Mas, afinal, Deco não é português de plenos direitos e deveres? E,afinal,
que mal há em adoptar um brasileiro? Quantos milhões de portugueses a quem Portugal não soube dar pão tiveram de procurar sustento lá fora? E alguma vez os brasileiros referendaram a naturalização de Carmen Miranda, uma estrela do Marco? E alguma vez fizeram o mesmo com o transmontano Roberto Leal? E não foi um "portuga", um tal D. Pedro, quem se naturalizou brasileiro sem dar cavaco ao serviço de estrangeiros e fronteiras dos indígenas, e logo para ser imperador?

Finalmente, pergunta-se: será que a Deco não lhe corre sangue português nas veias, herdado de um qualquer colono transmontano ou de um qualquer jesuíta menos pio? Será que não tem primos afastados em Alfama, na Madragoa ou na Ribeira? Faça-se-lhe um teste à genuinidade do plasma! Às tantas, ainda é parente afastado de qualquer colega da Selecção...

no JN

Fé no Porto

JOSÉ MANUEL RIBEIRO no Ojogo

O desvario surrealista de anteontem à tarde esclareceu em absoluto de que lado esteve a razão nestes meses de combate travado nos jornais em redor dos jogadores do FC Porto, mas, acima de tudo, mostrou quem fez jornalismo e quem fez assessoria de Imprensa; quem tinha argumentos legítimos para censurar as convocatórias ou métodos do seleccionador e quem combateu essas opiniões, sistematicamente, apenas por não gostar do FC Porto; quem fez críticas objectivas ao trabalho, desde sempre desconexo, de Scolari e quem as mitigou, em nome de um interesse "nacional" que, para além de contraditório, implicou e continua a implicar pôr o jornalismo de lado. O Portugal-Grécia não foi um incidente: foi o habitual desde o primeiro jogo do Mundial'98, descontado o período terapêutico de Agostinho Oliveira. Fora a incompetência particular do treinador, o resultado do exame é a mesma reverência de sempre por jogadores que, adulados pela assessoria de Imprensa, confundem a realidade com a colecção privada de adjectivos laudatórios. Consumada a catástrofe para lá de qualquer desculpa, Figo foi o melhor em campo e Rui Costa esteve tão bem como Deco, apesar de "infeliz" - essa análise podia ser lida ontem em mais de um jornal, embora, por esta altura, já algumas verdades devessem estar gravadas em granito: com o primeiro no relvado, Portugal não tem extremo-direito nem médio-centro, porque ele acha mais interessante estorvar um colega, à procura de espaço para ser patriota sozinho, do que cumprir funções pré-determinadas que o deixam na sombra; com o segundo, há dez jogadores em redor de um pivô etéreo, cujo imenso talento (menos para o trabalho) mantém em perpétuo "stand-by", quando o futebol já se joga em "fast-forward". A ausência de Ricardo Carvalho, muitas vezes glosada pela mais perspicaz Imprensa portuguesa - "quando é que começa a campanha por Ricardo Carvalho?", escreveu certa vez um accionista maioritário da razão - é tão inteligente que nem vale a pena comentar. Scolari tem seis campeões europeus. Neste ponto da história, resta ordenar-lhe que os use. De preferência, sem lhes dar instruções.

domingo, junho 13, 2004

Russia - Portugal

Na sequência do que tenho dito, quem vai agradecer ao Scolari por não ter ido à selecção é o Vitor Baía...

Quero aqui fazer um pedido ao sr. Cholari, para que não siga o que se ouve por aí, de que a equipa devia ser maioritariamente constituida pelos Campeões Europeus,Ricardo Carvalho a titular e que Deco devia jogar a titular, bla,bla, bla...nada disso, sr. Cholari...peço-lhe que não meta nenhum jogador do FCPORTO , pois precisam de descansar e a epoca está aí e começa com grandes títulos em disputa...Muito agradecido!!!


Sistema ao Quadrado

- Por equívoco, o Estádio do Dragão deu sorte à Grécia. Mas foi um erro mais do que compreensível.

- Os gregos vestem de azul, usaram o balneário da casa, sentaram-se no banco do FCPORTO...

- ...e Rui Rio estava na bancada a torcer pelo adversário.

Nunca mais é a sério...

Mais um jogo de preparação, mais uma derrota...quando for a sério é que vai ser...afinal temos o treinador Campeão do Mundo...caso não o fosse já tinha sido despedido há muito tempo...quando for jogos a sério ele vai mostrar todo o seu valor...acho que já são jogos de preparação excessivos!!!

P.S: Não fiquei nem um bocadinho triste...afinal é disto que o Cholari nos têm oferecido...AH...Grande Seitaridis!!!

sábado, junho 12, 2004

O meu palpite

Para o jogo de logo, peguei num jogo de computador, simulador de futebol Euro2004 e testei quais seriam os resultados do grupo de Portugal. Coloquei o computador a jogar entre si, ou seja, não tive qualquer interferência e os resultados foram os seguintes:

Portugal empata com a Grécia...

Portugal perde com a Rússia...

Portugal empata com a Espanha...


Quanto ao meu real palpite, eu aposto no 3-0 a favor de Portugal!!!Prontos, como não vou ver em directo, já programei o meu videogravador e toca a ir fazer uma prainha...que sol lindo...

BIBA A SELECÇÃO

Se por acaso encontrarem esta selecção no Euro2004, chamem-me...


VITOR BAÍA

PAULO FERREIRA-RICARDO CARVALHO-JORGE ANDRADE-NUNO VALENTE

PEDRO MENDES-COSTINHA-MANICHE

CRISTIANO RONALDO-DECO-BOA MORTE

Substituições:

Sai Boa Morte...entra Simão Queiroz do Vale
Sai Cristiano Ronaldo...entra Pauleta
Sai Deco...entra Rui Costa, Figo, Tiago,Petit,Beto,Rui Jorge, Helder Postiga,Nuno menina Gomes, acho que já chega para substituir o Deco...




Seitaridis já é nosso

Mais um motivo para estarmos atentos ao Portugal - Grécia...


BILHETE DE IDENTIDADE

Nome: Giourkas Seitaridis
Data de nascimento: 04.06.1981 (23 anos)
Nacionalidade: Grega
Altura: 1,85 m
Peso: 79 kg
Posição: defesa-direito
Clube anterior: Panathinaikos



José Mourinho sobre a Selecção

Porque razão não teve início uma semana antes?
O tempo, para além de imparável, desloca-se a velocidade impressionante. Ainda «ontem» explodiamos de alegria com a «conquista» da organização da fase final do Campeonato da Europa, tremiamos com a responsabilidade, e, hoje, assim de repente, «Ele» aí está diante de nós, com o Mundo a olhar e a analisar, preparado para o elogio ou para a crítica feroz , e todo o Portugal na tremenda expectativa do que nele iremos fazer.

Todavia, para mim, o EURO 2004 que temos obrigatoriamente de ganhar é fundamentalmente um: o do futebol como fenómeno sócio-cultural, esmagador e fascinante.


PRESTIGIAR PORTUGAL - A VITÓRIA OBRIGATÓRIA

A organização, a simpatia, a educação, a solidariedade, o orgulho pela História e pela Cultura, a abertura, a interacção e comunicação são, apenas, alguns dos aspectos que marcarão o prestígio do nosso País e dos Portugueses.

Esta é a vitória obrigatória. Aquela pela qual TODOS nos deveremos sentir pressionados e motivados. Esta é a crença e a convicção de um português que, por acaso, é profissional de futebol. A nossa preocupação deve ser a da vitória sócio-cultural e deixemos nas mãos dos jogadores e técnicos da Selecção a responsabilidade da secundária missão - a da vitória desportiva.

Confesso que, por ter estado terrivelmente absorvido pelo meu novo desafio profissional e também pelas curtas férias familiares, estou como que um pouco «distante». No entanto, parece-me quase óbvio que a maioria das selecções participantes nesta fase final do Euro 2004 tem no treino analítico o epicentro da sua preparação.

Sou, como certamente sabem os leitores mais atentos, um defensor de uma perspectiva totalmente antagónica do treino, com a integração de todos os factores, alicerçados na organização e preparação táctica.

Creio que, na sequência de lamentos quase cíclicos pela dificuldade de, ao longo da época, se ter a trabalhar em conjunto jogadores de diferentes clubes, e até de clubes de países distintos, seria lógico que estas semanas preparatórias incidissem na organização táctica, pensando, pensando colectivamente, estruturando, automatizando, elevando a performance colectiva.

Resumindo - fazendo com que o todo passasse a ser superior à soma das partes. Ou, de uma forma mais explícita, fazendo com que grupos de grandes jogadores pensassem e reagissem em simultâneo a cada variante do jogo, como uma equipa.

Aos meus jogadores digo, centenas de vezes, que o mais difícil em futebol é jogar e pensar como uma equipa!

Adoraria estar equivocado, mas não espero um «Europeu» de elevado nível qualitativo. Arriscaria mesmo dizer que as melhorias relativamente aos jogos de qualificação e/ou de preparação não serão significativas e dever-se-ão essencialmente ao aumento da pressão envolvente, a qual, nos jogadores de «top», provoca um aumento da motivação e da concentração, factores determinantes na «perfomance».

A minha questão, como consequência do tipo de filosofia subjacente ao treino de quase todas as selecções, é por conseguinte saber se se justifica tanto tempo de período preparatório, com consequências negativas para os Clubes que iniciarão as suas pré-épocas com os seus jogadores principais em férias.

Se o objectivo principal não é o da melhoria da organização de jogo das equipas, o que se reflectiria no aumento da qualidade de jogo, porque razão não teve início a competição uma semana antes?

Para terminar - e deixo esta para aqueles mais supersticiosos ou mais crentes na força do «Destino»: no Estádio do Dragão ganha sempre a equipa da «casa».

Força Portugal!


JOSÉ MOURINHO

sexta-feira, junho 11, 2004

O Filho da Puta escolhe mesmo a altura...

Este FDP que falou em espanhol quando foi considerado o melhor do mundo...este FDP que disse que não vinha à selecção para perder prestigio...este chulo que vive à custa da selecção para fazer os mais extraordinários negócios publicitários... este FDP a um dia do Euro2004 diz isto:


Figo voltou a falar da naturalização de Deco. O jogador do Real Madrid nunca escondeu o seu desagrado pela opção de utilização do brasileiro na Selecção portuguesa e agora, quando falta um dia para o início do Euro, o assunto voltou a ser abordado. Aconteceu numa entrevista ao jornal espanhol de referência «El País», publicada na passada quarta-feira.

As frases não são novas, mas surgem num timing que não será o ideal tendo em vista a tão falada união nacional. «Logicamente não estou a favor que joguem na selecção os jogadores nacionalizados, mas isso não quer dizer que tenha algo contra Deco. Nunca houve nada entre nós», referiu, explicando as razões da sua discórdia:«Porque,primeiro, mata um pouco a formação. Eu cumpri todos os patamares e sei o que me custou chegar à selecção absoluta. Eu vivo a minha selecção como nunca. Não significa que ele não a
viva, mas é diferente. Eu nunca me nacionalizaria para jogar em outra selecção. Creio que as pessoas não ficariam contentes em Espanha se eu me nacionalizasse espanhol e jogasse pela selecção espanhola».

Figo é taxativo: «São opções que desvirtuam o espírito de uma selecção e não estou de acordo.Se nasces chinês, pois, tens de jogar pela China.Não te vais naturalizar português para seres um chinês no meio dos portugueses. Não tenho nada contra os que o fazem. Mas é superficial. Parece que vais beneficiar de algo. Não vou mudar de opinião por ele estar agora na seleçcão. Creio que se abriu um precedente. Daqui a uns anos
podem mudar as pessoas e em vez de haver um vai haver dez nacionalizados. Aí, as pessoas vão ver se eles sentem ou não da mesma forma a selecção».

É um escândalo

É um escandalo...Petit foi titular em quase todos os jogos de preparação, mas agora vê o seu lugar ser ocupado pelo Maniche que esteve meses sem ser convocado...um escândalo...é a mesma situação do Baía-Ricardo no último mundial...mais um motivo para detestar este treinador!!!eheheh

Até Paulo Catarro...

Paulo Catarro, lampião jornalista da RTP:

" Discordo do facto de não ter convocado Vitor Baía. Não me move qualquer sentimento pessoal ou profissional contra Ricardo, Quim ou Moreira, mas simplesmente porque entendo que Baía é, de facto, e neste momento o melhor guarda-redes português. E isso é o mais importante para a selecção nacional."

Casillas desgostoso com ausência de Baía




Desgostosos como Casillas estão muitos portugueses nomeadamente portistas...Não é por Vitor Baía ser portista, mas porque ninguém compreende esta ausência...Há quem diga que foi riscado da lista pela Federação, mas se é assim como é que aparece nos pré-seleccionados para os Jogos Olímpicos? Espero que esta pré-convocatória não seja para equilibrar as possiveis ausencias de Moreira nos jogos da pré-eliminatória da LC, que Vitor Baía levaria por tabela e falharia a Supertaça Europeia...enfim, ficam as palavras de um espanhol, para quem Vitor Baía no Barcelona era uma referência( engraçado como os alguns portugueses dizem mal do Baía no Barcelona, mas grande maioria dos espanhois e não só o elogia...muito engraçado).

- "O Vítor Baía é um guarda-redes que nos últimos anos tem sido uma referência para os mais jovens. Quando estava no Barcelona, tinha-o como uma referência e procurava imitá-lo".

- De tal forma, que a ausência do jogador português do Euro'2004 é "uma surpresa". "Para mim e para quem gosta de futebol é uma pena que não esteja".

-

quinta-feira, junho 10, 2004

Trio de Frangueiros completo

Hoje o trio de Frangueiros da selecção fica completo com a chegada do supra-sumo Moreira, que vêm cheio de moral depois de no campeonato europeu sub-21 ter encaixado 11 golos...como eles não há igual!!!

quarta-feira, junho 09, 2004

Andavam todos enganados

E logo vi que andava tudo enganado ao apoiarem a equipa de Cholari...nós somos espanhois, carago!!!


SkySports escreve que D. Afonso Henriques foi o primeiro rei de... Espanha

A SkySports colocou na Internet um guia dos recintos onde se vão efectuar os jogos do Euro’2004 e, referindo-se ao Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães, escreve o seguinte: "Designado com o nome do primeiro rei de Espanha, o estádio foi completamente remodelado para o Campeonato Europeu".

Magnífica exibição de Cholari

Gostei muito da conferência de imprensa ontem do irritadissimo Cholari, gostei principalmente daquela parte: "aaooooo... Porrrrr...to".

O Porto ainda lhe está atravessado na garganta...eheheh

terça-feira, junho 08, 2004

Miguel Sousa Tavares: INVEJA DOS MEDÍOCRES

Saída pela porta grande...dos fundos.

Há uma imagem que me ficou marcada, no rescaldo de Gelsenkirchen: o avião que trazia a equipa do FCPORTO, e com ela a taça acabada de conquistar e que a Europa inteira cobiça, tinha aterrado havia pouco em Pedras Rubras, eram umas seis da manhã. depois de na própria pista terem recebido a homenagem dos funcionários do aeroporto, os jogadores esperavam no átrio, no meio da restante comitiva, o momento de saírem lá para fora e tomarem lugar no autocarro que iria demorar ainda uma duas horas a chegar ao Estádio do Dragão, onde uma multidão os esperava desde as 10 da noite. Foi então que apareceu josé Mourinho, acompanhado pela mulher e pelas filhas, com quem tinha viajado na fila da frente do avião, alheio a tudo o que se passava atrás de si. dirigiu-se a uns funcionários do aeroporto com quem falou durante breves instantes e rapidamente desapareceu para nunca mais ser visto no Porto: no rádio do carro que me conduziu de volta a casa ouvi que teria partido directamente para Setúbal ou para Lisboa - até hoje ainda não sei. E dei comigo a pensar que, afinal, Mourinho não tinha saído nem pela porta grande - que merecia - nem pela porta pequena, que seria impensável. Saiu, sim, pela porta dos fundos: a grande , sem dúvida, mas não a da frente.

No Record dessa mesma manhã seguinte à noite de glória, ainda o povo estava na rua a festejar e já o editorialista Bernardo Ribeiro concluía: " ...este treinador afrontou o sistema e tudo vai fazer para denegrir a sua pasagem pelas Antas. Será sistematicamente esquecido e maltratado. A Culpa será...do Pinto da Costa" . Confesso que nunca tinha lido nenhum texto deste Bernardo Ribeiro mas seria quase capaz de apostar que no passado, quando Mourinho e Pinto da Costa eram a imagem inabalável do FCPORTO intratável a nivel doméstico, ele não fazia distinção e seguramente não era tão elogioso para com Mourinho. Pois é, onde estão agora os que ainda há pouco tanto o criticavam, lhe chamavam arrogante e insuportável, os que comeram se, pestanejar o barrete da camisola do Rui Jorge, pretensamente rasgada por Mourinho - conforme demonstravam as provas que o Sporting tinha em seu poder e que jamais vimos nem veremos? Agora, que José Mourinho já não é treinador do FCPORTO, é só elogios e até a sua imediata transformação em vítima do sistema e de PC...

Mas está enganado o homem do REcord: os portistas não esquecem nem se preparam para maltratar Mourinho. A+enas não estão dispostos a alienar a sua dignidade, mesmo perante aqueles a quem mais devem e mais gratos estão. Afinal , o o mesmo fez o Benfica com o mesmo José Mourinho, quatro anos atrás...E eu, que então aqui elogiei a atitude da direcção do Benfica, escrevendo todavia, que Mourinho era o mais promissor treinador do futebol português, hoje escrevo exactamente o mesmo.

José Mourinho foi o melhor treinador que alguma vez passou pelo FCPORTO, desde que me lembro. O melhor na preparação táctica dos jogadores - onde o seu trabalho chega a ser obcecante - , o melhor na leitura estratégica do jogo, o melhor na liderança dos jogadores, o mais inteligente, o mais culto, o mais profissional, o que melhor tira partido da imprensa e das intervenções públicas. Os seus segredos guardou-os sempre em treinos à porta fechada e em relatórios sobre os adversários e entregues aos jogadores - um dos quais, exactamente o relativo ao Mónaco, tive a honra de receber como oferta sua, antes do grande jogo da final. Mas quem quer que tenha entrevisto um desses treinos, lido um desses relatórios ou o tenho ouvido dissertar para auditórios restritos sobre a forma de liderar uma equipa não pode senão constatar como o seu trabalho está a anos-luz de qualquer outro treinador português, incluindo tantos que se tomam por estrelas ascendentes e se pôem em bicos de pés a dizer que " já merecem um grande".

José Mourinho vai marcar para sempre uma época, não apenas no FCPORTO mas no futebol português. Nada mais será como dantes depois dele: muitos tentarão imitá-lo, muitos tentarão humildemente aprender a sua lição, mas nenhum jamais o igualará. É um dos raros casos em que a ambição caminha a par com o talento e em que o talento caminha a par com a capacidade de trabalho e de entrega. Dizer que os portistas iriam agora dedicar-se a esquecer Mourinho é de uma estupidez sem limites. Se alguma coisa este clube t~em é memória.

E tem também gratidão: ninguém, entre toda a nação azul e branca, iria ou irá jamais "maltratar" José Mourinho. Daqui a 20 anos ainda falaremos com saudade e com uma infinita gratidão. Era isso e apenas isso que queríamos ter mostrado a José Mourinho depois do apito final de Kim Nielsen em Gelsenkirchen: a nossa gratidão. Já sabiamos que ele se ía embora e, embora tristes, todos o aceitávamos como facto inevitável - não apenas pelo lado financeiro, o que seria pouco para alguem como ele, mas também pelos novos desafios desportivos que constituem a adrenalina que o faz ser o vencedor que é. Já sabíamos isso e estávamos conformados. Mas queríamos mostrar-lhe que estávamos gratos e queríamos também - e parece-me que não era de mais - que tivesse ido ali, junto de milhares de emigrantes vindos de todo o centro da Europa e dos milhares de adeptos vindos de Portugal e que tinham passado dois anos a seguir por todo o lado o FCPORTO de Mourinho, de Sevilha a Genselkirchen, agradecer-nos igualmente a parte que nos cabia, aos adeptos e ao clube, nos seus e nossos êxitos. Era só isso: que tivesse ali, junto à bancada sul, fazer-nos um gesto de agradecimento, de alegria, de saudação, de adeus, que fosse. Já sei que encontrou a família de repente e decidiu-se por ficar junto a ela. Mas a família iria tê-la logo a seguir, junto à cabina, no avião, em casa. A família portista, essa, era a última oportunidade para a ver e para se despedir. José Mourinho optou por não o fazer e, assim fazendo, optou por sair de cena pela porta dos fundos.

Lamento infinitamente escrever isto mas dicaria de mal com a minha consciência se o não fizesse. Tenho profunda admiração por José Mourinho, não principalmente por ele ter triunfado mas por ter a ousado enfrentar o verdadeiro sistema português, que é o da inveja dos medíocres. Não esqueço nem nunca serei ingrato. Devo-lhe algumas das maiores alegrias que o futebol jamais me deu. Mas, apesar de tudo e ao contrário do que ele talvez imagine, sei e tenho plena consciência de que o que conseguiu não o conseguiu sozinho e não o conseguiria em nenhum outro clube português.

O FCPORTO já era um grande clube do mundo antes de Mourinho e vai continuar a sê-lo depois dele. Ao contrário do que disse Luís Duque, o Sporting não poderia estar agora no lugar do FCPORTO se tem contratado José Mourinho, depois de ele sair do Benfica.

Porque não há comparação alguma entre a competência de Pinto da Costa e o snobismo serôdio de Dias da Cunha.

Porque não há comparação alguma entre entre o profissionalismo da organização do FCPORTO e o voluntarismo da organização sportinguista.

Porque não há comparação alguma entre o espírito de conquista e toda a nação azul e branca, e que na equipa se transmite de geração em geração, venha quem vier, e a atitude de eterna lamechice e desculpas esfarrapadas para os fracassos, do Sporting.

Há anos que o escrevo mas - felizmente! - em vão: os adversários internos do FCPORTO deveriam estudar e tentar comprender as razões para os seus êxitos, em vez de se ficarem pela atitude de maus perdedores e de tentarem sempre justificá-los com razões obscuras.

Quando acordarem o FCPORTO será não apenas o maior clube português em termos de títulos internacionais, que já o é, mas também em termos de adeptos espalhados por esse mundo fora. Que nunca acordem!

Ora, ninguém percebeu isso melhor que o próprio José Mourinho. Ninguém como ele percebeu melhor a célebre verdade que todos os treinadores que passaram pelos outros e depois pelo FCPORTO unanimemente referiram: que um título ganho no Porto custa e vale infinitamente mais que um título conquistado em Lisboa. Aos que agora o elogiam e dantes execravam e agora já o vêem como vítima, esquecida e maltratada pelo sistema PC, convém recordar que a primeira vez que José Mourinho disse publicamente que queria ir para fora e libertar-se do sistema do futebol português foi na célebre noite após o jogo de Alvalade deste ano...

E é só por isto que tínhamos direito a esperar que Mourinho tivesse festejado connosco, que tivesse feito parte da alegria que era de todos. Porque os treinadores e os jogadores vão e vêm e nós, adeptos, ficamos sempre. E, por mais insubstítuiveis que eles nos pareçam, a verdade é que continuamos sempre. No limite, basta que haja onze adeptos e podemos fundar um clube, constituir uma equipa sem treinador e jogar. Mas um treinador não sobrevive sem um clube e não há clubes sem adeptos. Por mais brilhantes que sejam os jogadores e o treinador , somos nós, os adeptos, o sal do futebol.