sexta-feira, junho 30, 2006

É ASSIM MESMO, JÚLIO !!!



Na revista do JN:

Amante de futebol, recusou uma viagem à Alemanha, para assistir a um jogo da selecção no Mundial e não esconde a razão:
" NÃO SOU ADEPTO DESTA SELECÇÃO E NÃO SOU ADEPTO DO SCOLARI "

BOAS FÉRIAS, LUCHO!!!

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MOVIMENTAÇÕES

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PLANTEL PRINCIPAL

Helton (GR)
Paulo Ribeiro (GR)
Vítor Baía (GR)
Sonkaya (DLD)
Ricardo Costa (DC)
Pedro Emanuel (DC)
Bruno Alves (DC)
Pepe (DC)
Marek Cech (DLE)
Ibson (MD)
Raul Meireles (MD)
Paulo Assunção (MD)
Quaresma (MAD)
Bosingwa (MAD)
Alan (MAD)
Lucho González (MO)
Diego (MO) - Tranferido para o W.BREMEN - 6 MILHÕES DE EUROS
Anderson (MO)
César Peixoto (MAE) - DISPENSADO, com mais um ano de contrato.
McCarthy (A)
Lisandro Lopez (A)
Jorginho (A)
Sokota (A)
Ivanildo (A) - Emprestado à U.LEIRIA
Adriano (A)
Bruno Moraes (A)
Hugo Almeida (A)
Hélder Barbosa (A) - Emprestado à ACADÉMICA, por duas épocas.


CONTRATADOS

Diogo Valente - Ex-BOAVISTA
João Paulo - Ex-LEIRIA
Ezequias - Ex-ACADÉMICA (Corinthians Alagoano)


EMPRESTADOS

Marcos António - Emprestado ao U.LEIRIA por duas épocas terminando contrato.
Paulo Machado - Emprestado ao U.LEIRIA
Bruno Vale - Emprestado ao U.LEIRIA
Maciel - Emprestado ao BRAGA
Areias - Emprestado ao STANDARD LIÉGE
Léo Lima - Emprestado ao SANTOS até Junho 2006. Gremio de Porto Alegre detêm 50% dos direitos desportivos.
Claudio Pitbull - Emprestado ao FLUMINENSE até Dezembro 2006
Leandro - Emprestado ao CRUZEIRO por duas épocas.
Leandro do Bonfim - Emprestado ao CRUZEIRO até Dezembro 2006.
Helder Postiga - ?
Vieirinha - Vai fazer PRÉ-EPOCA


EX-EQUIPA B

Nuno André (D) - Emprestado ao STANDARD DE LIEGE
Fábio Espinho (M) - Transferido para o ESPINHO
Pedro Ribeiro (D) - Tranferido para o GIL VICENTE
Vítor Alves (D) - Transferido para o CÓRDOBA ( Espanha)
Sérgio Organista (M) - Transferido para o PONTEVEDRA (Espanha)



Última hora

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Uma tromba de água abateu-se sobre a Alemanha. Parece que afinal conseguiram salvar o Scolari...

quinta-feira, junho 29, 2006

Olha o Ezequias!!!

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É brasileiro, jogava na Académica e reúne a característica preferida de Adriaanse: a polivalência. Habitualmente usado no centro ou do lado esquerdo da defesa, também aparece com regularidade em funções de meio-campo. Vai assinar por quatro anos.


Central adaptado à esquerda
Foi Nelo Vingada quem descobriu Ezequias no Corinthians Alagoano, um clube que tem exportado alguns talentos desconhecidos para o futebol nacional, e de cujos méritos Deco passa por ser o maior embaixador. Foi também o actual treinador da Académica a encontrar neste central as características ideais para o transformar num lateral esquerdo moderno. É nessa posição que tem jogado com maior frequência, mas também foi utilizado no eixo defensivo e até como médio com vocação mais ofensiva, como aconteceu na recepção ao FC Porto da última temporada.

"Nunca fui lateral, era central, só quando cheguei ao Marítimo é que o professor Nelo Vingada me colocou lá. Acostumei-me à posição, adaptei-me cada vez melhor e agora pretendo ficar ali o resto da minha carreira. Subo muito, mas sempre com a preocupação de defender bem, essa é a prioridade".
Foi desta forma que o brasileiro se definiu numa entrevista a'O JOGO quando se apresentou ao serviço em Coimbra. Alto, tem 1,80 metros, o novo reforço do FC Porto já leva 102 jogos na Liga portuguesa, mas ainda não conseguiu fazer o gosto ao pé. Na época passada, participou em 26 jogos pela Briosa (21 como titular), efectuou 33 cruzamentos e apontou 13 cantos, confirmando ser dono de um bom cruzamento, característica que agrada a Co Adriaanse. Curiosamente, sofreu mais faltas do que as que cometeu (viu apenas um cartão vermelho e cinco amarelos) e conseguiu em média recuperar mais de três bolas por jogo.


Adaptação não é problema

Ezequias chegou a Portugal em 2001/02, numa altura em que tinha apenas vinte anos. No Marítimo fez alguns jogos na equipa B, sobretudo na fase inicial, quando ainda se estava a adaptar à nova realidade. Aos poucos foi ganhando protagonismo na equipa então orientada por Nelo Vingada. Ao fim de três épocas na Madeira, mudou-se para Barcelos, onde fez 16 jogos. Cinco anos em Portugal dão-lhe a experiência necessária para não estranhar a mudança para o FC Porto. Pelo menos não vai precisar de um período de adaptação ao nosso futebol.


Bilhete de Identidade

EZEQUIAS Roosevelt Tavares Melo

Data de Nascimento: 1981-01-28 (25 anos)
Naturalidade: Jundiá, Alagoas, Brasil
Defesa
180 cm
69 kg
Clubes por onde passou: Corinthians Alagoano, Marítimo, Gil Vicente e Académica


ÉPOCA CLUBE JOGOS
2001/02 Marítimo 16
2002/03 Marítimo 23
2003/04 Marítimo 21
2004/05 Gil Vicente 16
2005/06 Académica 26

in Ojogo

quarta-feira, junho 28, 2006

Serial Killer é LAMPIÃO

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Só podia ser...o FDP do Serial Killer, o tal cidadão exemplar, o tal fervoroso católico, sempre a rezar a Nª Srª de Fátima( aqui faz-me lembrar um brasileiro que conheço:-)))), que andou por aí a matar pessoas inocentes e indefesas é DIRIGENTE DA CASA DO BENFICA. O traficante Vieira e o jagunço Veiga, podem condecorá-lo e contratá-lo para as compras mais difíceis. O primo do Veiga e seus muchachos jagunços ao pé deste são meninos de coro...


P.S: Como não tenho tempo nem paciência para aturar a cambada de apalermados que por aqui pululam nos comentários, escrevendo com vários nicks mas sendo a mesma pessoa só com insultos, como não tenho pachorra para os aturar, acabo com os comentários. Vão comentar para o C*=)(/&!!!

Felipão

Da crónica do JMR no OJogo:



PALAVRAS DOS OUTROS

Vibrar com o especáculo

Fernando Calazans, colunista do diário brasileiro "O Globo: "Mais violento do que Portugal e Holanda, que não fizeram tantas faltas assim, é muito difícil em Copas do Mundo. Não fizeram faltas, mas baixaram o sarrafo com inusitada selvageria, machucando uns aos outros sem dó nem piedade, enquanto Felipão vibrava com o espectáculo, se é que se pode chamar assim, e era enaltecido justamente por aquele incitamento".

terça-feira, junho 27, 2006

MIGUEL SOUSA TAVARES - EXCLUSIVO

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Primeiro balanço

Do ponto de vista futebolístico, não tem sido um grande Mundial: teve aí uns três ou quatro jogos verdadeiramente bons, o que é demasiado pouco num total de 54! Os treinadores da contenção e dos resultados acima de tudo estão a impor a sua lei, bem resumida na frase de Carlos Alberto Parreira:«Espectáculo é ganhar.»

Com mais de meio Mundial já decorrido e quando já só faltam dez da maratona de 64 jogos, já se pode proceder a um primeiro balanço do Alemanha-2006, agora que se entrou na fase verdadeiramente decisiva.

1- No que respeita a Portugal, cumprida a primeira meta obrigatória dos oitavos-de-final, deu-se um primeiro passo mais além, com a sofrida e justa vitória contra a Holanda, após um daqueles jogos de arrasar nervos que ficam para a memória. Foi uma vitória do talento e da capacidade de resistência sobre a força, demonstrando que, tal como aqui escrevi no dia do jogo, Portugal tinha melhor equipa e, sobretudo, jogadores capazes de desequilibrar, frente a uma Holanda com um futebol totalmente previsível e repetitivo, absolutamente falho de inspiração e surpresa. Começando no primeiro minuto do jogo, os holandeses fartaram-se de tentar rematar à baliza portuguesa sem que jamais dessem mostras de serem capazes de congeminar uma jogada como a que deu o golo a Portugal. Felizmente, por mais voltas tácticas e estratégicas que se dê ao jogo, o talento individual ainda continua a ser o principal factor de diferença! E, para mais, excepção feita a Van Persie, o outro único talento holandês, Van Nistelrooy, passou o jogo inteiro sentado no banco, trocado por um total ineficaz chamado Kuyt, devido a uma birra de Van Basten.

2- Como comentou o presidente da FIFA, o Portugal-Holanda foi também um jogo, não direi estragado, mas dramatizado inutilmente pelo árbitro russo. Mas o que Blatter não disse é que decisões tão drásticas e absurdas como o segundo cartão e consequente expulsão de Deco, por reter a bola uns segundos na marcação de um livre contra Portugal, resultam directamente das instruções da FIFA. O mesmo se veria no dia seguinte, no Itália-Austrália, onde o rigor do árbitro conduziu ainda à expulsão prematura e sem justificação de Gattuso (depois, e para que o serviço ficasse completo, compensada com openalty decisivo oferecido à Itália nos últimos segundos). O excesso de rigor com que Ivanov começou a puxar dos cartões,logo no primeiro minuto do Portugal-Holanda, teve como inevitável consequência o descontrolo do jogo, marcado por vinte cartões amarelos e quatro vermelhos, conseguindo-se exactamente o efeito oposto ao pretendido com tanto zelo disciplinar: criar um clima de quase confronto geral dentro do campo. A imagem emblemática de Deco e Van Bronckhorst, companheiros no Barcelona e ambos expulsos no domingo, sentados nos degraus do túnel para as cabinas, comentando em amena conversa os desvarios do árbitro, é ilustrativa da falta de senso deste fun-damentalismo disciplinar.
Há oito e oitenta. Uma coisa é reprimir o antijogo faltoso, como o que afastou do jogo Cristiano Ronaldo, outra é meter tudo no mesmo saco, desde inofensivas mãos na bola a meio-campo até verdadeiras entradas violentas por trás. O excesso de rigor adoptado doutrinariamente como imagem de marca das arbitragens deste Mundial, não apenas estraga certos jogos, desequilibrando artificialmente as forças em presença, como ameaça privar o campeonato de alguns dos seus melhores jogadores.

3- Do ponto de vista futebolístico, não tem sido um grande Mundial: até à data, teve aí uns três ou quatro jogos verdadeiramente bons, o que é demasiado pouco num total de 54! Os treinadores da contenção e dos resultados acima de tudo estão a impor a sua lei, bem ilustrada no exemplo da selecção da Suiça, eliminada nos oitavos-de-final, depois de disputar quatro jogos em que não sofreu um único golo, uma situação verdadeiramente absurda. E bem ilustrada na frase de Carlos Alberto Parreira: «espectáculo é ganhar!». Com o devido respeito, não estou de acordo. Não entendo que vantagens pode haver para o futebol em ver um Brasil a jogar a passo, uma Argentina que deixa no banco Te vez, Aimar e esse prodígio que é Lionel Messi, e joga contra o México um jogo em que o objectivo único era não perder, num espectáculo tão soporífero que eu acabei mesmo por adormecer e perder o golo decisivo de Maximiano Rodriguez. A França tem sido a chatice profunda que se vê; a Itália — com uma passadeira estendida pelo sorteio até às meias-finais — está cada vez mais igual a si própria,isto é, jogando um futebol tão cínico que chega a ser irritante. A Inglaterra, alterna dois tipos de jogo: ou sem ideia alguma ou com uma ideia fixa, que é atirar bolas por alto para os dois metros de Crouch: espero bem que aprenda com Portugal a mesma lição que a Holanda de Van Basten. E até a Espanha que, tal como a Argentina, começou o campeonato em grande estilo, já tratou de abrandar o ritmo, não fossem os seus fãs ficarem mal habituados. Com tantas cautelas, tanta disciplina táctica e tanta administração científica dos resultados, não admira que os oitavos-de-final sejam sempre equilibrados, que os golos sejam poucos e que, no final, a Alemanha ainda venha a fazer a festa em casa.

4- Com os grandes do mundo a nivelarem as suas ambições e riscos pelo nível dos pequenos, é difícil perceber se foram estes que cresceram ou se foram aqueles que se autolimitaram. Parece não haver dúvidas que as melhores surpresas vieram do Extremo Oriente, com o Japão de Zico, a Coreia do Sul criada por Gus Hiddink para o Mundial de 2002, e a Austrália inventada pelo mesmo Guus Hiddink para este Mundial e que ontem caiu injustamente, e graças a um penalty fantasma, às mãos da Itália. Pela África, o Gana tem sido á excepção à desilusão geral, constituindo não uma surpresa, mas uma confirmação (há dez anos, tinha a melhor equipa de Sub-20 que eu jamais vi jogar)... e... e, ainda falta ver o que faz contra o Brasil. Pelas Américas, e para além dos dois crónicos gigantes, o Equador foi a surpresa e o México foi até onde seria razoável esperar. Ambas as selecções, porém, muito longe de fazer esquecer outras selecções latino-americanas de outros tempos e agora ausentes, como o Uruguai, o Chile, o Peru ou a Colômbia.

Finalmente, e ainda antes de saber os resultados dos dois últimos jogos dos oitavos-de-final, que terão lugar hoje, pode-se constatar que todos os principais favoritos estão ainda em prova: Brasil, Argentina, Alemanha, Itália, Inglaterra, França, Espanha. Portugal e a Ucrânia são, para já, os únicos intrometidos. O outro facto a merecer meditação é que há seis selecções europeias entre as oito que disputarão os quartos-de-final. E as quatro que caíram nos oitavos-de-final caíram todas às mãos de outras selecções Europeias. Se algum dos europeus chegar à final de Berlim e a ganhar, este terá sido para a história o Mundial da Europa.

(Digitalizado da edição em papel da Abola)

Desaprender no Mundial

José Manuel Ribeiro no Ojogo:


Alguém mais reparou que os novos tempos constatados por Figo há coisa de duas semanas têm grandes parecenças com os antigos ou a Imprensa estava toda demasiado entretida a saltar nos camarotes?

Alguém deu conta de que a selecção portuguesa voltou a fazer o habitual?

E nós também? Estou a olhar agora - quer dizer, agora ontem às 19h27 - para o Abel Xavier na Sport-TV e a reparar que o cabelo lhe embranqueceu, mas embranqueceu por causa do efeito Clorane, não foi a mortificação por aquele penálti que provocou o estoiro da boiada nas meias-finais do Euro'2000. Ninguém chegou a dizer-lhe "rapaz, tem juízo, admite que puseste a mãozita à frente da bola e que empurraste os colegas, à falsa fé, para cima dos árbitros por seres incapaz de assumir que meteste água". Quando escrevo ninguém, quero dizer mais do que meia dezena de pessoas. A esfrega ficou para a vez seguinte, porque a gente, mesmo a gente que não tinha dúvidas a respeito do penálti, sentiu pena daquele pessoal que tinha jogado com tanta pinta. Mas a vez seguinte, bem na vez seguinte era complicado, porque em 2002 havia prioridades e o rescaldo da falta estúpida de João Pinto, seguida de um candidato a soco no árbitro Angel Sanchez, calhou no dia em que o seleccionador já tinha consulta marcada. Até por imposição hierárquica, havia que o atender primeiro. Ainda assim, lembro-me dos debates em que se discutiu o perfil do sucessor de Oliveira e era unânime: alguém que travasse a progressão desta má imagem.

Nesse parêntesis, o recorde de cartões em campeonatos do Mundo, mais a cabeçada de Figo que ontem andou nos jornais de todo o planeta, são mesmo o que o doutor receitou. Por isso, prossiga a histeria. Continuemos a berrar contra o árbitro e a ilibar os jogadores, ainda que tenham metido novamente a mão a uma bola desnecessária, quase infantil (Costinha), limpado o nariz de um adversário com a testa impunemente (Figo) e vingado com os pitons - para vermelho directo - uma falta de fair-play dos holandeses (Deco). Pode ser que as pessoas acreditem que a culpa foi toda de Ivanov. Até à próxima, pelo menos.


Lá fora

"É verdade que, no segundo tempo, o jogo quase vira uma batalha campal e a cabeçada que Figo deu num holandês não tem justificativa em nenhuma hipótese, no máximo explicação (...) Devia saber o que estava fazendo, macaco velho que é nos campos europeus"


João Ubaldo Ribeiro, escritor brasileiro, no jornal "O Globo"

PALHAÇO

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Não é preciso dizer mais nada...

domingo, junho 25, 2006

MERECERAM


Tiveram muita sorte, mas a Holanda que eu ainda não tinha visto foi uma valente porcaria...

Não me desiludam...



Como já disse, não sei o real e actual valor da Holanda pois ainda não a vi jogar, mas o futebol das selecções holandesas sempre me cativaram, por isso esperemos que hoje estejam em forma e eliminem a selecção do esterco scolari.

E para não faltar apoio aqui está o CD dedicado à Holanda:


25 Holland 2006 Wereldkampioen hits:

Dj Cool Vs De Srv Manner - Oranje Wk Champion Style 2006
02 Dj Cool - You Never Walk Alone 2006
03 Dj Ostkurve Vs Soccer Dj - Ole Ole Ole (The Name Of The Game)
04 The No Lose Brothers - We Komen Eraan
05 Ali B Featuring André Hazes - Wij Houden Van Oranje 2006
06 John Enter - Ik Ben Een Leeuw
07 De Oranjetoeters - Ole We Are The Champions
08 Die Srv Manner - Und Jetz Kommen Die Campione
09 Mauris - Marco Is De Maestro
10 De Toppers - Wir Sind Die Hollander
11 Dario En Het Worldmaster Team - Feest Van Het Jaar
12 Dario - Hey Oranje (Hey Baby) Oeh Aah Download
13 Danny Und Das Legioen - Ja.. Heel Deutschland Wordt Oranje
14 Dj Kicken - Let Me Hear You Download
15 Gebroeders Ko - Sound Of Victory
16 Jacques Herb - Land Hup Hup Hol
17 Alex - Een Doelpunt Van Oranje
18 Cafe De Wereld - Wk Medley
19 Zware Jongens - Holland Kampioen (Anton)
20 Guus Meeuwis & Edwin Evers - Waar Moet Ie In
21 Aa Project - Goal Download
22 De Hollanders - We Love You Holland
23 De Zware Jongens - Stil Aan De Overkant (Oranje Versie)
24 Dj Cool - Oranje Wk Sensation Anthem 2004
25 Dj Cool - Nederland - Duitsland (Duitsland Huilen Maar)
Bonus 1 AH Wk Lied - Wuppie (Lange Versie)
Bonus 2 AH Wk Lied - Wuppie (Korte Versie)

Descarregar AQUI

sábado, junho 24, 2006

Redenção

Jose Manuel Ribeiro no OJOGO:


Guus Hiddink não venceu dez jogos consecutivos em fases finais do campeonato do Mundo. Mas ganhou cinco e empatou dois sem Ronaldinhos, Rivaldos, Ronaldos, Kakás, Robertos Carlos, Decos, Figos, Cristianos Ronaldos, Maniches ou Ricardos Carvalhos. Na vez deles, dispôs de atletas coreanos e australianos em circunstâncias muito favoráveis: alguns sabiam jogar à bola quando lá chegou. Também não foi campeão do Mundo. Mas jogou duas meias-finais seguidas, primeiro dirigindo a Holanda e depois a Coreia do Sul. Escusam de ranger dentes por causa dos lapsos de arbitragem no Mundial'2002. Não interessa. Transformar a Coreia numa equipa que os árbitros conseguem ajudar é uma proeza e, para além disso, sei de alguns seleccionadores campeões do Mundo que encontraram igual simpatia entre os homens do apito na redentora caminhada de dez jogos consecutivos sempre a vencer.

Na aventura australiana, Hiddink foi menos profissional. Durante a qualificação, ninguém o viu na piscina do condomínio privado todas as tardes reflectindo na melhor combinação de jogadores ou estudando as protuberâncias dos adversários na sauna. Ao invés, treinou a equipa por correspondência e matou o tempo levando o PSV Eindhoven a outro título holandês, o sexto da sua lavra. À federação australiana não concedeu sequer uns minutos extra de anúncios televisivos para ajudar a pagar os selos. Em contrapartida, fez-lhes o pequeno favor de qualificar a selecção para o segundo Mundial da história, multiplicou por quatro os pontos feitos no anterior e está nos oitavos, os terceiros do seu currículo pessoal.

Porém, se me perguntarem o que mais me impressiona em Hiddink, descarto isto tudo e recupero dos arquivos uma conferência de Imprensa em que participei no relvado do estádio de Incheon, em 2002. Durante quarenta minutos, Hiddink deu respostas em holandês, inglês, alemão, francês, espanhol, italiano e até tentou um português abrasileirado de qualidade não muito inferior à de um certo seleccionador tão bom, tão bom que não precisou de saber mais do que metade de um só vocabulário para chegar onde chegou. Hiddink não terá tantos recursos, mas a um fulano como ele perdoa-se tudo. Outros nem ganhando quarenta jogos seguidos no campeonato do Mundo.



P.S:
Acabo de assistir a uma exibição miserável da Argentina...O México merecia pelo menos a grandes penalidades...Segunda as crónicas, o primeiro jogo da Argentina também tinha sido miserável, salvando-se aquele resultado volumoso do segundo jogo mas contra 10...Também ainda não vi jogar a Holanda neste Mundial, mas ou muito me engano ou muita gente vai-se arrepender por ter ficado contentíssima por não ter apanhado a Argentina.

O Mundial do karaoke

Manuel Serrão, digitalizado por mim do Expresso edição papel:

É preciso distinguir entre os cantores e os que gostam de cantar. A moda do «karaoke» trouxe para a vida artística muitos milhões de pessoas a quem sempre faltou a veia, mas nunca a vontade.

Também no futebol, curiosamente, há ocasiões especiais em que os especialistas ficam a pregar no deserto, estranhamente acompanhados por uma multidão de leigos. Cada Mundial é um caso típico. Os especialistas da bola põem-se legitimamente em bicos de pés e alguns até compram uma vestimenta nova para a solene ocasião e depois descobrem-se num autêntico arraial popular, onde todo o povão debita sentenças à velocidade da luz, entre uma trinca na sandes de courato e um gole na garrafa de cerveja.

Outro exemplo deste «karaoke» em que nos encontramos são os fóruns daTSF. Avisadamente, os responsáveis por esta rádio passam o ano todo a separar o trigo do joio: durante o dia o pessoal indiferenciado explica como é que se resolvem os principais problemas do país e à noitinha a tribo do futebol está acantonada na «Bancada Central», sob a batuta desse exemplo nacional da neutralidade que dá pelo nome de Fernando Correia. Os ouvintes da «bancada» já se conhecem, nem que seja de ouvido: é o Paiva de Alguidares de Baixo, o Silva de Mogadouro e a Leonor da Porcalhota.

Durante o Mundial a bancada vem abaixo. Todos os senhores doutores e todas as domésticas esquecem o custo de vida e os malandros dos políticos, arrogando-se o direito de ocupar a primeira fila da bancada, como se lá tivessem um lugar cativo.

Todos nós conhecemos uma vizinha ou um colega de trabalho que nunca nos falou de futebol, nem sabe quem ganhou o último campeonato e agora, desde que começou o Mundial, quer convencer-nos, à viva força, que o Scolari é o melhor do mundo e que a vitória sobre Angola foi um feito histórico.

Tentar discutir com estes «hooligans» do Mundial é tempo perdido. Se falamos em alhos, eles respondem-nos com bugalhos. Totalitários na sua ignorância, defendem a ditadura dos resultados sem concessão de espécie nenhuma. O Irão e a Holanda são a mesma coisa e agora, com o peito cheio dos nove pontos, até a Argentina é que tinha vindo a calhar, que a coisa ficava já resolvida. O Brasil, que quase todos pensam que só vamos encontrar na final, (como se fosse possível) é melhor que se vá pondo a pau.

No pólo oposto encontram-se os que pensam que o Mundial, para Portugal, só começa verdadeiramente amanhã e que a Santa de Caravaggio, ou tem as baterias carregadas, ou andou a desperdiçar energias contra o México, que nos farão mais falta daqui para a frente.

Sem hipervalorizar a forma sofrida como chegámos aos oitavos-de-final», a verdade é que até agora apenas cumprimos os mínimos. O sonho começa aqui e agora tudo o que vier à rede é peixe... graúdo.

O que o futuro nos reserva, se não for o céu, vai voltar a marcar a diferença entre os adeptos do futebol, que estão habituados a ganhar e a perder durante toda a época e os habituais «football haters» que nasceram este mês para o jogo e já querem ser tratados como adultos. No dia em que Portugal sair da Alemanha sem ser campeão, eles não vão ser capazes de achar que o futebol é mesmo assim e o pranto nacional vai ser medonho, antes de voltarem à sua vidinha.

Pensando bem é capaz de ser melhor, para não correr o risco de ter que passar o resto do ano a explicar-lhes o que é um fora de jogo.

Vou vomitar e já venho...

No OJOGO, pág.3:

Seleccionador precisa-se

Começa a ser preocupante a história da renovação de Scolari. Estamos no final de Junho, em Agosto a Selecção já tem agendado o primeiro jogo de preparação para dar início à fase de qualificação para o Euro'2008. Faz sentido pôr em causa todo o projecto por causa de um resultado? Scolari é melhor treinador se chegar aos quartos-de-final?


A única consolação é que sei que não foi o José Manuel Ribeiro , nem o Jorge Maia que escreveram isto...tanta subserviência, tanta bajulação de quem acompanha a selecção do esterco scolari, como que não houvesse outro treinador capaz de fazer muito melhor, tendo em conta a qualidade fantástica de jogadores há disposição, que jamais algum treinador das selecções teve...

"Se a bola do Sérgio tem entrado..."

Carlos Godinho , Director Desportivo da FPF no OJOGO:


P- A organização do gabinete técnico actual é melhor do que em 2002, por exemplo?
R- Não me parece. As pessoas são as mesmas, não parece que se tenha modificado muita coisa em relação a 2002 ou 2000. Não correu foi tão bem em 2002; aliás, se a bola do Sérgio Conceição no jogo contra a Coreia tem entrado, talvez não houvesse o affaire-Coreia. Não entrou. A bola do jogo com Angola entrou.

P- E os assuntos extradesportivos?
R- Tudo o que foi dito foi dito, acho que está enterrado. Esta participação no Alemanha'2006 tem sido boa, positiva, há muita empatia, especialmente de Évora. Há magníficas condições para os jogadores e também para a Comunicação Social e neste particular por obra e trabalho de Joaquim Oliveira, que gostaria que fosse referido, já que ninguém salientou isso ainda.

P- As barafundas que se registaram no Euro'2000 (meia-final com a França) e Mundial'2002 (expulsão de João Pinto) podem voltar a repetir-se?
R- No Euro'2000, houve de facto uma revolta muito grande. Quando alguém com posicionamento importante em determinado organismo diz que os finalistas que gostaria de ver eram a Holanda e a França, é evidente que os outros semi-finalistas não vão gostar. Condicionou logo mentalmente. Depois aconteceu o lance com Abel, houve uma explosão enorme de alguns de nós, que não devia acontecer, mas aconteceu. Em 2002, se calhar todo o clima que se gerava ali à volta talvez tivesse levado a uma reacção um pouco intempestiva e exagerada do João Pinto. Tenho muita pena que tenha saído da Selecção Nacional sem ter feito mais um jogo depois daquele castigo da FIFA. Nunca se sabe, mas temos quase a certeza que isso não irá voltar a acontecer.»


P.S. Muita gente ficou em delírio por a selecção do esterco scolari ter ganho ao México ( mas não mereceu) , com a ausência de 5 titulares... Grande coisa...Humberto Coelho (com muitos menos craques ), à 6 anos, no Euro 2000, depois de ter vencido os dois primeiros jogos, fez alinhar TODOS OS SUPLENTES. O adversário era só a ALEMANHA e Portugal arrasou-os por 3-0. O que só prova que o Esterco Scolari é uma valente merda que querem eudeusar. A sorte dele é que ainda têm a EQUIPA MOURINHO. Basta ver os dois anos de humilhação , mais o primeiro jogo do Euro para ver o que realmente valia a EQUIPA SCOLARI. Uma merda!!!

P.S.1 A Républica Checa considerada por quase todos como a que mais se destacou no 1ºjogo do Mundial, já foi para casa...Há muitas iinjustiças, mas é o preço a pagar por não ter Angolas, Irões no seu grupo, mas selecções a sério...

A bandeira do futebol

Manuel António Pina, escritor no JN:

Acho que foi na última página da "Seara Nova", numa secção intitulada "Factos e Documentos", por onde habitualmente desfilavam, sob a forma de notícias "sem comentários", as misérias e ridículos do regime, que li a redacção de uma menina de uma escola da região de Leiria intitulada "A Pátria". Estavam ainda para lavar e durar os tempos obscuros do "Deus, Pátria e Família" e do "Portugal do Minho a Timor", e a propaganda "patriótica" tinha-se, em tempos de guerra colonial, exacerbado até à esquizofrenia. A redacção rezava mais ou menos assim (cito, obviamente, de cor): "A Pátria é muito bonita. A Pátria tem muitas casas, muitas árvores, muitas coisas maravilhosas. Eu nunca fui lá, à Pátria".

Também eu "nunca fui lá, à Pátria", e quando, a propósito da selecção e do "Mundial", vejo tanta gente a agitar freneticamente bandeiras e a cantar o hino, pergunto-me muitas vezes: "De que é que esta gente está a falar? O que tem o futebol a ver com isso da Pátria?". É nestas alturas que os "patriotas" do futebol clamam à uma que devemos todos apoiar a selecção "nacional", e apoiá-la acriticamente porque a Pátria, como o outro dizia, "não se discute".

Os sociólogos poderão talvez explicar, ou tentar explicar, o que leva tantas pessoas, jovens e não só, a pôr, a pretexto do futebol, bandeiras nacionais à janela, a pintar a cara com a esfera armilar e as quinas, a agitar cachecóis verdes, vermelhos e amarelos, mas essas explicações passarão decerto ao lado do futebol. Na verdade, a maioria nem é provavelmente constituída por verdadeiros adeptos de futebol, pois a Pátria dos adeptos é, fundamentalmente, o seu clube, e os adeptos de futebol menosprezam-nos como intrusos, como "condutores de domingo", aos assim chamados "adeptos de selecção", que só aparecem, unânimes, no futebol por alturas de "Mundiais" ou de "Europeus".

O futebol tem esse poder, o de alimentar sentimentos comunitários de pertença e identidade e de delimitar fronteiras simbólicas entre "nós" e "os outros". Em tempos de crise de valores identitários, de desagregação e diluição cultural - as próprias línguas nacionais foram sendo relegadas para um estatuto subalterno face ao inglês comunicacional global; e não deixa de ser significativo o modo como os "adeptos da selecção" portugueses partilham espontaneamente simpatias com a selecção do Brasil, ou com a de Angola, países da mesma língua "materna" -, o futebol emerge como último território de afirmação de diferença e de reconhecimento. Se se tratasse, como tantas vezes se diz, apenas de necessidade de auto-estima de um país descrente de si mesmo, dificilmente se explicaria que o futebol mobilize, do mesmo excessivo modo, alemães, dinamarqueses, ingleses, japoneses, suecos, em torno das suas selecções "nacionais".

Símbolo da Pátria, a bandeira do futebol funciona hoje, quando escasseiam as grandes causas colectivas, como representação sobretudo da Mátria. Embrulhamo-nos nela como órfãos que somos, e gritamos "Portugal! Portugal! Portugal!" como quem chama por uma infância antiquíssima que confusamente pressentimos que perdemos. E, se não ganharmos "nós", que ganhe o "país irmão" (do mesmo berço matricial), o Brasil.

Diferença categoria



Porque motivo ninguém considerou Ricardo culpado no golo contra o México quando ficou estático, nem saindo nem se fazendo ao lance? Porquê? É simples, porque como guarda-redes mediano que é ,ninguém estava à espera que fizesse o "impossível" , o tal milagre que só está ao alcance dos melhores do mundo. Estivesse Vitor Baía na baliza, e os comentários seriam do género está velho, já não tem "rins", bla, bla....Como UM DOS MELHORES GUARDA-REDES DO MUNDO, o pessoal está sempre à espera das defesas impossíveis, já não se contentam com defesas fantásticas( para os guarda-redes medianos), querem sempre aquela defesa impossivel por isso quando não consegue isso todos lhe apontam defeitos.

Ricardo frangueiro nunca saberá o que isso é, pois nunca passará de mediania, ninguém espera milagres dali.


P.S: Mais uma curiosidade...Segundo a estatísticas da FIFA, o Ricardinho dos Frangos em dois jogos só fez 4 DEFESAS!!!!( Contra o México teve 6)....Diga-se a título comparativo que SÓ no jogo de estreia do Mundial 2002, Vitor Baía teve 14 intervenções a "sério". Brincadeira de crianças esta primeira fase do Mundial 2006, não?

quinta-feira, junho 22, 2006

Parabéns consócio

WE LOVE FCPORTO


Não podia passar em claro o 57º aniversário do nosso consócio nº 17599, sócio há mais de 20 anos. Muitos parabéns.

FORÇA, CONTÁMOS CONVOSCO



quarta-feira, junho 21, 2006

De Fugir

José Manuel Ribeiro no OJogo:


Enquanto campeonato do Mundo de futebol, o Alemanha'2006 está a sair-se um Mundial de atletismo surpreendente. O importante é "fugir" à Argentina. Ou "escapar-lhe", para usar o termo dramático adequado. Pensei bem no assunto e acho que correr seria uma medida apressada, sobretudo sem verificar primeiro se os argentinos vêm atrás de nós. Esse devia ser o parâmetro fundamental. Tomemos por certo aquilo que está subentendido na maioria das opiniões sobre o tema, ou seja, que Portugal se disporia a perder de propósito com o México, assumindo, no mínimo, o empate da Argentina com a Holanda três horas depois. Não seria boa ideia avisá-la? Está bem que Pekerman, um treinador estudioso e perspicaz, perceberia que Scolari tinha usado a segunda equipa, fácil de identificar por ter ainda parecenças com a primeira do Euro'2004, que o seleccionador aperfeiçoou cuidadosamente durante dois anos e que, na fase de preparação para o Europeu, deu provas de ser capaz de perder qualquer jogo com enorme competência. Nisso, meus amigos, temos de dar o braço a torcer. Mas coloquemos a hipótese de excesso de zelo. Técnico e jogadores empenham-se demasiado, os mexicanos explodem, fazem um jogaço à República Checa: Pekerman (suponhamos que Pekerman também não sabe de que modalidade é este Mundial) hesita. Fica a pensar 'olha que estes muchachos do México até podem lixar-me os oitavos, deixa-me mas é fugir deles" e desata a correr, só parando para capturar os portugueses pelo caminho, frustrando-lhes o tal plano sabidola de evitar a Argentina nesta fase para apanhar, mais à frente, a palerma da equipa que se desse ao trabalho de a eliminar. Portanto, fugir não é seguro. Até porque é muito difícil saber com exactidão quantos dos sete campeões europeus de 2004, que hoje regressam a Gelsenkirchen, será possível tirar do onze para garantir a derrota sem o risco de pôr os argentinos com mais medo do México do que de nós.

terça-feira, junho 20, 2006

MIGUEL SOUSA TAVARES - EXCLUSIVO

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« NA SENDA DOS MAGRIÇOS » ?


Encolhído no meu canto, debruçado sobre o meu pires de caracóis e a minha imperial, só rezava a todos os santinhos para que ninguém me perguntasse o que tinha eu achado da notável exibição contra o Irão e das nossas infalíveis probabilidades de sermos campeões do mundo.

DEVO ter sido um dos raros portugueses que não viram o Portugal-Irão: não vi em directo, não vi em diferido, não vi resumos, não vi sequer os golos. Não vi nada: acompanhei a marcha do resultado por SMS e foi tudo. Pela primeira, e espero que última vez na minha vida, falhei por completo um jogo de Portugal no Mundial - como, aliás, falhei todos os jogos do Mundial entre sexta e segunda, excepto 20 minutos do Brasil-Austrália, vistos numa televisão de aeroporto. Mas é assim a vida: umas vezes podemos escolher, outras não há escolha possível e só resta conformarmo-nos.

Onde estive forçadamente arredado do Mundial, é, todavia, uma das pátrias do futebol: a Itália. Mais precisamente, Turim, onde o recente escândalo de viciação de resultados que abala o cálcio ameaça remeter o clube emblemático da cidade e da Fiat, a Juventus, campeão em título, para a segunda divisão. Desde há muitos anos que tenho para mim que a Itália é o país mais civilizado do mundo, naquilo que eu entendo por civilização. E, apesar da paixão com que os italianos vivem o futebol, não foi, por isso, com grande estranheza que eu vivi três dias em Itália sem dar pelo Mundial e sem escutar nenhuma conversa sobre futebol, nem sequer uns lamentos pelo tropeção da Squadra Azurra frente aos americanos. Bandeiras nacionais nas janelas raríssimas, nos ' carros nenhuma, e tema do fim-de semana e de todas as conversas, não o Mundial, mas a prisão de Vittorio Emanuel de Sabóia, pretendente ao trono de Itália e descendente directo do Rei do mesmo nome que unificou o país, miseravelmente acusado de associação de malfeitores para promoção da prostituição. Sic transit gloria regia...

No avião que domingo me trouxe de volta procurei, como um náufrago, relatos da prestação da Selecção frente ao Irão. No Diário de Notícias, o título, que dava o mote a quase todos os textos da nossa imprensa: "Na senda dos Magriços". Um coro de elogios sem freio atravessava toda a nossa imprensa, com a excepção, também no Diário de Notícias, de alguém que, escrevendo num blogue sob o pseudónimo de Maradona, dizia cobras e lagartos da nossa prestação, dizendo que pouco tinha melhorado em relação ao jogo com Angola. Na imprensa internacional, e com excepção do L´Équipe, os encómios também não eram muitos e podiam ser resumidos na frase do La Nácion, de Buenos Aires: "Não assustam ninguém".

Desembarquei baralhado nas conclusões, mas movido por um incontrolável desejo patriótico de caracóis com imperial, que me fez rumar de imediato a uma tasca em Alcântara, onde dois sujeitos, fardados com aquilo a que um leitor do Público chamou "traje do patriota futebolístico", discutiam se Portugal iria ser campeão do mundo ou se perderia para o Brasil, e isto depois de considerarem devidamente o peso da ameaça representada também pelas possibilidades de Angola (certamente, trata-se de leitores atentos dos bilhetes-postais do Professor Marcelo, na última página deste jornal). Encolhido no meu canto, debruçado sobre o meu pires de caracóis e a minha imperial, só rezava a todos os santinhos para que ninguém me perguntasse o que tinha eu achado da notável exibição contra o Irão e das nossas infalíveis probabilidades de sermos campeões do mundo, para que eu não tivesse de responder, para grande consternação da assembleia, que não tinha visto o jogo e que, enfim, em todo o caso achava que 1-0 a Angola e 2-0 ao Irão não era bem comparável à saga de 66: 3-1 à grande Hungria de então, 3-0 à Bulgária, e 3-1 ao Brasil de Pele, até chegarmos aos oitavos-de-final.

Acabrunhado com a sensação de ter perdido, sem remissão possível, um dos grandes momentos do futebol português, se não mesmo da história de Portugal, baralhado com a nenhuma importância que a imprensa lida à pressa tinha dado ao facto de um tal José Silva (o mais português de todos os nomes), investigador em Edimburgo, ter publicado um artigo na mais prestigiada revista cientifica do mundo, a Nature, onde revela a descoberta que está à beira de conseguir - o rejuvenescimento das células velhas da pele, isto é, a hipótese louca da eterna juventude - fui sentar-me em ânsia de zapping diante do televisor, na esperança tardia de poder enfim ver o Portugal-Irão.

Mas, não, esperança vã. Em vez disso, tive, sim, ocasião de ver duas coisas absurdas, despropositadas, acima de tudo inconvenientes. Uma foi proporcionada pela RTP-Memória: a revisão de um Portugal-Letónia de 1995, jogo de qualificação para o Europeu de 96, jogado no antigo Estádio das Antas. A Selecção era treinada por António Oliveira e formada por sete (!) jogadores do FC Porto (Baía, Pauli-nho Santos, Fernando Couto, Jorge Costa, Secretário, Folha e Domingos) e mais quatro já então estrangeirados de luxo: Figo, Rui Costa, Paulo Sousa e Futre. Aos 20 minutos de jogo e antes de termos adormecido, venci amos já por 3-0, e sabem o que me pareceu verdadeiramente inconveniente e sei que não devia confessar de maneira alguma? Jogavam muito melhor do que agora! Incomodado, mudei de canal e subitamente dei com o seleccionador a falar: era o canal Giga Shoping e passava a integral do anúncio ao relógio oficial da Selecção e da Federação, protagonizado por Luiz Felipe Scolari. Passaram duas vezes seguidas o anúncio, o que me deu para não ficar com dúvidas sobre a mensagem clara: quem é bom patriota, está com a Selecção de Scolari e usa o relógio oficial, na módica quantia de 125 euros, podendo ser pagos em seis suaves prestações. E assim me fui deitar, exausto de Pátria.

Segunda-feira, li a já mais calma imprensa desportiva. Nem tanto ao mar nem tanto à terra. Nem Berlim nem Alcácer-Quibir. Algumas coisas tidas como óbvias: foi melhor contra o Irão do que contra Angola - o que não era difícil de acontecer; voltou o melhor meio-campo, o tal que Mourinho construiu no FC Porto campeão europeu e que Scolari só descobriu depois de todos os outros e depois de ter perdido o jogo inaugural do Europeu de 2004 - Costinha, Deco e Maniche; e que, se a meta mínima dos oitavos-finais já está adquirida, falta ainda um teste de verdade, que se espera possa ser já contra o México. Tudo visto (e não visto) e tudo ponderado, acho que o mais urgente, o mais importante e o mais indispensável está conseguido. Sinceramente, não acho relevante que os dois primeiros jogos não tenham sido de encher o olho: é muito mais relevante que se tenha melhorado do primeiro para o segundo, porque se isso não tem sucedido é que seria preocupante. Agora, conseguida a qualificação, chegamos à fase das decisões e já contra o México. Chegamos na mais cómoda das situações, mas, apesar de tudo, a exigir uma decisão de Scolari: jogamos para o primeiro lugar ou para o segundo, apostamos na Holanda ou na Argentina, poupamos os jogadores amarelados e os mais cansados ou não poupamos ninguém? Seja qual for a decisão e o resultado do jogo com o México, porém, trata-se apenas de um jogo de transição. O importante virá a seguir: aí é que está a linha traçada na areia, para além ou para aquém da qual se fará a história desta nossa participação no Mundial da Alemanha.

PS- Ao contrário do que Luiz Felipe Scolari presumiu na sua ignorância, eu sou um apaixonado de longa data do Brasil e leitor atento da sua imprensa e dos seus escritores. E uma das coisas que eu gosto no Brasil é que lá os intelectuais, como depreciativamente lhes chama Scolari, ocupam-se regularmente de futebol, tal qual os que nunca leram um livro. Na semana passada, dois intelectuais brasileiros, que, por acaso, são os dois escritores vivos mais prestigiados do Brasil, Luis Fernando Veríssimo e João Ubaldo Ribeiro, escreveram sobre a prestação inaugural da Selecção brasileira no Mundial e arrasaram-na. Até à data, não consta que Carlos Alberto Parreira os tenha tratado de "bosta".

PENTACAMPEÃO - TAÇA DE PORTUGAL - SUPERTAÇA




HOQUEI EM PATINS
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FINAL FOUR DA TAÇA DE PORTUGAL

MEIA-FINAL:

BENFICA 6 - FCPORTO 7(a.p)

FINAL:

FCPORTO 7 - JUVENTUDE DE VIANA 4


PENTACAMPEÃO - TAÇA DE PORTUGAL - SUPERTAÇA


HÁ MAIS ALGUMA PARA DISPUTAR?

É linda...

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Raisparta o DECO

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Por motivos profissionais, só ontem à noitinha é que pude ver o jogo Selecção do Esterco - Irão e só me apetece dizer raisparta o DECO. Marcou um golão, mas o outro mete nojo de penálti é que fez aquele exibicionismo todo como tivesse realizado um grande feito. Ainda bem que vêm aí Holanda ou Argentina para acabar com as peneiras!!!! O Mundial está a passar-me completamente ao lado...jogos em directo só vi o da selecção do esterco scolari - Angola e em diferido vi o selecção do esterco scolari - Irão. Dos outros vi os golitos nos telejornais e mais nada... e já estou farto deste folclore todo.Quando é que acaba esta merda???!!!

Vê lá tu...continuamos a ganhar...


Luis Filipe Menezes no CM:

" Como é possível que uma equipa que ainda há dois anos foi Campeã da Europa, com 80% dos jogadores portugueses, entre agora em campo sem um único titular dessa época ou oriundo dos seus escalões de formação "

FUTEBOL JOVEM

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JUNIORES A

FASE FINAL: 3ª JORNADA:

ESTORIL 1 - FCPORTO 2
Boavista 1 - Sporting 1

FASE FINAL: 4ª JORNADA:

FCPORTO 1 - SPORTING 1
Estoril 4 - Boavista 3

1ºSPORTING 8
2ºBOAVISTA 7
3ºFCPORTO 4
4ºESTORIL 3

Próxima Jornada:

BOAVISTA - FCPORTO
SPORTING - ESTORIL


JUNIORES B

FASE FINAL: 5ªJORNADA:

FCPORTO 2 - BOAVISTA 2
Sporting 3 - Benfica 1

FASE FINAL: 6ªJORNADA(última):

FCPORTO 1 - SPORTING 1
Benfica 6 - Boavista 0

1ºSPORTING 13
2ºBENFICA 13
3ºFCPORTO 4
4ºBOAVISTA 2

Parabéns ao Sporting pelo Título...

TOTAL DE TÍTULOS:

FCPORTO 17
BENFICA 13
SPORTING 10


JUNIORES C

FASE FINAL - 6ªJORNADA(última):

GUIMARÃES 3 - FCPORTO 2
Benfica 0 - Sporting 6

1ºSPORTING 13
2ºFCPORTO 9
3ºGUIMARÃES 8
4ºBENFICA 2

Parabéns ao Sporting pelo Título...

TOTAL DE TÍTULOS:

FCPORTO 12
SPORTING 9
BENFICA 4

Eh,eh,eh


Haja decoro

Vi na RTP que os árbitros Pedro Proênça, Duarte Gomes, António Marçal e Lucílio Baptista assistiram ao jogo Portugal - Angola no restaurante Catedral da Cerveja, no Estádio da Luz.

Foi a primeira vez que beberam e comeram à borla sem ser depois de um jogo do benfica.

Levaram, como habitualmente, um cachecol encarnado, só que desta vez era da selecção.

Este grupo já é conhecido como a Tertúlia do Calabote, em homenagem ao seu ídolo de juventude.

in Abola

sexta-feira, junho 16, 2006

A Censura

José Manuel Ribeiro no Ojogo:

O Mundial'2006 é o campeonato do Mundo perfeito. Enquanto o planeta discute ética e deontologia, os limites do compromisso com as fontes e a independência dos jornalistas, as televisões aceitaram que a FIFA retocasse os jogos antes de lhos dar. Não há repetições dos casos duvidosos, não há imagens das invasões de campo, não são filmadas tarjas de índole alguma, mesmo que consigam escapulir-se aos SS, e ontem nem sequer houve a máscara de homem-aranha amarelo que Kaviedes enfiou na cabeça para festejar o terceiro golo do Equador. Só em diferido.

O Mundial'2006 é o Portugal sem suicídios do antigo regime.

O futebol passa por uma desinfecção cuidadosa antes de nos chegar a casa. Mas as pessoas não se opõem grande coisa a estas restrições pedagógicas. Lá no fundo talvez acreditemos todos que os nossos meninos e meninas, quando crescerem, hão-de encolher os ombros e saber ser superiores às decisões dúbias da arbitragem, porque aprenderam nos Mundiais de futebol. E também não hão-de entrar nos relvados durante os jogos nem usar as transmissões para pedir a namorada em casamento ou estender um lençol para dizer que moram em São Pedro da Cova. E usar máscaras, mostrar os mamilos ou dar um beijo de língua no capitão de equipa para festejar um golo está fora de questão a partir de agora: a FIFA não admitirá que as pessoas voltem a aproveitar-se do futebol. Só ela.

Perante a compreensão que estas medidas recolhem, percebe-se que o seleccionador e os jogadores da selecção façam tanto espalhafato só porque a Imprensa achou que jogaram mal contra uma equipa formada em grande parte por futebolistas desempregados e das segundas divisões. Se o Mundial tem de ser perfeito para tanta gente, porque não hão-de também eles usar um pouco de pó de arroz? Mais um pouco, quero dizer.

Demasiado fácil

Miguel Esteves Cardoso no Ojogo:


"Este Mundial não será demasiado fácil? Não haverá mais equipas fracotas do que é costume? As boas equipas estão a jogar mal, mas as más são tão mazinhas que lá vai dando para safar. Valha-nos a espevitada frescura do Equador! Parabéns à primeira equipa de pessoal da praia a passar à fase seguinte!"

quinta-feira, junho 15, 2006

LAMBE - BOTAS

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Como se passa de Ministro a Lambe-Botas em pouco tempo...

quarta-feira, junho 14, 2006

Equipamentos 2006/2007

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( Imagem digitalizada por mim do OJOGO edição norte)

BRASIL



Miguel Esteves Cardoso no OJogo:
"Nem dá para perceber se o Brasil jogou bem. É capaz de ter jogado mal. Mas, raios nos partam, porque ninguém joga mal tão bem! O Brasil não faz nada, mas esse nada que não faz dá gosto ver como é feito, e como depois se transforma, num ápice, num tudo que nunca se viu."


Fantásticas palavras...

"Não convocar Baía foi uma decisão da federação"

No JN:



"Não convocar Baía foi uma decisão da federação"



Ruy Carlos Ostermann é o homem que escreveu a biografia de Luiz Felipe Scolari, logo após a conquista do Campeonato do Mundo pelo Brasil, em 2002. Encontrámo-lo ontem na sala de Imprensa de Berlim, antes do jogo dos canarinhos. Não parece ter 71 anos. É simpático, muito acessível e até perguntou se os portugueses tinham apreciado o seu livro. "Gosto sempre de saber se consegui passar a mensagem que eu e ele desejávamos", afirmou, com um sorriso tipicamente brasileiro, enquanto bebia um café.

Contou muitas histórias sobre a carreira de Scolari no Brasil e em Portugal. Houve uma que despertou imediatamente a curiosidade. "Eu sei que ele não é amado por todos no vosso país. Por exemplo, os adeptos do F. C. Porto começaram a gostar pouco dele a partir do momento em que recusou convocar Vítor Baía. Mas, se calhar, essa não foi uma decisão dele, mas sim da Federação Portuguesa de Futebol. Eu sei que todos os responsáveis da FPF negam isso mas um dia a verdade virá ao de cima", sublinhou.

E acrescentou "Toda a gente sabe do que estou falando. Scolari foi contratado com a missão de efectuar uma grande mudança no futebol português porque o outro Mundial tinha sido um fracasso. E foram-lhe feitas, desde logo, algumas exigências. Havia gente que não era confiável desportivamente. O Ricardo é um óptimo guarda-redes e dá também muitas garantias", recordou, com ar cúmplice, sem tocar mais no nome do guarda-redes do F. C. Porto.

Bilhetes diários

Gaúcho, tal como o "Sargentão" (ambos são naturais do Estado de Rio Grande do Sul), sublinhou que foi ele o primeiro a chamá-lo de Felipão. "Fui eu que lhe dei essa alcunha. Quando tinha 22, 23 anos, jogava como zagueiro no Caxias. Era um homem grande, pesadão, forte, mas tremendamente tosco do ponto de vista técnico. Aí, eu resolvi apelidá-lo de Felipão".

Apesar de tudo, sublinha que não é seu amigo íntimo. "Temos uma amizade profissional que tem mais de 30 anos. Gosto de saber como está a sua família mas nunca vou a sua casa ou estou com os seus amigos". Como pessoa, aponta-lhe defeitos e qualidades. "Ele começa a vencer os jogos antes deles porque é um líder à moda antiga competente, sério e muito trabalhador. Do ponto de vista negativo, considero que é uma pessoa demasiado obstinada. Perde imediatamente a cabeça num diálogo se percebe que há ironia ou maldade na outra pessoa".

Dos tempos do Mundial 2002, lembra os bilhetes que o treinador lhe entregava, todos os dias, na sala de Imprensa, às escondidas de toda a gente. "Depois de ele aceitar o meu convite para fazer a publicação, o qual foi feito muito antes do início dessa prova, só impus uma condição para escrever o livro. Tinha de me dar um diário para que não se esquecesse de nada. E tenho de orgulho de dizer que nunca me aproveitei disso para efectuar o meu trabalho de jornalista naquela competição. Os meus próprios colegas só viram os bilhetes escritos após o livro ser publicado porque tinha de haver muita seriedade naquele negócio".

Cronista do jornal "Zero Hora", comentador de rádio e moderador de debates no Brasil, Ostermann está presente, pela 11.ª vez consecutiva, numa fase final de um Campeonato do Mundo. "O primeiro foi em 1966, de má memória. Quem ficou a rir foram os portugueses", concluiu, com uma enorme gargalhada.

Antes da despedida, afirmou estar ansioso por voltar a ver Scolari. "Não falo com ele há vários meses. Por uma ou outra razão, que tem a ver com a agenda de nós os dois, não conseguimos trocar uma palavra".

Eh,Eh,Eh

ATT no OJogo:


António Pinto de Sousa, no "Jornal de Negócios":

"Se Portugal ganhar o Mundial, deveríamos - todos - contribuir com um dia de salário para o senhor Scolari".


E se perder?

Ké, Ké isto???


Imagens abusivamente sacadas DAQUI

Qualquer farrapo serve...não é por isso que deixam de jogar mais ou menos...mas isto são os novos equipamentos de quem? Do FCPORTO???...São lindos...:-)))




Parece que tentaram recriar esta, que por sinal até tinha piada...

20 Milhões...sem jogar...

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Mário Grejó: «Anderson já vale 20 milhões»

ASSESSOR DESMENTE IDA PARA VALÊNCIA


Anderson tem uma sombra por estes dias em Porto Alegre. Mário Grejó, seu assessor, acompanha todos os passos do prodígio e soube por Record das notícias que circularam em Espanha, dando conta de que o médio tinha sido oferecido ao Valencia.

"Impensável ", classificou, não evitando uma gargalhada quando confrontado com os dez milhões de euros referidos como necessários para contratar o portista.

"Isso foi quase o que o FC Porto pagou por ele. Já vale muito mais. Depois de ter sido o melhor jogador do Mundial de Sub-17 e de já ter vencido títulos em Portugal, Anderson já vale 20 milhões de euros. No mínimo...", acrescenta, confiante no valor do esquerdino.

E promete: "Vocês ainda não viram nada do Anderson. Dêem-lhe mais alguns meses e vão ver do que o miúdo é capaz. É impressionante o que consegue fazer com a bola."

Para já, o futuro é mesmo o FC Porto, até porque "nunca ninguém falou com ele e o Jorge Mendes não o quer vender". E o camisola 30 ainda quer mostrar o seu futebol na Invicta. "Ele está bem, tem sido muito acarinhado e elogiado pelo treinador, que lhe deu muita confiança e prometeu que o vai utilizar mais na próxima época", confessou-nos o seu assessor.

in record

Imprensa francesa crítica selecção

No Record:


Imprensa francesa crítica com equipa desinspirada

NULO COM SUÌÇA MERECE MUITOS REPAROS

A exibição da selecção francesa ontem com a Suíça merece fortes reparos na imprensa gaulesa desta manhã. A generalidade dos jornais frisa que a França "falhou" na estreia do Mundial'2006.

"Zidane e os amigos falharam a entrada no Mundial", escreve o L'Equipe, que acrescenta logo depois que a selecção não deu "qualquer garantia", criticando a "falta de inspiração e o pouco entrosamento". Domenech também não é poupado.

O Libération alinha no mesmo discurso do L'Equipe, afirmando que a "França, sem fôlego, falhou a entrada no Mundial".

O Le Figaro diz que a selecção francesa "não teve ritmo nem praticamente qualquer ocasião de golo". O jornal acrescenta que o nulo não compromete as aspirações mas também não esclareceu as dúvidas em relação ao valor da equipa.

Para o Le Parisien têm de começar já a pensar em ganhar os dois próximos jogos.

O France Soir afirma que a "equipa de França corroída por uma doença crónica", não foi capaz de ganhar a uma "formação helvética sólida mas não imbatível".




Tu queres ver que o seleccionador francês ainda vai fazer uma conferência de imprensa para dizer que os tipos não percebem nada de bola, como fez o Esterco Scolari???

Ex-colonialmente correcto

Ana Sá Lopes no DN:


O golo de Pauleta, logo aos quatro minutos, não me soube bem. Como muitos outros portugueses, eu carrego a culpa do colonizador. Sendo o futebol qualquer coisa entre o bailado e o combate, o nosso passado comum induzia a coisa a ser lida à luz do combate (aliás, foi o que se passou há três anos naquele famoso jogo amigável que não chegou ao fim).

Foi por isso que o golo de Pauleta aos quatro minutos parecia, na minha cabeça complexada, trazer anexa a frasezinha do dr. Salazar quando declarou a guerra: "Para Angola rapidamente e em força." Que jogo chato, carregado de fantasmas. Que maçada. Não podíamos escapar à história, não nos podia ter calhado outra equipa?

Que seca.

Depois, aquilo foi como foi. Eu achei que foi bom. A bem dizer, óptimo. Um golo aos quatro minutos não foi, afinal, nenhum princípio de combate. Foi um golo só. Acabou por ser um golo do mais ex-colonialmente correcto que se podia arranjar.

O marcador foi um bom acaso: Pauleta é açoriano e o arquipélago dos Açores foi durante séculos um filho ignorado da desnaturada metrópole imperial. Como os angolanos, também os açorianos queriam a autodeterminação (e conseguiram-na com a autonomia, um grau intermédio com órgãos de governo próprios). Como os angolanos, também os açorianos foram vítimas do império.

Também podia ter sido Cristiano Ronaldo a marcar o golo. A Madeira, por assim dizer, também era uma colónia (aliás, ainda hoje o sr. Jardim e os seus amigos continuam a chamar "colonialistas" e "portugueses" às autoridades civis e militares, o que prova que a coisa não se dissolveu).

Quando o jogo acabou, suspirei de alívio. Um-zero, sim senhor. Um-zero ameniza a culpa. Idealmente, teria gostado (a minha culpa teria gostado) do empate. Com golo do Mantorras, do querido Mantorras, com o golo do meu Benfica. Preferia que fosse o meu Benfica a marcar um golo. Não sei se este pensamento, no entanto, é ex-colonialmente correcto.

E por falar em pátria. As mulheres da minha pátria fizeram aquela coisa patética da "mais bela bandeira". Foram postar-se ao sol, no Jamor, para trabalhar à borla para o Banco Espírito Santo. E, ao que parece, divertiram-se. Depois, na semana passada, o Expresso resolveu oferecer uma bandeira nacional a cada leitor. Só que a bandeira, como o festival parolo do Jamor, também era uma bela maneira de promover o BES. Para lá das cores nacionais e o escudo e tal, lá estava o símbolo do BES. Nunca se tinha visto tão fantástica operação de propaganda, pelo menos desde que o patriotismo voltou a render.

Acontece que ontem a PSP de Viseu apreendeu uma centena de bandeiras num estabelecimento comercial por conterem inscrições de marcas. O Ministério Público diz que "eventualmente poderá tratar-se de um ultraje a um símbolo nacional". Então façam favor de investigar a bandeira do BES. Se a bandeira do BES não for investigada, é porque há justiça de primeira e de segunda. Além do patriotismo de segunda.

terça-feira, junho 13, 2006

Vais pendurar as botas?

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Jorge Costa abandona Standard de Liège

O experiente defesa português comunicou hoje à direcção do Standard de Liège que pretende abandonar o clube belga, mesmo tendo em conta que ainda tinha contrato até 2007.

De acordo com o site oficial do Standard Liège, o clube belga acabou por aceitar o pedido de Jorge Costa e jogador português já não irá marcar presença no treino marcado para quarta-feira.


OH, Grande Capitão, vais pendurar as botas ou há outro clube na costa? Se calhar não foi boa ideia teres saído do FCPORTO...

MIGUEL SOUSA TAVARES - EXCLUSIVO

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GOSTO MAIS DE SARDINHAS ASSADAS


O Mundial são equipas a mais, jogos a mais, tempo a mais. Não mais do que um quarto dos jogos tem verdadeiro interesse, e não mais do que um quinto acabam por ser grandes jogos de futebol. O resto é pura e dura promoção, que acaba por esmagar tudo à volta, como se não houvesse vida para além do Mundial.


1- O Mundial já vai no quarto dia e com alguns 12 jogos disputados, e tudo o que eu vi foi o Angola-Portugal, aliás um jogo profundamente aborrecido - se é que o Luís Figo permite que se diga isto. Um fim-de-semana a gritar por Algarve, vento sueste, praias semidesertas, o mercado do peixe de manhã, a sesta na rede à tarde, umas sardinhas assadas ao final do dia, noites de lua cheia, o último livro do Mário Cláudio para ler e um sono embalado pelo canto dos pássaros - enfim, os sinais do Verão por todos os lados - e como é que me haveria de dar para ficar em frente da televisão a ver um Inglaterra-Para-guai, um Suécia-Trindade e Tobago ou um Japão-Austrália?

Amigos e conhecidos meus meteram férias agora, pediram ao médico amigo que lhes desse umas baixas criteriosas, invocando stress ou mal de viver, ou então, pura e simplesmente, declararam que iam hibernar por um mês, só para ficarem em casa diante do televisor a assistir ao Mundial, de fio a pavio. Mais sofisticados e mais in, outros compraram pacotes de Mundial, saindo de Lisboa de manhã para ir ver um jogo e regressando logo após ou no dia seguinte. Eu, não. Eu estou como o Vítor Baía: "A Alemanha não faz parte do meu roteiro de férias." E, quanto à televisão, tudo bem, desde que os absurdos horários dos jogos não colidam com uma praia com vento sueste, umas sardinhas a morrer na brasa ou uma lua a deslizar pela frente da minha noite. Peço desculpa a todos os que andam de bandeira ao vento, a todas as criancinhas que se passeiam equipadas à Selecção Nacional, aos repórteres histriónicos da televisão que interrompem a emissão para gritar "alarme na Selecção! O Deco lesionou-se no treino desta tarde!", a todos os políticos em desfile pela Alemanha, mas o meu amor à Pátria e ao futebol tem limites. Afinal,tudo na vida é feito de escolhas.

Aliás, venho constatando que, ano após ano, o futebol vai tendo cada vez menos capacidade de determinar as minhas escolhas. Este ano, por exemplo, falhei, quer no estádio, quer na televisão, jogos decisivos do meu clube, porque estava ocupado com coisas mais urgentes ou mais atraentes. Pouco festejei o título do FC Porto e foram mais as razões que me levaram a irritar-me com o futebol visto, ouvido e discutido, do que as que me levaram a agradecer-lhe momentos de puro prazer. Quantos jogos terei eu visto este ano que me encheram as medidas? Talvez uns três, não mais do que isso.

Mas, quanto pior é o futebol que se vê, maior é a importância sempre crescente que ele tem. Maior é o protagonismo dos dirigentes, maior é a prosápia dos treinadores, maior é o vedetismo dos jogadores. Chega a um ponto em que só me apetece desabafar: "Basta! Trata-se apenas de saber dar chutos numa bola! Há uma quantidade de gente que faz coisas bem mais interessantes e importantes e que não tem nem um centésimo das atenções dispensadas aos do futebol."

No que ao Mundial diz respeito, eu continuo a achar que são equipas a mais, jogos a mais, tempo a mais. Não mais do que um quarto dos jogos tem verdadeiro interesse, e não mais do que um quinto acabam por ser grandes jogos de futebol. O resto é pura e dura promoção, que acaba por esmagar tudo à volta, como se não houvesse vida para além do Mundial. Eu sei que isto pode parecer estranho de escrever num jornal que, acima de tudo, se ocupa do futebol, mas acredito que, como em tudo o resto na vida, a quantidade mata a qualidade. O que é de mais torna-se banal e o que é banal torna-se desinteressante. Enfim, lá mais para diante, quando o Mundial já estiver limpo das Selecções apuradas segundo um critério politicamente correcto, hei-de, fatalmente, perder algumas horas a ver o que verdadeiramente interessa. Quando, além do mais, for lua de quarto minguante e o vento tiver virado a norte.

2- Não sei se distraídos pelo Mundial, se despertos para a realidade das suas situações financeiras, os clubes portugueses, e em particular os grandes, têm protagonizado até aqui um defeso anormalmente calmo em termos de compras e vendas. A excepção tem sido o Sporting de Braga, fazendo o papel de novo rico e afirmando-se disposto a mais altos voos.

No FC Porto, há notícia de duas contratações e nenhuma venda, continuando o problema principal a ser, como de costume, o destino a dar à vintena de jogadores excedentários, comprados por atacado em momentos de perigosa euforia, e agora amarrados por contratos de longa duração e salários a que ninguém mais quer chegar.

No Sporting, prossegue a política de prescindir dos anéis para salvar os dedos. Vende-se o património imobiliário e anuncia-se que aquisições só por empréstimo ou a custo zero. Alguns, saudosos da antiga fidalguia, protestam contra esta gestão, mas, na hora da verdade, nada de melhor têm para propor e por isso não convencem quem deviam.

No Benfica, a situação é basicamente a mesma, mas ainda se pretende enganar o pagode com aquele tipo de declarações de que "os bons jogadores interessam sempre ao Benfica" ou que "o Benfica está atento ao mercado". Depois, repetem-se de Verão para Verão aquelas patéticas cenas, que são já uma imagem de marca do clube: primeiro, deixa-se noticiar que o Benfica está interessado em determinado jogador; a seguir e durante uma semana, vai-se ouvir o jogador dizer que "o Benfica é um sonho"; finalmente, o desfecho acaba por ser invariavelmente o mesmo - o jogador, já com um pé e todo o coração e cabeça no Benfica, aparece a assinar surpreendentemente por outro clube. E logo se retoma a novela com novo candidato. Entretanto, e trocando a realidade por miúdos, assim como no FC Porto neste defeso se desespera por vender McCarthy, no Benfica desespera-se por vender Laurent Robert e Simão Sabrosa (que, aliás, já deve estar vendido, não a um clube, mas a um empresário).

Mas, tudo visto, são boas notícias: o juízo parece ter chegado à cidade.

3- Lendo por alto, é possível estabelecer vários momentos no chamado caso Gil Vicente e ver claro. Num primeiro momento, há uma lei absurda que obriga um jogador a fingir-se amador quando já é profissional, assim limitando, de facto, a sua liberdade de trabalho. Num segundo momento, o Gil Vicente, consciente da lei e da sua aplicação ao jogador Mateus, resolve contorná-la, apelando para a justiça comum e através da esperteza saloia de fingir que quem recorria era o jogador e não o clube. Ora, mal ou bem, existem regras, nacionais e internacionais, que vedam o acesso à justiça comum em matéria de direito desportivo. Ninguém é obrigado a aceitar tais regras nem a inscrever-se nascompetições onde ela vigora: trata-se de competições particulares e fechadas, com regras próprias. Ou se aceita ou não se aceita, não se pode é aceitar para estar lá ~ dentro e não aceitar quando não convém. A Comissão Disciplinar da Liga decidiu, pois, e com toda a lógica, despromover o Gil Vicente, por não ter acatado tal regra. Mas depois resolveram inventar nova reunião, como se a primeira não tivesse existido, trazer a votar quem não tinha votado e inventar um voto de qualidade do presidente para mudar tudo. Foi uma palhaçada: mais uma, digna de um órgão que tudo o que faz é uma palhaçada - jurídica, desportiva, ética.

Fiquem com a margem mínima.


Francisco José Viegas no JN:


1. A julgar pelas reacções que recebi (o e-mail, essa invenção), todos teremos de ser patriotas até à última gota de sangue. Acho bem. Ai dos que duvidam, ai dos que protestam ou desconfiam - há uma legião de embevecidos, que já ganharam o "reyno dos céos", que está disposta a tudo para defender as cores da Pátria, mesmo quando os seus representantes jogam medianamente (isto é um eufemismo; na verdade, eles jogaram mal). E Figo, além disso, enganou-nos as vitórias pela margem mínima (além da Argentina, temos o caso evidente da medíocre Inglaterra, mediocremente dirigida para fazer um futebol medíocre, mauzinho) não são assim tão abundantes. Olhem o Equador, olhem a Alemanha, olhem o México, olhem a Austrália e a Itália. Mas se estão contentes com a "margem mínima", tudo bem; nós somos apenas os "doidos da bola". Nem treinadores de bancada. Fiquem com a margem mínima.

2. Por falar em margem mínima, eu gosto de Zico. Gostei sempre, mesmo na derrota de Zico ao lado de Sócrates, quando aquela selecção de futebol bailarino achou que podia ganhar tudo e perdeu contra a Itália do futebol à Scolari. Portanto, Zico também gostei de ver como riu (com gosto) ao ver o golo de Nakamura, depois da faltinha sobre o guarda-redes australiano. Mas o destino é como o deserto australiano: vem longe. Aos 83 minutos Cahill parecia voar sobre "aquele grande recife de coral" - Guus Hiddink não faz o meu futebol, mas gosto do estilo. Em dez minutos, a vitória de Zico desapareceu como a poeira. Nós já fizemos o mesmo diante da Inglaterra, evidentemente, mas nessa altura não falávamos de margem mínima. Gosto, como se diz no Brasil, de vitórias "de virada" - aquele repente que dá a jogadores inconformados com o destino e com a margem mínima, que nunca chega para satisfazer derreados do espírito.
Apreciei a combatividade da Austrália, como a do Equador, esses heróis que venceram Brasil e Argentina há uns anos. Aquele futebol não era prático - mas respirava por todo o lado. Não queria saber de margem mínima nem recuava para o esquema do Portugal-Grécia. Está dito.




Retirado do Blog da Copa

Agora é a sério

Da terra de onde venho, onde cresci e me tornei homem, que é uma pequena aldeia a cerca de 20 quilómetros ao sul de Lisboa, Aldeia de Paio Pires, o pior que podiam chamar a um homem não era cabrão ou filho de puta (este muito grave), mas sim "um tretas", um palhaço.

Muito simplesmente porque, no tempo em que cresci e aprendi com essas pessoas, quer fossem mais velhas, da minha idade ou mais novas, o que se é era mais importante do que o que se faz, isto é, a prática é mais importante do que o pragmatismo.Por conseguinte, éramos mais julgados pela nossa conduta para com o outro (o amigo, por exemplo) do que pelo sucesso que tínhamos ou poderíamos ter. Em qualquer lado onde nos encontrássemos, um homem da terra, era um homem a ser defendido ou a defender-nos, as explicações ficariam para depois.

Esta introdução tem duas razões de ser: a primeira para que, caso o Felipão leia esta crónica, caso isso acontecesse (já vi coisas piores, como o jogo de estreia de Portugal), não me chamar de intelectual, como chamou aos que estão contra ele em Portugal, numa entrevista dada a um jornal de Porto Alegre (uma cidade nunca pode escolher os seus filhos); a segunda para dizer que o Felipão é "um tretas", um palhaço, pois para ele, mais importante do que os homens da terra, são as suas convicções, o que ele acha que está certo e mais nada. Não vou sequer discutir as opções dele pelos jogadores que começaram a jogar, seria leviano da minha parte, já que não sei da forma física e psicológica dos 23 jogadores que compõem o ramalhete de Portugal.

Mas uma coisa posso discutir: jogar contra Angola com apenas um ponta de lança é não querer marcar golos ou temer o adversário. Pauleta, neste jogo, seria muito mais produtivo com, por exemplo, Postiga a auxiliá-lo, a ser um segundo ponta de lança, em detrimento de Simão, não por este, mas pelo jogo que Portugal disputava. Por outro lado, ter vários modos de actuar, favorece a dificuldade dos adversários preverem o que se vai fazer, como se vai jogar. Já vi Felipão perder a final do campeonato da Europa, por teimosia, por falta de talento, por ser palhaço.

Talvez por isto, se tenha ouvido nas bancadas do estádio, os portugueses a torcerem por Angola (que nos é simpática, mas ali era adversário). Não foi só nas bancadas, desconfio.

Eu, em São Paulo, passei a torcer por Angola, não contra Portugal, mas a favor de Angola e contra Felipão. Termino por dizer que o argumento de o português ter inveja do brasileiro não colhe na minha pessoa. Pois não só vivo no Brasil, torço pelo Brasil, como também julgo o Brasil um grande país, pais de que me orgulho de fazer parte.

Simplesmente a selecção portuguesa não é a selecção brasileira! Ter sido campeão com aqueles jogadores que o Felipão foi não é difícil, difícil seria não ser. Mas fazer Portugal perder duas vezes da Grécia, em duas semanas, em Portugal, isso já é preciso algum talento. Em Portugal, um técnico não se pode dar ao luxo de ser teimoso. Força Brasil, força inteligência, força competência. Resta-me a consolação de saber que o Senhor José Mourinho prometeu acabar a sua carreira, cedo, ao serviço da selecção nacional portuguesa.


segunda-feira, junho 12, 2006

Ninguém pára o Mantorras...






Sem DECO, fiquei a saber que o clube do esterco Scolari vale tanto como Angola...Bravo...Valeu-lhe a Nossa senhora do Caravagio para aquele milagroso golo...sortes...Aliás, a equipa portuguesa do Mundial da Coreia que perdeu o primeiro jogo com os EUA era capaz de golear esta equipa do esterco Scolari, pois mesmo perdendo jogou melhor e até os EUA eram muito melhor que esta Angola. Há um tipo que também já me começa a meter tanto nojo ,o MST foi o primeiro a constatar, que é o Cristiano Ronaldo...tresanda a um vedetismo que mete nojo e depois como quer destacar-se a maior das vezes só faz merda...ainda bem!!! Esperemos que DECO não jogue mais...pois está mais que visto, que é DECO e mais 10 quando o que se quer é bom futebol...se voltar à equipa esperemos pelo menos que a equipa faça uma grande exibição , mas que perca...

Esperei até ao último minuto que Mantorras resolvesse, mas não foi possível...fracos demais...aliás, Angola até parece uma equipa mediana( e não má como é na realidade) face à exibição do clube do esterco Scolari.

Força Irão, estou contigo. Utilizem toda a artilharia nuclear sobre o clube do esterco Scolari!!! Eu acredito que ainda é possível exterminar essa praga!!!

domingo, junho 11, 2006

Vitor Baía ao Expresso

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Uma fantástica entrevista do Vitor Baía digitalizada por mim da revista Única do Expresso. A não perder :

Carreira e palmares:
Nome: Vítor Manuel Martins Baía
Idade: 36 anos. Nasceu em São Pedro da Afurada (Vila Nova de Gaia) a 15/10/69
Família: Divorciado. Tem dois filhos, Diogo,de 13 anos, e Beatriz, de 9 anos
Habilitações académicas: Frequência do 11º ano
Clubes: Académica de Leça (até 1983);FC Porto (1983-1996; 1999 até ao momento);FC Barcelona (1996-1999)
Primeiros títulos: 1 Campeonato Distrital de Iniciados; 2 Taças Nacionais de Juvenis;1Campeonato Nacional de Juniores
Títulos seniores: 9 Campeonatos de Portugal; 5 Taças de Portugal; 7 Supertaças de Portugal; 1 Campeonato de Espanha;2Taças do Rei; 1 Supertaça de Espanha;1 Taça das Taças; 1 Taça UEFA;
1 Liga dos Campeões; 1 Taça Intercontinental
Internacionalizações: Selecção A; 76; Sub-21: 8; Juniores: 4; Juvenis: 11
É presidente do Conselho Fiscal do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol
É autor da autobiografia "Vítor Baía 99" e co-autor do livro infantil "Contos Redondos"
A sua fundação - Vítor Baía 99 - foi criada há dois anos para apoiar crianças e adolescentes desprotegidos



"Quero voltar ser o número 1"

O guarda-redes do FC Porto fala da Selecção, de Scolari, do seu clube e do mundo do futebol. Confissões do jogador com o maior palmares do mundo, que começou benfiquista e deve a carreira à irmã.


O Mundial de Futebol abriu ontem as portas e Portugal tem amanhã o seu pontapé de saída frente a Angola. Tal como aconteceu no Euro-2004, o Vítor Baía volta a ser o grande ausente da Selecção Nacional. Qual a razão por que o seleccionador nacional, Luiz Felipe Scolari, não gosta de si?
Isso eu também gostava de saber. Esta situação vai perpetuar-se: daqui a 10, 20, 30 ou 40 anos toda a gente se vai lembrar do caso. E um enigma. É uma situação para a qual ninguém consegue encontrar explicação. Só há uma pessoa que tem a explicação para isso e essa pessoa nunca teve a coragem de admitir ou de falar publicamente o porquê. Enquanto assim for, isto vai ser falado como uma das maiores injustiças do futebol nacional.

Numa entrevista televisiva, na SIC Notícias, Scolari já disse que não o considerava o melhor guarda-redes português.
Ele é evasivo. Disse que considerava que convocava os melhores mas nunca disse que eu não era o melhor. Escondeu-se sempre na capa de seleccionador. Ou seja: "Só falo dos que cá estão". Vamos ver se quando ele sair, quando já não tiver a capa de seleccionador, se diz quais são os verdadeiros motivos. Porque, como ele não assume, aparecem nos meios de comunicação social boatos, não se sabe de onde, para branquear. Mas nunca é nada da boca do seleccionador. Já surgiram tantas coisas - algumas delas nada simpáticas para comigo, nomeadamente que eu não seria convocado por questões disciplinares, de comportamento e eu nunca tive um único problema disciplinar na minha vida de jogador de Selecção. Nunca!

Na sua carreira teve um único grande problema disciplinar.
Tive um, com o José Mourinho, mais isso é outra questão. Nunca tive qualquer problema com nenhuma pessoa relacionada com a Selecção - nem presidentes, nem directores... Absolutamente nada! O comportamento com os meus colegas foi sempre impecável. Portanto, é uma questão do próprio seleccionador. Tenho de respeitar mas não posso aceitar. Tenho esse direito de não aceitar. Aliás, estive com o seleccionador uma vez e gostei de ter conversado com ele. Pareceu-me uma pessoa de bem, por isso é que estranho tudo isto.

Esse único contacto que teve com Scolari foi em 2003 durante uma viagem à Suíça, por ocasião de um jogo promovido pela ONU. Por que não lhe perguntou a razão de não o convocar?
Achei que não o devia fazer.

Pensou que tudo acabava por se resolver?
Qualquer um acha que a melhor via para se ir à Selecção é o rendimento em campo. Sou campeão da Taça UEFA, da Liga dos Campeões, varias vezes campeão nacional, tenho várias Taças de Portugal, fui considerado o melhor guarda-redes da Europa pela UEFA em 2004. Isto não é o suficiente para se ir a uma selecção nacional? E suficiente para ir à melhor selecção do mundo! E nem convocado sou!

Não se importava de discutir a titularidade com o Ricardo?
Não tinha problema nenhum. Aí, o seleccionador decidiria. Tal como o António Oliveira decidiu quando me viu treinar e ao Ricardo antes do Campeonato do Mundo de 2002, na Coreia. Se o seleccionador sentisse que outro colega meu tinha mais garantias, para mini perfeito. No Porto aconteceu-me exactamente o mesmo e toda a gente dizia que a minha reacção seria negativa, que eu não tinha perfil para ser o número dois, que iria criar mau ambiente, que seria um mau profissional... A prova está em que eu deixei de jogar no meu clube e as pessoas só têm a falar bem de mim.

A convocatória para este Mundial também gerou polémica com a exclusão de Quaresma, seu colega no Porto.
O Quaresma é um talento e todos sabem que ele tinha valor para lá estar. Quando o melhor jogador de um campeonato nacional não cabe na Selecção...?! Pelos vistos, não são todos filhos do mesmo Deus.

Considera-se o Romano português?
São casos diferentes.

Diferentes porquê?
Não sei se um caso com um jogador mediático não poderá ser uma estratégia para motivar os restantes e a partir daí ter os jogadores todos do lado dele. Se contra tudo e contra todos, ele não convocou o Romário e conseguiu ter a selecção brasileira toda do lado dele...

Mas houve uma vaga de fundo no Brasil...
Sim, mas ele teve a equipa toda do lado dele e acabaram por ser campeões do mundo.

Parece-lhe que isto tem unido a equipa em torno do Scolari?
Não sei. Se calhar sim. Porque a Selecção é uma Selecção unida. Porque aquilo funciona como um clube. Isso é uma política acertada do ponto de vista da união do grupo mas não nas outras componentes.

Entendeu como uma "provocação" a convocatória de Bruno vale, à data guarda-redes da equipa B do Porto, para o Euro-2004.
Pensei: "Mas que mal fiz a este homem para ele me estar a fazer isto?" Certamente com um futuro brilhante à sua espera, ele não deixava de ser o terceiro guar-da-redes do FC do Porto e nem sequer tinha sido uma única vez chamado à selecção principal. De repente aparece assim... Nem foi só comigo, acho que foi uma surpresa para todos os guarda-redes da Primeira Divisão.

Scolari voltou a insistir nele (entretanto substituído pelo Paulo Santos devido a lesão), no Quim e no Ricardo. Eles são melhores guarda-redes do que o Vítor Baía? Quem é o melhor guarda-redes de Portugal?
O que posso dizer é que, por muito respeito que me mereçam todos os guarda-redes portugueses, o meu termo de comparação nunca esteve em Portugal.

Quem é o seu termo de comparação?
O meu termo de comparação é o querer estar ao nível dos melhores do mundo. Nunca me preocupei com A, B ou C...

Estamos a falar de quem? O Preud'Homme? o Schmeichel?
Todos. É conseguir estar entre os melhores do mundo. É chegar a ser o melhor guarda-redes da Europa. Ser o melhor! E isso já consegui. A questão nacional para mim era um tema menos importante.

Considera-se então o melhor guarda-redes português?
Não me está a ouvir dizer isso, pois não? Nem nunca me vai ouvir dizer isso.

Estou-lhe a perguntar.
Respondendo à questão como estou a responder, respondo a tudo. Desde que comecei a minha carreira como sénior aos 18 anos quis sempre estar entre os melhores do mundo e demonstrei-o, não de letra, mas em campo, conquistando títulos importantes e sendo considerado pelas maiores entidades ao nível da Europa como o melhor. Não vou dizer que sou o melhor guarda-redes português porque sou logo criticado: "É pá, parece mal estares a dizer que és o melhor". Tenho de dizê-lo por portas travessas. É o país que temos.

Continua a deter o recorde da invencibilidade, não é?
1192 minutos em 2004. É obra. E custou bastante.

E desde 2004, quando conquistou o seu 27.° título, a Taça intercontinental - agora já tem 29 com o Campeonato e a Taça de Portugal deste ano -, tornou-se o futebolista com o maior número de títulos de sempre.
E ainda estou em actividade.

E, simultaneamente, passou a ser um dos oito jogadores do mundo que têm os três títulos europeus e a Taça intercontinental, e é o único português com as três taças europeias.
Da minha geração sou o único com esses quatro títulos. E há uma que ganhei mas não faço uso disso porque como estava lesionado nem sequer me sentei no banco; mas fomos todos convocados e se for ver os jogadores que ganharam a Supertaça da Europa pelo Barcelona, está lá o meu nome. Se a reivindicasse até era o único jogador no mundo com todas as taças.

O único título que lhe falta é com a camisola das Quinas. Para obter a titularidade no Porto teve de falhar o Mundial de Riade, invocando uma lesão.
O clube era obrigado a deixar-me ir a não ser que estivesse lesionado. E naquela altura não havia mais nenhum guarda-redes no FC Porto porque o Zé Beto estava castigado e o Mlynarczik lesionado.

Se o pudesse ter escolhido...
Escolhia o clube e depois o tempo veio a dar-me razão, porque tive uma oportunidade que podia ser única porque, na altura, apostar num guarda-redes com 18 anos era uma utopia. Só alguém com muita coragem e uma mentalidade completamente diferente do normal é que o faria. Artur Jorge foi essa pessoa.

Viu o jogo de Riade? Que sentiu?
Vi. Alegria. Vibrei com aquilo como se lá estivesse. Mas depois comecei a lembrar-me "Eh, eu podia estar ali também". Imagine a confusão que ia na minha cabeça.

Ficou dividido.
Fiquei, mas acabei por aceitar. Não tinha de lá estar.

Conquistar títulos é o que o faz correr?
Essa é a única forma de demonstrar o meu valor e de responder às pessoas que possam não ter uma opinião muito favorável - porque vivemos num país livre e eu não tenho de agradar a toda a gente. Não vou à procura de justificações para situações menos boas que me possam acontecer - a culpa é do vizinho, do sol, da água, da bola... nunca entro por aí - e tenho muito orgulho em ser assim, ou seja, assumo sempre as minhas responsabilida-des. É um erro tremendo irmos para a imprensa lutar contra tudo e contra todos, e falar mal de tudo e de todos. Só há um local onde podemos responder a tudo o que possa vir de menos bom: dentro do campo. E como? Ganhando títulos. Só assim conseguimos perpetuar um nome e uma carreira.

O que será uma boa classificação para Portugal neste Mundial?
Para uma Selecção o principal é a primeira fase, é uma barreira. Passada a primeira fase, qualquer equipa pode ser campeã do mundo. Depois é a eliminar e a partir daí tudo pode acontecer, porque há vários factores que pesam e nem sempre a que tem mais qualidade ganha. Desejo toda a sorte do mundo à Selecção e que cumpra os objectivos.

Vai ao Mundial a título pessoal ou como comentador de uma televisão, como aconteceu no Euro-2004?
Não. Vou estar o tempo todo de férias. Tive muitos convites para o fazer mas prefiro estar a descansar e tranquilo.

E se Portugal chegar à final vai assistir?
Não. A Alemanha não faz parte do meu itinerário de férias. Mas irei torcer por Portugal.

No Porto também tem estado no banco, sempre que Helton está operacional o treinador, Co Adriaanse, opta por ele.
Opções. Há que respeitar. É a mesma situação: respeito, mas posso não aceitar. No entanto, faço tudo para que o meu colega tenha todas as condições para poder jogar ao seu melhor nível. Não chego lá e crio mau ambiente, ou deixo de cumprimentar ou falar com o meu colega. Antes pelo contrário. As pessoas são diferentes. Eu sou assim. É a minha maneira de ser e orgulho-me disso. Ser diferente é algo que também me dá um prazer tremendo. As pessoas dizem: "Mas és diferente porque és mesmo ou é só aparência?" Sou diferente porque sou mesmo. As coisas saem-me com naturalidade. Não preciso de estar a fazer fretes, a fazer de conta que sou bom para, por trás, andar a minar tudo e todos e a fazer jogo sujo. Tem a ver com a minha educação, o meu crescimento e a minha maturidade. E o "mister" Adriaanse tem sido correcto. Tem as suas opiniões e demonstra-as duma forma frontal e educada. Respeito e posso aceitar ou não - mas isso já é um problema meu.

É uma espécie de regra um guarda-redes jogar na Liga e o outro na Taça...
Não é uma regra obrigatória, depende do treinador. Tinha a esperança de que poderia jogar a final da Taça de Portugal.

Ele disse-lhe a razão de não jogar a final da Taça?
O que o treinador fez, duas vezes, foi agradecer-me a minha postura, a minha ajuda, tudo o que tenho feito por ele, pelo clube e pelos meus colegas. Disse-me isto depois do jogo com o Penafiel, no qual nos sagrámos campeões, e depois da final da Taça de Portugal.

Tem contrato com o Porto por mais uma época. Se continuar no banco, admite seguir as pisadas do seu amigo Jorge Costa e ir para o estrangeiro?
Neste momento, o meu principal objectivo é cumprir o meu contrato. O meu pensamento não é de um jogador acomodado, longe disso, nem nunca poderá ser. Não está predefinido na minha mente que não vou jogar,mas sim que vou jogar quando regressar ao trabalho a 10 de Julho. Tenho a humildade de assumir e saber que sou o número dois. Mas na minha mente só há uma ideia: ser o número um e voltar a jogar. Ou seja, vou trabalhar e lutar para ser o número um, como se estivesse agora a começar a minha carreira. As pessoas pensam: "Mas este gajo é maluco. Então já ganhou tanto, já não precisa disto para nada e pensa como se ainda fosse um miúdo?" Mas esta é a minha forma de estar no futebol e na vida. Não estou acomodado a 29 títulos.

Deixar o Porto não é uma porta fechada...
Exactamente. Não vou estar a dizer que nunca irá acontecer isso porque não sei. Se tiver de seguir a minha vida, seguirei sem qualquer problema.

Da última vez que Pinto da Costa renovou o seu contrato e o do Jorge costa, ele disse que gostaria de continuar a contar convosco "na casa", mas provavelmente já não como jogadores.
Há sempre lugar no clube para jogadores que marcaram e fizeram tudo pelo clube.

Na equipa técnica?
Isso é uma suposição. Sentimos que as pessoas nos têm no coração porque é uma vida dedicada a uma causa, porque o FC Porto acaba por ser uma causa à qual nós só não damos aquilo que não podemos dar. Ficamos sempre completamente sugados de cada vez que temos de lutar por este clube.

Uma coisa é certa: tem azar com os treinadores holandeses porque no Barcelona teve graves problemas com Van Gaal.
Sim, mas penso que é coincidência, porque Co Adriaanse não tem nada a ver com o de Barcelona - esse faltou-me ao respeito. Aquilo foi assim: "Não gosto de ti porque não gosto de ti." E assim não havia nada a fazer. Porque ele dizia aos amigos que eu era o melhor guarda-redes que ele tinha. É maldade.

Mas tiveram alguma discussão?
Só tive uma discussão com ele - e grave - quando vi que não estava a ter uma oportunidade apesar das coisas não estarem a correr bem para o meu colega. Fui confrontá-lo com o que ele me tinha dito: que eu iria lutar de igual para igual. E ele diz-me: "O outro tem de estar muito, muito mal para tu jogares". Isto é brincar comigo, isto é maldade! Perguntei-lhe: "Você quer mesmo que eu me vá embora, não é?" Ele ficou a olhar para mim e não respondeu. Disse-lhe: "Olhe, o seu silêncio..."

Apesar de ter terminado mal a sua passagem por Barcelona começou da melhor maneira: em 1996, os seis milhões de euros da sua transferência tornaram-na na mais cara de um guarda-redes. E foi recebido apoteoticamente, até encheu a casa de electrodomésticos a troco de autógrafos.
Foi a primeira e última vez, porque aquilo foi de loucos. Tiveram de chamar a polícia e interromper o trânsito numa avenida enorme. Baixei a cabeça, meti-me no meio das pessoas e comecei a correr para a loja. Quando repararam que era eu, desataram a correr atrás de mim, mas consegui entrar na loja e salvar-me. Estive das sete da tarde à meia-noite a dar autógrafos.

Nem o Vítor tinha noção da sua popularidade...
Não. Pensava que era apenas uma figura nacional e, afinal, naquela altura já era uma figura internacional. Tinha muito a ver com o facto de já ter feito muitos jogos da Liga dos Campeões. E, a certa altura, os "media" espa-nhóis, nomeadamente os cata-lães, não sei como nem porquê, fizeram de mim um "sex symbol". Isto teve um impacto tremendo na comunidade feminina, e primeiro que eu conseguisse passar a mensagem de que era um homem casado e tranquilo... Aquilo era incrível: ia na rua e as miúdas começavam aos gritos e a chorar, atrás de mim... Pensava: "Isto não me está a acontecer". Via-me aflito para fazer as coisas que um cidadão normal faz, como ir ao cinema. Aqui em Portugal toda a gente sabia que eu era um homem de família...

Sim, mas em Portugal também é considerado o primeiro "sex symbol" do futebol nacional, o nosso Beckham...
Sim, mas lá teve uma repercussão tremenda.

Aqui não o abordam?
Abordam-me, dou autógrafos, mas é por simpatia...

Mas tem uma legião feminina de fãs.
Não sei, ouvi dizer que sim (estou a brincar). Cá não têm aquele tipo de manifestação.

São mais comedidas?
Controlam-se mais. Em Barcelona chegávamos ao aeroporto e era um caos, a polícia tinha de fazer cordões humanos até ao autocarro... Não era só comigo, era com todos os jogadores, púnhamos a cabeça de fora e as miúdas começavam a chorar e aos gritos... Era tipo uma "boys band" ou até os Beatles. Agora acontece o mesmo, se perguntar ao De-co como é quando vai a sítios públicos ele diz-lhe que é igual.

Depois do desaire de Barcelona regressa ao Porto e renasce para o futebol com José Mourinho. Considera-o o melhor treinador que teve, mas também foi com ele que viveu o seu único grave problema disciplinar. Não gostou que ele questionasse uma lesão sua, ele acusou-o de dar uma entrevista sem autorização do clube. Estas regras fazem parte dos vossos contratos?
No início de cada época é-nos entregue uma norma interna onde vêm as nossas próprias regras.

É nessa norma que aparecem as regras de relacionamento com a imprensa, um tema tão sensível no futebol?
Aparece tudo: as saídas nocturnas, a que horas temos de estar em casa... Por isso é que não se vê muitos jogadores do FC Porto, durante a época, na noite, e os que saem têm o castigo imposto pelo clube. Tem a ver com uma organização, com uma forma de viver do clube, se calhar, diferente de todos os outros.

Não lhe parece que os clubes fazem da comunicação social um bode expiatório dos problemas? São a única entidade colectiva a fazer "black-outs", a cortar relações com jornais... Nos "black-outs" o Porto é campeão.
Só temos pena dos "black-outs" pelos nossos adeptos, porque gostariam de estar mais informados e de ouvir os seus ídolos falar. De resto, não nos arrependemos porque têm a ver com as injustiças de que somos alvo.

E os "black-outs" resolvem esse tipo de problemas?
A nós tem-nos resolvido. Porque andamos tranquilos. Deitamos tudo lá para dentro, e as pessoas pensam que ficámos afectados com as críticas e a pressão negativa que exercem sobre nós, e é precisamente ao contrário.

Nunca se sentiu coarctado na sua liberdade como cidadão?
Não, porque faz parte da nossa cultura e não somos obrigados a nada. Não estamos num tempo de ditadura. Os "black-outs" são propostos quer pela direcção, quer pela equipa técnica, quer pelos jogadores. Depois tanto pode ser aceite como não. E só se faz quando há unanimidade, porque se houver alguém que seja contra, já não fazemos. Vivemos em democracia.

Se assim é qual a razão por que há jogadores que furam os "black-outs"?
Ninguém fura os "black-outs" no FC Porto.

Um dos principais factores de pressão no futebol são as claques dos clubes. No Porto tem havido alguns casos complicados nos últimos tempos: as ameaças de morte a Mourinho, uma emboscada ao carro do actual treinador, jogadores que sentiram necessidade de contratar segurança privada, etc. Comportamentos violentos que são tranquilamente assumidos pelos líderes das claques, inclusive em declarações à comunicação social.
É o lado negativo, o lado que não queremos e contra o qual lutaremos, por parte de claques.As claques também têm um lado positivo: a forma como nos apoiam, indo connosco para todo o lado, e é isso que queremos delas. Depois há um outro lado que me custa explicar, porque não estou no meio deles, e que tem a ver com cada um: com o seu ideal, com aquilo que cada um quer da sua vida.

Há uma certa tolerância dos clubes para com esses aspectos negativos.
As claques já fazem parte duma indústria, são rendibilizadas, têm rendimentos e já são geridas como empresas. Ou seja: já não é propriamente o amadorismo ou o correr por gosto, também têm as suas compensações, e por isso o tema é complexo, porque há ligações clube-claque, há coisas que escapam a toda a gente e que, no fim, se torna difícil de explicar.

Já foi alvo de alguma situação?
Não. Se calhar outros colegas meus não o podem dizer, mas eu, pessoalmente, não posso falar mal de ninguém: não posso falar mal da claque, não posso falar mal dos seus líderes, não posso falar mal dos adeptos do FC Porto, antes pelo contrário, porque para comigo têm sido extraordinários.

O futebol é fértil no campo das ligações perigosas, o que espera do processo "Apito Dourado"?
O que esperam todos: que a montanha não vá parir um rato. Muita gente já foi julgada na praça pública e, pelo que me é dado a entender, algumas delas, nomeadamente o meu presidente, sem ter sido provado. Isto é algo inaceitável: a condenação pública antes da saída da sentença final. E no futebol há um aproveitamento mediático muito grande disso como forma de atingir pessoas. Até ao momento, as pessoas foram todas ilibadas porque as suspeitas eram infundadas.

Porque o futebol é a única modalidade a estar permanentemente sob suspeita?
Porque é uma estratégia dos clubes para encobrirem o insucesso das suas equipas, as más contratações, maus treinadores...

Estratégia como?
Porque assim desviam as atenções. Se falamos da arbitragem, não vamos falar que os jogadores foram mal escolhidos ou a época mal planificada. E o Zé Povinho só se agarra a isto. O dirigente que queira desviar as atenções da má política do seu clube fala dos árbitros.

É uma estratégia na qual inclui oseu clube e o seu presidente?
É uma estratégia que está enraizada na cultura do dirigismo português, em todos os clubes de "top". E depois isso é alimentado pela imprensa. É uma cultura do país.

E qual a razão de ninguém chamar os bois pelos nomes e todos falarem do sistema...
Porque não há provas.

O que é "o sistema"?
"O sistema" é imaginário para justificar...

Octávio - o técnico que popularizou "o sistema"-passa a vida a ameaçar "é hoje que digo..."
Mas ninguém diz nada porque ninguém tem nada para dizer. E ninguém tem nada para dizerporque ninguém tem provas de nada. A única situação em que disseram que tinham provas ainda não conseguiram provar nada: a do "Apito Dourado".

Não há fumo sem fogo...
Não concordo. Basta-me já ter sido alvo de boatos e invenções para não poder concordar com essa teoria.

Ainda a pressão: o que tanto gritam os guarda-redes na baliza?
As pessoas têm uma opinião favorável a meu respeito, dizem "este menino é uma pessoa bem educada" e se eu fosse a contar...

Mas na televisão dá para uma ter uma ideia...
Ê assim: a minha vida fora do futebol não tem nada a ver com aquilo que sou ali dentro em termos de linguagem e de postura. Porque em campo acabamos por
ter leis diferentes, aquilo torna-se uma arena onde ganha o melhor e o mais forte. E eu quero ser o mais forte e vencer.


Portanto, transforma-se quando entra em campo...
Transformo-me porque quero ganhar. Mas não a todo o custo. Fazer batota e ser trapaceiro não tem nada a ver comigo. É duma forma agressiva? Sim, na maneira como comando a minha equipa.

O que leva para o campo?
Nada. Só o meu equipamento.

Tem algumas superstições?
Não. Tenho a minha fé, mas não tenho ritual.

Usa um termo habitualmente conotado com a religiosidade para descrever o seu gosto pelo lugar de guarda-redes: "chamamento". Porquê?
Era um gosto anormal naquela altura, porque todos os miúdos fugiam da baliza. Todos queriam jogar à frente... Aliás, naquela altura punha-se na baliza quem tinha menos jeito para jogar à frente. Mas eu desde logo fixei-me naquele lugar e nem queria saber de jogar mais à frente. Depois de tantos anos, ao fazer uma retrospectiva sinto que nasci com um dom especial.

"Dom" foi a palavra que a sua irmã Lurdes usou para demover o seu pai quando ele reagiu mal ao seu abandono dos estudos, no 11.° ano.
Não conseguia conciliar o futebol com os estudos. Foi complicadíssimo porque a reacção do meu pai foi bastante agressiva. Ao ponto de ele ter dito que fizesse as malas e saísse de casa. As mulheres da casa impuse-ram-se e disseram-lhe, primeiro a minha irmã e depois a minha mãe, que se eu saísse elas saíam comigo. Ele acalmou-se, reflectiu e agora o meu pai é o meu maior admirador.

E tornou-se num portista ferrenho, ficando para trás o amor ao Benfica, que, aliás, lhe havia transmitido. No seu caso, foi o seu primeiro treinador, ainda na Académica de Leça, Fernando Santos, que fez de si um "dragão". No gosto pelo clube mas não só... Ou poderia ser hoje economista como a sua irmã.
Um "olheiro" do Porto foi-me ver e ao Domingos, tínhamos uns 12 anos. O Domingos esteve bem e o guarda-redes da outra equipa brilhou, mas a mim quase não me viu defender. Ele disse ao Fernando Santos para levar o Domingos e o outro rapaz ao Porto, mas ele decidiu que ia eu, sem dizer nada a ninguém.

Mas quando passou de júnior para sénior, uma tromboflebite quase acabou com o seu sonho.
Foi na fase final do Campeonato de Juniores. Acordei com o braço direito pesado e adormecido. Era uma tromboflebite e ainda estive internado quase dois meses. Mas por causa disso não fui emprestado ao Famalicão e acabei por fazer a minha estreia na baliza do Porto, porque não havia mais ninguém disponível.

Como é que chegou de rapaz filho de um guarda-fiscal e de uma doméstica a dono de um carro milionário, o seu Mercedes McLaren?
Não falo desse tipo de questões, mas vou abrir uma excepção. Custa-me a compreender que jornais tenham feito primeiras páginas sobre isso, quando, se calhar, a nível nacional, os jogadores são das pessoas que mais solidariedade fazem. Tenho uma fundação que sobrevive maioritariamente com o meu dinheiro. E vêm-me agora falar de um carro e de luxos desnecessários?! Não posso, depois de tantos sacrifícios, cometer um excesso e comprar o carro dos meus sonhos?!

O que lhe falta fazer?
Tanta coisa! Por exemplo, dar seguimento a uma obra de que muito me orgulho, que é a Fundação Vítor Baía 99.

Quantas crianças já ajudou?
Muitas. Temos dois anos de existência, e é algo de que muito me orgulho. Outros projectos logo se verá...

Vê-se um dia sentado na cadeira da presidência do clube?
Oh, não...! Acredito que o presidente do FC Porto só sairá da presidência no dia em que deixar de existir, que eu espero que seja daqui a muitos anos. Por isso, enquanto o meu clube tiver um presidente como o que tem, isso nem me pela cabeça.

Pinto da Costa diz que o vê como um irmão mais novo, adoptivo. E o Vítor vê-o como um irmão mais velho ou como um pai?
Como um amigo. Mas não misturo as coisas. Ele é o meu presidente, o meu chefe e terá sempre o meu respeito, tal como ele vê em mim aquele jogador que só não dá o que não pode.