O prémio Nobel da Economia Joseph Stiglitz alertou na segunda-feira, em Buenos Aires, que a austeridade agrava as consequências da crise europeia e defendeu a reforma do quadro europeu e a reestruturação das dívidas nacionais.
Para Stiglitz, a crise que afecta a Europa não só se deve a um endividamento excessivo como a "falhas fundamentais" no quadro da zona euro, que "não funciona".
"Se não houver uma reforma do quadro europeu, o futuro é negro", disse o Nobel da Economia, durante uma apresentação sobre o panorama económico mundial numa cerimónia liderada pela Presidente argentina, Cristina Fernández.
Stiglitz lamentou, porém, que a resposta à crise europeia tenha "representado uma má gestão da mesma e exacerbado as suas consequências e natureza", referindo-se "às políticas de austeridade adoptadas por muitos países".
"Quando existem pacotes de austeridade, desacelera-se a economia", explicou o Nobel, lamentando ainda que a União Europeia não tenha tido em conta a experiência da Argentina, que testou a austeridade depois da crise de 2001, da qual saiu através de uma reforma da taxa de câmbio e reestruturação da dívida.
Os governos europeus "não entenderam a crise monetária, a crise da dívida e lançaram um conjunto de políticas que vieram agravar as coisas rapidamente, incrivelmente depressa", acrescentou.
Os problemas, apontou, "não se devem ao sobreendividamento público", mas porque os Governos "responderam à crise da dívida do sector privado" e a "dívida passou do sector privado para o público".
Não me digas...vá contar essa para os estarolas direitolas fedelhistas...estamos melhor do que nunca...