Há algumas semanas, em Macau, eu e o presidente do Comité Olímpico de Moçambique, um adepto entusiasta e indefectível dos dragões, comentámos o momento do FCP. E concluímos que, se forem corrigidos pequenos aspectos, a equipa pode alimentar e realizar ambições muito elevadas na Liga dos Campeões. Para tanto não pode continuar a sofrer golos em cruzamentos que pouco vão além de inofensivos, para mais tendo na baliza e no centro da defesa jogadores com alto porte atlético. A isso acresce a obrigação de tirar proveito dos livres e pontapés de canto, cuja cobrança tem deixado muito a desejar.
Mas há outros contras a enfrentar. É que o facto do FCP ser o único clube português com cultura e postura de vitória no plano internacional tira o sossego e sono a muita gente cerzida em ponto pequeno. Vai daí não cessa de, em canais televisivos e em jornais cada vez mais convertidos à causa da rasteirice e alienação, lançar sobre ele perguntas, lucubrações e arrotos travestidos de luz e sapiência. A ignorância e a perversidade não têm limites, sobretudo quando os analistas e perguntadores estão perplexos com a noite que tinge as bandas do clube do seu vermelho e dorido coração. Aí mantém-se em cena a farsa de um enganador que se esfalfa a pregar a cruzada contra os pares e se arvora no único santo, honesto e justo no reino do futebol. Devia ter presentes os ditados «quem semeia ventos colhe tempestades» e «pela boca morre o peixe». Mais cedo do que ele pensa. Sobre isso os sábios nada dizem.
Só verdades
Há 22 horas