"Moutinho é a mola de um relógio suíço"
João Moutinho foi a grande contratação desta temporada. Correspondeu completamente às suas expectativas daquilo que é um jogador à Porto?
Totalmente. O João Moutinho, como jogador, é o que toda a gente sabe e, como homem, é fantástico. Um indivíduo que, com o seu passado no Sporting, teve de ouvir ser apelidado de maçã podre e que não teve uma reacção violenta em resposta - que podia dar fundamentadamente, com os documentos que tinha e que levaram à sua saída - e se manteve em silêncio por respeito ao clube que representou e aos companheiros que lá ficaram... é uma atitude notável, que não sei se muitos outros teriam.
Dentro de campo, como corresponde ele à sua descrição de jogador à Porto?
É a mola, o motor de um relógio suíço. Ele não é do Porto, mas também não é de Lisboa; é do Algarve e, já agora, faço-lhe uma inconfidência dizendo-lhe que ele esteve cá a prestar provas antes de ir para o Sporting porque queria vir para cá. E só não ficou porque tinha um irmão que não foi aprovado, e os pais queriam que ambos ficassem juntos. Caso contrário, teria ficado cá. Quando disse que ele era um jogador à Porto, nunca sonhei que fosse possível que viesse para cá. Pela forma de ser, pelo facto de jogar sempre, de ser o primeiro a assumir os problemas, é o tipo de jogador que está de alma e coração em qualquer clube.
Acha que ainda vai rendibilizar os 10 milhões que investiu nele ou isso nem lhe passa pela cabeça?
Passar pela cabeça, pode passar, agora vontade de o vender, não tenho. Quero que esses dez milhões sejam rendibilizados com muitas vitórias e mantendo o relógio sempre a funcionar.
Grandes elogios ao Moutinho e acho que são justos...mas podiam ter-lhe perguntado se é assim tão preponderante, tão decisivo porque motivo vendeu 37,5% do seu passe?
Há perguntas incómodas que não se fazem...eu compreendo...