Afinal, ainda há amanhãs que cantam. É verdade que cantam canções de embalar, mas cantam-nas a plenos pulmões e deixam-nas ecoar nas páginas dos jornais, nos noticiários das televisões e nos programas das rádios. O Benfica há-de ser o mais bem sucedido de todos os clubes de Portugal, repete o refrão. É um refrão optimista, mas estas canções são sempre assim, mobilizadoras e messiânicas. Prometem um Mundo melhor e garantem que a felicidade eterna está ao virar da esquina. Não dizem exactamente que esquina é preciso virar, só sabem que não é esta, e muito provavelmente também não é aquela ali ao fundo, mas basta andar mais um bocadinho, fazer mais um pequeno sacrifício e já está, chegamos ao futuro. O mais interessante, contudo, não é o que estes amanhãs que cantam nos prometem para o futuro, mas aquilo que dizem sobre o presente.
Afinal, se o Benfica há-de ser o mais bem sucedido de todos os clubes de Portugal, é porque outro clube detém esse título na actualidade.
Ora, clube detentor de títulos na actualidade, campeão, vencedor da Taça de Portugal e da Supertaça, é o FC Porto.
E se a questão é ter um sucesso inigualável, então vencer a Taça UEFA e a Liga dos Campeões em épocas consecutivas e ainda conseguir juntar-lhe uma Taça Intercontinental, dois campeonatos, uma Taça de Portugal e duas Supertaças é certamente uma fasquia difícil de ultrapassar.
O facto de haver quem acredite ser possível diz bem da vitalidade e pujança do nosso futebol e desmente alguns cenários catastrofistas desenhados pelas Cassandras de serviço. Como dizia alguém, o futuro é um lugar muito importante, até porque é lá que vamos passar o resto das nossas vidas, mas para lá chegar temos que viver cada dia no presente. E no presente, as coisas são como são e não como hão-de ser.
GRAÇAS A DEUS!
"Felizmente que eles [n.d.r. Jorge Costa e Aloísio] não jogam"
Jesualdo Ferreira, treinador do FC Porto
Só verdades
Há 22 horas