sexta-feira, maio 01, 2009

F.C.PORTO AO LADO DOS INCUMPRIDORES?


Xeque à liga

Assembleia-geral tem matéria (salários em atraso) que divide os clubes e testa Hermínio Loureiro


A Assembleia-geral da Liga, de segunda-feira, de fim de época e de preparação da próxima, ameaça ser explosiva, em função do debate em torno das sanções aos clubes incumpridores, a propor pela Direcção.

No centro das atenções vai estar, naturalmente, o presidente da Liga de Clubes, que prometeu, logo no início do mandato, pôr cobro à vergonha dos salários em atraso, uma questão polémica que, porém, se repete e se agrava, ano a ano.

Estando em causa a credibilidade da sua liderança, Hermínio Loureiro optou por cortar o mal pela raiz, anunciando que os clubes que tenham salários em atraso, a 31 de Maio, não poderão participar em competições profissionais. Simplesmente, com essa iniciativa, abriu uma caixa de Pandora, provocando a divisão nos clubes e a hostilidade de muitos que, até agora, pareciam indefectíveis no apoio ao presidente.

Como a medida carece de aprovação dos clubes - os 32 vão comparecer -, Hermínio Loureiro está dependente da maioria deles, pelo que uma eventual rejeição se não coloca em causa a sua liderança, pelo menos, fragiliza-a. Vai ser, mesmo, um xeque à Liga.

Talvez por isso, o ponto n.º 1 da convocatória refere apenas "revogação do número 3 do artigo 35 do Regulamento de Competições", ou seja, nada diz de concreto sobre a referida proposta de exclusão dos clubes incumpridores. Muitos deles vão ao plenário sem saber de que trata o primeiro ponto. Esta indefinição permite que a Direcção reúna, de manhã, para concretizar a proposta e tentar que ela possa ser mais consensual, antes de, à tarde, os clubes ficarem a conhecer, com clareza, o que pretende a Liga. O líder do Marítimo, membro da Direcção, alertou o JN para essa situação: "O problema tem de ser analisado em toda a sua extensão, pois os clubes estão asfixiados por auditorias e fiscalizações, pelo que não podem ser mais sobrecarregados. A Direcção tem de ver a floresta e não só a árvore".

"Só definirei o meu voto depois da reunião e de ultimada a proposta da Comissã Executiva", destacou Carlos Pereira.

Mas a divisão é clara entre os que defendem o "sim" e o "não". Uma fractura que vai reflectir-se no plenário. Alguns presidentes dão a cara criticando, ao JN, o líder da Liga. José Eduardo Simões, da Académica, é claro: "A Liga deve ser uma plataforma de salvação dos clubes e não da sua perdição. A minha opção é salvar os clubes, não popor que os matem".

"O presidente foi pelo lado mais fácil e mediático, lançando a divisão nos clubes, em vez de tentar arranjar mais receitas", segundo o líder do Varzim, Lopes de Castro, que estranha não ter sido agendada a questão do PEC (Plano Extrajudicial de Conciliação) " uma bandeira do presidente". Já António Fiúza, do Gil, é cáustico: " O presidente prefere ajudar mais o líder sindical do que os clubes".

Como é habitual, perfilam-se dois blocos: um, a favor, da proposta e, outro, contra, liderados, respectivamente, por Benfica e F. C. Porto, este de relações tensas com a Liga, com o Sporting no meio. O JN fez uma sondagem que permitiu concluir que o "não" é maioritário na Liga e quase igualitário, na Honra.

No outro ponto em agenda, propõe-se a subtracção de três a seis pontos aos clubes que tenham salários em dívida há mais de três meses e a entrega de um mapa de controlo orçamental, a 28 de Fevereiro, caso contrário a multa será de 25 a 50 mil euros, esta uma matéria, também, muito polémica.



Veremos se o F.C.Porto pactua com esta pouca vergonha do E.Amadora, V.Setúbeis, etc,etc...Parece-me que neste ponto estou de acordo com o Evangelista...vai ficar tudo na mesma e para o ano vamos assistir a mais do mesmo...veremos se não são todos uma bando de hipócritas...especialmente alguns grandes clubes com tanto jogador para emprestar...se calhar dá-lhes jeito que tudo se mantenha...