quarta-feira, maio 28, 2014

MIGUEL SOUSA TAVARES - SEM SURPRESA

1- Sem surpresa alguma, olho para a convocatória dos 23 de Paulo Bento para o Brasil: são, basicamente, os mesmos de sempre, a mesmíssima equipa que se arrastou, sempre à beira do desastre, durante a fase de qualificação, salvando-se apenas devido à histórica exibição de Cristiano Ronaldo em Estocolmo. Ainda mais sem surpresa alguma, constatei que, conforme se adivinhava, Ricardo Quaresma ficou de fora (a sua pré-convocatória na lista inicial de 30 foi apenas para disfarçar: Paulo Bento nunca fez tenções de o levar ao Brasil). Aliás, nisso, o seleccionador foi muito ajudado por alguma opinião pública e jornalistas benfiquistas que aproveitaram um momento de descontrolo nervoso de Quaresma no jogo contra o Nacional, para logo montarem uma campanha destinada a provar que ele não dava garantias de comportamento adequado na Selecção. Pelo mesmo motivo terá ficado de fora Danny e, antes deles, também Bosingwa e Ricardo Carvalho foram parar ao index do seleccionador.

Na véspera de ser conhecida a convocatória de Bento, o Diário de Notícias pediu a dez treinadores portugueses que fizessem a sua própria convocatória. Dos dez, apenas um não incluiu o nome de Quaresma. Parece, pois, que não o consideram um indisciplinado incorrigível ou que, se o consideram indisciplinado, valorizam mais o seu génio do que o seu mau génio. Mas Paulo Bento não é desses: ele é dos que preferem jogadores certinhos e obedientes, mesmo que manifestamente desprovidos do talento adequado a fazer história, quando tal é necessário. No ataque — o calcanhar de Aquiles desta Selecção - deixou de fora Quaresma, Danny e Bebé, para continuar a insistir nos seus de sempre, com provas mais que dadas de incapacidade de fazer a diferença. A estratégia é simples: ou Cristiano Ronaldo resolve as coisas sozinho ou não marcamos. Mas, para tal, Cristiano precisa de encontrar no Mundial as condições que encontrou em Estocolmo: um jogo de contra-ataque, com espaço à sua frente e sem marcações cerradas. Essa é a única hipótese de sucesso de Paulo Bento.

Pessoalmente, não estou nada optimista e, por natureza, não alinho naquela lenga-lenga pseudo-patriótica de que «o seleccionador escolheu e agora esta é a equipa de todos nós». Como já aqui escrevi, não acato a ordem que o próprio Paulo Bento nos dava num cartaz publicitário, há tempos: «Nunca duvide do onze inicial! » Eu sei que há muitos treinadores que gostariam de viver com essa tranquilidade garantida: também eu gostaria, na minha profissão e em muitas ocasiões. Mas o que é próprio das profissões expostas - e do futebol, em particular - é que tudo possa ser contestado, discutido, criticado pelos seus destinatários. E nunca é demais lembrar que os verdadeiros destinatários do futebol são os espectadores — os únicos agentes do espectáculo que não ganham dinheiro com ele e que, directa ou indirectamente, o sustentam. No dia em que os espectadores, os adeptos, não puderem dizer livremente o que pensam, o futebol estará em circuito fechado — como já parece estar nos grandes acontecimentos, como os mundiais ou as finais europeias.

E nada disto, como é óbvio, implica que se deseje o insucesso do treinador ou dos dirigentes do nosso clube com os quais discordamos. Menos ainda se esse clube é a Selecção do nosso país. Enquanto nos interessarmos pelas escolhas e pelas opções, mesmo que discordando delas, é sinal de que nos interessamos pelo destino das nossas cores.

2- Sem surpresa, o Real Madrid conquistou em Lisboa a sua décima. Sem surpresa, porque os investimentos comparados em presença eram absolutamente desproporcionados. Para as duas últimas épocas de sucessos obtidos (Taça do Rei, Liga Europa, Supertaça Europeia, Liga Espanhola), o Atlético de Madrid gastou 40 milhões de euros, enquanto Florentino Pérez gastou um total de 700 milhões para chegar à décima. Pior ainda quando na véspera da final o Atlético perdeu o seu maior criativo, Turan, e aos 8 minutos de jogo perdeu a estrela solitária Diego Costa. A partir daí, fiquei dividido entre o coração e a cabeça: o coração levava-me a apoiar o Atlético, o David contra Golias; a cabeça dizia-me que o triunfo do futebol ultra-defensivo era contra tudo aquilo que eu defendo. Porque, não tirando mérito algum ao extraordinário desempenho de Simeone à frente do Atlético, o seu futebol, feito de intensa luta, intensa solidariedade, organização perfeita, capacidade táctica de sofrimento e resiliência, é um futebol pobre como espectáculo. Faz lembrar (a um nível obviamente diferente) o futebol do Sporting de Leonardo Jardim, ou o do Chelsea de José Mourinho. Levado ao extremo, com todos os jogadores a defenderam atrás da linha da bola, faz lembrar ainda, mais recentemente, a forma como o Benfica enfrentou e eliminou o FC Porto nos dois jogos da Taça de Portugal e no jogo da Taça da Liga ou como eliminou a Juventus em Turim. Naturalmente simpáticos e compreensivos para com as equipas mais fracas, os comentadores têm tendência a elogiar essa forma de jogar. Eu, que sou romântica e incuravelmente adepto do futebol de ataque (mesmo que feito com 40 passes, como o do Barcelona), não consigo, porém, entusiasmar-me com o estilo. Mesmo que a diferença de estatuto das equipas em confronto ou as circunstâncias do jogo me levem a compreender, ou até apoiar, esse heroísmo defensivo, sei bem que, a prazo, isso representa a morte do futebol. Pelo menos, do futebol que vale uma deslocação aos estádios.

3- Sem surpresa, e com grande visão, Bruno de Carvalho resolveu rapidamente e bem o problema do aliciamento externo de Leonardo Jardim. Leonardo Jardim e, depois, Marco Silva, parecem-me dois tiros certeiros e consecutivos em Pinto da Costa. Mas talvez eu esteja a ver mal: o tiro certeiro no ano passado era Paulo Fonseca e o deste ano é o do desconhecido Lopetegui. Oxalá à segunda tentativa o alvo não fique tão distante como ficou no primeiro tiro.

4- Sem surpresa, a notícia de que o Hellas Verona exerceu o direito de opção de compra de Iturbe por 15 milhões de euros. Desses, apenas uma pequena parte reverterá a favor do FC Porto, com a maior parte já vendida aos misteriosos fundos das habituais off-shores. Entre o valor da compra, as comissões, os agenciamentos e os negócios dos fundos, levando ainda em conta os salários dos dois anos em que Iturbe se arrastou pelo armazém de excedentários do Dragão, a mando de Vítor Pereira, ele é capaz de ter rendido ao FC Porto zero: zero de utilidade desportiva e zero de proveitos económicos. Se agora rebentar num dos grandes da Europa, o Verona terá feito o melhor negócio da sua história e a SAD do FC Porto um dos piores de sempre. E estou à vontade para escrever isto porque sempre defendi que Iturbe merecia ter tido as oportunidades que nunca teve no clube.

5- E, obviamente também, foi sem surpresa alguma que li a notícia de que o fisco português anda atrás de Scolari para lhe tentar cobrar os impostos referentes aos 7,2 milhões de euros que terá ganho em contratos publicitários quando esteve à frente da Selecção portuguesa, e que nunca terá declarado. E, sem surpresa também, a descoberta de que os milhões se volatilizaram entre sociedades fantasmas, off-shores e a parafernália habitual. Pois que, como disse, a propósito, o grande Felipão, tão incensado neste país: «Não nasci para ser Jesus Cristo.»

in abola


Só dizer uma coisa...Ó Miguelito, dá as voltas que quiseres...a respeito da selecção e sempre a bater no tal patriotismo...pois o outro que morreu é que era maior que Portugal disseste tu pateticamente...não enganas ninguém...desta vez as críticas aos penteados, jóias ficaram na gaveta...porque quando se defende o comportamento inadmissível do Quaresma contra os seus próprios treinadores...não foram os de fora...o MST tem sempre umas amnésias...são os seus queridinhos...mas o MST quando parecia que a selecção já não se apurava e como bom adepto que é nos momentos difíceis...com o FC Porto é igual, questionou...o Que vai a selecção fazer ao Brasil? Por isso...de que te queixas? Cala-te e apoia o teu Messizinho e as suas brilhantes exibições no Barcelona que este ano ficaste mudo...

Mas há mais..O Miguel Sousa Tavares versão Lixo da Manhã: "Leonardo Jardim e, depois, Marco Silva, parecem-me dois tiros certeiros e consecutivos em Pinto da Costa." Claro, um tem experiência de Beira-mars, Bragas e Olympiakos, corrido de lá a meio da época...o outro tem a experiência internacional de um Estoril...claro...o Paulo Fonseca é que não tinha cabedal para um grande...já a experiência destes é medonha...:-))

Quanto ao precocemente inchadito Iturbe tinha um post próprio para ele...mas digo já que para mim podia ir de graça...teve um comportamento vergonhoso, para um puto que não tinha curriculum nenhum...até recusou jogar na B...sempre com bitaites pelos redes sociais...o coitadinho que não jogava nada nem conseguia convencer 2 treinadores...sempre que jogou no FC Porto foi uma autêntica anedota...mas tinha a boa imprensa...especialmente do OJOGO das pré-épocas...quando outros jogadores do FC Porto eram considerados os melhores dos torneios, jogos.. as parangonas eram do Iturbezinho 1.5 desses Doutores do jornais que nos anunciaram o oásis com o Castrismo, o triângulo normal e mais uma série de salvadores que só o burro do treinador anterior não vi-a...mas que tiveram que meter a viola no saco e procurar novas vítimas...pois a sua sabedoria esgotou-se na teoria...Eu gostaria que ele tivesse ficado este ano no plantel...tinha-lhe saído as peneiras todas e nesta altura era assobiado como todos os outros...pois Iturbe ainda fez umas coisas numa equipa pequena, de contra-ataque...sem obrigação de ganhar...e é nisso que ele é bom...agora numa equipa que tem de tomar iniciativa de jogo, abrir espaços ele não serve para nada...ele precisa de espaço para jogar...por isso...como já disse milhentas vezes até se pode tornar o melhor jogador do mundo durante os próximos 10 anos...não tem carácter para jogar no FC Porto...como não tinha os Dieguinhos...nem os Atsuzinhos....olho por exemplo para as declarações do Quintero e vejo uma diferença monumental...critico o quererem fazer do Quintero salvador...especialmente quando o objectivo é sempre atacar os treinadores, mas desejo que o puto tenha muito sucesso...pois não está a meter nojo como os Iturbes, Atsus, Dieguinhos e toda essa raça precocemente inchada...Dizer que vender o Iturbe que não fez um jogo pelo FC Porto que nos lembremos por 15 milhões(seja lá qual for a percentagem de ganho)... como um dos piores negócios de sempre do FC Porto como diz o patético MST é mesmo para rir...espero que não vendam o Jackson...porque ficarei à espera dos insultos aos cartéis de droga...nem vendam o Fernando por alguns milhões...porque o MST dizia que não tinha lugar na equipa...e podia dizer 500 nomes de jogadores...nunca mais acabaria...