terça-feira, março 17, 2015

MIGUEL SOUSA TAVARES - "FIRST, WE TAKE MANHATTAN"

«First, we take Manhattan, than we take Berlin»

LEONARD COHEN

1- MANHATTAN já está tomado: são os quartos de final da Champions, um lugar ao sol entre as oito melhores equipas europeias do ano. Agora, segue-se o caminho até onde for, quem sabe mesmo, até à final de Berlim. Muito vai depender do sorteio (que, até agora, reconheço que nos tem sido propício). Uma coisa seria apanhar com o Bayern ou o Barcelona, outra, bem mais simpática, apanhar o Mónaco ou o Atlético de Madrid. Mas, não sei porquê, tenho o pressentimento de que o FC Porto não se vai ficar pelos quartos, que vai pelo menos, dar um passo mais adiante. E isso já seria absolutamente notável, num quadro competitivo a nível europeu em que a desigualdade entre os tubarões e os outros é cada vez maior — e pior será se for avante a proibição dos fundos de jogadores, que são a única coisa que permite a clubes da segunda divisão europeia, como o FC Porto, esboçar alguma concorrência com os tubarões sustentados a fundo perdido por oligarcas russos, príncipes árabes e milionários americanos ou asiáticos.

Eu sei que, em rigor, e olhando para o onze inicial do FC Porto contra o Basileia (sem nenhum português), não se pode dizer que tenha sido uma equipa portuguesa a chegar aos quartos da Champions, mas apenas uma equipa estrangeira ao serviço de um clube português. Mas essa é também a regra entre os tubarões, que compram o melhor que o dinheiro pode pagar, independentemente da origem. O futebol actual, mesmo a nível das chamadas selecções nacionais, é cada vez mais um território de apátridas, unidos somente pelo valor comum do dinheiro. E é à luz dessa realidade que a proeza do FC Porto tem de ser valorizada.

2- Já se escreveu tudo sobre o jogo dos portistas contra o Basileia e, desta vez, a unanimidade dos elogios dispensa a sua repetição. Apenas acrescentarei três notas pessoais. Uma, para dizer que é em noites destas que eu sinto, esmagadora, a diferença de qualidade competitiva entre o FC Porto e os seus rivais internos; a diferença de atitude, de coragem e de estatuto internacional. A segunda nota, para dizer que finalmente vi um grande jogo a Casemiro. Poderia, sem esforço, reconhecer que me enganei quando, meses atrás, tanto o criticava: mas não, foi ele que me enganou e felizmente, deixando de ser o jogador apenas caceteiro que se começou por ver, e passando a ser um jogador que substituiu as faltas pela rapidez de intervenção, acumulando isso com uma faceta escondida de distribuidor de jogo, capaz de ver além do grande círculo. E a terceira nota para dizer coisa semelhante em relação a Lopetegui. Vi aí quem escrevesse que os que criticaram Lopetegui no inicio da época deviam agora meter a viola ao saco. Eu fui um desses críticos, mas longe de exigir a sua cabeça: exigi só que pensasse e se deixasse de experiências sem sentido. E, de facto, ele mudou: fixou um onze base, certo ou errado, e assim criou rotinas de jogo e passou a tirar melhor partido de cada jogador. Provavelmente ele nunca o reconhecerá, como é lógico, mas este foi um dos casos em que as criticas foram construtivas e ajudaram a mudar o que estava mal. A viola ao saco é para aqueles que só se atrevem a criticar depois de o treinador ser despedido.

3- Do rescaldo dos oitavos da Champions saíram muito mal dois treinadores portugueses: Paulo Sousa e José Mourinho. Paulo Sousa, não apenas pelas duas banhadas de bola que o Basileia levou do FC Porto, mas sobretudo pela inconcebível atitude da sua equipa nos dois jogos. Perante uma estranhíssima complacência de ambas as arbitragens, o Basileia exibiu um futebol de cacetada à solta como eu nunca tinha visto. Tem o mérito que tem por ter chegado onde chegou, mas aquilo não é futebol e é difícil que Paulo Sousa, que eu sempre admirei e que foi um enorme jogador, não fique incomodado como espectáculo que deu a sua equipa.

Quanto a José Mourinho — cuja dívida de gratidão os portistas nunca esquecerão — pagou caro a sua compulsão irresistível para a provocação e a arrogância, de que todos estão fartos e que já só destrói a sua imagem. E pagou caro o tipo de futebol computorizado, sem rasgo nem ousadia alguma, com equipas de luxo que jogam apenas para o resultado e que transformam os seus jogos numa profunda chatice. Aliás, como já em tempos o escrevi, apesar dos clubes de topo por onde tem andado e dos milhões sem fim de que tem disposto para fazer equipas, eu nunca mais vi uma equipa de José Mourinho jogar tão bem como a do FC Porto que ele levou à conquista da Liga Europa e da Liga dos Campeões. Talvez porque então não tivesse nada a perder e as suas ambições ainda estavam no início, precisando de dar nas vistas no relvado de jogo.

4- Afinal, o suave Braga que o FC Porto apanhou pela frente foi o mesmo, mas ainda mais suave, que aquele que o Benfica apanhou. Perderam assim alguns benfiquistas notáveis uma excelente ocasião para terem ficado calados, em lugar de lançar ao ar suspeitas ofensivas da dignidade profissional dos jogadores e do treinador do Sp. Braga. Sobretudo, quando um filho de Sérgio Conceição é jogador dos juvenis do Benfica e o mais destacado dos que o ofenderam é vice-presidente do clube. Mas a verdade é que me fui apercebendo aos poucos que esta época o Benfica fará tudo, mas absolutamente tudo, sem olhar a meios nem a pruridos, para não deixar escapar o título que, de outro modo, sente que nunca seria capaz de alcançar.

5- Alguém disse que é preciso muita coragem para um árbitro expulsar um jogador do FC Porto, no Dragão e com o resultado a zero. Talvez seja, mas neste campeonato já é a segunda vez que tal acontece (e, da primeira, custou-nos dois pontos contra o Boavista). De ambas as vezes, jogámos com um a menos durante quase todo o jogo, e, em Braga, para a Taça da Liga, jogámos com dois a menos durante uma hora. Não discuto propriamente as expulsões (a de anteontem foi daquelas que dependia do critério do árbitro, tanto podendo ser uma coisa como outra), mas discuto a uniformidade de critérios, como é óbvio. Enquanto uns disputam mais de um terço dos jogos contra adversários que acabam com jogadores expulsos, a nós, e só a nós, sucede o contrário. Acho que vai ser preciso rever aquela máxima de que «os grandes são sempre beneficiados» e substituí-la por outra: «alguns grandes são sempre beneficiados». E, já agora, muda-se também a regra do penalty, ficando estabelecido que, se for contra o FC Porto, pontapé na cara do avançado dentro da área, não dá direito a penalty, a expulsão, ou sequer a falta. Mas é notável verificar que, reduzido a dez durante 84 minutos, acumulando esse esforço extra com o cansaço de um jogo intenso a meio da semana e tendo de defender o resultado na segunda parte, o FC Porto só tenha cometido, em todo o jogo, seis faltas (as mesmas que cometeu no jogo contra o Basileia)! Para uma equipa cujos jogadores são expulsos com tanta frequência, não deixa de ser curioso...

6- Dois elogios muito sinceros: um, já atrasado, a Nélson Évora, um atleta de elite, um homem e desportista com uma personalidade de excepção. E outro, ao Clube de Futebol Os Belenenses, que utilizou contra o Estoril catorze jogadores todos portugueses.

in abola


Concordo com quase tudo...Sobre o Lopetegui e a bajulação do parolismo paroquial ao estranja...(curioso que o Miguel venha elogiar os portugueses do Belenenses e andou a bater em treinadores portugueses que fizeram percursos mais brilhantes a nível nacional no FCP nos últimos anos não dando um minuto de sossego, de condescendência, de compreensão, batendo forte e feio,  curioso)...mas só faltava essa...quem disse isso parece que foi o palerma do Bruno Prata no lixord...ridículo...continua a ser para mim uma banalidade, um desbocado sem cultura desportiva que justifica todos os maus resultados com arbitragens e um tresloucado no banco, sempre a gesticular que nem um doido, à Jasus e a protestar com os árbitros...o tal comportamento que os carneiros e rebanhos portistas diziam que nunca se veria no FC Porto...ele é isso e um muito bom moço de recados...como se diz banalidade em Latin?

E só faltava que estejamos eufóricos e nos ajoelhemos por meia-dúzia de jogos mais bem conseguidos, de um gajo que teve um plantel dos mais ricos dos últimos anos, em qualidade e quantidade e que tem este percurso na Liga:



...só faltava essa...com o plantel que tinha deveria estar a fazer um campeonato à Villas-Boas...

...e viu o seu adversário directo Benfica a desmantelar o plantel no início da época e em Janeiro, enquanto o dele era reforçado com os melhores jogadores dos adversários...que até se dá ao luxo de não utilizar, nem precisar o jogador mais caro de sempre, o Adrian Lopez...

...que levou 0-2 no Dragão com este adversário directo...uns dizem que foi sorte, outros dizem que foi com a mesma "coça táctica" que o Leonardo Jardim deu ao Arsenal na 1ª mão...

...que foi ELIMINADO da TAÇA de PORTUGAL em casa por 1-3 contra os tipos com 1/3 do orçamento, o Sporting...

...que na Taça da Liga andou a utilizar Jacksons e afins na prova, dos jogadores com mais jogos nas pernas para assegurar o apuramento...

...que ganhou um ÚNICO JOGO jogo contra os grandes que disputou, e curiosamente coincidiu com o melhor período da equipa e quando o adversário não podia com as pernas depois de jogos consecutivos a jogar sempre com os mesmos, pois Marco Silva não tem a qualidade e quantidade do banalidade espanhola...

...que na Liga dos Campeões, tendo o mérito de ter cumprido o apuramento...andou a disputar qualificações com BATES...com At.Bilbaus a passar por sua pior fase com derrotas atrás de derrotas e que foi logo à 1ª na Liga Europa pelo Torino uma equipa do 10º lugar italiano...do Shakhtar que jogava a 1000 quilómetros de casa, e que não é o mesmo de outros anos anos, pois até no seu campeonato já vai a 7 do líder...e que foi despachado por 7-0 quando encontrou uma equipa de topo, como o Bayern mas com a proeza de empatar na 1ª mão sem conseguir fazer um ataque a jogar com mais um que o Bayern...e curiosamente, Shakhtar a quem não ganhámos nenhum jogo e empatamos os dois já no fim ou nos descontos...e o Basileia...uma anedota de equipa...remetidos ao ferrolho na sua própria casa e caceteiros fora-de-casa...esta é das tais equipas que se apuram mas não se percebe o porquê...só a sorte e mediocridade dos adversários que ultrapassaram...


...e querem que perante isto, bajule este e esta banalidade? Vocês estão doidos...mesmo que ganhe o campeonato, nunca fará mais do que a obrigação...exigiam mais ao treinador do ano passado do que a este...incrível...não são 2 ou 3 jogos bem conseguidos que vão branquear a merda que fez...deixo isso para os parolos paroquianos... 


Hoje que passem os mais fraquinhos...pode ser que banalidade espanhola fique convencida que vale alguma coisa e está a fazer um trabalho do caraças a ganhar contra marretas:


...O Arsenal e A.Madrid podem virar...mas a bem dos nossos interesses era bom que não continuassem...mas mesmo que continuem...o A.Madrid não é o mesmo do ano passado...e o Arsenal tem o Wenger...:-)