— O que pensa do papel de Vítor Baía como complemento de Jesualdo Ferreira?
— Ser do FC Porto é...?
— Qual foi a coisa mais ousada que fez pelo FC Porto?
— À partida é uma bofetada de luva branca do Vítor a Scolari, pois o seleccionador dizia que seria um foco desestabilizador tê-lo no banco. No FC Porto entendo-o como um elemento aglutinador do grupo e não como alguém capaz de dizer ao treinador que este está a jogar bem ou a jogar mal. Nem vejo o Jesualdo a aceitar isso. É aquele que transmite aos companheiros o que é o FC Porto e por isso festejam quase sempre com ele quando marcam um golo.
— Ser do FC Porto é...?
— É como o slogan que se ouvia no meu tempo: «Ame-o ou deixe-o!» E eu amo-o. Os adeptos do FC Porto não são de meio-termo: só gostam do FC Porto. Gosto do ódio que sentem por ele: antes o FC Porto era um clube muito simpático, que jogava bem mas perdia sempre em Lisboa. Mas essa simpatia não interessa.
— Qual foi a coisa mais ousada que fez pelo FC Porto?
— Costumávamos dizer: os adversários querem ganhar-nos, portanto, estão a roubar o leitinho dos nossos meninos. Por isso, hoje posso dizê-lo, vi-os sempre como inimigos.
* Rodolfo Reis – antigo jogador e treinador