CAMPEÃO NACIONAL
VENCEDOR TAÇA DE PORTUGAL
VENCEDOR SUPERTAÇA
1º CLASSIFICADO DA LIGA
OITAVOS-DE-FINAL DA LIGA DOS CAMPEÕES
VENCEDOR TAÇA DE PORTUGAL
VENCEDOR SUPERTAÇA
1º CLASSIFICADO DA LIGA
OITAVOS-DE-FINAL DA LIGA DOS CAMPEÕES
Vou tentar exprimir tudo o que me vai na alma portista... "FAZEM FALTA PESSOAS COM LIBERDADE PARA DIZER O QUE PENSAM." Rui Madeira
Médio distinguido pela terceira vez
Diego recebe o prémio de melhor em Dezembro
O brasileiro Diego está absolutamente imparável na Bundesliga no que respeita a prémios. O antigo médio do FC Porto, agora companheiro do português Hugo Almeida no Werder Bremen, foi eleito melhor jogador do mês de Dezembro na Alemanha, aumentando para quatro o número de galardões entregues a jogadores dos vice-campeões germânicos, uma vez que já tinha arrecadado os respeitantes a Agosto e Outubro e Miroslav Klose a Novembro. A única excepção aconteceu no mês de Setembro, em que o vencedor foi Schlaudraff, do Alemannia Aachen, equipa onde alinha o lateral Sérgio Pinto.
Para os 51,3 por cento dos votos que recebeu Diego muito terão contribuído as exibições realizadas frente a Hertha de Berlim e Eintracht de Frankfurt, nos quais conseguiu marcar três golos no total. Em 16 presenças no principal campeonato alemão, o internacional "canarinho" já leva oito remates certeiros e 10 assistências para golo.
in OJOGO
Bonito para quê?
O presidente do Braga, irritado com a fraca assistência no jogo com o Grasshoppers, ameaçou levar os jogos da equipa para Guimarães. Leio agora em "O Jogo" que alguns ripostaram argumentando com desconforto do Estádio Municipal, que parece ter sido concebido para uma região tropical. Diz um deles que é "um estádio muito frio e nada funcional", diz outro que "não há lá o mínimo conforto" e outro ainda que "não cria qualquer envolvência".
Agora digo eu Parece impossível! Um estádio que colecciona elogios, prémios, que é considerado uma obra-prima, e não serve para os adeptos? Para que servirá então? Para ilustrar as revistas de arquitectura e para ser visitado por estudantes de arquitectura do mundo inteiro, para isso serve. E, claro, serve para ser bonito, para admirarmos a sua dramática suspensão no espaço. No entanto, já se suspeitava também que serve mal a função de acolher os adeptos que o frequentam.
O problema principal reside na supressão deliberada dos topos, o que, além de impor a visão unívoca da lateralidade, provoca a fragmentação dos adeptos e despreza conceitos como ressonância, unidade e envolvimento, só possíveis de alcançar com a circularidade tradicional.
Mas há ainda outro conceito desprezado, o de recolhimento. Um estádio é um lugar onde se presta um culto. Cada jogo é também uma cerimónia impregnada de religiosidade essencial e o seu carácter ritual não aconselha a abertura e o desvelamento.
Digamos, pois, que Souto Moura fez com que o estádio se adaptasse à sua obra, que se caracteriza pela simplicidade dos gestos e a redução dos elementos (inicialmente estava mesmo prevista uma única bancada), quando deveria ter acontecido o contrário. O resultado desse equívoco é uma obra sensorial e criativa (a tal obra de arte), mas egótica e desligada das funções para que foi criada.
Obviamente, nada me move contra um estádio que seja uma obra de arte, desde que ele não seja apenas isso. A obra de arte não tem uma finalidade prática. Serve para ser bela. É essa a sua utilidade. Mas um estádio de futebol não pode sacrificar à beleza a funcionalidade. Se é belo, tem de ser belo e funcional.
Dizem os cultores mais empolgados deste estádio, e que estão livres de assistir a jogos no topo da bancada em pleno Inverno, que se trata de "algo mais do que um estádio". Será. Porém, para os adeptos, que são os fieis de cada cerimónia, é "algo menos do que um estádio", já que lhe detectam falhas essenciais. E só criaturas tão radicalmente inocentes como eles poderiam vir agora contradizer todas as pessoas inteligentes que têm dedicado ao estádio tantas distinções e louvores.
Esta desconcertante inocência só encontra paralelo na história do menino que não vislumbrava o belo fato novo do imperador, o tal que só podia ser visto por pessoas muito inteligentes, e proclamou "O rei vai nu!"
Pois bem, os adeptos do Braga, pelo menos eles, também olham para aquele belo estádio no Inverno e o vêem nu e desolado.
"Se marcar ao FC Porto não festejo"
1. Admito que Jesualdo Ferreira se canse de chamar a atenção para pormenores, mas convém que os lembre, mesmo correndo o risco de ser um chato.
O mais importante deles ocorreu depois do F. C. Porto-Paços de Ferreira estava descontente com a exibição relativamente banal da equipa. O resultado, 4-0, foi interessante: quatro golos saídos dos pés de Ricardo Quaresma e dois deles apontados por um defesa, Pepe. Houve quem pensasse que uma operação aritmética básica bastava para descansar Jesualdo (quatro golos à equipa que tinha ganho ao Sporting e empatado com o Benfica); felizmente, o treinador lançou o aviso para compensar a alegria instalada desde a semana anterior, quando tinha lembrado outra coisa básica - que é em jogos como aquele da Choupana, contra o Nacional, que se ganham campeonatos, e não apenas contra o Benfica e o Sporting.
Isso é bom de dizer, mas toda a gente sabe que não basta ganhar ao adversário; é preciso, dentro de certos limites, humilhá-lo um pouco para que não fique com um sorriso ao canto da boca. Adriaanse, o do molho holandês, não tinha percebido que era preciso ganhar ao Benfica no Dragão - e aqueles dois golos de Nuno Gomes foram "o sorriso ao canto da boca" até ao fim da época. Alguém, nessa altura, devia ter avisado Adriaanse; mas andavam ocupados com o processo disciplinar a Diego.
2. Devo desculpas a Pepe. Há três anos eu queria trocá-lo por outra coisa qualquer. Para se vingar de fala-baratos como eu, Pepe revelou-se o melhor central a actuar em Portugal. Nada me impede de desejar que seja, mesmo, o melhor central português. Português, repito.
3. "Jogadores de eleição" é um tema recorrente, mas vale a pena lembrar enganos fatais. Durante um F. C. Porto-Braga, há uns anos, um comentador de serviço (na TSF) acabava de ver o mesmo que eu Deco, esse português bravo, arrastava toda a defesa do então Estádio 1.º de Maio para a direita e, num último momento, inflectiu, ficou diante de uma brecha por onde fuzilou o guarda-redes, Quim na época. Nunca esqueci esse golo nem o comentário ressentido do sujeito: "Manhoso, Deco. Mas isso não mascara o facto de ser um jogador banal." Não era. Um ano depois, num Belenenses-F. C. Porto, Deco toma a bola entre os pés na grande área e corre para a baliza adversária; faz o campo todo, suporta três cargas e, diante da baliza, cede a Alenichev, seu concorrente para o lugar, que faz o quarto golo. No Dragão, este ano, vi a mesma sequência de jogadas com Ricardo Quaresma e com Anderson. O comentador anda aí. O que disse de Deco, repetiu sobre Quaresma e de Anderson.
4. Ricardo Carvalho, Deco, Paulo Ferreira, Maniche, Derlei, Jorge Costa, Diego - todos saíram do F. C. Porto, tal como Mourinho. Em Fevereiro, o confronto com o Chelsea há-de fazer lembrar esse e outros pormenores. Mourinho não perdoa várias coisas e quer mostrar que o coração é um acidente na sua vida. Não é - mas ele quer mostrar. Fevereiro vai ser amargo.
— À partida é uma bofetada de luva branca do Vítor a Scolari, pois o seleccionador dizia que seria um foco desestabilizador tê-lo no banco. No FC Porto entendo-o como um elemento aglutinador do grupo e não como alguém capaz de dizer ao treinador que este está a jogar bem ou a jogar mal. Nem vejo o Jesualdo a aceitar isso. É aquele que transmite aos companheiros o que é o FC Porto e por isso festejam quase sempre com ele quando marcam um golo.
— É como o slogan que se ouvia no meu tempo: «Ame-o ou deixe-o!» E eu amo-o. Os adeptos do FC Porto não são de meio-termo: só gostam do FC Porto. Gosto do ódio que sentem por ele: antes o FC Porto era um clube muito simpático, que jogava bem mas perdia sempre em Lisboa. Mas essa simpatia não interessa.
— Costumávamos dizer: os adversários querem ganhar-nos, portanto, estão a roubar o leitinho dos nossos meninos. Por isso, hoje posso dizê-lo, vi-os sempre como inimigos.
- É a obrigação de quem se identifica com a cidade, é reconhecimento, é nome, ganhar o pão de cada dia.
— Nunca fiz nada pelo FC Porto, o clube é que faz por nós. É a única voz que enfrenta o poder centralista da capital e que contribui para mantermos uma auto-estima elevada. Quando não se tem uma autarquia que defenda os interesses da cidade, resta pouca coisa. E o FC Porto é a voz maior que nos defende.
PEPE
Era muito fácil dizer que Pepe seria uma excelente opção para Scolari depois do jogo que o central portista fez contra o Paços de Ferreira. Era muito fácil lembrar que, se Nélson do Benfica e Nani do Sporting foram chamados à Selecção sem polémicas, a opção por Pepe é apenas uma questão de bom senso. Era muito fácil, mas não o vou fazer. Já fiz.
Chamem-me preguiçoso, mas hoje não me apetecem coisas difíceis e complicadas. Porque a questão é muito simples. Pepe é claramente o melhor central a actuar em Portugal, e logo na melhor equipa portuguesa da actualidade. De resto, apenas o facto de jogar precisamente no FC Porto impede que, aquilo que é uma evidência, seja reconhecida como tal por todos, independentemente das naturais preferências de cada um. Ora, sendo o melhor central a jogar em Portugal, tendo cumprido todos os requisitos legais para se naturalizar português e tendo manifestado a vontade de jogar pela Selecção Nacional, apenas por chauvinismo se poderia justificar que fosse ignorado por Scolari. A ainda recente lesão de Jorge Andrade tratou de provar que as alternativas de qualidade para completar a dupla de centrais ao lado de Ricardo Carvalho não são tão abundantes como a nossa boa vontade em relação aos jogadores portugueses faria supor.
De resto, aqueles a quem o facto de Pepe ser do FC Porto ainda provoca ataques de urticária sempre se podem tranquilizar com outra evidência: a jogar assim, depressa crescerá para além dos limites estreitos dos orçamentos do nosso futebol e sairá.
Como muitos outros antes dele, será finalmente consensual nesse instante, mas seria uma pena ter que esperar por isso para poder contar com ele na Selecção Nacional.
1- Há uma excelente notícia escondida, encolhida de medo, por detrás de todo o chinfrim em torno da nomeação de Maria José Morgado para coordenar a investigação do processo Apito Dourado. Um país que investe fortunas e os seus melhores elementos a investigar a corrupção no futebol tem mesmo de ser um pequeno paraíso à beira-mar plantado. Quais redes de pedofilia e de tráfico de seres humanos? Quais redes de tráfico de droga e de contrabando? Quais crimes económicos? Qual Operação Furação? Qual crime organizado? Qual violência doméstica? Quais homicídios qualificados ou inqualificados? A grande prioridade da nossa Justiça, aquilo que nos traz a todos desassossegados e inseguros, aquilo em que investimos uma das nossas melhores investigadoras é em saber se o presidente do clube x pagou ao árbitro y para ganhar ao clube z. Depois sim, podemos respirar mais tranquilamente e deixar os miúdos brincar na rua outra vez.
2- Edson, jogador do Paços de Ferreira, teve uma entrada violenta sobre Pepe, central do FC Porto, no jogo disputado no último fim-de-semana no Dragão. O jogador do Paços de Ferreira tinha visto apenas dois amarelos durante o resto da temporada e nunca tinha sido expulso ao serviço do seu clube. A Comissão Disciplinar da Liga castigou-o com dois jogos de suspensão e multa de 500 euros, aplicando-lhe o ponto 1 do artigo 122 do regulamento disciplinar.
Há duas semanas, o mesmo artigo serviu para justificar a aplicação de apenas um jogo de castigo e 400 euros de multa a Nuno Gomes por uma entrada violenta sobre João Moutinho no clássico de Alvalade. Isso apesar daquela ser a segunda expulsão de Nuno Gomes no presente campeonato. Critérios.
PONTO FINAL
"É ponto assente que quero terminar a carreira no FC Porto"
Vítor Baía, jogador do FC Porto
José Veiga tenta ganhar tempo
José Veiga está a fazer por tudo para não ter de prestar a caução de 500 mil euros determinada pelo juiz de instrução do designado caso João Pinto. O ex-empresário de jogadores viu o Tribunal de Instrução Criminal dar-lhe resposta negativa a um pedido de suavização das medidas de coacção, alegando não ter dinheiro, mas não se conformou. O seu advogado, João Correia, acaba de efectuar um pedido de esclarecimento sobre alguns aspectos do despacho do juiz.
Na óptica de José Veiga, enquanto decorre esta diligência do seu defensor, João Pinto poderá ser novamente ouvido pelas autoridades, tal como solicitou no final do passado mês de Novembro, através de Castanheira Neves, um dos seus advogados. O ex-empresário - indiciado por crimes de burla qualificada, fraude fiscal e branqueamento de capitais, pelo alegado desvio de 3,29 milhões de euros de um contrato paralelo celebrado com o Sporting - conta que esse depoimento possa esclarecer o destino daquelas verbas e atenuar a suspeição que recai sobre si. Veiga até já anunciou que tenciona regressar ao Benfica somente depois de João Pinto prestar declarações.
Se, após o esclarecimento, o juiz mantiver a obrigação de prestação da caução de 500 mil euros, João Correia pode recorrer da decisão para o Tribunal da Relação de Lisboa, não estando entretanto Veiga obrigado a apresentar os 500 mil euros.
O Chelsea-F. C.Porto dos oitavos da Champions é um prato suculento cozido por muitos fogos. Melhor, isto é, mais intenso e apropriado, era impossível.
Depois de dois anos de vil e apagada vida europeia, ainda paira por aí o fantasma de Mourinho. Os Superdragões lançaram-lhe uma maldição que garante que ele não voltará a ser campeão europeu (a menos que regresse ao F. C. Porto, é claro) e, tal como os restantes adeptos, suspiram pela chegada de um novo Messias, capaz de inspirar a repetição de feitos heróicos.
Compreende-se a essência deste anseio. Se voltar o brilho e a glória do tempo de Mourinho, sem Mourinho, saber-se-á, enfim, que foi o F. C.Porto que fez dele campeão europeu, não contrário, e o seu fantasma extinguir-se-á de vez. Por outro lado, ultimamente tem sido visto por aí o grande F. C.Porto do passado, o próprio Jesualdo nos alertou para essa evidência, e até os mais cegos viram pelo menos reflexos da saudosa equipa de Mourinho no jogo com o CSKA ou mesmo nos jogos com o Benfica e o Nacional, em que emergiu o mesmo carácter indomável. Pois bem, a estas coincidências ou semelhanças podem ser acrescentadas muitas outras, como as existentes entre Mourinho e Jesualdo.
Mourinho veio de uma equipa média e chegou com os bolsos vazios nada tinha ganho. E Jesualdo? Também.
Mourinho treinou o Benfica e foi rapidamente escorraçado. E Jesualdo? Também.
Mourinho força a transcendência de alguns jogadores, despertando neles potencialidades ocultas. E Jesualdo? Este Postiga, que é apenas o melhor exemplo disso, garante-nos que sim, que também.
Mourinho, lembram-se?, cerrava os dentes depois de um empate em casa e ia ganhar fora. E Jesualdo? Também acabámos de o ver a fazer isso em Moscovo.
Mais semelhanças?
As equipas de Mourinho assentam na solidez defensiva e na transição atacante fulminante e letal. Há nelas um modo de agilidade que rasura acções supérfluas, incluindo a posse de bola inútil, e que produz um poderoso efeito de síntese. E as equipas de Jesualdo? Também.
Afinal, ambos adoram deuses com os nomes de Simplicidade e Eficácia e se cingem ao essencial, afirmando o mesmo desprezo pelo espectáculo, que é meramente acessório. "Espectáculo é ganhar", ambos sabem isso.
Pois bem, todas estas semelhanças e coincidências fizeram com que os portistas passassem a olhar Jesualdo de forma diferente. Será, pois, também possível que seja ele o Messias redentor tão aguardado? Afinal, além da arrogância e do sobretudo "Armani", o que lhe falta para ser outro Mourinho? Talvez deixar de fumar, e, claro, ser campeão europeu. Ora, da primeira condição já o presidente anda a tratar e da segunda, bem mais difícil, tratou o sorteio da última sexta-feira, reduzindo, e muito, a enormidade da tarefa. Agora Jesualdo só precisa de eliminar o Chelsea e caçar o fantasma. Mais nada.
| vs | Chelsea |
| vs | Bayern de Munique |
| vs | Liverpool |
| vs | Valência |
FCPORTO | vs | Lyon |
| vs | Manchester United |
| vs | Arsenal |
| vs | Milan |
"Os campeões não se consagram nos desafios mais mediatizados, onde a motivação é elevada e o público está muito galvanizado. Jogos como o da Choupana vão suceder-se e teremos de estar aptos para os vencer. É nestes jogos que se ganha campeonatos."
Horas antes de ir à sua vida, que nos dias que correm passa pelo competitivo campeonato ucraniano e pela ambiciosa equipa do Metalurg Donetsk, Co Adriaanse, ainda com as faixas de campeão e vencedor da Taça de Portugal dobradinhas no colo, pediu resgate pelas ambições europeias do FC Porto em conferência de Imprensa. Garantiu que se não lhe dessem o avançado que queria, o FC Porto continuaria a jogar bem e a perder. E para provar que estava a falar a sério, nem sequer teve problemas em sacrificar Hugo Almeida, Postiga e McCarthy, assim à moda da Jihad islâmica. O FC Porto, como é evidente, não cedeu às ameaças e aos amuos e Adriaanse optou pelo último recurso dos terroristas: fez-se implodir pela causa. Hoje, com cinco pontos de vantagem sobre o segundo classificado no campeonato, apurado para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões e com uma média de mais de dois golos por jogo, o FC Porto já provou que não precisava de contratar nenhum avançado para voltar a ser competitivo interna e externamente. Bastava-lhe um treinador equilibrado, com a sensibilidade suficiente para perceber o ponta-de-lança de nível internacional que existia, encolhido e humilhado, em Postiga. Um treinador suficientemente flexível para não fazer questão de vergar um plantel inteiro aos seus caprichos. Um treinador capaz de retirar o máximo rendimento daquilo que tem à sua disposição. Em quatro meses, o FC Porto deixou de ser uma equipa para consumo interno e voltou a ter legítimas ambições europeias. O mais curioso é que, se esgravatarmos bem, lá fundo percebemos que tudo o que mudou de essencial nestes quatro meses foi o treinador. E foi o suficiente.
Diferenças
"Nunca me ouviram dizer que não fui eu que escolhi estes jogadores ou que não gostava deles"
Jesualdo Ferreira, treinador do FC Porto
Não se desse o caso de pertencer à minoria silenciosa das pessoas com limitações capilares - um azar no tempo que corre - e era bem capaz de perder algum tempo no trânsito para ir à sede da Liga juntar a minha dúvida à da maioria silenciosa que busca a explicação para o castigo imposto pela comissão disciplinar a Nuno Gomes. E pediria então que me explicassem como se fosse loiro, muito loiro, a base que fundamenta a punição de um jogo de castigo ao avançado do Benfica. E certamente ficaria boquiaberto perante qualquer explicação da Comissão Disciplinar para atribuir ao vermelho no clássico o mesmo valor atribuído ao duplo amarelo visto no Boavista-Benfica. À segunda expulsão, o mesmo castigo. Certo, portanto.
O F.C. Porto ficará a conhecer o adversário nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões no próximo dia 15 de Dezembro, em Nyon.
Os vencedores dos grupos ficarão no pote 1 e jogarão primeiro fora. Os segundos classificados, como o F.C. Porto, estarão no pote 2.
Eis a distribuição das 16 equipas:
Pote 1
Chelsea
Bayern Munique
Liverpool
Valência
Lyon
Manchester United
Arsenal
Milan
Um destes sairá à equipa de Jesualdo Ferreira.
Pote 2
Barcelona
Inter Milan
PSV
Roma
Real Madrid
Celtic
F.C. Porto
Lille
Ou seja, nem tudo é mau. O F.C. Porto já evitou colossos como Real Madrid, Barcelona e Inter.
in maisfutebol
Co Adriaanse no Metallurg Donetsk (Ucrânia)
O técnico holandês Co Adriaanse, ex-FC Porto, aceitou a proposta do Metallurg Donetsk e vai assumir o comando da equipa ucraniana.
Adriaanse vai substituir Alonso Herrera na liderança do Metallurg, mas apenas irá começar a trabalhar a partir de 10 de Janeiro de 2007, ou seja, vai preparar a equipa para a segunda fase da época.
Co Adriaanse abandonou o FC Porto no início de Agosto, alegadamente por ter perdido a confiança da direcção e por ter entrado em rota de colisão com o grupo de trabalho, tendo rescindido o contrato que o ligava ao campeão nacional, condição essencial para trabalhar noutro clube. Contudo, mantém-se na FIFA - que está a analisar o assunto - uma queixa e respectivo pedido de indemnização por parte dos portistas pela forma como o técnico abandonou, de um dia para o outro, o clube. Ao contrário do que se chegou a pensar, esta queixa não impede o técnico de manter a sua actividade profissional. O que vai acontecer agora na segunda cidade da Ucrânia e num clube que vive na sombra do gigante Shakhtar.
"Se não comprarmos um bom avançado, continuaremos a jogar bonito e a perder"