Princípio de Peter
Nas duas últimas jornadas, dois lances de grande penalidade geraram alguma controvérsia devido às decisões disciplinares associadas que incidiram sobre os infractores. Em Alvalade, Liedson, correndo da esquerda para a direita, desviou a bola para a esquerda de Vítor Baía direccionando-a obliquamente em relação à baliza, desenquadrando-se de posição frontal relativamente à mesma. Na Choupana, Quiroga, abalroou e derrubou Serginho Baiano quando este corria no encalço da bola que, pelo ar, se direccionava para a baliza defendida por Ricardo o qual, no momento da infracção, já se aprestava para a segurar. Na circunstância, o árbitro da partida, tal como o seu colega da semana anterior, decidiu-se pela exibição do cartão amarelo. Ambos ajuizaram e decidiram correctamente. Porquê?
Porque a Lei XII - Faltas e incorrecções, nas sete específicas situações para exibição do cartão vermelho em uma delas diz:
á Destruir uma ocasião clara de golo dum adversário que se dirija em direcção à sua baliza cometendo uma falta passível de um pontapé livre ou de um pontapé de grande penalidade.
E os esclarecimentos sobre este particular da Lei determinam três concretas situações, ocorridas em simultâneo, para que estejam reunidas as condições essenciais à exibição do cartão vermelho, a saber:
1) - O atacante se encaminhe em direcção à baliza (considerando esta como a parte mais estreita de um funil).
2) - Que a bola esteja por si dominada.
3) - Tenha um só defensor pela sua frente.
Em consciência, não existindo sentimentos clubistas na interpretação dos lances ocorridos, facilmente se compreende a justeza das decisões então assumidas pelos árbitros dos respectivos jogos.
Compreende-se que apaniguados, desconhecedores das leis, cegos pela parcialidade dos seus interesses, anti-árbitros primários, defendam que o mais correcto fosse a expulsão dos infractores. Não se admite nem se concebe que, quem tem por missão informar e esclarecer como por exemplo o sr. Alexandre Albuquerque, jornalista da RTP, que no passado sábado comentou o jogo realizado na Madeira, no momento da infracção do defensor sportinguista, em puro acto de absoluta ignorância e total incompetência jornalística por desconhecimento de causa, arvorando-se em supra-sumo do conhecimento das regras, reagindo à decisão do árbitro João Ferreira, tenha emitido opinião zurzindo nos responsáveis pela arbitragem e demais conhecedores da matéria afirmando:
- Isto é cartão vermelho nem que venham algumas inteligências da arbitragem nacional dizerem que o rapaz ia na diagonal!
O rapaz, desta feita, não ia na diagonal mas também não estavam reunidas as condições que o IFAB, entidade que superintende no futebol, considera essenciais para se ordenar uma expulsão.
Quando se desconhecem factos e razões, ficar calado revela inteligência. Há, infelizmente, gente que com microfone na mão personifique, sem reconhecer, o princípio de Peter.
Os cobardes adoram linchamentos
Há 8 horas