O que uma má gestão pode fazer
Emblema histórico do futebol espanhol e europeu habituado a viver na sombra dos gigantes Real Madrid e Barcelona, o Valência teve no final da década de 1990 e início do século XXI momentos que lhe permitiram sonhar em contestar a hegemonia dos dois colossos. A presença em duas finais da Champions, mas sobretudo os dois campeonatos e a Taça UEFA conquistados sob o comando de Rafa Benítez alimentaram esse sonho. Contudo, o excelente trabalho desenvolvido no clube - cuja equipa chegou a ser a espinha dorsal da selecção espanhola - foi desperdiçado por uma gestão desportiva e financeira ruinosa e por projectos megalómanos nos últimos anos. Hoje, afogado em dívidas - com salários em atraso e as obras do novo Estádio Mestalla paradas -, o Valência luta para sobreviver. E, muito acertadamente, os seus dirigentes já só pensam em vender os anéis para salvarem os dedos. A bem do futebol, espera-se que sejam bem-sucedidos.
António Pires no OJOGO
