Maisfutebol: O Sporting é precisamente um dos casos mais preocupantes em termos de prejuízos na época 2002/03, segundo o vosso estudo. Aliás, a SAD já veio reagir, dizendo que no último semestre teve lucros de 161 mil euros¿
Hélder Varanda: O Sporting tem tido uma atitude sobranceira relativamente ao resto dos clubes. É uma atitude de alguma arrogância que não tem qualquer fundamento. É o meu clube, mas o Sporting é cada vez mais o terceiro clube em Portugal. Hoje vemos a dimensão dos clubes não pelo número de sócios, mas pelo volume de negócios que geram. Portanto, não é dizer «temos não sei quantos associados», o que interessa isso se o número de associados não se reflectir na receita? Isso era antigamente, em que as receitas eram apenas as quotas. Hoje não. As quotas já não representam muito nas receitas e depois temos a publicidade e o merchandising, que começam a ter um peso cada vez maior.
MF: Falando em merchandising, o Benfica, por exemplo, fez há relativamente pouco tempo um negócio importante com a TBZ. Esse é um dos caminhos a seguir?
HV: É uma das áreas que está muito pouco madura. Em Espanha, estão bastante à frente nessa matéria, lá está, porque em Espanha a capacidade de gestão é muito maior.
MF: Quanto à formação, o Sporting tem estado em destaque nos últimos tempos como um dos clubes que mais tem apostado nesse sector. Essa também é a aposta certa?
HV: Também é um bom caminho. Os clubes portugueses têm que cada vez mais apostar na formação e cada vez menos na compra de jogadores estrangeiros sobretudo quando os valores dessas aquisições são significativos. Depois, na conta dos resultados vamos ver as amortizações dos passes desses jogadores que foram comprados e têm um peso relativamente grande. Aliás, no nosso estudo, juntámos os encargos salariais com as amortizações, porque estas são quase todas amortizações de passes de jogadores, e concluímos que estes dois números são superiores às receitas correntes.
Os cobardes adoram linchamentos
Há 4 horas