Sempre achei piada àquela história da galinha dos ovos de ouro e à lição de moral que encerrava. Lembrei-me dela a propósito da novelaem torno da eventual, praticamente confirmada, recentemente desmentida, várias vezes negociada, nunca inviabilizada transferência de Diego do Penafiel para o FC Porto com direito à passagem pela casa de partida e ao pagamento dos respectivos dividendos ao Braga.
Ora, Diego, apesar detodas as qualidades que todos os que o conhecem lhe reconhecem, era, há coisa de um mês, um ilustre desconhecido para a maior parte do futebol português, na qual se incluíam as sucessivas equipas técnicas do Braga. Quem o conhecia, de facto, era Jesualdo Ferreira.
Conhecia-o ao ponto de achá-lo com potencial para encaixar no FC Porto, depois de um período de adaptação indespensável para quem passa da Liga de Honra directamente para o campeão nacional. O negócio parecia simples. Afinal, o jogador estava cedido ao Penafiel e apenas podia valorizar-se no FC Porto, com benefícios para todas as partes envolvidas, especialmente para o jogador e para o Braga.
Bastava ter um pouco de paciência. Contudo, bastou o anúncio do alegado interesse do FC Porto para Diego passar directamente de dispensável a jóia da coroa do Braga, vendo o seu preço inflacionado para perto dos dois milhões de euros por apenas metade do passe. E isso por um jogador que, até agora, não fez um único jogo no principal escalão do futebol português.
O Braga não quer esperar que Diego confirme todo o potencial que, em boa verdade, nunca lhe reconheceu e pretender espremer tudo o que possa dar de uma só vez.
Ora, quem ainda se lembra da história da galinha dos ovos de ouro sabe que, normalmente, o melhor que se consegue quando se quer arrancar os ovos todos de uma vez, é uma cabidela.
Só verdades
Há 4 horas