segunda-feira, setembro 05, 2005

Benni..Benni..Benni...

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Benni McCarthy ao "Sunday Times":

"O meu coração já não está em Portugal"

"Passei nos exames médicos e estava seguro de que iria assinar pelo West Ham. Podem imaginar a minha frustração quando me disseram, no último minuto, que o negócio fora cancelado. Servi o clube da melhor forma e pensei que, finalmente, me iam libertar".

"O Newcastle, o Aston Villa, o Chelsea e o Blackburn demonstraram muito interesse e não entendo por que razão o FC Porto não me libertou. Mas não posso alterar o que aconteceu, pelo que terei de jogar por eles até ao final do meu contrato"

"Talvez se concretize alguma coisa, quando o mercado reabrir, em Janeiro"

"O treinador do FC Porto sabe do que sou capaz e o clube diz que quer ganhar a Liga portuguesa. Vamos esquecer esta situação. Sou africano e sou forte. Vou regressar e ajudar o FC Porto a ganhar mais".

( A única frase de jeito que se ouviu da boca do McCarthy...)


Para terminar José Manuel Ribeiro no Ojogo:

O cliente


De entre todas as malfeitorias apontadas ao empresário Paulo Barbosa durante o processo Miguel, a mais grave talvez seja a canalhice de ter posto o cliente num clube melhor, com o requinte diabólico de prometer atormentá-lo, daqui por diante, com um contentor de dinheiro todos os meses. Não defendo os métodos, até porque nunca me foram apresentados. Do caso, só consegui perceber que, por força da lição dada pelo Benfica ao Mundo (palavras de Luís Filipe Vieira), nunca mais os clubes terão de ceder às pressões dos empresários. Foi mesmo, mesmo a última vez.

Beneficiando do exemplo benfiquista, de cujas vibrações ainda sofrem as pernas de milhares de jogadores outrora tentados a desrespeitar os contratos, o FC Porto deixou de ter um problema McCarthy, o que não quer dizer que McCarthy tenha deixado de ter um problema FC Porto. Ao contrário de Paulo Barbosa e Miguel, o sul-africano e o respectivo empresário não ambicionam o materialismo: só queriam mudar-se para a equipa que foi sexta classificada da segunda divisão inglesa em 2004/2005 (promovida no play-off), com a convicção de uma rápida transferência interna para um clube melhor. A isto só pode chamar-se excelente gestão de carreira, fundamentada em dados sólidos.

Infelizmente, o FC Porto não o deixa dar esse passo de génio. Se McCarthy quiser manter o West Ham, ícone do futebol europeu, disposto a pagar por ele nove milhões de euros em Janeiro, terá de jogar à bola nos próximos quatro meses, de preferência mantendo-se em campo, porque até os ingleses, quando podem escolher, preferem os jogadores fora da bancada. Caso lhe escape o pretendente, terá ainda até ao final da época para atrair outro, sabendo desde já que não terá depois um campeonato do Mundo que o salve de perseguir as ambições legítimas apenas com a camisola do FC Porto. Não há que fazer contas de cabeça.


Que remédio

"Vamos esquecer esta situação. Sou africano e sou forte. Vou regressar e ajudar o FC Porto a ganhar mais"

McCarthy ao "Sunday Times" sul-africano