segunda-feira, maio 29, 2006

Quaresma

Jorge Maia no OJogo:


Pelos vistos, os três jogos que Quaresma fez pela selecção de sub-21 conseguiram provar que Scolari fez bem em deixá-lo de fora do Mundial. Pois é. Os cerca de 40 que fez com a camisola do FC Porto tinham-se revelando inconclusivos, ou não fossem realizados com a camisola do FC Porto. Apesar dos golos, das assistências, da consistência, do título de melhor jogador da temporada, apesar de tudo e mais algumas coisa, havia dúvidas que, felizmente, ficaram esclarecidas com três joguinhos apenas: afinal, Quaresma não resolve jogos sozinho. Pelos vistos, só se fosse capaz de resolver jogos sozinho é que teria lugar na Selecção e, mesmo assim, garantem, apenas como suplente porque, como é evidente, a Selecção está cheia até ao gargalo de jogadores que resolvem jogos sozinhos. É verdade que muitos deles não resolveram assim tantos jogos como isso na última temporada, muito simplesmente porque não jogaram, mas esse é um detalhe que convém varrer para debaixo do tapete. O que interessa reter é que Quaresma não resolve jogos sozinho. Não consegue cruzar tenso, de trivela, para o seu próprio remate de cabeça, no coração da área e por cima dos centrais, pois não? Então não tem lugar na Selecção e Scolari fez muito bem em não chamá-lo.

Ora, o que me parece mais hilariante nesta argumentação disparatada, nem sequer é que se desprezem as quase quatro dezenas de jogos de Quaresma pelo FC Porto na última temporada como se fossem um detalhe quando comparados com os esclarecedores jogos da selecção de sub-21. O que me parece verdadeiramente risovel é forma despudorada e sem vergonha como se aplicam dois pesos e duas medidas para justificar o injustificável. Alguns jogadores nem precisam de jogar para serem indiscutíveis na Selecção, outros só lá têm lugar se forem capazes de resolver jogos sozinhos. Estou, finalmente, esclarecido.


Desconfiança
Selecções

O episódio em torno da lesão de Bruno Vale tornou evidente a falta de comunicação ou, na pior das hipóteses, de confiança entre as selecções A e de sub-21. Por muito bem desenhado que esteja o organigrama da federação descrito por Luiz Felipe Scolari o facto é que não funciona, prejudicando os jogadores e ignorando os legítimos interesses dos clubes. Houvesse quem mandasse.


Para o resto da vida

"Houve doze propostas, mas o FC Porto nem quis escutar. O Ibson também está muito feliz no clube e na cidade. Se pudesse fazia um contrato vitalício"

Laís Silva, pai de Ibson