Um Everest e duas colinas
Um par de observações sobre estas meias-finais da Liga Europa. Primeiro: não é um grande feito que FC Porto e Benfica participem nelas. Obrigados a chegar tão longe não eram, porque ninguém é, mas as meias-finais e finais da segunda taça europeia só podem ser entendidas como a medida normal de quem gasta tanto como eles e, no caso do FC Porto, está sempre entre as 16 melhores equipas da Liga dos Campeões. Acresce que nenhum precisou de arrumar um mastodonte pelo caminho. Em valor facial, nem FC Porto nem Benfica precisaram de olhar de baixo para cima em jogo nenhum. Nos dois casos, as eliminatórias seguiram o curso natural das coisas, isto dito sem questionar o trabalho que deu convencer a natureza a portar-se bem.
Segundo: pelo percurso, pela desproporção dos combates, por ter desmantelado e montado outra vez uma equipa, continuando a ganhar, favorito devia ser o Braga, se lhe adiantasse alguma coisa aceitar esse rótulo imaginário. Mas também não é verdade que tudo se reduza a títulos e finais. Duvido que o Braga pudesse estar onde está na Liga Europa se não fossem experiências de anos anteriores, que abateram complexos e promoveram clube e jogadores a novos patamares. Desta vez, ficaram mais uns bons degraus para trás, suceda o que suceder nesta eliminatória, e o mesmo se aplica ao Benfica. Até pode confirmar-se a época vazia de grandes títulos; o que já não se confirma de certeza é mais uma sem sequer os discutir, como era costume ainda há bocadinho.
José Manuel Ribeiro in Ojogo
Só resta que a eliminatória contra o Villarreal siga o curso natural das coisas...:-) Ainda para mais que já não existem mastodontes ..:-)
