Escreve hoje o Paulo Anunciação, na página 29, o que temos todos obrigação de saber: há muito boa gente, e sobretudo rica, que percebe menos de bola do que os portugueses. Dada a nossa presente e deprimente situação, a surpresa é que percebem menos ainda de dinheiro, embora haja uma simbiose entre essas duas ignorâncias. Em média, na Premier League inglesa os clubes gastam em salários o dobro do que pagam em Portugal FC Porto e Benfica. Clubes que, nove em cada dez jogos, seriam goleados pelo nosso campeão estouram em ordenados e transferências bizarras, todas as épocas, verbas que para nós seriam impossíveis. Outros mostram, ano após ano, um absoluto desconhecimento da arte. Depois da compra do ponta-de-lança Carrol por 40 milhões de euros, em Janeiro, foi poética a eliminação do Liverpool pelo Braga: um castigo pela burrice e pelo esbanjamento, que não surtirá efeito, felizmente; na próxima vez, continuarão burros e esbanjadores. Um pouco da ciência de FC Porto, Braga ou até Benfica e o dinheiro do Manchester City provavelmente resultariam numa equipa melhor do que Barcelona ou Real Madrid. Assim, há um plantel comprado por catálogo, sem intuição envolvida, dirigido por um treinador que, em tempos, vi Mourinho reduzir a lama numa noite de chuva, nas Antas. E é um elogio. Mancini fez a mesma figura aos pés de outros bem mais fracos, antes e depois. Portanto, obrigado pela força, Premier League. Que nunca se te feche o livro de cheques. Nem se te abra o cérebro.
José Manuel Ribeiro no OJOGO
Muito interessante este artigo, baseado neste:
Clubes da Premier League salvam-se graças aos patrões
A época de 2009/10 foi a temporada de todos os recordes na Premier League. Os 20 clubes que actualmente compõem a liga inglesa tiveram receitas globais de 2555 milhões de euros. Apesar deste fabuloso volume recorde de vendas - sustentado em grande parte pela negociação dos direitos televisivos no país e no estrangeiro -, 80% dos clubes terminaram o ano no vermelho. O prejuízo acumulado pelos 16 clubes deficitários rondou a soma recorde de 589 milhões de euros. Estes prejuízos foram provocados sobretudo pelas contratações descontroladas e pelo aumento em espiral dos salários pagos aos jogadores. Em 2009/10, os 20 clubes tiveram custos salariais totais de M€ 1700, ou seja uma média impressionante de M€ 85/clube - uma verba muito superior à folha salarial suportada anualmente por FC Porto, Benfica ou Sporting.
Todos os clubes ingleses de topo tiveram prejuízos significativos, com a excepção do Arsenal, cujos proveitos globais recorde de M€ 485 (e lucros de 68 milhões) estão directamente ligados ao projecto imobiliário construído na área do antigo estádio de Highbury. Os outros clubes grandes da capital, Chelsea e Tottenham, apresentaram resultados negativos de M€ 95 e M€ 9 respectivamente. As contratações galácticas e salários astronómicos pagos pelo Manchester City do xeque Mansour do Abu Dhabi resultaram num prejuízo - igualmente galáctico - de 147 milhões em 2009/10. Na outra ponta da cidade, o United terminou o ano com um resultado negativo de 96 milhões. O clube de Nani e Anderson teve receitas de 348 milhões - superiores às do Arsenal, quando descontados os negócios imobiliários do clube londrino -, mas o serviço da dívida empurrou as contas para o vermelho. Em 2005, recorde-se, o milionário norte-americano Malcolm Glazer comprou o clube recorrendo em grande parte a financiamento externo. Depois de concluída a operação, a família Glazer transferiu este endividamento milionário para as contas do próprio United. O clube - que anteriormente tinha um passivo irrelevante - passou a estar enterrado em dívidas e a ter de suportar um oneroso serviço de dívida. No exercício de 2009/10, por exemplo, o United pagou M€ 51 de juros referentes a um empréstimo de 608 milhões de euros e suportou outra despesa de M€ 79 acarretada pela restruturação da dívida através da emissão de um empréstimo obrigacionista. Segundo os cálculos do jornalista David Conn, autor de vários livros sobre as finanças do futebol inglês, o Manchester United gastou mais de M€ 425 desde 2005 só em juros, taxas, despesas bancárias ou empréstimos provocados directamente pela entrada em cena da família Glazer.
Apenas quatro clubes da Premier League apresentaram resultados positivos em 2009/10. O lucro fabuloso do Arsenal, como se viu, foi inflacionado em grande parte pela venda dos apartamentos construídos em Highbury (as contas do primeiro semestre da presente época - Junho a Novembro de 2010 - já registam, curiosamente, um prejuízo de sete milhões). Birmingham City e West Bromwich Albion tiveram lucros pouco relevantes (e o Birmingham, aliás, atravessa uma crise tão grave de tesouraria que está a colocar em risco a sobrevivência do clube). O Wolverhampton Wanderers foi o único a registar um lucro sólido e convincente em 2009/10: M€ 11 numa temporada em que regressou à divisão principal e já pôde contar com os milhões provenientes da venda colectiva dos direitos televisivos da Premier League. O proprietário do Wolves, Steve Morgan, é um patrão astuto, que não gosta de correr riscos financeiros. Ele é conhecido por operar no mercado de transferências com muita cautela.
Os prejuízos monstruosos da grande maioria dos clubes da Premier League são suportados pelos bolsos sem fundo de patrões como o xeque Mansour - que terá investido cerca de 600 milhões em menos de três anos como proprietário do City -, o russo Abramovich (Chelsea), o norte-americano Randy Lerner (Aston Villa) ou o egípcio Mohamed Al-Fayed (cujos empréstimos ao Fulham totalizam agora 228 milhões de euros). Outros clubes têm patrões menos mediáticos, mas não menos generosos. Peter Coates, dono da empresa de jogo e apostas online Bet365, investiu M€ 52 no Stoke City. O gestor de fundos de "private equity" Ellis Short injectou mais de M€ 57 milhões no Sunderland. O Bolton Wanderers - cujos prejuízos, em 2009/10, atingiram M€ 43 - sobrevive graças aos cheques de Eddie Davies, um empresário que fez milhões com uma empresa de componentes electrónicos para chaleiras eléctricas. Davies colocou mais de 103 milhões de euros no clube.
PAULO ANUNCIAÇÃO, em Londres , in OJOGO
Ainda não vi a entrevista do Jorginho...vou tentar fazer mais logo...ainda só li o que vem no OJogo...parece que foi o normal...não houve novidades...mas só depois de ver poderei dizer mais alguma coisa...mas segundo o OJOGO leu uma carta do Platini...:-)))))) E do Bin Laden nenhuma? :-)
Quanto ao facto de eu ter considerado que os calimeros já têm mais uma Taça de Portugal do que efectivamente possuem...deve-se ao facto de eu já estar a contabilizar a Taça de Portugal 2011/2012 ganha pelo Domingos contra os lampiões...o FC Porto não marcará presença, pois a Final da Liga dos Campeões 2011/2012 absorve-lhe todas as atenções e prioridades...:-)))
