Ian Jack na colectânea editada por John Turnbull, Thom Satterlee e Alon Raab
"The Global Game: Writers on Soccer"
(Bison Books, 2008)
"Há futebol a mais: é impossível fugir. No outro dia de manhã, os meus filhos descreveram em pormenor os problemas do osso escafóide de Beckham. Duas noites antes assistimos todos juntos à derrota do Celtic frente ao FC Porto na final da Taça UEFA em Sevilha. Fui à casa de banho por uns minutos e pouco depois os meus filhos trepavam dois lances de escadas, por duas vezes, para bater na porta e me informar sobre os golos que eu acabara de perder: o resultado passara de 1-1 para 2-1 e depois para 2-2. De novo sentado em frente à televisão, olhei para aqueles milhares de adeptos do Celtic nas bancadas, quase todos vestidos como os jogadores no relvado, com camisolas às riscas verdes e brancas.
Lembro-me do primeiro dia em que vi um homem vestido assim - vestido como um jogador com as mesmas riscas verdes e brancas. Ele vivia no fim da nossa rua, na aldeia. Era católico. Nós achávamos que ele era pateta. 'Um homem crescido, alguma vez viram uma coisa destas...' e assim por diante".
N´Ojogo
É por este motivo que não me lembro de alguma vez ter comprado uma camisola , ir com ela ao estádio e muito menos ser capaz de andar com ela por aí, como se vê alguns, especialmente nas férias.
Não faz o meu género, gosto de ser discreto e como diz o Ian Jack acima, também nunca gostei de ser pateta. :-) Quando vejo um com uma camisola de um clube, ainda para mais quando não há um acontecimento desportivo que o justifique, penso o mesmo.
