quinta-feira, setembro 24, 2009

COINCIDÊNCIAS...

O fim de uma castidade que nunca existiu


Corre agitada a campanha para as legislativas do próximo domingo. Mais do que a apresentação de propostas dos partidos para a governação de Portugal, está montada uma chinfrineira a propósito de comportamentos pouco éticos.

O silêncio do Presidente da República sobre a hipótese de poder estar por detrás de uma "encomenda" de um seu assessor (entretanto demitido) a jornalistas para maquinarem uma não provada espionagem do Governo de José Sócrates sobre o Palácio de Belém tem gerado compreensíveis ondas de choque.

Incrédulo, o País assiste a espectáculo degradante, num patamar que estava oculto por falsos arautos da transparência: o de uma relação inquinada entre os circuitos do Poder e o que muitos pensadores de pacotilha catalogavam de Jornalismo de referência.

Ruiu uma tese que dava jeito para alimentar uma lamentável segregação: a da divisão da classe jornalística entre os que sempre foram acusados de estar a soldo dos clubes, sobretudo do demoníaco futebol - os chamados jornalistas desportivos -, e os outros, os que nos corredores do Poder eram vistos como detentores de uma castidade pronta a repelir, 24 horas sobre 24 horas, todo e qualquer tráfico de influências que contaminasse as suas agendas e a comunicação transmitida a quem os ouve e lê.

Sinceramente: a revelação de "concubinato" de um assessor do Presidente da República e jornalistas do "Público", por mais explicações e desmentidos que surjam, tem pelo menos uma vantagem: prova que a recepção de "notícias encomendadas" não são exclusivo das gentes do futebol e dos jornalistas que a ele se dedicam.

Afinal, caiu a máscara: gente séria e desonesta há em todos os sectores de actividade. Incluindo o Jornalismo.

Fernando Santos in OJOGO

Curiosamente já nem disfarça o rosto do jornalismo de referência...:-)))) Quer um tacho pelos serviços prestados...:-)


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