quarta-feira, março 02, 2016

O CLÁSSICO QUE NÃO VAI DECIDIR NADA; JÁ SE PASSARAM DOIS DIAS DESDE O PENALTY EM GUIMARÃES; O NONSENSE NO FUTEBOL PORTUGUÊS E CONTAS POR ANGELINO FERREIRA

1- Num momento em que todas as esperanças renasceram, e visto que provavelmente não terei possibilidades de escrever até lá e com um jogo a feijões hoje a disputar, concentremo-nos já no próximo fim-de-semana e do que falta disputar.


Com o Benfica a um ponto do Sporting e o FC Porto a quatro, para mim, só uma vitória do Sporting e uma derrota do FC Porto em Braga tornaria impossível a recuperação do FC Porto, e isto para os optimistas. Para o Benfica uma derrota não os eliminava da luta pelo título, pese os efeitos psicológicos, mas já provaram esta época, dados os rombos que o seu rival da segunda circular já lhes impingiu, que são resistentes pois acabaram por não fazer a mossa que se esperava. Estão a 1 ponto do líder e 3 sobre o terceiro, depois de terem perdido todos os clássicos.

E socorro-me do calendário para achar que o Benfica terá menos dificuldade do que o Sporting.

Depois desse jogo em Alvalade, vai disputar 5 jogos em casa, tal como o FC Porto, contra 4 do Sporting.

Desses jogos em casa, o Benfica terá teoricamente os adversários mais difíceis, como Braga (4º), V.Guimarães (7º) e V.Setúbal (10º), Nacional (13º) e Tondela (18º), mas terá o factor Luz como atenuante. Em condições normais só estou a ver o Braga com possibilidades de roubar pontos ou um V.Guimarães transcendente.

Já o Sporting, recebe o Arouca (6º), V.Setúbal (10º), Marítimo (11º) e U.Madeira (14º). Arouca veio ganhar ao Dragão, marcou na Luz, e são bem orientados a todos os níveis, já para não falar nas dificuldades que o Sporting tem tido em Alvalade com empates ou vitórias tangenciais contra adversários deste nível, mas em condições normais, também não perderá pontos.

O FC Porto terá o jogo decisivo contra o Sporting no Dragão que teria de ganhar obrigatoriamente e terá os adversários teoricamente mais fáceis: Nacional (10º), U.Madeira (14º), Boavista (16º) e Tondela (18º).


Mas onde eu acho que se vai decidir o campeonato: os jogos fora.


O Benfica terá na deslocação ao Rio Ave (5º) o seu teste mais exigente, indo depois ao Marítimo (11º), Boavista (16º) e Académica (17º).

Já o Sporting tem onde muito se queimar. Vai ao Dragão defrontar o FC Porto (3º), Braga (4º), tudo jogos com alto risco de perder 6 pontos, a que se juntam Estoril (9º), onde saímos de lá só com uma reviravolta, Belenenses (12º), todos vimos o trabalham que deram, e o Moreirense (15º), equipa que empatou o FC Porto.

O FC Porto não tem também tarefa fácil pois vai ao Rio Ave (5º), P.Ferreira (8º), V.Setúbal (10º) e Académica (17º). Tem lenha também para se queimar, em maior grau que Benfica mas em menor grau que Sporting.


Tudo isto na teoria, pois com o aproximar do fim do campeonato, estas equipas que lutam pela sobrevivência podem ser um cabo de trabalhos.


E é com base nisto, que acho que o Benfica tem o melhor calendário para ser campeão, mesmo que perca o clássico e fique com 4 de atraso. Há risco enorme do Sporting perder mais do que isso. E só nestas condições, com um FC Porto a roçar a perfeição, seria possível ainda chegar lá.



2- Já se passaram 2 dois , desde o jogo de Guimarães e não há discussões nos facebooks nem gritaria histérica sobre a arbitragem no geral e o penalty em particular contra o Sporting. Imaginem o que se passaria actualmente se fosse ao contrário? Imagem até que era o FC Porto ou o Benfica o envolvido e beneficiário? Ainda é preciso mais desenhos para verem a diferença e quem controla, esta época, o espaço mediático e as correntes? Não tem reparado como até a Abola anda muito verde?


3- Ficamos também a saber que o LFV , que tem estado recatado, afinal é um incendiário e insosso. Afinal, os discursos histéricos em tudo o que era lado, as virgens ofendidas quase a atirarem-se ao rio Tejo por tamanho crime que estava prestes a ser cometido ao Slimani para não jogar na Luz, afinal não faziam sentido, pois bastou o LFV abrir a boca para sabermos que afinal não poderia ser castigado para esse jogo. Isto é Monty Python do melhor.Nonsense.

E melhor ainda é darem como argumentos, a que juntaram alguns portistas toldados pelo ódio ao vermelho , com amnésia e levados na enxurrada de discurso pífio sportinguista, o medo que o LFV teria de castigos aos seus jogadores, como se o que o Slimani e outros da banda de pulhas de Alvalade andam a fazer desde o início da época em todos os jogos, em todas as áreas, tivesse comparação possível. Se uns teriam que ser punidos, outros na proporção, só o irradiamento.


4- Sobre as contas, nada melhor do que ler quem conhece a realidade, Angelino Ferreira, ex-administrado da SAD do FC Porto:


"Relatório tem números preocupantes"

Que análise faz ao relatório e contas semestral apresentado pelaSAD?

—Está em linha com as metas orçamentais que foram estimadas no início do ano. Os números apresentados são preocupantes, mas não podem ser vistos isoladamente e sim englobados noutros parâmetros que condicionam a vida patrimonial, económica e financeira das sociedades.

No documento, lê-se que SAD perdeu quase a totalidade do capital social. O art.° 3 5.° do Código das Sociedades revela que uma das soluções para corrigir o problema passa pela dissolução da SAD. Isso pode estar em causa?

—Não. Já em muitos momentos as SAD tiveram capitais próprios negativos ou abaixo de metade do capital social e, conforme ditam as regras, encontraram soluções para resolver essa dificuldade. Os resultados de uma sociedade fazem-se com o resultado proveniente das transações, com a venda dos ativos da sociedade, ou seja, jogadores. Se for positivo, então o problema fica resolvido. Outra solução, que acontece muitas vezes, passa pelo aumento do capital social. Mas creio que não vale a pena estar muito centrado nesta situação; há outras preocupações mais sérias.

0 que é que o preocupa mais?

Terei de dividir isso em três pontos. Ponto um: o resultado da exploração, que é expressivo de forma negativa; ponto dois: o endividamento, que tem vindo a aumentar; ponto três: o ativo corrente a curto prazo, que já é insuficiente para pagar as responsabilidades nesse período, que normalmente é d eum ano.

(fonte: jornal OJogo)