Bem pessoal, vou de Férias, regressando no fim de Agosto. Entretanto espero encontrar um local com net, para poder dar uns bitaites, mas não prometo.
E nada melhor que ir de férias com mais uma vitória do nosso FCPORTO.
Boas Férias a todos!!!
sábado, julho 31, 2004
FCPORTO 1 - Liverpool 0
A crónica da ABola
Carlos Alberto marca golo da vitória sobre o Liverpool
O FC Porto estreou-se da melhor maneira na Champions World Séries, ao vencer o Liverpool por 1-0, no Skydome de Toronto, perante 40.078 espectadores. Carlos Alberto foi o autor do golo, aos 84 minutos, mas os portistas rubricaram excelente primeira parte e desperdiçaram quatro oportunidades de golo.
ASF
Primeiro grande teste da equipa de Lugi del Neri, e logo frente ao Liverpool, equipa que mantém a estrutura da época anterior, agora com Cisse e um novo treinador, Rafael Benitez, campeão espanhol pelo Valência. Bem pode afirmar-se que os azuis-e-brancos passaram o teste com distinção, não apenas pela vitória, mas muito mais pela exibição, em especial na primeira parte.
Depois do domínio inicial dos ingleses, a equipa de Del Neri tomou conta do jogo e bem merecia estar em vantagem ao intervalo. Mesmo sem os internacionais do Euro-2004 e uma equipa com muitas caras novas, o FC Porto dominou por completo o Liverpool. Sacudiu a pressão dos ingleses e depois só não marcou por manifesto azar: «tiro» de Ricardo Quaresma à barra, com o pé esquerdo e o guarda-redes Dudek fora do alcance da bola (11 m); grande jogada de Rossato pela esquerda e Derlei a falhar por um triz (18 m); confusão na área inglesa e mais uma vez Quaresma a rematar... à barra! (27 m); passe de Ricardo Costa para McCarthy e este a «estoirar» com perigo (34 m).
Ou seja, as melhores oportunidades de golo da primeira parte pertenceram ao FC Porto, que teve em Ricardo Quaresma o melhor elemento em campo, mas também Ricardo Costa, Pepe, Rossato, Raul Meireles, Bosingwa e McCarthy também estiveram em bom plano.
Na segunda metade, com a dança das substituições o jogo perdeu qualidade, mas ainda assim os portistas mantiveram-se seguros, aguentaram a pressão dos ingleses e também criaram oportunidades de golo. Logo nos primeiros minutos, Ricardo Quaresma obrigou Dudek a boa defesa, depois o jogo entrou em toada morna, de expectativa, até que Milan Baros, aos 62 minutos, rematou ao lado da baliza de Nuno. O Liverpool dava, finalmente, sinal de inconformismo, subiu no terreno e tentava o golo, mas entretanto Del Neri, com muita e boa «matéria-prima» no banco, refrescou a equipa e imprimiu maior velocidade ao jogo, equilibrando de novo as «operações». Aos 78 minutos, Hugo Almeida quase surpreendia Dudek, num claro sinal de que os azuis-e-brancos, agora com uma equipa muito diferente da que actuou na primeira parte, continuavam apostados em chegar ao golo.
... E este surgiu aos 84 minutos, quando Jorge Costa colocou a bola na área e Carlos Alberto, oportuno, aproveitou uma falha da defesa inglesa. Um tento mais que merecido e que só pecou por tardio. Na ponta final, o Liverpool pressionou na busca do golo do empate, mas o guarda-redes Nuno, numa excelente intervenção, evitou que o jogo se decidisse nas grandes penalidades.
Mesmo sem Deco, Ricardo Carvalho e Paulo Ferreira, o FC Porto deu provas de que continua muito forte e até com mais opções que na época passada. Pepe deu boa conta do «recado» no eixo da defesa, enquanto Ricardo Costa e Rossato rubricaram excelentes exibições nas laterais; Bosingwa confirmou o excelente início de época, tal como Raul Meirelos, no «miolo»; Ricardo Quaresma teve dois remates com selo de golo, um à barra e outro ao poste (na primeira parte) e mostrou que está com gana de «mostrar serviço»; McCarthy subiu de produção com o decorrer do jogo e também podia ter facturado.
Em suma: se este FC Porto já mostrou tão boas credenciais, o que sucederá quando Maniche, Postiga, Costinha, Nuno Valente e Seitaridis (os «europeus» recém-chegados) estiverem a cem por cento?
O próximo jogo do FC Porto é no domingo, frente aos turcos do Galatasaray.
Estádio Skydome, em Toronto
FC PORTO – Vítor Baía; Ricardo Costa, Pepe, Pedro Emanuel e Rossato; Quaresma, Raul Meireles, Bosingwa e César Peixoto; McCarthy e Derlei.
Jogaram ainda na segunda parte: Nuno, Carlos Alberto, Hugo Almeida, Marco Ferreira, Maciel, Jorge Costa e Areias.
Treinador: Del Neri
LIVERPOOL – Dudek; Carragher, Hyypia, Warnock e Whitbread; Gerrad, Hamann, Murphy e Riise; Cisse e Owen.
Jogaram ainda na segunda parte: Henchoz, Finnan, Milan Baros, Kewell, Diao, Sinama e Biscan.
Treinador: Rafael Benitez
Ao intervalo: 0-0
Golo: Carlos Alberto (84 m)
Resultado final: 1-0
Cartão amarelo a Ricardo Quaresma, Hamann, Pepe, Sinama e Hugo Almeida
sexta-feira, julho 30, 2004
O nosso Pélé
É o nosso numero 10!
Finta com os dois pés!
É melhor que o pélé!
É o Diego Allez Allez!!!
Desvios
Sobre essa treta de que o FCPORTO desvia certos jogadores que estavam quase certos noutros clubes, cabe-me dizer que só desviamos os bons, por isso é que o Karadas foi para os lampiões...
Curiosidade
O Chievo Verona é o adversário escolhido pelo Sporting para o encontro
de apresentação aos sócios e adeptos, que terá lugar no próximo dia 21
de Agosto.
de apresentação aos sócios e adeptos, que terá lugar no próximo dia 21
de Agosto.
Mourinho já faz estragos
Depois da vitória sobre o Celtic por 4-2 , hoje o Chelsea despachou a Roma por 3-0...
Logo à 1h00 é a nossa vez contra o Liverpool.
Logo à 1h00 é a nossa vez contra o Liverpool.
quinta-feira, julho 29, 2004
Um grande europeu!
Classe. O FC Porto é hoje, penso que indiscutivelmente, a equipa de maior classe do nosso país. Não apenas por ser o campeão europeu em título ou porque ganhou mais um campeonato. Há uma série de circunstâncias que fazem os dragões o mais apetecível e emblemático dos clubes nacionais.
Classe. O FC Porto é hoje a única superpotência do futebol europeu com residência em território nacional. O Benfica tem adeptos, o Sporting tem nome, o FC Porto tem adeptos, nome, poder e dinheiro. Invejável? Não, muito mais do que isso.
Precioso. Porque nada acontece por acaso e nas Antas há muito que se trabalha tendo em vista este objectivo.
Classe. O FC Porto é hoje uma equipa capaz de contratar Quaresma – um símbolo do Sporting – ao Barcelona, de encontrar Seitaridis antes do Euro’2004 e roubá-lo ao Real Madrid, de adquirir o passe de um titular da selecção brasileira que venceu a Copa América há dias e ainda tentar comprar Dellas (talvez o melhor jogador grego no campeonato europeu) à Roma. Fantástico.
Classe. O FC Porto é hoje um clube ganhador, que acaba de encaixar 14 milhões de contos, ou seja, com as finanças em estado bastante saudável e o único dos emblemas portugueses com assento no poderoso G-14, o grupo de influência mais temido pela UEFA. Porquê?
Classe. O FC Porto hoje é assim porque tem um grande presidente, uma estrutura profissional que trabalha sempre para tentar levar a equipa aos êxitos e também porque teve a sorte de encontrar o melhor dos treinadores portugueses e acreditar nele. Sim, porque muito disto que está a acontecer se deve a José Mourinho. Foi ele que levou os dragões às grandes vitórias e que o levou a encaixar todos estes milhões. Até foi ele que descobriu Seitaridis antes do Europeu.
Classe... era continuar a ganhar este ano.
Autor: BERNARDO RIBEIRO no Record
Classe. O FC Porto é hoje a única superpotência do futebol europeu com residência em território nacional. O Benfica tem adeptos, o Sporting tem nome, o FC Porto tem adeptos, nome, poder e dinheiro. Invejável? Não, muito mais do que isso.
Precioso. Porque nada acontece por acaso e nas Antas há muito que se trabalha tendo em vista este objectivo.
Classe. O FC Porto é hoje uma equipa capaz de contratar Quaresma – um símbolo do Sporting – ao Barcelona, de encontrar Seitaridis antes do Euro’2004 e roubá-lo ao Real Madrid, de adquirir o passe de um titular da selecção brasileira que venceu a Copa América há dias e ainda tentar comprar Dellas (talvez o melhor jogador grego no campeonato europeu) à Roma. Fantástico.
Classe. O FC Porto é hoje um clube ganhador, que acaba de encaixar 14 milhões de contos, ou seja, com as finanças em estado bastante saudável e o único dos emblemas portugueses com assento no poderoso G-14, o grupo de influência mais temido pela UEFA. Porquê?
Classe. O FC Porto hoje é assim porque tem um grande presidente, uma estrutura profissional que trabalha sempre para tentar levar a equipa aos êxitos e também porque teve a sorte de encontrar o melhor dos treinadores portugueses e acreditar nele. Sim, porque muito disto que está a acontecer se deve a José Mourinho. Foi ele que levou os dragões às grandes vitórias e que o levou a encaixar todos estes milhões. Até foi ele que descobriu Seitaridis antes do Europeu.
Classe... era continuar a ganhar este ano.
Autor: BERNARDO RIBEIRO no Record
DELLAS ???
Comprar um defesa-central de 28 anos pagando 10 milhões de euros ou coisa parecida é um disparate. Reconheço que é um grande central, mas não precisamos.
Somos,o melhor clube na formação defesas centrais.
Temos Jorge Costa, Pedro Emanuel, Pepe , Ricardo Costa, Bruno Alves e ainda o Tonel que foi emprestado.
Além disso , o substituto natural do Ricardo Carvalho era o PEPE pois a sua contratação, penso eu, inseriu-se na eventualidade de Ricardo Carvalho sair.
Por isso, precisamos de dispensar gente, não de contratar para sectores onde estamos bem servidos.
Mas não sou que mando...
P.S: Gostei muito da exibição daquele guarda-redes português que jogou ontem contra uma equipa espanhola...fartei-me de rir...ah, também gostei do resultado...
Somos,o melhor clube na formação defesas centrais.
Temos Jorge Costa, Pedro Emanuel, Pepe , Ricardo Costa, Bruno Alves e ainda o Tonel que foi emprestado.
Além disso , o substituto natural do Ricardo Carvalho era o PEPE pois a sua contratação, penso eu, inseriu-se na eventualidade de Ricardo Carvalho sair.
Por isso, precisamos de dispensar gente, não de contratar para sectores onde estamos bem servidos.
Mas não sou que mando...
P.S: Gostei muito da exibição daquele guarda-redes português que jogou ontem contra uma equipa espanhola...fartei-me de rir...ah, também gostei do resultado...
quarta-feira, julho 28, 2004
Vêm aí DIEGO
Está quase a chegar:
Nome: Diego Ribas da Cunha
Posição: médio Data de nascimento: 28 de Fevereiro de 1985
Naturalidade: Ribeirão Preto, Brasil
Nacionalidade: Brasileiro (passaporte italiano)
Altura: 1,73 m
Peso: 73 kg Clubes: Comercial Ribeirão Preto e Santos.
Títulos: campeão brasileiro (2002), Copa América (2004), Mundialito (2000), Sul-Americano Sub-17 (2001).
Um craque na net:
www.diego4ever.blog.aol.com.br
www.faclubedodiego.theblog.com.br
http://diego_gostosaum.blogger.com.br
Nome: Diego Ribas da Cunha
Posição: médio Data de nascimento: 28 de Fevereiro de 1985
Naturalidade: Ribeirão Preto, Brasil
Nacionalidade: Brasileiro (passaporte italiano)
Altura: 1,73 m
Peso: 73 kg Clubes: Comercial Ribeirão Preto e Santos.
Títulos: campeão brasileiro (2002), Copa América (2004), Mundialito (2000), Sul-Americano Sub-17 (2001).
Um craque na net:
www.diego4ever.blog.aol.com.br
www.faclubedodiego.theblog.com.br
http://diego_gostosaum.blogger.com.br
Mais um teste
Os jogos tem sido fraquitos, uma desilução...a minha maior dúvida é se o Del Neri será capaz de tirar partido do fantastico plantel que dispõe, como fez Mourinho. Se for teimoso, casmurro, com este sistema...em Dezembro Pinto da Costa andará a procurar novo treinador...
terça-feira, julho 27, 2004
Miguel Sousa Tavares
A nova época do campeão europeu
Basta ler a imprensa desportiva lisboeta para qualquer incauto concluir que o campeão nacional e o campeão europeu em título não é o FC Porto — sistematicamente arrumado numa notícia de rodapé de cada primeira página —mas sim o glorioso Benfica, que esmaga, dia após dia, todas as manchetes dos jornais
1. Reinaldo Teles tem toda a razão. Alguma coisa vai mal num país onde se condecoram os vencidos e se ignora os vencedores. Portugal — convém recordá-lo — não foi campeão europeu: com tudo a seu favor, deixou-se bater na final jogada em casa. Mas o FC Porto— convém recordá-lo, porque parece que já ninguém se lembra — foi campeão europeu, desafiando potentados futebolísticos, que são verdadeiras multinacionais de jogadores e de que uma dúzia deles, pelo menos, são bastante melhores, como equipas do que qualquer Selecção das que estiveram em Portugal. E, já agora, convém também lembrar que a equipa do FC Porto que se sagrou campeã europeia entrou em Gelsenkirchen com nove jogadores portugueses no onze inicial. Mas Jorge Sampaio, que se comoveu até às lágrimas ao condecorar a equipa de Scolari, ignorou por completo a equipa de José Mourinho, que conseguiu para Portugal uma proeza que o país há muito não registava em nenhum outro sector da vida pública. Mas Jorge Sampaio não está sozinho, no seu critério particular de justiça. Basta ler a imprensa desportiva lisboeta para qualquer incauto concluir que o campeão nacional e o campeão europeu em título não é o FC Porto — sistematicamente arrumado numa notícia de rodapé de cada primeira página — mas sim o glorioso Benfica, que esmaga, dia após dia, todas as manchetes dos jornais. Houve apenas um brevíssimo intervalo de dois dias, nesta monotonia noticiosa dos últimos tempos: o dia da final de Geselkirchen e o dia seguinte à vitória. Logo depois, regressou-se à normalidade.
2. No território das expectativas — que é onde o Benfica tem vivido nos últimos 10 anos — esta época do defeso é sempre uma época gloriosa para o Benfica. As aquisições são sempre excelentes, os treinadores fantásticos, o ambiente inultrapassável, os estágios fabulosos, jogadores que na época anterior nada fizeram de jeito revelam-se outros radicalmente diferentes para melhor, e todos, sem excepção, mostram-se encantados com o estágio e os métodos de preparação e prontos para uma época de arraso. À força de lermos isto, ano após ano, nós, os que estamos de fora, já não sabemos que Benfica esperar em cada época. A mim acontece-me sistematicamente enganar-me, para mais ou para menos, em relação àquilo que penso que irá valer o Benfica em cada época. Nesta, por exemplo, dá-me ideia, pelo pouco que vi, que o Benfica está melhor e mais bem servido de treinador do que na época passada. À boleia de José Mourinho e do FC Porto, fez um grande negócio com a venda de Tiago ao Chelsea, mas não me parece que ele faça muita falta, sendo que ainda é de esperar, como anunciado, um reforço para o meio-campo e outro para o ataque. Só não percebi para que quis o clube ter três bons guarda-redes, quando só um é que irá jogar regularmente. Mas gostei do que vi contra o Real Madrid, muito embora se espere que não venha a encontrar ao longo da época árbitros tão amigos como o Bruno Paixão, justissimam ente escolhido para participar na festa do centenário benfiquista.
3. Quanto aos campeões europeus, pois lá fechámos o negócio tão longamente esperado com o Diego. Eu cá dei uma forcinha, com uma provocação que aqui escrevi a semana passada e destinada, exactamente, a produzir o efeito desejado. Espero agora que se confirmem todas as referências elogiosas que ouvi fazerem-lhe no Brasil, porque, se assim for, com dois miúdos como ele e o Carlos Alberto, as saudades do Deco vão ser mais fáceis de passar. Entretanto, e como era de prever, os campeões europeus têm fechado inúmeros e bons negócios. A venda do Paulo Ferreira foi simplesmente fabulosa, a do Deco foi razoável ou boa, se o Quaresma passar de promessa a realidade. As saídas do Pedro Mendes e do Alenitchev, por razões diferentes, acabaram também por ser razoáveis, como bem razoável seria a saída do Costinha, para cujo lugar se comprou o Paulo Assunção e onde existe um outro jogador que vem subindo de qualidade a olhos vistos mas sem grandes oportunidades fora da Selecção dos sub-23, e que é o Bosingwa. Em matéria de aquisições, para além do Diego, a grande esperança e a grande aquisição do defeso, para além do Paulo Assunção e do Ricardo Quaresma, sobre quem recaem grandes esperanças, as aquisições do Seitaridis, do Rossato e do Pepe parecem excelentes. Já as outras, tenho mais dúvidas. O Raul Meireles até agora ainda não consegui perceber o porquê de tantos elogios. O Postiga continua a ser um grande jogador mas a quem continua a faltar a capacidade finalizadora e, sobretudo, não sei para que quer o FC Porto cinco pontas-de-lança, mais o supranumerário Pena. E quanto ao Areias, para além de ser o quarto lateral-esquerdo no plantel, francamente não se entende para que se continua a comprar jogadores directamente para a equipa B ou para serem emprestados. Aliás, os meus leitores mais atentos já sabem que a grande crítica que eu faço sempre à política de aquisições do FC Porto é o exagero delas. Entendo que manter plantéis profissionais que, mesmo depois de uma dúzia de empréstimos, continuam a ter mais de 30 jogadores, para além de financeiramente ruinoso, é prejudicial e não benéfico para a equipa.
4. No que ao FC Porto diz respeito, tudo visto, somado e subtraído—e mesmo mantendo-se em aberto a hipótese de ainda vir a sair um dos dois «grandes», Ricardo Carvalho ou Maniche — o saldo do defeso é francamente positivo. O FC Porto perdeu dois grandes jogadores mas recebeu quatro ou cinco que à partida são também grandes jogadores. E, entre compras e vendas, deve ter saído para já a ganhar uns vinte e cinco milhões de euros, o que representa metade do orçamento anual. Entretanto, o FC Porto perdeu o principal: um treinador da categoria de José Mourinho. Costuma dizer-se que ninguém é insubstituível, mas ele, de facto, é. Não vale a pena passarmos a época a chorar por ele mas convém que todos estejam conscientes de que acabou mesmo um período glorioso, que se deveu, acima de tudo, a José Mourinho. Del Neri, obviamente, não tem culpa alguma disso, pode até vir a revelar-se um excelente treinador, mas a tarefa que tem pela frente é avassaladora. É muito cedo, estupidamente cedo, para fazer qualquer apreciação crítica e gostava que o que vou dizer nem sequer soasse como uma crítica, mas, pelo que tenho visto e lido, temo que ele esteja desnecessariamente a tornar ainda mais difícil a sua tarefa, com tantas alterações profundas numa equipa que basicamente estava estruturada e rotinada num tipo de jogo que se revelou de sucesso total. Comecemos pela defesa em linha, que ele intenta implantar, quase à força, na defesa azul e branca. É um sistema de que eu não gosto à partida, porque diminui a área de jogo, proporciona inúmeras interrupções por offsides, tornando o futebol mais feio e sem espaço. Depois, é um sistema perigoso, porque basta uma fracção de segundo de distracção de um defesa ou do juiz-de-linha e facilmente se sofre um golo, que seria evitável com o sistema de marcação à zona. Enfim, numa equipa como o FC Porto, com dois centrais de marcação tão bons como o Ricardo Carvalho e o Jorge Costa, a defesa em linha não tira partido das suas qualidades e, inversamente, exige-lhes outro tipo de jogo para o qual não estão rotinados nem vocacionados. Depois, temos o 4x2x4, que Del Neri anunciou logo à partida, que era e iria continuar a ser o seu sistema de jogo. Ora, eu não tenho nada contra o 4x2x4 ou contra esquemas de jogo ofensivos, antes pelo contrário. Mas parece-me que um treinador, embora possa ter o seu sistema de jogo favorito e procure pôr as suas equipas a jogar no seu sistema, deve ter a flexibilidade suficiente para perceber quando é que isso é possível e aconselhável e quando não o é. Ou seja, é o modelo de jogo que se deve adaptar à equipa e às características dos seus jogadores e não o contrário. Mourinho, por exemplo, era um grande defensor do 4x3x3, que começou por pôr em prática no FC Porto. Mas, quando perdeu os alas Capucho e César Peixoto, mudou o sistema para o 4x4x2, com o célebre losango do meio-campo. Ora, sucede que para jogar no 4x2x4 que pretende, Del Neri precisa de ter, pelo menos, dois grandes médios-alas. E não tem sequer dois grandes alas: Quaresma é uma incógnita, César Peixoto mais ainda e Maciel, tirando o jogo de estreia na equipa, é uma continuada decepção. Mas, mesmo que qualquer deles se viesse a mostrar em grande forma, nenhum deles é um médio-ala, como exige o modelo de Del Neri: todos são apenas extremos clássicos, que nada acrescentam ao meio-campo. Em contrapartida, o esquema exigiria ainda o incompreensível sacrifício de Carlos Alberto e, agora também, o de Diego. Seria uma equipa sem número 8 e sem número 10 — logo por acaso, as duas grandes esperanças desta equipa. Espero que o assunto tenha sido falado entre o treinador e os dirigentes, antes do investimento feito no Diego. E espero, em consequência, ver como é que Del Neri vai aproveitar a excelente matéria-prima de que dispõe. A grande confusão táctica que foi aquele jogo com o Woleren, em que ninguém parecia saber qual era o seu lugar e a sua função em campo, exigem certamente alguma meditação profunda.
Basta ler a imprensa desportiva lisboeta para qualquer incauto concluir que o campeão nacional e o campeão europeu em título não é o FC Porto — sistematicamente arrumado numa notícia de rodapé de cada primeira página —mas sim o glorioso Benfica, que esmaga, dia após dia, todas as manchetes dos jornais
1. Reinaldo Teles tem toda a razão. Alguma coisa vai mal num país onde se condecoram os vencidos e se ignora os vencedores. Portugal — convém recordá-lo — não foi campeão europeu: com tudo a seu favor, deixou-se bater na final jogada em casa. Mas o FC Porto— convém recordá-lo, porque parece que já ninguém se lembra — foi campeão europeu, desafiando potentados futebolísticos, que são verdadeiras multinacionais de jogadores e de que uma dúzia deles, pelo menos, são bastante melhores, como equipas do que qualquer Selecção das que estiveram em Portugal. E, já agora, convém também lembrar que a equipa do FC Porto que se sagrou campeã europeia entrou em Gelsenkirchen com nove jogadores portugueses no onze inicial. Mas Jorge Sampaio, que se comoveu até às lágrimas ao condecorar a equipa de Scolari, ignorou por completo a equipa de José Mourinho, que conseguiu para Portugal uma proeza que o país há muito não registava em nenhum outro sector da vida pública. Mas Jorge Sampaio não está sozinho, no seu critério particular de justiça. Basta ler a imprensa desportiva lisboeta para qualquer incauto concluir que o campeão nacional e o campeão europeu em título não é o FC Porto — sistematicamente arrumado numa notícia de rodapé de cada primeira página — mas sim o glorioso Benfica, que esmaga, dia após dia, todas as manchetes dos jornais. Houve apenas um brevíssimo intervalo de dois dias, nesta monotonia noticiosa dos últimos tempos: o dia da final de Geselkirchen e o dia seguinte à vitória. Logo depois, regressou-se à normalidade.
2. No território das expectativas — que é onde o Benfica tem vivido nos últimos 10 anos — esta época do defeso é sempre uma época gloriosa para o Benfica. As aquisições são sempre excelentes, os treinadores fantásticos, o ambiente inultrapassável, os estágios fabulosos, jogadores que na época anterior nada fizeram de jeito revelam-se outros radicalmente diferentes para melhor, e todos, sem excepção, mostram-se encantados com o estágio e os métodos de preparação e prontos para uma época de arraso. À força de lermos isto, ano após ano, nós, os que estamos de fora, já não sabemos que Benfica esperar em cada época. A mim acontece-me sistematicamente enganar-me, para mais ou para menos, em relação àquilo que penso que irá valer o Benfica em cada época. Nesta, por exemplo, dá-me ideia, pelo pouco que vi, que o Benfica está melhor e mais bem servido de treinador do que na época passada. À boleia de José Mourinho e do FC Porto, fez um grande negócio com a venda de Tiago ao Chelsea, mas não me parece que ele faça muita falta, sendo que ainda é de esperar, como anunciado, um reforço para o meio-campo e outro para o ataque. Só não percebi para que quis o clube ter três bons guarda-redes, quando só um é que irá jogar regularmente. Mas gostei do que vi contra o Real Madrid, muito embora se espere que não venha a encontrar ao longo da época árbitros tão amigos como o Bruno Paixão, justissimam ente escolhido para participar na festa do centenário benfiquista.
3. Quanto aos campeões europeus, pois lá fechámos o negócio tão longamente esperado com o Diego. Eu cá dei uma forcinha, com uma provocação que aqui escrevi a semana passada e destinada, exactamente, a produzir o efeito desejado. Espero agora que se confirmem todas as referências elogiosas que ouvi fazerem-lhe no Brasil, porque, se assim for, com dois miúdos como ele e o Carlos Alberto, as saudades do Deco vão ser mais fáceis de passar. Entretanto, e como era de prever, os campeões europeus têm fechado inúmeros e bons negócios. A venda do Paulo Ferreira foi simplesmente fabulosa, a do Deco foi razoável ou boa, se o Quaresma passar de promessa a realidade. As saídas do Pedro Mendes e do Alenitchev, por razões diferentes, acabaram também por ser razoáveis, como bem razoável seria a saída do Costinha, para cujo lugar se comprou o Paulo Assunção e onde existe um outro jogador que vem subindo de qualidade a olhos vistos mas sem grandes oportunidades fora da Selecção dos sub-23, e que é o Bosingwa. Em matéria de aquisições, para além do Diego, a grande esperança e a grande aquisição do defeso, para além do Paulo Assunção e do Ricardo Quaresma, sobre quem recaem grandes esperanças, as aquisições do Seitaridis, do Rossato e do Pepe parecem excelentes. Já as outras, tenho mais dúvidas. O Raul Meireles até agora ainda não consegui perceber o porquê de tantos elogios. O Postiga continua a ser um grande jogador mas a quem continua a faltar a capacidade finalizadora e, sobretudo, não sei para que quer o FC Porto cinco pontas-de-lança, mais o supranumerário Pena. E quanto ao Areias, para além de ser o quarto lateral-esquerdo no plantel, francamente não se entende para que se continua a comprar jogadores directamente para a equipa B ou para serem emprestados. Aliás, os meus leitores mais atentos já sabem que a grande crítica que eu faço sempre à política de aquisições do FC Porto é o exagero delas. Entendo que manter plantéis profissionais que, mesmo depois de uma dúzia de empréstimos, continuam a ter mais de 30 jogadores, para além de financeiramente ruinoso, é prejudicial e não benéfico para a equipa.
4. No que ao FC Porto diz respeito, tudo visto, somado e subtraído—e mesmo mantendo-se em aberto a hipótese de ainda vir a sair um dos dois «grandes», Ricardo Carvalho ou Maniche — o saldo do defeso é francamente positivo. O FC Porto perdeu dois grandes jogadores mas recebeu quatro ou cinco que à partida são também grandes jogadores. E, entre compras e vendas, deve ter saído para já a ganhar uns vinte e cinco milhões de euros, o que representa metade do orçamento anual. Entretanto, o FC Porto perdeu o principal: um treinador da categoria de José Mourinho. Costuma dizer-se que ninguém é insubstituível, mas ele, de facto, é. Não vale a pena passarmos a época a chorar por ele mas convém que todos estejam conscientes de que acabou mesmo um período glorioso, que se deveu, acima de tudo, a José Mourinho. Del Neri, obviamente, não tem culpa alguma disso, pode até vir a revelar-se um excelente treinador, mas a tarefa que tem pela frente é avassaladora. É muito cedo, estupidamente cedo, para fazer qualquer apreciação crítica e gostava que o que vou dizer nem sequer soasse como uma crítica, mas, pelo que tenho visto e lido, temo que ele esteja desnecessariamente a tornar ainda mais difícil a sua tarefa, com tantas alterações profundas numa equipa que basicamente estava estruturada e rotinada num tipo de jogo que se revelou de sucesso total. Comecemos pela defesa em linha, que ele intenta implantar, quase à força, na defesa azul e branca. É um sistema de que eu não gosto à partida, porque diminui a área de jogo, proporciona inúmeras interrupções por offsides, tornando o futebol mais feio e sem espaço. Depois, é um sistema perigoso, porque basta uma fracção de segundo de distracção de um defesa ou do juiz-de-linha e facilmente se sofre um golo, que seria evitável com o sistema de marcação à zona. Enfim, numa equipa como o FC Porto, com dois centrais de marcação tão bons como o Ricardo Carvalho e o Jorge Costa, a defesa em linha não tira partido das suas qualidades e, inversamente, exige-lhes outro tipo de jogo para o qual não estão rotinados nem vocacionados. Depois, temos o 4x2x4, que Del Neri anunciou logo à partida, que era e iria continuar a ser o seu sistema de jogo. Ora, eu não tenho nada contra o 4x2x4 ou contra esquemas de jogo ofensivos, antes pelo contrário. Mas parece-me que um treinador, embora possa ter o seu sistema de jogo favorito e procure pôr as suas equipas a jogar no seu sistema, deve ter a flexibilidade suficiente para perceber quando é que isso é possível e aconselhável e quando não o é. Ou seja, é o modelo de jogo que se deve adaptar à equipa e às características dos seus jogadores e não o contrário. Mourinho, por exemplo, era um grande defensor do 4x3x3, que começou por pôr em prática no FC Porto. Mas, quando perdeu os alas Capucho e César Peixoto, mudou o sistema para o 4x4x2, com o célebre losango do meio-campo. Ora, sucede que para jogar no 4x2x4 que pretende, Del Neri precisa de ter, pelo menos, dois grandes médios-alas. E não tem sequer dois grandes alas: Quaresma é uma incógnita, César Peixoto mais ainda e Maciel, tirando o jogo de estreia na equipa, é uma continuada decepção. Mas, mesmo que qualquer deles se viesse a mostrar em grande forma, nenhum deles é um médio-ala, como exige o modelo de Del Neri: todos são apenas extremos clássicos, que nada acrescentam ao meio-campo. Em contrapartida, o esquema exigiria ainda o incompreensível sacrifício de Carlos Alberto e, agora também, o de Diego. Seria uma equipa sem número 8 e sem número 10 — logo por acaso, as duas grandes esperanças desta equipa. Espero que o assunto tenha sido falado entre o treinador e os dirigentes, antes do investimento feito no Diego. E espero, em consequência, ver como é que Del Neri vai aproveitar a excelente matéria-prima de que dispõe. A grande confusão táctica que foi aquele jogo com o Woleren, em que ninguém parecia saber qual era o seu lugar e a sua função em campo, exigem certamente alguma meditação profunda.
Inevitável e Irrecusável
Pois é, confirmou-se o que toda a gente esperava: RICARDO CARVALHO vendido por 30 milhões para o Chelsea. Um negócio irrecusável e de grande sucesso para o FCPORTO...
Fiquei satisfeito pela ida para o Chlesea ficando o Real Madrid a chuchar no dedo, fruto da sua arrogância e sobranceria. Bem feito!!!
Se o muito dinheiro que o FCPORTO arrecadou for bem aplicado , não temos rival nos proximas anos aqui em Portugal!!!
Felicidades Ricardo Carvalho, tivestes um comportamento exemplar!!!
Resumindo os negócios que o FCPORTO fez este ano, o Manuel Tavares no Ojogo, escreve um artigo interessante:
A vitória que lhe faltava
Muito dificilmente Pinto da Costa deixará de averbar a vitória que ainda
lhe faltava: a da excelência da gestão pura e dura na FC Porto, Futebol,
SAD. Depois dos títulos europeus só lhe faltava esta vitória do futebol
como negócio capaz de gerar lucros
MANUEL TAVARES
O FC Porto faz mais um grande negócio porque 30 milhões de euros (seis
milhões de contos na nossa antiga moeda!) por um defesa-central é uma
cifra à prova de bala. Melhor dizendo: por muito que o presidente, a
administração inteira, o treinador e toda a equipa técnica e sobretudo
os sócios e adeptos achem-se que Ricardo Carvalho era o pilar
imprescindível da defesa do FC Porto, as próprias contingências do
futebol (lesões, castigos, performance desportiva, sortes e azares da
própria vida do comum mortal) tornam um negócio desta envergadura numa
oportunidade irrecusável.
Com este encaixe financeiro, a FC Porto, Futebol, SAD transforma o
título europeu em mais-valias na inimaginável casa dos 77 milhões de
euros (15,4 milhões de contos) com as transferências de José Mourinho
(seis milhões de euros), Paulo Ferreira (20 milhões), Deco (21 milhões)
e agora Ricardo Carvalho (30 milhões). Talvez agora se perceba melhor a
segurança com que Pinto da Costa disse em recente entrevista a O JOGO
que se demitiria caso tivesse de recorrer a uma redução do capital
social para ultrapassar a barreira do famoso artigo 35 do Código das
Sociedades Comerciais. Ou seja: o presidente do FC Porto já tinha uma
perspectiva muito séria de transformar o título europeu dos dragões em
mais-valias que cobrissem boa parte dos capitais próprios comidos pelos
sucessivos défices de exploração da FC Porto, Futebol, SAD, os quais, em
obediência ao famigerado artigo 35, não podem ser inferiores a metade do
capital social sob pena da sociedade ter de ser dissolvida.
Para Pinto da Costa e para a sua equipa de administradores hoje é
certamente um dia memorável porque se todos lhes reconheciam a
supremacia na gestão desportiva porque os títulos não mentem, já o
negócio global, ou seja, o equilíbrio financeiro da FC Porto, Futebol,
SAD, estava longe de gerar a mesma unanimidade. E até havia quem
apostasse que o despesismo do presidente acabaria por tornar quase
inútil o título europeu na involução de um prejuízo acumulado de 59,3
milhões de euros desde a formação da sociedade em 1997 até Junho de
2003.
Claro que parte das mais-valias obtidas neste defeso acabarão por ser
reinvestidas num plantel que passou a contar com Quaresma, Seitaridis,
Paulo Assunção, Rossato, Pepe, Raul Meireles e Areias e ainda espera a
formalização de Diego -- no mínimo... Mas muito dificilmente Pinto da
Costa deixará de averbar a vitória que ainda lhe faltava: a da
excelência da gestão pura e dura. Sempre com os olhos postos nas
vitórias desportivas, as quais, neste momento da vida do clube, passam
pela renovação de uma equipa que justamente por ter ganho tudo só tem a
ganhar em ser renovada em torno de um núcleo de históricos para quem o
dinheiro já não é tudo.
Fiquei satisfeito pela ida para o Chlesea ficando o Real Madrid a chuchar no dedo, fruto da sua arrogância e sobranceria. Bem feito!!!
Se o muito dinheiro que o FCPORTO arrecadou for bem aplicado , não temos rival nos proximas anos aqui em Portugal!!!
Felicidades Ricardo Carvalho, tivestes um comportamento exemplar!!!
Resumindo os negócios que o FCPORTO fez este ano, o Manuel Tavares no Ojogo, escreve um artigo interessante:
A vitória que lhe faltava
Muito dificilmente Pinto da Costa deixará de averbar a vitória que ainda
lhe faltava: a da excelência da gestão pura e dura na FC Porto, Futebol,
SAD. Depois dos títulos europeus só lhe faltava esta vitória do futebol
como negócio capaz de gerar lucros
MANUEL TAVARES
O FC Porto faz mais um grande negócio porque 30 milhões de euros (seis
milhões de contos na nossa antiga moeda!) por um defesa-central é uma
cifra à prova de bala. Melhor dizendo: por muito que o presidente, a
administração inteira, o treinador e toda a equipa técnica e sobretudo
os sócios e adeptos achem-se que Ricardo Carvalho era o pilar
imprescindível da defesa do FC Porto, as próprias contingências do
futebol (lesões, castigos, performance desportiva, sortes e azares da
própria vida do comum mortal) tornam um negócio desta envergadura numa
oportunidade irrecusável.
Com este encaixe financeiro, a FC Porto, Futebol, SAD transforma o
título europeu em mais-valias na inimaginável casa dos 77 milhões de
euros (15,4 milhões de contos) com as transferências de José Mourinho
(seis milhões de euros), Paulo Ferreira (20 milhões), Deco (21 milhões)
e agora Ricardo Carvalho (30 milhões). Talvez agora se perceba melhor a
segurança com que Pinto da Costa disse em recente entrevista a O JOGO
que se demitiria caso tivesse de recorrer a uma redução do capital
social para ultrapassar a barreira do famoso artigo 35 do Código das
Sociedades Comerciais. Ou seja: o presidente do FC Porto já tinha uma
perspectiva muito séria de transformar o título europeu dos dragões em
mais-valias que cobrissem boa parte dos capitais próprios comidos pelos
sucessivos défices de exploração da FC Porto, Futebol, SAD, os quais, em
obediência ao famigerado artigo 35, não podem ser inferiores a metade do
capital social sob pena da sociedade ter de ser dissolvida.
Para Pinto da Costa e para a sua equipa de administradores hoje é
certamente um dia memorável porque se todos lhes reconheciam a
supremacia na gestão desportiva porque os títulos não mentem, já o
negócio global, ou seja, o equilíbrio financeiro da FC Porto, Futebol,
SAD, estava longe de gerar a mesma unanimidade. E até havia quem
apostasse que o despesismo do presidente acabaria por tornar quase
inútil o título europeu na involução de um prejuízo acumulado de 59,3
milhões de euros desde a formação da sociedade em 1997 até Junho de
2003.
Claro que parte das mais-valias obtidas neste defeso acabarão por ser
reinvestidas num plantel que passou a contar com Quaresma, Seitaridis,
Paulo Assunção, Rossato, Pepe, Raul Meireles e Areias e ainda espera a
formalização de Diego -- no mínimo... Mas muito dificilmente Pinto da
Costa deixará de averbar a vitória que ainda lhe faltava: a da
excelência da gestão pura e dura. Sempre com os olhos postos nas
vitórias desportivas, as quais, neste momento da vida do clube, passam
pela renovação de uma equipa que justamente por ter ganho tudo só tem a
ganhar em ser renovada em torno de um núcleo de históricos para quem o
dinheiro já não é tudo.
segunda-feira, julho 26, 2004
Não tenho pachorra
Digo com toda a sinceridade: Não tenho pachorra para ver jogos particulares.
O FCPORTO ganhou 2-0 , e não vi futebol nenhum, só experiencias, experiencias(estes jogos são para isso mesmo) por isso o futebol apresentado não presta.
Ontem dei uma vista de olhos ao jogo dos lampiões , e o que mais gostei foi do Bruno Paixão, está em grande forma....
O FCPORTO ganhou 2-0 , e não vi futebol nenhum, só experiencias, experiencias(estes jogos são para isso mesmo) por isso o futebol apresentado não presta.
Ontem dei uma vista de olhos ao jogo dos lampiões , e o que mais gostei foi do Bruno Paixão, está em grande forma....
sábado, julho 24, 2004
Marginal
JOSÉ MANUEL RIBEIRO no Aqui
1. Se o FC Porto não é marginalizado em Portugal, devia ser. Queiram ou não, é à margem do campeonato português que ele está, ou melhor, foi à margem do campeonato português que se colocou, à força de resultados incomparáveis e francamente humilhantes para os concorrentes. E fê-lo sozinho, como se pôde constatar pelas eloquentes manifestações públicas de reconhecimento de que foi alvo desde Gelsenkirchen. Salvo alguns encómios tão notórios que passaram despercebidos ao país inteiro, o melhor que os representantes da nação tiveram para dizer foi que Durão Barroso nunca devia ter estado na final da Liga dos Campeões. Infelizmente, o progresso tecnológico ainda não permite que as condecorações e medalhas sigam por faxe; logo, perante essa lacuna no progresso tecnológico que impede os políticos de investir no populismo da coisa mais do que uma mensagem de felicitações - enquanto ainda têm vontade de chorar - , rapidamente se esbateu o efeito Gelsenkirchen, como tudo o que o FC Porto consegue e por razões bem fáceis de compreender: os adeptos de futebol são todos iguais, sejam torneiros mecânicos, presidentes da República, vice-presidentes do parlamento ou directores de programas numa qualquer estação televisiva. Por isso se aceita que anteontem tenha sido difícil saber pormenores do primeiro jogo particular do campeão europeu: os jornalistas estavam no aeroporto da Portela em missão humanitária, ajudando Mantorras a procurar a terceira via do quarto passaporte. Falando de um clube que, antes do Euro, estava em nove dos dez programas de televisão mais vistos, já não há audiências que expliquem as pequenas distrações, como não se explica que a Assembleia da República tenha cismado tantas vezes com a presença de políticos nos jogos do FC Porto sem o precedente de alguma vez se ter incomodado com os de mais ninguém. Pormenores da irracionalidade que nos move a todos. Afinal.
2. Vítor Baía, que está aqui mesmo ao lado e serve de fundamento a este comentário, é vítima da estatística. Sofre por jogar num clube que está em inferioridade matemática em quase todos os cenários - nas redacções, nas assembleias, em Belém, em São Bento e no Jumbo de Alfragide -, correlação essa que, como afirma o próprio Baía, afectou muitas outras carreiras, menorizadas ou tornadas magníficas consoante o jogador pertencesse ou não aos quadros do FC Porto. Felizmente, a única verdade que interessa está no relvado, mas já que se falou em condecorações, para quando uma comenda ao futebolista português mais vitorioso de sempre? Com lágrimas sampaísticas de solidariedade, se tiver sobrado alguma.
Os motivos de Scolari
Difamação rima com...
Luiz Felipe Scolari - por quem continuo a não ter mais do que o respeito mínimo obrigatório e de cujas capacidades técnicas ainda duvido -, inventou um novo tipo de difamação. Quando começou a parecer absurda a ausência de alguns jogadores, acentuaram-se "os motivos", argumentos muito fortes, de natureza políticotacticodisciplinar, que o seleccionador insinua ou aponta abertamente, mas sem nunca os desvendar. Essa verticalidade de Scolari deu origem a rumores, grande parte deles muito lisongeiros para o treinador e nenhum abonatório para os jogadores em causa. Baía tem toneladas de razão.
1. Se o FC Porto não é marginalizado em Portugal, devia ser. Queiram ou não, é à margem do campeonato português que ele está, ou melhor, foi à margem do campeonato português que se colocou, à força de resultados incomparáveis e francamente humilhantes para os concorrentes. E fê-lo sozinho, como se pôde constatar pelas eloquentes manifestações públicas de reconhecimento de que foi alvo desde Gelsenkirchen. Salvo alguns encómios tão notórios que passaram despercebidos ao país inteiro, o melhor que os representantes da nação tiveram para dizer foi que Durão Barroso nunca devia ter estado na final da Liga dos Campeões. Infelizmente, o progresso tecnológico ainda não permite que as condecorações e medalhas sigam por faxe; logo, perante essa lacuna no progresso tecnológico que impede os políticos de investir no populismo da coisa mais do que uma mensagem de felicitações - enquanto ainda têm vontade de chorar - , rapidamente se esbateu o efeito Gelsenkirchen, como tudo o que o FC Porto consegue e por razões bem fáceis de compreender: os adeptos de futebol são todos iguais, sejam torneiros mecânicos, presidentes da República, vice-presidentes do parlamento ou directores de programas numa qualquer estação televisiva. Por isso se aceita que anteontem tenha sido difícil saber pormenores do primeiro jogo particular do campeão europeu: os jornalistas estavam no aeroporto da Portela em missão humanitária, ajudando Mantorras a procurar a terceira via do quarto passaporte. Falando de um clube que, antes do Euro, estava em nove dos dez programas de televisão mais vistos, já não há audiências que expliquem as pequenas distrações, como não se explica que a Assembleia da República tenha cismado tantas vezes com a presença de políticos nos jogos do FC Porto sem o precedente de alguma vez se ter incomodado com os de mais ninguém. Pormenores da irracionalidade que nos move a todos. Afinal.
2. Vítor Baía, que está aqui mesmo ao lado e serve de fundamento a este comentário, é vítima da estatística. Sofre por jogar num clube que está em inferioridade matemática em quase todos os cenários - nas redacções, nas assembleias, em Belém, em São Bento e no Jumbo de Alfragide -, correlação essa que, como afirma o próprio Baía, afectou muitas outras carreiras, menorizadas ou tornadas magníficas consoante o jogador pertencesse ou não aos quadros do FC Porto. Felizmente, a única verdade que interessa está no relvado, mas já que se falou em condecorações, para quando uma comenda ao futebolista português mais vitorioso de sempre? Com lágrimas sampaísticas de solidariedade, se tiver sobrado alguma.
Os motivos de Scolari
Difamação rima com...
Luiz Felipe Scolari - por quem continuo a não ter mais do que o respeito mínimo obrigatório e de cujas capacidades técnicas ainda duvido -, inventou um novo tipo de difamação. Quando começou a parecer absurda a ausência de alguns jogadores, acentuaram-se "os motivos", argumentos muito fortes, de natureza políticotacticodisciplinar, que o seleccionador insinua ou aponta abertamente, mas sem nunca os desvendar. Essa verticalidade de Scolari deu origem a rumores, grande parte deles muito lisongeiros para o treinador e nenhum abonatório para os jogadores em causa. Baía tem toneladas de razão.
sexta-feira, julho 23, 2004
Scolari é um brincalhão...ahahah
Esta é de rir , por questões tecnicas....ehehehehehhe
Scolari garante: "Ninguém faz sombra à Seleçcão. Quem define a lista sou
eu e os convocados é que fazem sombra uns aos outros. O Vítor Baía não
está arredado da Selecção. Não foi convocado para o Europeu porque
confiei nos outros três... Não sei se ele faz ou não mau balneário, pois
nunca trabalhei com ele. Isso seria caricato! As minhas opções são
exclusivamente técnicas", garante Scolari.
Scolari garante: "Ninguém faz sombra à Seleçcão. Quem define a lista sou
eu e os convocados é que fazem sombra uns aos outros. O Vítor Baía não
está arredado da Selecção. Não foi convocado para o Europeu porque
confiei nos outros três... Não sei se ele faz ou não mau balneário, pois
nunca trabalhei com ele. Isso seria caricato! As minhas opções são
exclusivamente técnicas", garante Scolari.
quinta-feira, julho 22, 2004
Vergonhoso
"Vergonhoso" , é assim que Reinaldo Teles classifica o número de jogadores do FCPORTO convocados para os Jogos Olímpicos.
O administrador do FC Porto disse-se desiludido pela falta de sensibilidade que, na sua perspectiva, o seleccionador olímpico demonstrou ao esquecer as provas que os dragões têm agendadas para Agosto, chamando seis jogadores do campeão nacional, incluindo Hélder Postiga.
Ficou ainda vincada uma censura implícita ao presidente da República por não ter havido ainda qualquer "homenagem nacional" ao clube, ao contrário do que sucedeu já à Selecção. "Tudo é possível num país onde se condecora aqueles que não ganham e não se condecora aqueles que ganham", afirma.
"Temos de considerar vergonhoso o número de atletas do FC Porto que foi convocado quando comparado com outros clubes, designadamente aquele que defrontamos a 21 de Agosto para disputar o primeiro troféu da temporada". Referia-se, claro, ao Benfica, com quem os dragões jogam a Supertaça e que estará representado nos Jogos por apenas um jogador, Moreira. "Ainda por cima", acrescenta, "os atletas representam a selecção mas numa altura em que são os clubes que estão a pagar-lhes. Sempre tive boa relação com a federação, mas confesso que estou desiludido com tudo isto". Mais adiante, levantado o tema da Supertaça europeia - agendada para uma semana depois -, a pergunta: "Será que se pretende que o FC Porto entre debilitado nestas competições? Sinceramente, acho a convocatória incompreensível".
"Como é possível que o FC Porto campeão europeu não tenha sido ainda alvo de uma homenagem nacional? O feito da selecção no Euro'2004 orgulhou todos os portugueses. Foi a melhor classificação de sempre, com um brilhante segundo lugar, o que me deixou extremamente feliz, mas o FC Porto foi campeão europeu de clubes num formato de competição muito desfavorável aos clubes menos poderosos financeiramente".
"Apesar de nos quererem debilitar, isso não significa que o consigam".
O administrador do FC Porto disse-se desiludido pela falta de sensibilidade que, na sua perspectiva, o seleccionador olímpico demonstrou ao esquecer as provas que os dragões têm agendadas para Agosto, chamando seis jogadores do campeão nacional, incluindo Hélder Postiga.
Ficou ainda vincada uma censura implícita ao presidente da República por não ter havido ainda qualquer "homenagem nacional" ao clube, ao contrário do que sucedeu já à Selecção. "Tudo é possível num país onde se condecora aqueles que não ganham e não se condecora aqueles que ganham", afirma.
"Temos de considerar vergonhoso o número de atletas do FC Porto que foi convocado quando comparado com outros clubes, designadamente aquele que defrontamos a 21 de Agosto para disputar o primeiro troféu da temporada". Referia-se, claro, ao Benfica, com quem os dragões jogam a Supertaça e que estará representado nos Jogos por apenas um jogador, Moreira. "Ainda por cima", acrescenta, "os atletas representam a selecção mas numa altura em que são os clubes que estão a pagar-lhes. Sempre tive boa relação com a federação, mas confesso que estou desiludido com tudo isto". Mais adiante, levantado o tema da Supertaça europeia - agendada para uma semana depois -, a pergunta: "Será que se pretende que o FC Porto entre debilitado nestas competições? Sinceramente, acho a convocatória incompreensível".
"Como é possível que o FC Porto campeão europeu não tenha sido ainda alvo de uma homenagem nacional? O feito da selecção no Euro'2004 orgulhou todos os portugueses. Foi a melhor classificação de sempre, com um brilhante segundo lugar, o que me deixou extremamente feliz, mas o FC Porto foi campeão europeu de clubes num formato de competição muito desfavorável aos clubes menos poderosos financeiramente".
"Apesar de nos quererem debilitar, isso não significa que o consigam".
quarta-feira, julho 21, 2004
Há qualquer coisa que não bate certo!!!
Convocados para os Jogos Olímpicos:
FCPORTO:
Bruno Vale
Ricardo Costa
Bruno Alves
Bosingwa
Raul Meireles
Hélder Postiga
Hugo Almeida em prevenção
Quaresma a sair de lesão
Sporting:
Mário Sérgio
Carlos Martins
Danny
Benfica:
Moreira
A treta que os outros tem melhores jovens e maiores apostas na formação está aqui bem patente.
O facto do FCP ter 6 jogadores e não serem titulares no FCP só mostra a nossa superioridade.
FCPORTO:
Bruno Vale
Ricardo Costa
Bruno Alves
Bosingwa
Raul Meireles
Hélder Postiga
Hugo Almeida em prevenção
Quaresma a sair de lesão
Sporting:
Mário Sérgio
Carlos Martins
Danny
Benfica:
Moreira
A treta que os outros tem melhores jovens e maiores apostas na formação está aqui bem patente.
O facto do FCP ter 6 jogadores e não serem titulares no FCP só mostra a nossa superioridade.
Estádio do Dragão Cheio
O ano passado foi assim:
Média de Assistências 2003/2004
FCPORTO - 43 059
Sporting - 30 401
Benfica - 27 527
Este ano está assim:
Ainda na primeira fase que finaliza a 24 Julho:
-26 500 lugares anuais já renovados, correspondendo a 85% relativamente à época anterior.
O Objectivo:
-Chegar aos 34 000 lugares e não ultrapassar por opção e cumpromissos. Esses 34000 correspondente a 70% do Estádio.
-2500 estão vendidos a Empresas.
- O FCP não pode vender 5% da lotação do Estádio, por imposição UEFA, destinada aos visitantes que pode variar entre 300 e 2500 lugares.
- O FCP pretende ter 10000 lugares disponíveis para vender por jogo, tendo em conta que muitas pessoas não têm disponibilidade para assistirem a todas as partidas.
Melhores
JORGE MAIA no http://www.ojogo.pt
Às vezes, há coisas que são tão evidentes, mas tão evidentes que mesmo o pior cego acaba por ter que abrir os olhos para as encarar de frente. Aconteceu com Luiz Felipe Scolari durante o Euro'2004 logo depois de Portugal ter perdido pela primeira vez com a Grécia. Depois de dois anos a ficar careca de tanto enfiar a cabeça na areia só para não ver o que era evidente, lá acabou por abrir os olhos e deixar os melhores jogadores que tinha convocado para a Selecção fazerem o seu trabalho. Se tivesse aberto os olhos um bocadinho mais cedo, sabe-se lá o que poderia ter acontecido. Mas vá lá que os abriu. Ainda meio estremunhado por ter visto a luz, mas lá os abriu. Contam-me que pode ser uma experiência dolorosa, ver a luz assim, depois de tanto tempo no escuro.
Há quem acredite que o FC Porto venceu a Taça UEFA, dois campeonatos, uma Taça de Portugal e, especialmente a Liga dos Campeões (eu sei, estas listas estão a tornar-se cada vez mais longas e irritantes) mais ou menos por acaso, ou como diria alguém, por sorte. É uma maneira de sacudir a água do capote, mas apenas para molhar os pés. Dizer que a diferença entre vencedores e vencidos é ditada pela sorte desresponsabiliza e desculpa a incompetência. Por um lado, convence quem se quer deixar convencer que, no fundo, as equipas são todas iguais, mas há uma com mais sorte que as outras. Por outro, torna o treinador irrelevante, os jogadores inconsequentes e o trabalho uma pura perda de tempo. E essa é a grande asneira que separa uns dos outros, vencedores e vencidos. Uma asneira recorrente no discurso de algumas pessoas que querem reduzir o sucesso do FC Porto nos últimos anos a um acidente cósmico que podia acontecer a qualquer um. Mas não foi.
O FC Porto ganhou tudo nos últimos dois anos porque trabalhou melhor que os outros, porque tinha um treinador mais competente e uma organização mais capaz mas, acima de tudo, porque tinha os melhores jogadores. Vítor Baía, Ricardo Carvalho e Deco não são os melhores da Europa por terem vencido a Liga dos Campeões, venceram a Liga dos Campeões porque são os melhores da Europa. É uma diferença subtil que não tem nada a ver com sorte e que cava o fosso entre os que ganham e os que só choramingam.
Às vezes, há coisas que são tão evidentes, mas tão evidentes que mesmo o pior cego acaba por ter que abrir os olhos para as encarar de frente. Aconteceu com Luiz Felipe Scolari durante o Euro'2004 logo depois de Portugal ter perdido pela primeira vez com a Grécia. Depois de dois anos a ficar careca de tanto enfiar a cabeça na areia só para não ver o que era evidente, lá acabou por abrir os olhos e deixar os melhores jogadores que tinha convocado para a Selecção fazerem o seu trabalho. Se tivesse aberto os olhos um bocadinho mais cedo, sabe-se lá o que poderia ter acontecido. Mas vá lá que os abriu. Ainda meio estremunhado por ter visto a luz, mas lá os abriu. Contam-me que pode ser uma experiência dolorosa, ver a luz assim, depois de tanto tempo no escuro.
Há quem acredite que o FC Porto venceu a Taça UEFA, dois campeonatos, uma Taça de Portugal e, especialmente a Liga dos Campeões (eu sei, estas listas estão a tornar-se cada vez mais longas e irritantes) mais ou menos por acaso, ou como diria alguém, por sorte. É uma maneira de sacudir a água do capote, mas apenas para molhar os pés. Dizer que a diferença entre vencedores e vencidos é ditada pela sorte desresponsabiliza e desculpa a incompetência. Por um lado, convence quem se quer deixar convencer que, no fundo, as equipas são todas iguais, mas há uma com mais sorte que as outras. Por outro, torna o treinador irrelevante, os jogadores inconsequentes e o trabalho uma pura perda de tempo. E essa é a grande asneira que separa uns dos outros, vencedores e vencidos. Uma asneira recorrente no discurso de algumas pessoas que querem reduzir o sucesso do FC Porto nos últimos anos a um acidente cósmico que podia acontecer a qualquer um. Mas não foi.
O FC Porto ganhou tudo nos últimos dois anos porque trabalhou melhor que os outros, porque tinha um treinador mais competente e uma organização mais capaz mas, acima de tudo, porque tinha os melhores jogadores. Vítor Baía, Ricardo Carvalho e Deco não são os melhores da Europa por terem vencido a Liga dos Campeões, venceram a Liga dos Campeões porque são os melhores da Europa. É uma diferença subtil que não tem nada a ver com sorte e que cava o fosso entre os que ganham e os que só choramingam.
terça-feira, julho 20, 2004
Vitor Baía,Ricardo Carvalho e Deco: A Europa a seus pés
A UEFA elegeu :
VITOR BAÍA como o MELHOR GUARDA-REDES DA EUROPA
RICARDO CARVALHO como o MELHOR CENTRAL DA EUROPA
DECO como MELHOR MÉDIO DA EUROPA
VITOR BAÍA como o MELHOR GUARDA-REDES DA EUROPA
RICARDO CARVALHO como o MELHOR CENTRAL DA EUROPA
DECO como MELHOR MÉDIO DA EUROPA
Miguel Sousa Tavares
Escrita em dia
O Euro-2004, tal como qualquer outra megarrealização como esta,
compõe-se de duas partes: a festa e a factura. Nunca fui contra a festa,
fui sempre contra a factura. Para os «patriotas» das bandeirinhas a
questão é, seguramente, indiferente. Para os patriotas que pagam
impostos não o é
1- Tinha avisado os leitores de que iria afastar-me uma semana desta
coluna, mas circunstâncias outras fizeram com que essa ausência afinal
se prolongasse por duas semanas. E, se entendi fazer esse aviso
previamente é porque sabia que, sem ele, o meu silêncio subsequente
poderia ser interpretado como fuga, por parte de quem sempre se
manifestou contra o Euro desde a primeira hora e contra Scolari desde há
muito. Perante o êxito, real ou forçado, de um e de outro, sabia que
haveria fatalmente quem ficasse a pensar «o tipo, agora, achou mais
prudente calar-se». Bruxo: vinha no avião, de regresso do Brasil a
Portugal, e lium artigo do António Tavares-Teles onde ele se perguntava
que era feito dos criticos do Euro, que estavam todos em silêncio. Dos
outros não sei, mas de mim, sabe o António que não sou pessoa de ficar
em silêncio perante as responsabilidades e que só circunstâncias mais
fortes do que eu me impediriam, como impediram, de falar na hora certa.
Mas, embora tarde, não fujo ao desafio. O Euro-2004, tal como qualquer
outra megarrealização como esta, compõe-se de duas partes: a festa e a
factura. Nunca fui contra a festa, fui sempre contra a factura. A festa
foi maravilhosa, melhor do que as melhores expectativas — que, aliás,
nunca pus em causa. Ao contrário de outros, nunca me pronunciei, por
falta de conhecimento, sobre as expectativas relativas à parte
organizativa do Euro. Ouvi dizer que os aeroportos não iriam dar conta
do tráfego aéreo, que os acessos aos estádios não iriam estar prontos,
que a segurança não conseguiria dar resposta aos problemas, etc e tal:
nunca cavalguei essa onda, nunca fiz uma previsão sobre o assunto,
limitei-me a esperar para ver. E, tendo visto, acho que é de toda a
justiça reconhecer que a organização foi fantástica, o ambiente fabuloso
e a festa magnífica. Mesmo sob o aspecto meramente desportivo, o Euro
foi muito melhor jogado do que eu esperava, muito embora — e, isso, sim,
previ—as grandes selecções tenham feito uma triste figura, em resultado
da saturação das suas principais vedetas: França, Espanha, Itália e
Inglaterra despediram-se cedo do Euro, deixando para trás a imagem de
Zidane, Beckam, Raul arrastando-se em campo, desesperadamente gritando
por férias. E a Taça acabou entregue à Grécia, assim uma espécie de
Boavista da Europa, que nenhum europeu acredita possa ser a melhor
selecção europeia. Agora, vamos à factura. Se a festa fosse dada pelo
rei dos ciganos ou, digamos, pelo eng. Belmiro de Azevedo, tido como o
homem mais rico do País, eu não teria nada a ver com o assunto: o
dinheiro era deles, que fizessem o que quisessem. Mas, quando a festa é
feita pelo Estado, isso significa que é feita com o meu dinheiro e o dos
restantes pagadores de impostos, e aí tenho tudo a ver com o assunto.
Porém, não tenho nenhuma posição de princípio contra as festas feitas e
pagas com o dinheiro do Estado: fui a favor da Lisboa-Capital da
Cultura, do Porto-Capital da Cultura e entusiasticamente a favor da
Expo-98. Porquê? Porque o investimento feito nas festas se prolongava
para além delas e constituía até uma oportunidade de recuperação urbana
e investimento produtivo. Justamente por estas razões é que fui desde o
princípio —desde que tive oportunidade de ler, antes de todos, o caderno
de encargos do Euro-2004 — um adversário, de cidadania, desta festa. Sem
dúvida, Portugal teve uma grande projecção mediática com o evento (não
sei se tanta que compense o próprio investimento feito na promoção...),
sem dúvida, todo o sector da restauração teve um mês de prosperidade
como nunca, mas a minha dúvida é se será legítimo que o Estado gaste
centenas de milhões de contos (os outros números, os do ministro Arnaut,
são conversa para papalvos...) para beneficiar um só sector da vida
económica do País. O turismo e a restauração saíram a ganhar, sem
dúvida, mas agora é altura de pagar a conta. Há seis estádios,
construídos pelas autarquias e que, segundo um estudo divulgado pelo
jornal Público, demorarão dez anos a pagar, que em alguns casos
representaram a totalidade das verbas anuais de investimento da
respectiva autarquia e que, ou o Estado central cobre as dívidas ou as
autarquias que sedearam estádios para o Euro ficarão durante muito tempo
sem verbas para investir nas políticas de habitação, de equipamentos
sociais, de apoio à juventude ou terceira idade. E há seis estádios,
financiados pelo Estado, via autarquias, de que nem um só cumpriu o
respectivo orçamento (a obra-prima de Braga, por exemplo, custou só três
vezes mais do que o previsto...) e de que nem um só tem expectativas de,
uma vez que seja nos anos mais próximos, justificar a sua capacidade de
30 mil lugares ou de gerar receitas que consigam cobrir a respectiva
manutenção. Ou seja, ficámos com seis elefantes brancos para pagar e
para sustentar no futuro – à custa de dinheiros públicos, não certamente
dos clubes usufrutuários. Para os patriotas das bandeirinhas, a questão
é, seguramente, indiferente. Para os patriotas que pagam impostos, não o
é.
2- E a Selecção? Scolari e os outros 23 heróis da Pátria, condecorados
como tal pelo Presidente da República? Pois, o que acho é que tiveram
condições como nenhuma outra Selecção Nacional jamais teve: país
organizador, com todos os apoios, explícitos e implicitos, daí
tradicionalmente decorrentes; dispensados da qualificação e de jogos a
doer, durante dois anos; apoiados por um país inteiro, em estado de
euforia; prémios de jogos, contratos publicitários, mordomias todas;
imprensa rendida, aliada e acrítica; calendário de jogos garantindo
sempre mais tempo de repouso entre jogos do que o dos adversários:
enfim, tudo, rigorosamente tudo, a favor, como jamais. Balanço final:
ganharam três jogos, empataram um e perderam dois. Heróis nacionais?
Porque não, agora que tudo parece tão fácil – chegar ao poder ou ser
herói?
3- Scolari demorou dois anos e precisou da derrota inicial contra a
Grécia para perceber o que já todos tinham percebido: que a sua selecção
estava errada. Na iminência do descalabro, só lhe restava mudar tudo e
mudou: passou a ser tido como um génio, porque tinha visto a necessidade
de mudar – embora depois de toda a gente. Tendo mudado e tendo passado a
ganhar, achou que o assunto estava resolvido e que nunca mais precisaria
de voltar a mudar. Jogou contra a Grécia como tinha jogado contra a
Holanda, a Inglaterra ou a Espanha. Achou que a receita era universal,
como já antes havia sido a receita oposta. Que não era preciso estudar o
adversário nem adaptar-se a ele. Otto Reaghel fez o inverso, fez o que
lhe competia: estudou a segunda versão da selecção de Scolari, certo de
que ela não traria novidade alguma, e manietou-a por completo. Tornou
Portugal impotente e conseguiu que a pior equipe ganhasse o jogo e o
Campeonato: eis um treinador a sério. Scolari ficou com a Ordem do
Infante e com o sorriso orelha-a-orelha dos brasileiros, a quem
perguntei a sua opinião sobre o mestre: «Fiquem com ele, por amor de
Deus, fiquem com ele!»
4- No Brasil, onde estive a semana passada, perguntei também pelas novas
aquisições feitas ou a fazer pelos clubes portugueses. O «meia» Paulo
Almeida, que o Benfica foi buscar, «não vale grande coisa». Luis
Fabiano, que se diz cobiçado pelo FC Porto é uma fraca versão de Roberto
Dinamite: ora dá, ora não dá, mas não sabe jogar de cabeça. Já Diego –
que o FC Porto igualmente cobiça, mas que não irá conseguiré
unanimemente tido como o grande jogador brasileiro do futuro, «um novo
Zico», a quem só lhe falta aprender a jogar sem olhar para a bola.
Entretanto, há um brasileiro novo na estima local: chama-se Deco,
viram-no em Gelsenkirchen e viram-no no Euro e perguntam-se como é que
Filipão não o viu para a Selecção doBrasil. Em Paraty, cidade histórica
de apenas quatro mil habitantes, vi três locais com a camisola do FC
Porto e duas delas tinham nas costas o nome de Deco. Para o ano vão ter
de vender em Paraty camisolas do Barcelona.
5- Ricardo, o guarda-redes da Selecção, prossegue o seu ajuste de contas
pessoal. Depois da lastimável entrevista dada antes do Euro, cheia de
insinuações sem destinatário concreto, eis que chega agora um livro de
desabafos, onde o substancial parece ser uma página onde ataca Vítor
Baía. Forte do único dos seis penalties que conseguiu defender no
desempate contra a Inglaterra, acha-se no direito de atacar ainda quem
não se pôde defender em campo. Baía foi um senhor na forma como encarou
o seu afastamento da Selecção e do Euro – que, como o Ricardo bem sabe,
teve origem em tudo menos no mérito e na justiça. Bastaria ao Ricardo,
depois de ver afastado o seu rival por obscuras razões, ter tido uma
simples palavra dizendo que seguramente Baía tinha lugar entre os três
melhores guarda-redes seleccionáveis: teria saído da controvérsia em
grande, como Baía saiu. Mas, não, parece que a sombra ainda o atormenta.
E com razão, afinal: será que o Baía teria permitido aquele cabeçeamento
dentro da pequena área que deu o Euro à Grécia?
O Euro-2004, tal como qualquer outra megarrealização como esta,
compõe-se de duas partes: a festa e a factura. Nunca fui contra a festa,
fui sempre contra a factura. Para os «patriotas» das bandeirinhas a
questão é, seguramente, indiferente. Para os patriotas que pagam
impostos não o é
1- Tinha avisado os leitores de que iria afastar-me uma semana desta
coluna, mas circunstâncias outras fizeram com que essa ausência afinal
se prolongasse por duas semanas. E, se entendi fazer esse aviso
previamente é porque sabia que, sem ele, o meu silêncio subsequente
poderia ser interpretado como fuga, por parte de quem sempre se
manifestou contra o Euro desde a primeira hora e contra Scolari desde há
muito. Perante o êxito, real ou forçado, de um e de outro, sabia que
haveria fatalmente quem ficasse a pensar «o tipo, agora, achou mais
prudente calar-se». Bruxo: vinha no avião, de regresso do Brasil a
Portugal, e lium artigo do António Tavares-Teles onde ele se perguntava
que era feito dos criticos do Euro, que estavam todos em silêncio. Dos
outros não sei, mas de mim, sabe o António que não sou pessoa de ficar
em silêncio perante as responsabilidades e que só circunstâncias mais
fortes do que eu me impediriam, como impediram, de falar na hora certa.
Mas, embora tarde, não fujo ao desafio. O Euro-2004, tal como qualquer
outra megarrealização como esta, compõe-se de duas partes: a festa e a
factura. Nunca fui contra a festa, fui sempre contra a factura. A festa
foi maravilhosa, melhor do que as melhores expectativas — que, aliás,
nunca pus em causa. Ao contrário de outros, nunca me pronunciei, por
falta de conhecimento, sobre as expectativas relativas à parte
organizativa do Euro. Ouvi dizer que os aeroportos não iriam dar conta
do tráfego aéreo, que os acessos aos estádios não iriam estar prontos,
que a segurança não conseguiria dar resposta aos problemas, etc e tal:
nunca cavalguei essa onda, nunca fiz uma previsão sobre o assunto,
limitei-me a esperar para ver. E, tendo visto, acho que é de toda a
justiça reconhecer que a organização foi fantástica, o ambiente fabuloso
e a festa magnífica. Mesmo sob o aspecto meramente desportivo, o Euro
foi muito melhor jogado do que eu esperava, muito embora — e, isso, sim,
previ—as grandes selecções tenham feito uma triste figura, em resultado
da saturação das suas principais vedetas: França, Espanha, Itália e
Inglaterra despediram-se cedo do Euro, deixando para trás a imagem de
Zidane, Beckam, Raul arrastando-se em campo, desesperadamente gritando
por férias. E a Taça acabou entregue à Grécia, assim uma espécie de
Boavista da Europa, que nenhum europeu acredita possa ser a melhor
selecção europeia. Agora, vamos à factura. Se a festa fosse dada pelo
rei dos ciganos ou, digamos, pelo eng. Belmiro de Azevedo, tido como o
homem mais rico do País, eu não teria nada a ver com o assunto: o
dinheiro era deles, que fizessem o que quisessem. Mas, quando a festa é
feita pelo Estado, isso significa que é feita com o meu dinheiro e o dos
restantes pagadores de impostos, e aí tenho tudo a ver com o assunto.
Porém, não tenho nenhuma posição de princípio contra as festas feitas e
pagas com o dinheiro do Estado: fui a favor da Lisboa-Capital da
Cultura, do Porto-Capital da Cultura e entusiasticamente a favor da
Expo-98. Porquê? Porque o investimento feito nas festas se prolongava
para além delas e constituía até uma oportunidade de recuperação urbana
e investimento produtivo. Justamente por estas razões é que fui desde o
princípio —desde que tive oportunidade de ler, antes de todos, o caderno
de encargos do Euro-2004 — um adversário, de cidadania, desta festa. Sem
dúvida, Portugal teve uma grande projecção mediática com o evento (não
sei se tanta que compense o próprio investimento feito na promoção...),
sem dúvida, todo o sector da restauração teve um mês de prosperidade
como nunca, mas a minha dúvida é se será legítimo que o Estado gaste
centenas de milhões de contos (os outros números, os do ministro Arnaut,
são conversa para papalvos...) para beneficiar um só sector da vida
económica do País. O turismo e a restauração saíram a ganhar, sem
dúvida, mas agora é altura de pagar a conta. Há seis estádios,
construídos pelas autarquias e que, segundo um estudo divulgado pelo
jornal Público, demorarão dez anos a pagar, que em alguns casos
representaram a totalidade das verbas anuais de investimento da
respectiva autarquia e que, ou o Estado central cobre as dívidas ou as
autarquias que sedearam estádios para o Euro ficarão durante muito tempo
sem verbas para investir nas políticas de habitação, de equipamentos
sociais, de apoio à juventude ou terceira idade. E há seis estádios,
financiados pelo Estado, via autarquias, de que nem um só cumpriu o
respectivo orçamento (a obra-prima de Braga, por exemplo, custou só três
vezes mais do que o previsto...) e de que nem um só tem expectativas de,
uma vez que seja nos anos mais próximos, justificar a sua capacidade de
30 mil lugares ou de gerar receitas que consigam cobrir a respectiva
manutenção. Ou seja, ficámos com seis elefantes brancos para pagar e
para sustentar no futuro – à custa de dinheiros públicos, não certamente
dos clubes usufrutuários. Para os patriotas das bandeirinhas, a questão
é, seguramente, indiferente. Para os patriotas que pagam impostos, não o
é.
2- E a Selecção? Scolari e os outros 23 heróis da Pátria, condecorados
como tal pelo Presidente da República? Pois, o que acho é que tiveram
condições como nenhuma outra Selecção Nacional jamais teve: país
organizador, com todos os apoios, explícitos e implicitos, daí
tradicionalmente decorrentes; dispensados da qualificação e de jogos a
doer, durante dois anos; apoiados por um país inteiro, em estado de
euforia; prémios de jogos, contratos publicitários, mordomias todas;
imprensa rendida, aliada e acrítica; calendário de jogos garantindo
sempre mais tempo de repouso entre jogos do que o dos adversários:
enfim, tudo, rigorosamente tudo, a favor, como jamais. Balanço final:
ganharam três jogos, empataram um e perderam dois. Heróis nacionais?
Porque não, agora que tudo parece tão fácil – chegar ao poder ou ser
herói?
3- Scolari demorou dois anos e precisou da derrota inicial contra a
Grécia para perceber o que já todos tinham percebido: que a sua selecção
estava errada. Na iminência do descalabro, só lhe restava mudar tudo e
mudou: passou a ser tido como um génio, porque tinha visto a necessidade
de mudar – embora depois de toda a gente. Tendo mudado e tendo passado a
ganhar, achou que o assunto estava resolvido e que nunca mais precisaria
de voltar a mudar. Jogou contra a Grécia como tinha jogado contra a
Holanda, a Inglaterra ou a Espanha. Achou que a receita era universal,
como já antes havia sido a receita oposta. Que não era preciso estudar o
adversário nem adaptar-se a ele. Otto Reaghel fez o inverso, fez o que
lhe competia: estudou a segunda versão da selecção de Scolari, certo de
que ela não traria novidade alguma, e manietou-a por completo. Tornou
Portugal impotente e conseguiu que a pior equipe ganhasse o jogo e o
Campeonato: eis um treinador a sério. Scolari ficou com a Ordem do
Infante e com o sorriso orelha-a-orelha dos brasileiros, a quem
perguntei a sua opinião sobre o mestre: «Fiquem com ele, por amor de
Deus, fiquem com ele!»
4- No Brasil, onde estive a semana passada, perguntei também pelas novas
aquisições feitas ou a fazer pelos clubes portugueses. O «meia» Paulo
Almeida, que o Benfica foi buscar, «não vale grande coisa». Luis
Fabiano, que se diz cobiçado pelo FC Porto é uma fraca versão de Roberto
Dinamite: ora dá, ora não dá, mas não sabe jogar de cabeça. Já Diego –
que o FC Porto igualmente cobiça, mas que não irá conseguiré
unanimemente tido como o grande jogador brasileiro do futuro, «um novo
Zico», a quem só lhe falta aprender a jogar sem olhar para a bola.
Entretanto, há um brasileiro novo na estima local: chama-se Deco,
viram-no em Gelsenkirchen e viram-no no Euro e perguntam-se como é que
Filipão não o viu para a Selecção doBrasil. Em Paraty, cidade histórica
de apenas quatro mil habitantes, vi três locais com a camisola do FC
Porto e duas delas tinham nas costas o nome de Deco. Para o ano vão ter
de vender em Paraty camisolas do Barcelona.
5- Ricardo, o guarda-redes da Selecção, prossegue o seu ajuste de contas
pessoal. Depois da lastimável entrevista dada antes do Euro, cheia de
insinuações sem destinatário concreto, eis que chega agora um livro de
desabafos, onde o substancial parece ser uma página onde ataca Vítor
Baía. Forte do único dos seis penalties que conseguiu defender no
desempate contra a Inglaterra, acha-se no direito de atacar ainda quem
não se pôde defender em campo. Baía foi um senhor na forma como encarou
o seu afastamento da Selecção e do Euro – que, como o Ricardo bem sabe,
teve origem em tudo menos no mérito e na justiça. Bastaria ao Ricardo,
depois de ver afastado o seu rival por obscuras razões, ter tido uma
simples palavra dizendo que seguramente Baía tinha lugar entre os três
melhores guarda-redes seleccionáveis: teria saído da controvérsia em
grande, como Baía saiu. Mas, não, parece que a sombra ainda o atormenta.
E com razão, afinal: será que o Baía teria permitido aquele cabeçeamento
dentro da pequena área que deu o Euro à Grécia?
segunda-feira, julho 19, 2004
Vitor Baía: MELHOR GUARDA-REDES DA EUROPA
A UEFA vai destinguir Vitor Baía no jogo da Supertaça Europeia, com Prémio de MELHOR GUARDA-REDES DA EUROPA!!!!
Pinto da Costa: "Só um sul-americano não o reconhece como melhor"
Não tenho conhecimento dessa distinção, mas se ela se vier a confirmar considero-a perfeitamente justa. Acho que na Europa toda a gente reconhece o mérito do Vítor Baía e a excepcional época que efectuou e em que demonstrou ser mesmo o melhor", sublinhou Pinto da Costa, concluindo com uma forte crítica a Luiz Felipe Scolari: "Só mesmo um sul-americano é que poderia não o reconhecer como o melhor. Se não tivesse sido assim, a esta hora o Vítor Baía poderia ser bicampeão da Europa".
Pinto da Costa: "Só um sul-americano não o reconhece como melhor"
Não tenho conhecimento dessa distinção, mas se ela se vier a confirmar considero-a perfeitamente justa. Acho que na Europa toda a gente reconhece o mérito do Vítor Baía e a excepcional época que efectuou e em que demonstrou ser mesmo o melhor", sublinhou Pinto da Costa, concluindo com uma forte crítica a Luiz Felipe Scolari: "Só mesmo um sul-americano é que poderia não o reconhecer como o melhor. Se não tivesse sido assim, a esta hora o Vítor Baía poderia ser bicampeão da Europa".
O Rei dos Frangos escreveu um livro
O Rei dos Frangos escreveu um livro e como quem não tem palmarés fala de quem o têm , falou do Vitor Baía.
Aqui fica a entrevista , que Vitor Baía deu 2 anos atrás:
Inevitavelmente, ou o trabalho com Vítor Baía estaria naturalmente incompleto, abiru-se nesta entrevista espaço ao tema-Selecção Nacional. Anda meio mundo, claro, à espera de saber o que pensa na realidade o guarda-redes português por não ter merecido ainda uma única convocatória de Luiz Felipe Scolari. Mas acredite o leitor: insistimos com Baía mas o resultado faz lembrar um daqueles jogos em que uma das equipas está 90 minutos ao ataque e não marca um único golo. Para ler e procurar perceber.
Baía mantém-se sereno, com ar de quem vê o jogo desenrolar-se junto da outra baliza. Garante que não fez mal algum ao seleccionador, fala da sua recuperação, do Mundial-2002 e da sua titularidade, de António Oliveira e do Euro-2004.
— Quando é que sentiu que estava completamente recuperado?
— Quando se está dois anos com quatro operações, com quatro recuperações, não é fácil chegar e voltar ao mesmo nível. Não vou dizer que estava bem desde que terminei a última recuperação. Faltava-me rotina do jogo, mas em termos físicos estava bem já antes do Mundial. Cheguei ao Mundial sem qualquer problema, mas ninguém em alta competição consegue estar parado dois anos e submeter-se a quatro operações e chegar e jogar logo a um nível elevado. Requer o seu tempo. A princípio, consegui disfarçar isso com a minha experiência e as pessoas não se apercebiam tanto de algumas dificuldades. Agora já tenho a rotina de jogo.
— Mas em que momento exacto percebeu que estava mesmo a cem por cento?
— Fui sentindo... E mantive sempre uma enorme confiança. Quando, em determinado momento, falei de injustiças não foi para me defender. Na minha cabeça só entra o que quero e consigo controlar-me muito bem. O problema era com as pessoas que me rodeavam. Durante estes dois anos, os meus pais perderam dez anos de vida. O sofrimento deles é que me fazia sofrer... Como o dos meus filhos. O Diogo, por exemplo, que está em idade escolar, sofria a ver algumas informações aberrantes na televisão sobre mim. Era mais isso que me incomodava. A minha preocupação era transmitir-lhes confiança, dizer-lhes que estava bem...
— O gesto do punho cerrado de cada vez que executava uma grande defesa tinha alguma coisa a ver com isso?
— Tinha, era para lhes dar confiança, para lhes mostrar a minha segurança, e também aos meus companheiros. Não posso marcar golos, mas posso, com uma defesa, transmitir confiança e galvanizar a equipa. Daí se calhar a minha postura agressiva; sempre para bem da equipa. Precisei de lhes dizer que estava bem, como estou, felizmente. Por exemplo, quem esteve no Mundial sabe porque é que eu joguei; quem viu esse mês de trabalho sabe porque joguei. O resto são fait-divers, é querer justificar o injustificável.
«António Oliveira não foi o responsável pelo fracasso no Mundial»
— Foi aquela defesa contra a China, no último jogo particular, que lhe deu a titularidade na Coreia?
— Essa defesa foi um momento emotivo e bonito, mas joguei no Mundial porque estava melhor. Porque demonstrei no trabalho, dentro do campo, durante um mês; é aí que os jogadores podem mostrar se estão melhores ou piores. Se não o demonstram aí, então não têm motivos para falar de injustiças. Nesse mês de trabalho demonstrei porque joguei. A seguir vieram dizer que foi o núcleo duro da Selecção Nacional que me pôs a jogar. Isso não cabe na cabeça de ninguém. Em alta competição é impossível isso acontecer. Foi mais uma barbaridade que se disse. Essa, e a de colocarem o mister António Oliveira como o principal responsável pelo nosso fracasso. Não tem cabimento. António Oliveira não foi o máximo responsável por aquilo que aconteceu.
— Então quem foi?
— Se estiverem atentos, se virem tudo o que aconteceu durante o Mundial, se repararem nas condições de programação, então talvez percebam...
— Os responsáveis ainda estão na Federação?
— ... Só quero dizer que António Oliveira não é dos principais responsáveis. E os jogadores tiveram um comportamento exemplar. Não podem apontar absolutamente nada aos jogadores.
— Estamos a conversar num momento em que a Selecção volta a estar em actividade e continua a não fazer parte dos planos de Scolari...
— Sobre esse tema já se disse muita coisa! Já me custa falar...
— Pode acontecer que o seleccionador tenha a mesma desconfiança que outras pessoas tiveram quando regressou à baliza?
— Não sei.
«Tenho orgulho em defender Portugal»
— Haverá alguma justificação que escape ao público?
— Não há nada extra-futebol que possa justificar, pelo menos que eu saiba, o facto de estar fora da Selecção.
— Já tirou alguma conclusão sobre o seu afastamento?
— Tenho a liberdade de raciocinar e de tirar as minhas conclusões, de pensar onde terei estado mal. Mas a única conclusão a tirar é a de que o seleccionador tem direito às suas opções.
— Há quem defenda a ideia de que o seleccionador desejará ter apenas um grande número 1 de cada vez... Bobby Robson, por exemplo, fazia isso...
— Não concordo. Acho que devem ir à Selecção sempre os melhores e não se deve ter medo de deixar este ou aquele jogador no banco.
— Está a imaginar-se fora do Europeu?
— Sinceramente, não! Sinto-me com capacidade para ajudar a Selecção a ganhar o Campeonato da Europa.
— E se ficar de fora, será um drama?
— Não é um drama. A tristeza não tem a ver com o facto de vir aí um Europeu; já estive em dois Europeus e num Mundial. Tem a ver com o orgulho em defender Portugal. Tenho 80 internacionalizações e tenho um orgulho muito grande de cada jogo que fiz. Tenho orgulho em ser português.
— Julga estar afastado por ser do F. C. Porto?
— Não. Isso acontece mais a nível de clubes. Já viram bem a carreira bonita que têm feito o Fernando Couto e o Sérgio Conceição? Tenho a certeza que se tivessem sido do Benfica ou do Sporting, a Comunicação Social falaria muito mais deles. Em relação à Selecção, as coisas não são assim. Portanto, não é de certeza por ser do F. C. Porto que não tenho sido chamado.
Errei com José Mourinho mas ele foi fantástico!
Mesmo numa época de tanto sucesso, houve um momento que marcou Vítor Baía: o incidente com José Mourinho. O número 1 das Antas (por acaso 99) recorda-o muito mais como factor positivo do seu percurso esta temporada (mesmo reconhecendo a sua negativa atitude) e faz revelações que ajudam, provavelmente, a compreender melhor o que aconteceu. Tempo de Baía abrir o coração talvez como nunca.
— Há dois anos estava aflito com uma série de lesões que lhe ameaçaram a carreira. À distância, como vê essa fase complicada?
— Foram momentos muito difíceis. Sinto-me muito mais forte a todos os níveis depois de, infelizmente, ter passado por esse período. Se calhar fazia parte do meu destino ter de passar por uma situação delicada como essa, porque até aos 28 anos foi tudo um mar de rosas. Foi estar no topo durante dez anos, ao mais alto nível, sempre sem quaisquer problemas, sempre a ganhar, a ver o lado positivo de tudo aquilo que conquistava. Em dois anos vi o outro lado. O lado negro.
— Pensou que a carreira tinha acabado?
— Sinceramente, não, nunca me passou isso pela cabeça. Podia estar aqui a dar uma de forte, mas não é isso. Acreditei sempre mais do que toda a gente. Tive uma fé tremenda... E esse foi também um momento difícil, porque a certa altura dava comigo a motivar os adeptos e todas as pessoas que vinham ter comigo, tristes, temendo que a minha carreira estivesse em risco.
— Foi mais complicado convencer quem o rodeava...
— Sim, porque sentia que as pessoas não estavam convencidas. Não estou a falar da família e dos amigos mais directos, mas dos adeptos que me abordavam na rua, que sofrem e que vivem o clube de uma forma bastante intensa. Eu é que os motivava... Acho que muitos pensavam que lhes estava a dar música. Até com isso tive de lutar...
Tempos difíceis no Barcelona
— Sentiu muitas incompreensões?
— Senti. Mas não me arrependo de nada do que fiz. Pela a minha educação desportiva, pela minha maneira de ser e pelo modo como vejo o futebol, só não jogaria se sentisse algo que tornasse humanamente impossível a minha utilização, como um fractura, por exemplo. De resto, sempre estive disposto a ir até ao limite do meu sacrifício.
— Isso aconteceu no Barcelona?
— Aconteceu. Tive problemas físicos e fui para dentro do campo. Estava num clube em que o mais fácil era defender-me, esconder-me e não jogar. Mas não o fiz. Era contra os meus princípios. Doía-me ver companheiros com uma dor de cabeça ou uma constipação e não jogarem.
— Colocou muita coisa em risco?
— Coloquei, mas, repito, não me arrependo de nada. Fiz sacrifícios pessoais em prol da equipa. No Barcelona, aliás, foi um acumular de situações que me conduziram à operação, mas também no F. C. Porto e na Selecção. Recordo um jogo da Selecção, que foi o da qualificação para o Europeu de 2000, no qual, nos últimos 15 minutos, estive em campo com extrema dificuldade. Portanto, os problemas não foram só a nível dos clubes, também os vivi na Selecção. Teria sido muito mais fácil dizer, desculpem, mas não posso...
O mundo a cair-lhe em cima
— E se pudesse voltar atrás?
— Não passaria por isso...
— O que diziam os médicos?
— Os médicos acreditavam que seria possível recuperar. Houve sempre uma postura correcta de todos eles, independentemente dos sucessos ou insucessos de algumas intervenções... Felizmente, na parte final da minha recuperação, encontrei o dr. Leandro Massada e tive um apoio extraordinário de todo o departamento médico do F. C. Porto.
— Pode ter havido erros clínicos?
— Erros cometem-se em todas as profissões. Ninguém é perfeito. Errar é natural, mas o que me valeu na altura foi sentir que as pessoas agiam de boa fé. Ninguém erra de propósito. Ninguém foi culpado disto ou daquilo. O único responsável sou eu. Dependia tudo muito de mim, eu sabia-o. Se quisesse, chegava ao clube e dizia, não jogo, não posso... Por isso é que me custou, depois de recuperado, que o mundo me caísse em cima.
Mourinho, o amigo; Mourinho, o superior
— Aprendeu a lição de não jogar sem estar nas condições físicas ideais, mas, depois de recuperar, no primeiro momento em que teve um problema numa vista, em que colocou a questão de jogar, teve um outro tipo de problema...
— Foi uma situação clínica. Os médicos do F. C. Porto sabem o que se passou. Não ficaram dúvidas. Não ter jogado foi a opção mais correcta.
— Mas a situação provocou um choque complicado. Muita gente temeu a repetição de um caso tipo o de Octávio com Jorge Costa...
— Mas resolveu-se. Conheço o José Mourinho há muitos anos. A minha relação com ele não é a normal entre treinador e jogador. É a de dois amigos que se conhecem há muito tempo, que sabem como reagem perante as situações, que sabem muito um do outro. O problema com o José Mourinho só aconteceu porque nos conhecemos muito bem. A minha única penitência é não ter visto naquele momento o José Mourinho treinador — vi o José Mourinho meu amigo. Não vi o meu superior hierárquico; vi uma pessoa com a qual tenho confiança para dizer tudo. Esqueci-me que ao nosso lado estavam os meus compa- nheiros de equipa. Esse foi o meu erro e reconheci-o, depois, muito facilmente. Estamos inseridos num grupo e há-que saber marcar as distâncias, porque José Mourinho é o meu superior hierárquico.
— A situação surgiu num momento ingrato...
— Senti que, depois de tanto tempo lesionado, do volta não volta, podia haver alguma desconfiança. Vou ser o mais aberto possível e espero que as pessoas não fiquem aborrecidas comigo. Houve uma altura em que senti da parte dos dirigentes do meu clube alguma desconfiança em relação à minha recuperação, à minha capacidade para contribuir para os êxitos da equipa. Tinha essa ideia. E o momento em que percebi que ela não correspondia à verdade foi, precisamente, a partir desse incidente. É nessa altura que passo a acreditar no contrário. A celeridade e a vontade das pessoas, nomeadamente do presidente, em resolver tudo o mais rápido possível foram a melhor prova de que afinal ninguém desconfiava das minhas capacidades.
Ponto de partida para uma época fantástica
— Quer dizer que esse problema acabou por ser... um bom problema?
— Sim, foi bom até para mim. Percebi que existia, e existe, por parte da administração do F. C. Porto confiança em mim e nas minhas capacidades. Estávamos em início de época e a partir daí fiquei consciente que contavam comigo. Todas as minhas dúvidas ficaram desfeitas. Afinal, não tinha razão para as ter, era tudo fruto do que me envolvia, de tudo o que se dizia. As pessoas só queriam o bem do F. C. Porto.
— Recorda algum facto marcante nesse apoio? Os seus companheiros apoiaram-no?
— Foi enorme a preocupação dos meus colegas, nomeadamente do Jorge, do Paulinho, do Secretário, do Capucho, mas também dos mais novos, de que tudo se resolvesse depressa. Tive a oportunidade de lhes explicar, cara a cara, o que tinha acontecido, e disse mesmo aos mais novos que se um dia se atrevessem a ter uma atitude do género da que eu tive, teriam de levar comigo. Todos perceberem exactamente o que aconteceu. E dou outro exemplo: gosto muito do mister Fernando Santos, mas não teria sido capaz da mesma reacção que tive com o José Mourinho. Hoje, a relação com o José Mourinho é a mesma que tinhamos antes do incidente – ele teve uma atitude exemplar! E foi absolutamente fantástico quando disse que, a partir do momento em que eu estivesse disponível, seria tratado como todos os outros. Foi uma espécie de ponto de partida para uma época fantástica.
Aqui fica a entrevista , que Vitor Baía deu 2 anos atrás:
Inevitavelmente, ou o trabalho com Vítor Baía estaria naturalmente incompleto, abiru-se nesta entrevista espaço ao tema-Selecção Nacional. Anda meio mundo, claro, à espera de saber o que pensa na realidade o guarda-redes português por não ter merecido ainda uma única convocatória de Luiz Felipe Scolari. Mas acredite o leitor: insistimos com Baía mas o resultado faz lembrar um daqueles jogos em que uma das equipas está 90 minutos ao ataque e não marca um único golo. Para ler e procurar perceber.
Baía mantém-se sereno, com ar de quem vê o jogo desenrolar-se junto da outra baliza. Garante que não fez mal algum ao seleccionador, fala da sua recuperação, do Mundial-2002 e da sua titularidade, de António Oliveira e do Euro-2004.
— Quando é que sentiu que estava completamente recuperado?
— Quando se está dois anos com quatro operações, com quatro recuperações, não é fácil chegar e voltar ao mesmo nível. Não vou dizer que estava bem desde que terminei a última recuperação. Faltava-me rotina do jogo, mas em termos físicos estava bem já antes do Mundial. Cheguei ao Mundial sem qualquer problema, mas ninguém em alta competição consegue estar parado dois anos e submeter-se a quatro operações e chegar e jogar logo a um nível elevado. Requer o seu tempo. A princípio, consegui disfarçar isso com a minha experiência e as pessoas não se apercebiam tanto de algumas dificuldades. Agora já tenho a rotina de jogo.
— Mas em que momento exacto percebeu que estava mesmo a cem por cento?
— Fui sentindo... E mantive sempre uma enorme confiança. Quando, em determinado momento, falei de injustiças não foi para me defender. Na minha cabeça só entra o que quero e consigo controlar-me muito bem. O problema era com as pessoas que me rodeavam. Durante estes dois anos, os meus pais perderam dez anos de vida. O sofrimento deles é que me fazia sofrer... Como o dos meus filhos. O Diogo, por exemplo, que está em idade escolar, sofria a ver algumas informações aberrantes na televisão sobre mim. Era mais isso que me incomodava. A minha preocupação era transmitir-lhes confiança, dizer-lhes que estava bem...
— O gesto do punho cerrado de cada vez que executava uma grande defesa tinha alguma coisa a ver com isso?
— Tinha, era para lhes dar confiança, para lhes mostrar a minha segurança, e também aos meus companheiros. Não posso marcar golos, mas posso, com uma defesa, transmitir confiança e galvanizar a equipa. Daí se calhar a minha postura agressiva; sempre para bem da equipa. Precisei de lhes dizer que estava bem, como estou, felizmente. Por exemplo, quem esteve no Mundial sabe porque é que eu joguei; quem viu esse mês de trabalho sabe porque joguei. O resto são fait-divers, é querer justificar o injustificável.
«António Oliveira não foi o responsável pelo fracasso no Mundial»
— Foi aquela defesa contra a China, no último jogo particular, que lhe deu a titularidade na Coreia?
— Essa defesa foi um momento emotivo e bonito, mas joguei no Mundial porque estava melhor. Porque demonstrei no trabalho, dentro do campo, durante um mês; é aí que os jogadores podem mostrar se estão melhores ou piores. Se não o demonstram aí, então não têm motivos para falar de injustiças. Nesse mês de trabalho demonstrei porque joguei. A seguir vieram dizer que foi o núcleo duro da Selecção Nacional que me pôs a jogar. Isso não cabe na cabeça de ninguém. Em alta competição é impossível isso acontecer. Foi mais uma barbaridade que se disse. Essa, e a de colocarem o mister António Oliveira como o principal responsável pelo nosso fracasso. Não tem cabimento. António Oliveira não foi o máximo responsável por aquilo que aconteceu.
— Então quem foi?
— Se estiverem atentos, se virem tudo o que aconteceu durante o Mundial, se repararem nas condições de programação, então talvez percebam...
— Os responsáveis ainda estão na Federação?
— ... Só quero dizer que António Oliveira não é dos principais responsáveis. E os jogadores tiveram um comportamento exemplar. Não podem apontar absolutamente nada aos jogadores.
— Estamos a conversar num momento em que a Selecção volta a estar em actividade e continua a não fazer parte dos planos de Scolari...
— Sobre esse tema já se disse muita coisa! Já me custa falar...
— Pode acontecer que o seleccionador tenha a mesma desconfiança que outras pessoas tiveram quando regressou à baliza?
— Não sei.
«Tenho orgulho em defender Portugal»
— Haverá alguma justificação que escape ao público?
— Não há nada extra-futebol que possa justificar, pelo menos que eu saiba, o facto de estar fora da Selecção.
— Já tirou alguma conclusão sobre o seu afastamento?
— Tenho a liberdade de raciocinar e de tirar as minhas conclusões, de pensar onde terei estado mal. Mas a única conclusão a tirar é a de que o seleccionador tem direito às suas opções.
— Há quem defenda a ideia de que o seleccionador desejará ter apenas um grande número 1 de cada vez... Bobby Robson, por exemplo, fazia isso...
— Não concordo. Acho que devem ir à Selecção sempre os melhores e não se deve ter medo de deixar este ou aquele jogador no banco.
— Está a imaginar-se fora do Europeu?
— Sinceramente, não! Sinto-me com capacidade para ajudar a Selecção a ganhar o Campeonato da Europa.
— E se ficar de fora, será um drama?
— Não é um drama. A tristeza não tem a ver com o facto de vir aí um Europeu; já estive em dois Europeus e num Mundial. Tem a ver com o orgulho em defender Portugal. Tenho 80 internacionalizações e tenho um orgulho muito grande de cada jogo que fiz. Tenho orgulho em ser português.
— Julga estar afastado por ser do F. C. Porto?
— Não. Isso acontece mais a nível de clubes. Já viram bem a carreira bonita que têm feito o Fernando Couto e o Sérgio Conceição? Tenho a certeza que se tivessem sido do Benfica ou do Sporting, a Comunicação Social falaria muito mais deles. Em relação à Selecção, as coisas não são assim. Portanto, não é de certeza por ser do F. C. Porto que não tenho sido chamado.
Errei com José Mourinho mas ele foi fantástico!
Mesmo numa época de tanto sucesso, houve um momento que marcou Vítor Baía: o incidente com José Mourinho. O número 1 das Antas (por acaso 99) recorda-o muito mais como factor positivo do seu percurso esta temporada (mesmo reconhecendo a sua negativa atitude) e faz revelações que ajudam, provavelmente, a compreender melhor o que aconteceu. Tempo de Baía abrir o coração talvez como nunca.
— Há dois anos estava aflito com uma série de lesões que lhe ameaçaram a carreira. À distância, como vê essa fase complicada?
— Foram momentos muito difíceis. Sinto-me muito mais forte a todos os níveis depois de, infelizmente, ter passado por esse período. Se calhar fazia parte do meu destino ter de passar por uma situação delicada como essa, porque até aos 28 anos foi tudo um mar de rosas. Foi estar no topo durante dez anos, ao mais alto nível, sempre sem quaisquer problemas, sempre a ganhar, a ver o lado positivo de tudo aquilo que conquistava. Em dois anos vi o outro lado. O lado negro.
— Pensou que a carreira tinha acabado?
— Sinceramente, não, nunca me passou isso pela cabeça. Podia estar aqui a dar uma de forte, mas não é isso. Acreditei sempre mais do que toda a gente. Tive uma fé tremenda... E esse foi também um momento difícil, porque a certa altura dava comigo a motivar os adeptos e todas as pessoas que vinham ter comigo, tristes, temendo que a minha carreira estivesse em risco.
— Foi mais complicado convencer quem o rodeava...
— Sim, porque sentia que as pessoas não estavam convencidas. Não estou a falar da família e dos amigos mais directos, mas dos adeptos que me abordavam na rua, que sofrem e que vivem o clube de uma forma bastante intensa. Eu é que os motivava... Acho que muitos pensavam que lhes estava a dar música. Até com isso tive de lutar...
Tempos difíceis no Barcelona
— Sentiu muitas incompreensões?
— Senti. Mas não me arrependo de nada do que fiz. Pela a minha educação desportiva, pela minha maneira de ser e pelo modo como vejo o futebol, só não jogaria se sentisse algo que tornasse humanamente impossível a minha utilização, como um fractura, por exemplo. De resto, sempre estive disposto a ir até ao limite do meu sacrifício.
— Isso aconteceu no Barcelona?
— Aconteceu. Tive problemas físicos e fui para dentro do campo. Estava num clube em que o mais fácil era defender-me, esconder-me e não jogar. Mas não o fiz. Era contra os meus princípios. Doía-me ver companheiros com uma dor de cabeça ou uma constipação e não jogarem.
— Colocou muita coisa em risco?
— Coloquei, mas, repito, não me arrependo de nada. Fiz sacrifícios pessoais em prol da equipa. No Barcelona, aliás, foi um acumular de situações que me conduziram à operação, mas também no F. C. Porto e na Selecção. Recordo um jogo da Selecção, que foi o da qualificação para o Europeu de 2000, no qual, nos últimos 15 minutos, estive em campo com extrema dificuldade. Portanto, os problemas não foram só a nível dos clubes, também os vivi na Selecção. Teria sido muito mais fácil dizer, desculpem, mas não posso...
O mundo a cair-lhe em cima
— E se pudesse voltar atrás?
— Não passaria por isso...
— O que diziam os médicos?
— Os médicos acreditavam que seria possível recuperar. Houve sempre uma postura correcta de todos eles, independentemente dos sucessos ou insucessos de algumas intervenções... Felizmente, na parte final da minha recuperação, encontrei o dr. Leandro Massada e tive um apoio extraordinário de todo o departamento médico do F. C. Porto.
— Pode ter havido erros clínicos?
— Erros cometem-se em todas as profissões. Ninguém é perfeito. Errar é natural, mas o que me valeu na altura foi sentir que as pessoas agiam de boa fé. Ninguém erra de propósito. Ninguém foi culpado disto ou daquilo. O único responsável sou eu. Dependia tudo muito de mim, eu sabia-o. Se quisesse, chegava ao clube e dizia, não jogo, não posso... Por isso é que me custou, depois de recuperado, que o mundo me caísse em cima.
Mourinho, o amigo; Mourinho, o superior
— Aprendeu a lição de não jogar sem estar nas condições físicas ideais, mas, depois de recuperar, no primeiro momento em que teve um problema numa vista, em que colocou a questão de jogar, teve um outro tipo de problema...
— Foi uma situação clínica. Os médicos do F. C. Porto sabem o que se passou. Não ficaram dúvidas. Não ter jogado foi a opção mais correcta.
— Mas a situação provocou um choque complicado. Muita gente temeu a repetição de um caso tipo o de Octávio com Jorge Costa...
— Mas resolveu-se. Conheço o José Mourinho há muitos anos. A minha relação com ele não é a normal entre treinador e jogador. É a de dois amigos que se conhecem há muito tempo, que sabem como reagem perante as situações, que sabem muito um do outro. O problema com o José Mourinho só aconteceu porque nos conhecemos muito bem. A minha única penitência é não ter visto naquele momento o José Mourinho treinador — vi o José Mourinho meu amigo. Não vi o meu superior hierárquico; vi uma pessoa com a qual tenho confiança para dizer tudo. Esqueci-me que ao nosso lado estavam os meus compa- nheiros de equipa. Esse foi o meu erro e reconheci-o, depois, muito facilmente. Estamos inseridos num grupo e há-que saber marcar as distâncias, porque José Mourinho é o meu superior hierárquico.
— A situação surgiu num momento ingrato...
— Senti que, depois de tanto tempo lesionado, do volta não volta, podia haver alguma desconfiança. Vou ser o mais aberto possível e espero que as pessoas não fiquem aborrecidas comigo. Houve uma altura em que senti da parte dos dirigentes do meu clube alguma desconfiança em relação à minha recuperação, à minha capacidade para contribuir para os êxitos da equipa. Tinha essa ideia. E o momento em que percebi que ela não correspondia à verdade foi, precisamente, a partir desse incidente. É nessa altura que passo a acreditar no contrário. A celeridade e a vontade das pessoas, nomeadamente do presidente, em resolver tudo o mais rápido possível foram a melhor prova de que afinal ninguém desconfiava das minhas capacidades.
Ponto de partida para uma época fantástica
— Quer dizer que esse problema acabou por ser... um bom problema?
— Sim, foi bom até para mim. Percebi que existia, e existe, por parte da administração do F. C. Porto confiança em mim e nas minhas capacidades. Estávamos em início de época e a partir daí fiquei consciente que contavam comigo. Todas as minhas dúvidas ficaram desfeitas. Afinal, não tinha razão para as ter, era tudo fruto do que me envolvia, de tudo o que se dizia. As pessoas só queriam o bem do F. C. Porto.
— Recorda algum facto marcante nesse apoio? Os seus companheiros apoiaram-no?
— Foi enorme a preocupação dos meus colegas, nomeadamente do Jorge, do Paulinho, do Secretário, do Capucho, mas também dos mais novos, de que tudo se resolvesse depressa. Tive a oportunidade de lhes explicar, cara a cara, o que tinha acontecido, e disse mesmo aos mais novos que se um dia se atrevessem a ter uma atitude do género da que eu tive, teriam de levar comigo. Todos perceberem exactamente o que aconteceu. E dou outro exemplo: gosto muito do mister Fernando Santos, mas não teria sido capaz da mesma reacção que tive com o José Mourinho. Hoje, a relação com o José Mourinho é a mesma que tinhamos antes do incidente – ele teve uma atitude exemplar! E foi absolutamente fantástico quando disse que, a partir do momento em que eu estivesse disponível, seria tratado como todos os outros. Foi uma espécie de ponto de partida para uma época fantástica.
domingo, julho 18, 2004
O Clube do Garrafão no seu melhor
O Clube do Garrafão continua no seu melhor, como podemos ver com a invasão de campo e pelas cenas inacreditáveis que se seguiram...
Continuam a ser os maiores palhaços portugueses...internacionalmente não são reconhecidos por nenhum feito desportivo recente, mas sim são o alvo da maior chacota internacional que algum clube pode receber...é só escandalos estes lampiões...são tão parólos que só dá nisto!!!
FCPORTO B
Vice Presidente: Joaquim Pinheiro
Coordenador técnico: Ilídio Vale
Director técnico: Costa Soares
Médico: Dagoberto Moura
Enfermeiro: David Pereira
Técnico Principal: Domingos Paciência
Técnico de guarda-redes: Silvino Morais
Preparador-físico: João Carlos Costa
Técnico de Equipamentos: Lívio Ferreira
Jogadores
Pedro Nuno
Cristovão Joel (ex-La Berriche Chateauroux)
Pedro Ribeiro
Vasco Viana
André V. Boas
Rui Sacramento
Rodrigo Angelo
Flávio Igor
Diogo
Fábio Espinho
Tiago
Buzsaky
Sandro
Tiago Nuno (ex-Graciosa FC)
Vítor Alves
Jorge Lopes
Ricardo Costa
Paulo Machado*
Ivanildo*
Vierinha*
Márcio*
Zequinha* (ex-Setúbal)
Tito* (ex-Marítimo)
Gama* (ex-Braga)
*atletas em idade júnior -->
sábado, julho 17, 2004
Del Neri , um Senhor!!!
Del Neri comprou uma página de um jornal italiano para se despedir do Chievo, dizendo o seguinte:
"Boa viagem, Chievo! Os nossos caminhos separaram-se mas não se perdem os sentimentos, a emoção, a recordação. Os quatro anos no clube, a sociedade e os meus extraordinários jogadores, a estrada que percorremos, o afecto de uma cidade que continua a ser minha, o amor de um público único ficarão para sempre dentro de mim. Não te esqueço mais. Obrigado, Chievo! Um abraço, Luigi del Neri."
Este Homem é um Senhor!!! Por isso mesmo tem a honra de treinar o Campeão Europeu!!!
quinta-feira, julho 15, 2004
Cópia Foleira
E ainda dizem que o outro era arrogante...estes querem imitá-lo , mas parecem uma cópia muito foleia...
"[Vir para o Sporting] é um grande desafio e aceitei-o com orgulho. Espero é que, para o ano, como campeão nacional, vencedor da Taça de Portugal e da Taça UEFA, surjam desafios maiores aqui no Sporting"
Luís Martins, adjunto de José Peseiro, em conferência de imprensa
"[Vir para o Sporting] é um grande desafio e aceitei-o com orgulho. Espero é que, para o ano, como campeão nacional, vencedor da Taça de Portugal e da Taça UEFA, surjam desafios maiores aqui no Sporting"
Luís Martins, adjunto de José Peseiro, em conferência de imprensa
quarta-feira, julho 14, 2004
Pepe
Pepe: "Graças a Deus que não fiquei no Sporting. O FC Porto era o único clube português que conhecia no Brasil. Foi bom não ter ficado lá, porque sempre tive o sonho de representar o FC Porto, desde que vi o Branco jogar em 1994 no Campeonato do Mundo".
terça-feira, julho 13, 2004
Supertaça no Bessa?
Eu proponho que a Federação Portuguesa de Futebol marque a Final da Supertaça Candido de OLiveira para o Estádio do Bessa, depois das finais das Taças de Portugal em Lisboa, seria correcto desta vez ser no Porto.
segunda-feira, julho 12, 2004
Porque motivo Maniche não ía à selecção???
Numa entrevista Maniche afirmou que Scolari lhe disse que certas pessoas deram-lhe informações erradas sobre ele, que certos empresarios foram encher a cabeça de Scolari, dizendo mentiras sobre ele, para não o convocar e convocar outros para a sua posição...ora digam lá que, se isto não tresanda a Lobbi...só falta descobrir quem foi que deu informações sobre o Vitor Baía....
Grande galo
JORGE MAIA no Ojogo
O sistema está morto, longa vida à sorte. E não é preciso muita. Por exemplo, basta uma pontinha de sorte para explicar a diferença entre o FC Porto, campeão nacional e europeu, e o Sporting terceiro classificado na SuperLiga. O FC Porto teve uma pontinha de sorte e ganhou quase tudo, o Sporting não teve uma pontinha de sorte e não ganhou nada. Simples, não é? O futebol é mais ou menos como os lápis: uma pontinha pode fazer a diferença toda. Foi Filipe Soares Franco, administrador da SAD leonina, quem descobriu a pólvora, revelando o segredo numa longa entrevista a O JOGO recheada de pequenas pérolas reluzentes de sabedoria. Basicamente, os dirigentes - como ele próprio - podem ser mais ou menos competentes, os treinadores podem ser mais ou menos importantes, os jogadores mais ou menos decisivos, mas uma boa pata de coelho ou um viçoso trevo de quatro folhas, isso sim seriam contratações a sério para a próxima temporada.
Mas o administrador da SAD do Sporting não se limitou à teoria e avançou corajosamente com exemplos práticos, provas irrefutáveis da verdade. O FC Porto só venceu a Liga dos Campeões porque teve sorte no segundo jogo com o Manchester United. Foi uma sorte o Costinha ter aparecido na área a marcar o golo do empate nos últimos instantes, explicou. Aliás, acrescento eu, já tinha sido uma sorte o FC Porto ter dado a volta ao resultado no jogo em casa. E, bem vistas, as coisas, foi uma sorte os portistas terem sido campeões na época anterior porque, se não, nem sequer jogariam a Liga dos Campeões. E por aqui, por estes caminhos tortuosos da razão, se chega ao azar do Sporting. A equipa de Alvalade teve tanto galo na última temporada, mas tanto galo que nem com toda a sorte do Mundo pode vencer a Liga dos Campeões este ano... porque não a vai jogar. O que podem fazer os treinadores e os jogadores contra essa força esmagadora que controla o universo e nos reduz a todos a meras marionetas? Nada. Ou quando muito, podem fazer figas.
O PIOR CEGO
Importa-se de repetir?
Filipe Soares Franco acha que José Mourinho "aceitou o desafio de ir para Inglaterra" porque, e isto é das coisas mais brilhantes que já li nos últimos anos, "quer vingar como treinador". José Mourinho, vencedor da Liga dos Campeões e da Taça UEFA, bicampeão nacional, vencedor de uma Taça de Portugal e de uma Supertaça, finalista da Supertaça Europeia, esse José Mourinho "quer vingar como treinador". É bonito. Deus o ajude a ter sorte, senão...
O sistema está morto, longa vida à sorte. E não é preciso muita. Por exemplo, basta uma pontinha de sorte para explicar a diferença entre o FC Porto, campeão nacional e europeu, e o Sporting terceiro classificado na SuperLiga. O FC Porto teve uma pontinha de sorte e ganhou quase tudo, o Sporting não teve uma pontinha de sorte e não ganhou nada. Simples, não é? O futebol é mais ou menos como os lápis: uma pontinha pode fazer a diferença toda. Foi Filipe Soares Franco, administrador da SAD leonina, quem descobriu a pólvora, revelando o segredo numa longa entrevista a O JOGO recheada de pequenas pérolas reluzentes de sabedoria. Basicamente, os dirigentes - como ele próprio - podem ser mais ou menos competentes, os treinadores podem ser mais ou menos importantes, os jogadores mais ou menos decisivos, mas uma boa pata de coelho ou um viçoso trevo de quatro folhas, isso sim seriam contratações a sério para a próxima temporada.
Mas o administrador da SAD do Sporting não se limitou à teoria e avançou corajosamente com exemplos práticos, provas irrefutáveis da verdade. O FC Porto só venceu a Liga dos Campeões porque teve sorte no segundo jogo com o Manchester United. Foi uma sorte o Costinha ter aparecido na área a marcar o golo do empate nos últimos instantes, explicou. Aliás, acrescento eu, já tinha sido uma sorte o FC Porto ter dado a volta ao resultado no jogo em casa. E, bem vistas, as coisas, foi uma sorte os portistas terem sido campeões na época anterior porque, se não, nem sequer jogariam a Liga dos Campeões. E por aqui, por estes caminhos tortuosos da razão, se chega ao azar do Sporting. A equipa de Alvalade teve tanto galo na última temporada, mas tanto galo que nem com toda a sorte do Mundo pode vencer a Liga dos Campeões este ano... porque não a vai jogar. O que podem fazer os treinadores e os jogadores contra essa força esmagadora que controla o universo e nos reduz a todos a meras marionetas? Nada. Ou quando muito, podem fazer figas.
O PIOR CEGO
Importa-se de repetir?
Filipe Soares Franco acha que José Mourinho "aceitou o desafio de ir para Inglaterra" porque, e isto é das coisas mais brilhantes que já li nos últimos anos, "quer vingar como treinador". José Mourinho, vencedor da Liga dos Campeões e da Taça UEFA, bicampeão nacional, vencedor de uma Taça de Portugal e de uma Supertaça, finalista da Supertaça Europeia, esse José Mourinho "quer vingar como treinador". É bonito. Deus o ajude a ter sorte, senão...
quarta-feira, julho 07, 2004
OPORTUNIDADE ÚNICA
Caros amigos/as,
Este blog não será actualizado tão regularmente como até aqui durante os proximos tempos. Tentarei actualizá-lo sempre que puder e tiver disponibilidade, pois espera-me muito trabalho!!!
Já há algum tempo venho pensando em mudar radicalmente de actividade e agora surgiu uma grande oportunidade profissional de unir o útil ao agradável.
Apesar de não ser esta a minha profissão, tenho de arriscar.de futebol, num lugarejo da Croácia, bem distante e ermo.
A remuneração é muito boa, apesar de ter de ficar totalmente isolado com a equipa, mas como sempre fui apaixonado por futebol... aceitei...Não podia desperdiçar esta oportunidade única!
Tenho só um pequeno problema...não sei como é que vou conseguir croatar elas todas, mas a linguagem gestual sempre foi o forte dos grandes aventureiros portugueses ao longo da nossa História.
Segue foto do plantel:
Fui convidado para dirigir uma equipa de futebol da 3ª Divisão, isso mesmo, uma equipa
Este blog não será actualizado tão regularmente como até aqui durante os proximos tempos. Tentarei actualizá-lo sempre que puder e tiver disponibilidade, pois espera-me muito trabalho!!!
Já há algum tempo venho pensando em mudar radicalmente de actividade e agora surgiu uma grande oportunidade profissional de unir o útil ao agradável.
Apesar de não ser esta a minha profissão, tenho de arriscar.de futebol, num lugarejo da Croácia, bem distante e ermo.
A remuneração é muito boa, apesar de ter de ficar totalmente isolado com a equipa, mas como sempre fui apaixonado por futebol... aceitei...Não podia desperdiçar esta oportunidade única!
Tenho só um pequeno problema...não sei como é que vou conseguir croatar elas todas, mas a linguagem gestual sempre foi o forte dos grandes aventureiros portugueses ao longo da nossa História.
Segue foto do plantel:
Fui convidado para dirigir uma equipa de futebol da 3ª Divisão, isso mesmo, uma equipa
José Mourinho vs Ricardo vs Vitor Baía
"Se meditar nestes dois anos, no que fez, no que não fez, no que poderia ter feito, e retirar com inteligência e bom senso as consequentes conclusões, acho lógico e coerente que Portugal continue com Scolari até ao mundial alemão.
Sem birras, sem guerras escondidas com clubes ou regiões, com a mesma determinação, com a mesma coragem, com o mesmo apoio popular que agora existe, com a qualidade dos jovens jogadores portugueses que esperam a oportunidade, penso e acredito na sua continuidade.
Talvez sem Baía porque se não o convocou agora não creio que o volte a fazer, mas se calhar sem Ricardo que não conseguiu esconder num penálti marcado e outro defendido que não é um guarda-redes da dimensão do portista, seguramente sem Fernando Couto, Rui Costa, Rui Jorge, ou até mesmo Figo e Pauleta, mas com Moreira, Ricardo Costa, Tiago, Hugo Almeida, Quaresma, e outra criançada que espera, há material humano. Recordemos o Euro 2004, recordemos a época 2003/2004 mas olhemos e preparemos o futuro."
José Mourinho no Ojogo
Sem birras, sem guerras escondidas com clubes ou regiões, com a mesma determinação, com a mesma coragem, com o mesmo apoio popular que agora existe, com a qualidade dos jovens jogadores portugueses que esperam a oportunidade, penso e acredito na sua continuidade.
Talvez sem Baía porque se não o convocou agora não creio que o volte a fazer, mas se calhar sem Ricardo que não conseguiu esconder num penálti marcado e outro defendido que não é um guarda-redes da dimensão do portista, seguramente sem Fernando Couto, Rui Costa, Rui Jorge, ou até mesmo Figo e Pauleta, mas com Moreira, Ricardo Costa, Tiago, Hugo Almeida, Quaresma, e outra criançada que espera, há material humano. Recordemos o Euro 2004, recordemos a época 2003/2004 mas olhemos e preparemos o futuro."
José Mourinho no Ojogo
Boa sorte Mágico
É com tristeza que te vejo partir do FCPORTO ( a camisola do FCP fica-te melhor), mas desejo-te toda a sorte do mundo, e semana a semana estarei atento à tua magia e torcerei por ti sempre que o Barcelona jogar!!! Muita Sorte Campeão!!!
Frase do Dia
Quaresma: "Foi a equipa que mostrou mais confiança em mim. Eu não estava a pensar em voltar para Portugal, porque não sabia do interesse do FC Porto. Mas depois de saber que estavam interessados em mim não pensei duas vezes."
terça-feira, julho 06, 2004
Quaresma no FCPORTO
Digo desde já que não gosto do Quaresma. Acho-o egocentrico, muito vaidoso , pensa pouco na equipa e no grupo.
Além disso, acho que vem de um lesão e é capaz de ir aos jogos Olimpicos,não jogando a Supertaça de Portugal e a Supertaça Europeia. Mas esperemos que esteja enganado...parece que o Sporting que tinha direito de opção andou a tentar desviar o mocito das Antas, mas parece que mais uma vez o Fífias não conseguiu...
Além disso, acho que vem de um lesão e é capaz de ir aos jogos Olimpicos,não jogando a Supertaça de Portugal e a Supertaça Europeia. Mas esperemos que esteja enganado...parece que o Sporting que tinha direito de opção andou a tentar desviar o mocito das Antas, mas parece que mais uma vez o Fífias não conseguiu...
segunda-feira, julho 05, 2004
De quem é a culpa?
Será que a culpa foi:
- Dos Pauliteiros de Miranda?
- Da Nelly Furtado?
- Da gravata do fugitivo primeiro-ministro?
- Da ausência do Gilberto Madaíl?
- Do tipo do Barcelona que invadiu o campo e colocou uma bandeira do
barcelona no peseteiro e entrou pela baliza dentro, pensando os jogadores
portugueses que tinham empatado?
- Do Paulo Ferreira, a mando do Mourinho?
- Da bola, que devia ser um queijo?
- Da Nossa senhora do Caravaggio?
- Do fantasma Baía?
- Da toalha do Eusebio?
- Dos Pauliteiros de Miranda?
- Da Nelly Furtado?
- Da gravata do fugitivo primeiro-ministro?
- Da ausência do Gilberto Madaíl?
- Do tipo do Barcelona que invadiu o campo e colocou uma bandeira do
barcelona no peseteiro e entrou pela baliza dentro, pensando os jogadores
portugueses que tinham empatado?
- Do Paulo Ferreira, a mando do Mourinho?
- Da bola, que devia ser um queijo?
- Da Nossa senhora do Caravaggio?
- Do fantasma Baía?
- Da toalha do Eusebio?
Eu bem avisei....
Ainda só vi o lance do golo grego e depois daquela saída de Ricardo , que eu vinha alertando,quem se deve estar a rir é ele:
sábado, julho 03, 2004
Boa sorte
Como não irei ver o jogo selecção de Cholari-Grécia, estarei em viagem, quero desde já desejar um bom jogo, que ganhe o melhor. Não gosto do futebol da Grécia, retranca,retranca,retranca, por isso se a selecção de Cholari jogar o que tem feito nos ultimos 3 jogos merece ser campeã europeia!!!
P.S: Fico muito satisfeito que um dos dois treinadores finalistas do Euro2004, será o proximo treinador lampião...um queria ser, mas alguem abriu a boca cedo demais, o outro , o da retranca parece que está bem encaminhado...
P.S: Fico muito satisfeito que um dos dois treinadores finalistas do Euro2004, será o proximo treinador lampião...um queria ser, mas alguem abriu a boca cedo demais, o outro , o da retranca parece que está bem encaminhado...
Olha o Cabrão do Felipão!!!!
Então o Cabrão do Felipão ,colocou um clausula no novo contrato se aparecer o Barcelona ele se vai embora????
Scolari piensa en clave azulgrana
Ha incluido una cláusula en su renovación como seleccionador de Portugal que le liberaría en caso de recibir una oferta del FC Barcelona
Cristina Cubero / OPORTO
Luis Felipe Scolari, Felipao, el entrenador de moda en el mundo después de clasificar a Portugal para la final de la Eurocopa, sigue teniendo al FC Barcelona en su horizonte. El gaúcho ha aceptado la renovación de su contrato con la selección lusa por los próximos dos años –hasta el Mundial de Alemania– pero ha hecho incluir una cláusula de liberación que le permita fichar por el FC Barcelona en caso de que le llegase una oferta del club blaugrana.
La posición de Scolari no es atípica en el mundo del fútbol ya que otros seleccionadores también han incluido cláusulas de este tipo al gustarles más el trabajo de club o viceversa. En el caso de Scolari ya aseguró tras ganar el Mundial de Corea y Japón con Brasil que su intención era entrenar un gran club en Europa, dijo que echaba de menos el día a día, la emoción de la competición semanal. Las ofertas que le llegaron a Scolari no le acabaron de convencer.
El trabajo que está realizando el gaúcho con la selección portuguesa es extraordinario. Pero Felipao nunca ha ocultado que algún día le gustaría entrenar al club del que le hablaron tanto y tan bien los entonces colaboradores de la seleçao brasileira, Sandro Rosell y Pepe Costa, ahora vicepresidente deportivo y ojeador del club, respectivamente.
Scolari estuvo en la lista de futuribles a ocupar el banquillo azulgrana ya el verano pasado, pero la apuesta de Joan Laporta por Rijkaard frenó esta posibilidad.
La inclusión de la claúsula en el contrato del técnico no significa nada más que Felipao quiere ser dueño de su propio futuro. Las condiciones de trabajo con la selección lusa han sido estresantes ya que ha debido formar un grupo en el que existían problemas de base y comunicación. Ahora la Federación Portuguesa quiere que Scolari no sólo se ocupe del primer equipo sino que además sea el responsable de las selecciones inferiores. Este trabajo motiva de forma especial a Scolari, ya que es un técnico que siempre se ha caracterizado por trabajar muy bien con los jóvenes futbolistas.
Scolari ha sido una de las voces autorizadas que ha escuchado la directiva azulgrana para dar el 'sí' definitivo por Deco. Felipao explicó a los dirigentes cómo era Deco como persona, un valor que la nueva junta valora de forma especial. Los informes no podían ser más favorables
Scolari piensa en clave azulgrana
Ha incluido una cláusula en su renovación como seleccionador de Portugal que le liberaría en caso de recibir una oferta del FC Barcelona
Cristina Cubero / OPORTO
Luis Felipe Scolari, Felipao, el entrenador de moda en el mundo después de clasificar a Portugal para la final de la Eurocopa, sigue teniendo al FC Barcelona en su horizonte. El gaúcho ha aceptado la renovación de su contrato con la selección lusa por los próximos dos años –hasta el Mundial de Alemania– pero ha hecho incluir una cláusula de liberación que le permita fichar por el FC Barcelona en caso de que le llegase una oferta del club blaugrana.
La posición de Scolari no es atípica en el mundo del fútbol ya que otros seleccionadores también han incluido cláusulas de este tipo al gustarles más el trabajo de club o viceversa. En el caso de Scolari ya aseguró tras ganar el Mundial de Corea y Japón con Brasil que su intención era entrenar un gran club en Europa, dijo que echaba de menos el día a día, la emoción de la competición semanal. Las ofertas que le llegaron a Scolari no le acabaron de convencer.
El trabajo que está realizando el gaúcho con la selección portuguesa es extraordinario. Pero Felipao nunca ha ocultado que algún día le gustaría entrenar al club del que le hablaron tanto y tan bien los entonces colaboradores de la seleçao brasileira, Sandro Rosell y Pepe Costa, ahora vicepresidente deportivo y ojeador del club, respectivamente.
Scolari estuvo en la lista de futuribles a ocupar el banquillo azulgrana ya el verano pasado, pero la apuesta de Joan Laporta por Rijkaard frenó esta posibilidad.
La inclusión de la claúsula en el contrato del técnico no significa nada más que Felipao quiere ser dueño de su propio futuro. Las condiciones de trabajo con la selección lusa han sido estresantes ya que ha debido formar un grupo en el que existían problemas de base y comunicación. Ahora la Federación Portuguesa quiere que Scolari no sólo se ocupe del primer equipo sino que además sea el responsable de las selecciones inferiores. Este trabajo motiva de forma especial a Scolari, ya que es un técnico que siempre se ha caracterizado por trabajar muy bien con los jóvenes futbolistas.
Scolari ha sido una de las voces autorizadas que ha escuchado la directiva azulgrana para dar el 'sí' definitivo por Deco. Felipao explicó a los dirigentes cómo era Deco como persona, un valor que la nueva junta valora de forma especial. Los informes no podían ser más favorables
sexta-feira, julho 02, 2004
Taça Intercontinental : FCPORTO - Once Caldas
A Taça Intercontinental vai ser entre o FCPORTO e o Once Caldas da Colombia que hoje eliminou o Boca Juniors.
Paulo Assunção é reforço
Que rica novela...primeiro a Abola anuncia o jogador perto do FCPORTO, depois é dado como certo no Sporting, com entrevistas à mistura e por fim acaba de voltar às Antas...é "guerra" meus senhores...alguém a quis, agora que aguente com as consequências.
Gostei muito da frase: " Se fosse para o Sporting iria subir mais um degrau na minha carreira, contudo ao vir para o FC Porto vou subir dez degraus. Vim para o Campeão Europeu! "
Gostei muito da frase: " Se fosse para o Sporting iria subir mais um degrau na minha carreira, contudo ao vir para o FC Porto vou subir dez degraus. Vim para o Campeão Europeu! "
quinta-feira, julho 01, 2004
De quem é o mérito?
De quem é o mérito da façanha de Portugal?
Muito simples:
50% Jogadores
40% José Mourinho
10% Scolari
Muito simples:
50% Jogadores
40% José Mourinho
10% Scolari
Jose Mourinho
Este artigo é dedicado a todos os FILHOS DA PUTA QUE DEFENDERAM SCOLARI até à derrota contra a Grécia...
Portugal-República Checa
Portugal, desde a derrota inicial, que se transformou como por obra e graça do Espírito Santo, numa equipa fortíssima, compacta, crente e com automatismos e rotinas que penso conhecer de algum lado. Foi muito melhor que a Holanda, não merecia sofrer tanto
Portugal já lá está, os checos ainda terão que penar para lá chegar. Admiro a organização e a mentalidade colectiva dos gregos, acredito que por isso poderão atingir a final, mas creio que os checos têm sido a equipa mais consistente e de futebol mais espectacular, sendo esta pois a final que mais me motivaria.
Portugal por outro lado, desde a derrota inicial, que se transformou como por obra e graça do Espírito Santo, numa equipa fortíssima, compacta, crente e com automatismos e rotinas que penso conhecer de algum lado.
Foi muito melhor que a Holanda, não merecia sofrer tanto. Teve sempre o controlo do jogo e a sua iniciativa, as maiores e melhores oportunidades, o desejo explícito de cada jogador deixar em campo a sua ultima gota. Figo, contente ou não com a substituição do último jogo foi um exemplar capitão na atitude explícita no esforço e na perseverança. Os últimos minutos são sempre emocionalmente difíceis, mas ocupar a área, dar a bola ao adversário e esperar o apito final, por vezes acaba mal...
Maniche
Talvez o melhor golo do torneio nos pés do melhor jogador da competicão. O golo já é conhecido, recordo o que marcou em Braga esta época, o jogador também é conhecido por tudo o que fez nos últimos dois anos.
Transformou-se num jogador absolutamente fantástico, que a Liga dos Campeões e a sua performance neste Euro colocaram na galeria dos colunáveis. Rendimento altíssimo e durante todo a época, mais recuado ou adiantado, com chuva ou com sol, em casa ou fora, no clube ou na selecção.
Ao pensar que esteve para não ser convocado, começo a sorrir!
Portugal-República Checa
Portugal, desde a derrota inicial, que se transformou como por obra e graça do Espírito Santo, numa equipa fortíssima, compacta, crente e com automatismos e rotinas que penso conhecer de algum lado. Foi muito melhor que a Holanda, não merecia sofrer tanto
Portugal já lá está, os checos ainda terão que penar para lá chegar. Admiro a organização e a mentalidade colectiva dos gregos, acredito que por isso poderão atingir a final, mas creio que os checos têm sido a equipa mais consistente e de futebol mais espectacular, sendo esta pois a final que mais me motivaria.
Portugal por outro lado, desde a derrota inicial, que se transformou como por obra e graça do Espírito Santo, numa equipa fortíssima, compacta, crente e com automatismos e rotinas que penso conhecer de algum lado.
Foi muito melhor que a Holanda, não merecia sofrer tanto. Teve sempre o controlo do jogo e a sua iniciativa, as maiores e melhores oportunidades, o desejo explícito de cada jogador deixar em campo a sua ultima gota. Figo, contente ou não com a substituição do último jogo foi um exemplar capitão na atitude explícita no esforço e na perseverança. Os últimos minutos são sempre emocionalmente difíceis, mas ocupar a área, dar a bola ao adversário e esperar o apito final, por vezes acaba mal...
Maniche
Talvez o melhor golo do torneio nos pés do melhor jogador da competicão. O golo já é conhecido, recordo o que marcou em Braga esta época, o jogador também é conhecido por tudo o que fez nos últimos dois anos.
Transformou-se num jogador absolutamente fantástico, que a Liga dos Campeões e a sua performance neste Euro colocaram na galeria dos colunáveis. Rendimento altíssimo e durante todo a época, mais recuado ou adiantado, com chuva ou com sol, em casa ou fora, no clube ou na selecção.
Ao pensar que esteve para não ser convocado, começo a sorrir!
Ar irrespirável até 2006
Fiquei hoje a saber que o ar vai ficar ainda mais irrespirável, pois o Cholari disse que vai casar com o Madaíl até 2006, e ainda pior vai tomar conta de todos os escalões da selecção...
Como é possível?
- Só lhe reconheço um único mérito deste seleccionador que foi ter dado a cambalhota depois de ano e meio a apostar na "sua" selecção...
- Não deu mostras de competência. Deu mostras de teimosia. Se fosse português teria sido corrido antes do Euro, mas como é estrangeiro deixaram-no ficar.
- Os resultados embora positivos, não devem esquecer o que de mau se passou nos meses anteriores.
- Depois, a natural e demasiada afeição que ele demonstrou como o Brasil durante os festejos do jogo Portugal-Inglaterra fazem-me duvidar da sua objectividade. Como é que será se Portugal tiver que jogar contra o Barsil no Campeonato do Mundo?
Por estas e por muitas outras a Minha ÚNICA SELECÇÃO ATÉ 2006 CHAMA-SE : FCPORTO.
Como é possível?
- Só lhe reconheço um único mérito deste seleccionador que foi ter dado a cambalhota depois de ano e meio a apostar na "sua" selecção...
- Não deu mostras de competência. Deu mostras de teimosia. Se fosse português teria sido corrido antes do Euro, mas como é estrangeiro deixaram-no ficar.
- Os resultados embora positivos, não devem esquecer o que de mau se passou nos meses anteriores.
- Depois, a natural e demasiada afeição que ele demonstrou como o Brasil durante os festejos do jogo Portugal-Inglaterra fazem-me duvidar da sua objectividade. Como é que será se Portugal tiver que jogar contra o Barsil no Campeonato do Mundo?
Por estas e por muitas outras a Minha ÚNICA SELECÇÃO ATÉ 2006 CHAMA-SE : FCPORTO.
Subscrever:
Mensagens (Atom)