Nas muralhas da cidade
Há 13 horas
Vou tentar exprimir tudo o que me vai na alma portista... "FAZEM FALTA PESSOAS COM LIBERDADE PARA DIZER O QUE PENSAM." Rui Madeira
Da noite para o dia, das alturas para o chão, do deslumbre para o bocejo. O FC Porto que esmagou o Milionários, na Colômbia, e o que difícilmente levou de vencida o Celta de Vigo, não podem ser uma e a mesma entidade. Em Bogotá, vi lampejos do melhor FC Porto da última década - o de Mourinho que venceu a Taça UEFA — até mesmo no regresso ao equipamento mais tradicional e mais bonito: várias riscas de verdadeiro azul celeste, em contraste feliz com o horrendo equipamento da época passada. No Dragão, contra os vizinhos galegos, revi o FC Porto do passado próximo - o de Vítor Pereira — que gostaria de imaginar definitivamente ultrapassado. Vejamos cada jogo de sua vez.
Em Bogotá, ainda digerindo as seis horas de diferença horária, sob um clima tropical e a uma altitude de 2600 metros, a que a grande maioria dos jogadores da equipe não está habituada, os nortistas deram um verdadeiro show de bola e de futebol ofensivo, revelando, alem do mais, uma condição física notável para principio de época. Danilo deu um show à parte e Jackson Martinez marcou um golo de génio, mas o grande destaque foi o funcionamento da equipa, como um bloco dinâmico e imaginativo, em perpétuo movimento vertical, segura atrás, criativa no meio, desequilibradora na frente. Fiquei acordado para ver o jogo até às três e meia da manhã e dei a noitada por bem empregue. Confesso até que me fui deitar nas nuvens, feliz com o que tinha visto, contente por saber que os jogadores estiveram à altura do cartaz que o clube tem já na terra de Garcia Marquéz e que só pode agora ter saído acrescentado.
E veio a apresentação aos adeptos, num estádio do Dragão entusiástico e a rebentar pelas costuras, estreando um novo relvado - que, se ainda não é tão bom como o anterior, também não se apresentou mal. Percebi que aquela enchente significava que os adeptos comungavam do meu entusiasmo pelo rumo que a pré-época estava a levar. Mas, pobres adeptos e vão entusiasmo: foi-nos servida uma verdadeira seca futebolística, como se nada de essencial tivesse mudado desde a época anterior. Muita posse de bola, muitos passes para trás e para o lado, muitos passes em profundidade para o ataque — quase sempre falhados e a dispensarem a construção de jogo ofensivo colectivo — e raras oportunidades de golo. No fim, uma vitória arrancada com um golo irregular e até mais oportunidades para o 1-1 do que para o 2-0. Salvou-se mais uma vitória, a sexta em seis jogos de preparação. Mas aquele público merecia bem mais.
Compreendo e aceito todas as explicações dadas por Paulo Fonseca para o pobre espectáculo apresentado, e ainda bem que ele o reconheceu, dizendo que aquilo esteve longe do que a equipa pode já fazer. E, aliás, quero também elogiá-lo pela franqueza e humildade com que reconhece estar cheio de dúvidas quanto ao onze titular. Face ao que se tinha visto até ao jogo contra o Celta, e mesmo sem ter visto ainda verdadeiramente o que valem os reforços Herrera, Quintero, Rodrigo, Tiago e Reyes, as exibições individuais dos restantes prometiam e prometem grandes dores de cabeça, das boas, para o novo treinador portista. Longe de mim a pretensão de tentar ajudá-lo, mas apenas a de dar a minha opinião como adepto. A defesa, penso que é pacifica: Helton, Danilo, Otamendi, Mangala e Alex Sandro - a mesma do ano passado, que tão poucos golos consentiu. No meio-campo é que estão os maiores e bons problemas, sobretudo porque, reconhecendo que este era o sector mais desfalcado e fraco, foi ele o mais reforçado. Mas, antes de apontar a minha opção, quero começar por dizer que ainda não percebi as vantagens do tal triângulo invertido, com dois médios recuados e Lucho adiantadíssimo. Compreendo o efeito que isto pode tirar das características de Lucho, poupando-o mais para a zona do último passe, onde ele agora reina sozinho, após a saída de James. Mas para quê dois médios defensivos se em 90% dos jogos da época vamos ter de jogar ao ataque contra equipas todas recolhidas atrás da linha da bola, como já se viu contra o Celta? Pelo contrário, o que eu questiono muitas vezes é a utilidade de ter sequer um médio defensivo - ainda para mais, quando esse médio defensivo, com lugar cativo, que é o Fernando, apenas sabe destruir e é incapaz de construir? Ir buscar três médios tecnicistas e criativos, como Josué, Herrera e Quintera, para deixar dois deles no banco, parece-me um desperdício (e isto não falando já na hipótese absurda de preterir qualquer um deles ao banalíssimo Deffour, que nada tem que o recomende particularmente, incluindo o penteado, que não deveria ser admissível num clube com os pergaminhos do FC Porto). Nesta perspetiva, eu deixava lá o triângulo invertido quanto muito para os jogos da Champions contra os tubarões europeus e jogaria habitualmente com dois ou mesmo três médios de ataque nos restantes jogos. Aliás, quando leio Paulo Fonseca a dizer que seria complicado tentar explicar aos jornalistas como funciona ou deve funcionar o tal triângulo invertido, não posso deixar de cismar como conseguirá ele explicá-lo aos jogadores... E, na frente, tirando o inevitável Jackson Martinez... temo muito que se prepare mais uma época para o inevitável Silvestre Varela, tanto mais que ele tem a seu favor dois factores: ser o único, ou destinado a ser habitualmente o único português da equipa, e ter uma boa imprensa. Uma imprensa que vê nele qualidades que eu há muito desisti de ver; que, quando ele falha um golo fácil, rematando com força a mais e por alto, escreve que disparou um míssil logo a abrir o jogo, catapultando-o para uma boa exibição, que eu não enxerguei. Mas reconheço-lhe uma qualidade: é um pé quente, que se desvia sabiamente do seu lugar para aparecer na zona de remate, marcando muitos mais golos do que as suas pobres exibições justificam. Temo, assim, que um dos flancos seja entregue ao inevitável Varela, e, visto que não parece haver vontade de aproveitar o último ano de contrato de Atsu (o que eu acho um crime de lesa-clube e de lesa-futebol), sobram dois candidatos para um lugar: Kelvin e Iturbe. Parece-me que Pauto Fonseca não está disposto a abdicar de nenhum deles e ainda bem. Comprar talentos novos para os emprestar por sistema é-me incompreensível. Não consigo compreender, por exemplo, porque vai o Benfica comprar o Pizzi ao Atlético de Madrid para o emprestar ao Espanhol, ou, ainda mais estranho, porque compra o FC Porto o Tiago ao Guimarães para o emprestar... ao Guimarães! Sim, eu conheço a argumentação desportiva, de fazê-los evoluir noutro clube onde joguem mais, ect e tal. Mas é um capricho, uma politica, de gente rica. E que o não é.
2- Parabéns ao Benfica e a L. F. Vieira pela inauguração do seu museu: pelo que li e vi em fotografia, parece-me ser bem mais e melhor do que um simples armazém de troféus, antes tendo uma preocupação de contar a história do clube, integrada na história das épocas que ele atravessou. Mas seria capaz de apostar que, aproveitando uns meses de atraso e a experiência do rival, o museu do FC Porto vai conseguir ser ainda melhor. Pinto da Costa prometeu qualquer coisa jamais vista em lugar algum nesta matéria, e, com a experiência do Estádio do Dragão, do Dragão Caixa e do Porto Canal, por exemplo, eu sei que o FC Porto, quando lança mãos a uma obra, deixa todos para trás.
PS: Caro Eduardo Barroso: espero que as férias estejam a correr bem e ainda longe do fim. Abusa, porque no outro mundo não há férias, tirando as definitivas. Mas, se não estou em erro, os peixes que tu, o teu filho e o Filipe, da Restinga, seguravam nos braços nas tuas fotografias da semana passada, não eram chernes, mas sim garoupas. Os chernes são mais escuros e de cabeça maior. Estarei errado? Um abraço, do outro lado da Ria.
in abola
Perante a rigidez negocial do FC Porto, que sempre invocou a cláusula de rescisão de 40 milhões de euros para proteger até ao limite a saída de Jackson Martínez, o Nápoles demarcou-se da corrida depois de andar várias semanas a namorar o goleador.
«O FC Porto não cede e nós não podemos entrar em loucuras», confessou o director-desportivo do clube italiano, Riccardo Bigon.
O Nápoles teria preparada uma oferta por Jackson a rondar os 30 milhões de euros e inclusivamente conversou diretamente com o empresário do jogador, Luis Manuel Manso, tentando perceber se a oferta seria suficiente para convencer os dragões, mas compreendeu que chegar ao goleador colombiano era missão quase impossível. «O sucesso da operação não estava garantido, e por isso decidimos afastar-nos. Já temos, aliás, uma equipa muito competitiva», argumentou Riccardo Bigon.
O jornal La Gazzetta dello Sport chegou mesmo a avançar com a iminência do acordo com o jogador, com um contrato de quatro anos a ter correspondência salarial de oito milhões de euros, mas a verdade é que a intransigência negocial do FC Porto deitou as intenções dos napolitanos por terra. Depois da aposta em Higuaín, contratado ao Real Madrid por 37 milhões de euros, novo esforço financeiro de 40 milhões seria demasiado expressivo para as finanças do clube. O Nápoles fez o possível para baixar a parada para números mais convenientes, mas acabou por falhar completamente na aproximação aos dragões.
in abola
O guarda-redes turco já participou do treino matinal dos portistas. Tem 24 anos e como sénior jogou em dois clubes belgas, o Genk e o Standard Liège.
O guarda-redes que marcou na Champions
O FC Porto assegurou a contratação de Sinan Bolat, guarda-redes de 24 anos que na época passada atuou no Standard de Liège, da Bélgica.
Internacional Sub-19, Sub-21 e seniores da Turquia, Bolat mede 1,90 metros e já esta manhã treinou no Olival. Aliás, não escapou sequer à "praxe" a que são sujeitos todos os reforços, sendo obrigado a passar pelo "túnel" feito pelo plantel. Quintero, que até já jogou contra o Celta de Vigo, foi obrigado ao mesmo no primeiro treino no Olival.
Bolat estreou-se no campeonato belga em 2005, com apenas 17 anos, ao serviço do Genk, clube onde cumpriu a última etapa da formação, depois de ter começado no Zonhoven. Em janeiro de 2009 transferiu-se para o Standard de Liège, tendo nesse ano defrontado o Braga na Liga Europa. Jogou os primeiros 45 minutos, acabando substituído ao intervalo numa altura em que o jogo estava empatado a zero.
in ojogo
«Estou com mais medo do que frio na barriga, porque é uma história nova, casa nova, situação nova, adaptação, língua nova, e são coisas naturais», comentou Bernard, aos jornalistas brasileiros.
in maisfutebol
"...pastelão...sem qualidade nenhuma com tendência a piorar..."
"...o jogo também confunde(a propósito dos guarda-redes do Celta de Vigo)...isto não é jogo..."
"...jogo sonolento que até o relógio do estádio parou..."
"...a defesa é uma aflição..."
"...Celta de Vigo com as melhores oportunidade do jogo, só na 2º parte 4 oportunidades de golo falhadas..."
"...uma exibição apática...descolorida..."
"...a forma como o jogo termina é reflexo do que foi o jogo..."
Facebook de Varela e Jackson: esclarecimento
O extremo e o avançado não têm conta na rede social e, por isso, as declarações atribuídas a ambos devem ser ignoradas
Jackson e Varela, através do FC Porto, esclarecem que não são titulares das contas em que lhes são atribuídas, esta quarta-feira, declarações. "Hoje à 01h30 portuguesas jogo provavelmente pela última vez com a camisola deste grande clube! Quero agradecer do fundo do coração ao FC Porto por todas estas conquistas e a todos que sempre me apoiaram! Obrigado! Segue-se o campeonato inglês", foi a mensagem associada a uma suposta conta de Varela, que é notícia em Inglaterra por causa do interesse do West Ham.
No que diz respeito a Jackson, também a conta de facebook que publicou em nome dele não lhe pertence. No dia em que uma rádio colombiana o deu como transferido, o colombiano teria reagido. "São mentiras só para vender. Quero ficar no FC Porto". Também neste caso, deve ignorar-se a mensagem, avançou fonte portista a O JOGO, que não deu crédito a nenuma dessas mensagens, usando-as agora apenas a título de esclarecimento.
Tal como já foi escrito, os portistas negam estar em negociações para transferir o avançado colombiano, contrariando a versão avançada na Colômbia.
Quartos de hotel assaltados enquanto os jogadores defrontavam o Nacional de Medellín. Levaram dinheiro... mas não só
Vários elementos da comitiva do Sevilha, incluindo alguns jogadores, viram os seus quartos num hotel de Medellín assaltados na noite desta terça-feira, enquanto a equipa disputava uma partida amigável diante dos colombianos do Nacional.
"Levaram Ipads, relógios, documentação, cartões de crédito e dinheiro. Há imagens do ladrão e já estão a tentar localizá-lo", afirmou José María Del Nido, presidente do Sevilha.
A polícia já terá dito às pessoas do Sevilha que um empregado do hotel terá sido conivente com este assalto em Medellín, cidade que fica a cerca de 400 km de Bogotá, onde o FC Porto vai defrontar, esta quinta-feira, um encontro de preparação diante do Millonarios.
Os espanhóis aperceberam-se que tinham sido assaltados quando regressaram de um encontro que terminou empatado a uma bola. O português Daniel Carriço foi titular no centro da defesa dos andaluzes, formando parelha com Fázio.
in abola e maisfutebol
«A UEFA já tornou público os números dos prémios monetários das competições europeias da temporada 2012-2013. Apesar de ter chegado à final da Liga Europa, o Benfica não foi o clube português que mais ganhou: o FC Porto, eliminado nos oitavos-de-final da Champions, encaixou 19,4 milhões de euros, contra os 19,6 que os “encarnados” somaram no percurso pela Liga dos Campeões e, depois, pela Liga Europa»É...concordo com aqueles que dizem que temos de melhorar a participação europeia, e que a última época foi uma desgraça, como afirmam certos egos inchados...20 milhões de euros é canja para qualquer treinador do FC Porto alcançar...basta não ser tão incompetente como o último:-)
in publico
O FC Porto aterrou em Bogotá ao início da madrugada, mas, apesar da hora tardia, duas televisões colombianas aguardavam a comitiva portista.
O FC Porto saiu do aeroporto por uma porta lateral fintando os jornalistas colombianos que aguardavam a chegada.
in ojogo
FC PORTO, Sporting, Benfica e Braga: ainda nenhum deles perdeu um jogo de preparação. Não há como a pré-época para criar grandes expectativas nos adeptos! E, por isso, cautelarmente, todos os clubes, mesmo os enormes, começam por escolher adversários da treta para irem ganhando ritmo, ao ritmo das vitórias. Amolecidos pelo sol e pela praia, em dias e noites indolentes, os adeptos do futebol seguem à distancia e pelos jornais as notícias dos primeiros passos dos seus clubes. E, tirando aqueles adeptos doentes - do género dos que fazem esperas nos aeroportos ou vão até ao centro de treinos só para verem os craques nas suas bombas (então nada preocupados com as fortunas que eles ganham) - os outros, os adeptos normais, gostam de ler as noticias, mas verdadeiramente ainda não estão empenhados na militância e não acreditam nas descrições cor-de-rosa que lhes são dadas pelos jornalistas que acompanham o seu clube. Fulano, acabado de comprar, já começa a deslumbrar; Beltrano, que na época anterior não jogou nada, este ano promete ser o destaque principal da equipa; Sicrano, também acabado de comprar, precisa de mais tempo para se adaptar» - uma línguagem cifrada que quer dizer que provavelmente é um barrete; e, quanto à equipa, esta já «começa a assimilar os processos do novo treinador», o qual é invariávelmente elogiado por todos. Bendita paz, benditas esperanças!
Paralelamente, prossegue entretanto o folhetim das compras e vendas, do deve e haver, a história daquele cuja saída é dada como iminente todos os dias, e a daquele que, depois de o treinador dizer que conta com ele e o presidente jurar que não sairá a não ser pela sempre surreal cláusula de rescisão, acaba subitamente vendido por metade dela e sem pré-aviso: uma manha acordamos, olhamos para o jornal e constatamos que o nosso jogador preferido já o era. No que me diz respeito, de há muito que tento munir-me de uma couraça contra esse tipo de notícias, pois já sei que quem sai são sempre os que interessam e quem fica os que não interessam. Infelizmente, no negócio das grandes vendas aos grandes ricos e novos-ricos europeus, não há lugar para lhes enfiar barretes: eles sabem bem quem são os verdadeiramente bons e que valem dinheiro a sério e quem são os que de vez em quando fazem um bom jogo. É assim que todas as pré-épocas tenho visto sair, um a um, e por vezes dois de uma vez, todos os grandes valores revelados pelo FC Porto: McCarthy, Deco, Lisandro Lopez, Ricardo Carvalho, Derlei, Carlos Alberto, Maniche, Ricardo Quaresma, Pepe, Falcão, Hulk, Moutinho, James.
Este ano, confortado pelos 70 milhões facturados com as vendas de Moutinho e James ao novo-rico Mónaco, logo no inicio da época das compras, o FC Porto tem-se espraiado em aquisições a torto e a direito, incluindo de alguns que logo se percebe que são comprados para serem imediatamente emprestados - um conceito de gestão difícil de entender em qualquer outra empresa privada, mas muito comum entre os grandes de Portugal. Foi assim que ficámos a saber, por exemplo, que o Benfica tem ao seu serviço, sob contrato, nada menos do que 104 profissionais seniores. Não admira que Luís Filipe Vieira, assustado com os encargos de pagar ordenados a este exército de excedentários, desespere pela grande venda deste Verão, tantas vezes anunciada, mas ainda não confirmada, apesar de não faltarem nomes: Garay, Gaitan, Salvio, Ola John, etc. E, quando ainda faltam cinco semanas para que este jogo termine, não admira também que ele ainda se permita abrir a boca em grande, pedindo, por exemplo, 40 milhões pelo Salvio (o preço do Hulk...). Mas lá mais para diante, quando se aproximar a data de 31 de Agosto, e em não ter havido ainda nada de concreto, os 40 milhões virão fatalmente por aí abaixo. É a regra do jogo.
No que respeita ao FC Porto, que é o que mais me interessa, as saídas vão em três (terminado, sem glória nem proveito, o contrato de seis meses de Liedson), e as aquisições vão em nove, anunciando-se ainda como iminente a compra do jovem extremo esquerdo brasileiro Bernard, uma tentação caríssima, mas que o clube parece não querer descartar. Nunca o vi jogar, mas estranho a aquisição de um jogador para uma posição onde já existem o Varela (cuja venda só acredito depois de ver), o Kelvin, o Iturbe e ainda Cristian Atsu, que eu não desisto de ver recuperado e integrado, porque esse, para mim, está destinado a ser um fora-de-série. Mas também é estranho que, já com seis defesas centrais, o FC Porto tenha dado dez milhões por mais um, o mexicano Reyes. Ou que tenha comprado, de uma assentada, nada menos do que seis médios, a juntar aos quatro que já lá estavam. Enfim, são coisas que sempre me fizeram a maior confusão, ainda mais agora em que o futebol não passa imune à crise económica do pais e da Europa. Menos gente nos estádios, menos lugares anuais vendidos, menos receitas publicitárias, e cada vez mais despesas. Sempre à espera de serem compensadas pelas receitas extraordinárias das vendas fabulosas de jogadores. Até ao dia...
Anteontem, finalmente, e porque isso aconteceu num horário compatível com a vida de Verão, lá consegui enxergar pela primeira vez esta época o FC Porto de Pauto Fonseca. Vi a segunda parte do jogo disputado na Venezuela perante um clube de que nunca ouvira falar, com um nome que junta uma espécie de indicativo da Nova Zelândia com o nome porque é conhecida a minha mulher: Anzategui. Mas deixem-me começar por dizer que vejo muito auspiciosamente a deslocação do FC Porto a países como a Venezuela e a Colômbia (onde o clube começa a ter um grande cartaz). Usar a pré-época para levar o clube até mercados emergentes, económica e futebolisticamente, como o fazem os grandes da Europa, é uma aposta de futuro que vale a pena cultivar. Como também é muito bom ver o clube num torneio a sério - o torneio do Arsenal, em Londres - depois de um outro torneio menor, já disputado e ganho, na Suíça, contra o Marselha
Porque antes estive entretido com uma abrótea com amêijoas e um xerém com lingueirão, já só consegui chegar a tempo de ver a segunda parte - e parece que não perdi nada por não ter visto a primeira, excepto avaliar alguns novos jogadores. Mas o que vi na segunda parte, deixou-me satisfeito. Apesar da viagem de véspera, do fuso horário com 6,5 horas de diferença (uma curiosidade anti-imperialista de Hugo Chavez), pesar do calor e humidade equatoriais, o FC Porto deu tranquilamente, com autoridade determinação, a volta a um jogo que perdia ao intervalo e que voltou a estar a perder aos 61 minutos, terminando com um 4-2 escasso para as oportunidades criadas. Gostei muito de ver a exibicão de Iturbe, cuja ostracizacão por parte de Vítor Pereira passei um ano a execrar. E ainda bem que Paulo Fonseca, demonstrando personalidade própria e profissionalismo, decidiu primeiro ver os jogadores marginalizados, como Iturbe ou Fucile, antes de decidir de cruz a sua dispensa. Gostei do pouquíssimo que vi de Herrera, do Lucho em terrenos de definição, e da consistência de Jackson Martinez, apesar de dois golos desperdiçados na cara do guarda-redes. Não gostei da persistência do jogo inutilmente faltoso do Fernando (que deu origem ao segundo golo venezuelano), e das más saídas de Fabiano a bolas altas. Gostei do que vi, mas vi muito pouco do pacote de aquisições para a nova época. E, sendo muito cedo para avaliar e tirar conclusões do padrão de jogo de Paulo Fonseca, não sabendo sequer se os 45 minutos que vi correspondem às suas ideias, gostei também de ver um jogo bem mais variado e mexido, mais agradável à vista, do que a monotonia da posse e mais posse de bola que era o futebol de Vítor Pereira.
Sim, também eu acalento grandes esperanças para a época 2013/2014.
in abola
O FC Porto entrou com veia goleadora, no primeiro jogo na digressão pela América do Sul, na Venezuela, mas não difarçou insegurança defensiva, ao sofrer dois golos, frente ao Deportivo Anzoátegui.
A equipa de Paulo Fonseca venceu, por 4-2, com destaque para Lucho, Iturbe e Silvestre Varela. O internacional português marcou dois golos, os argentinos estiveram nas assistências.
Os venezuelanos marcaram primeiro, por Aguilar, aos 39 minutos. Jackson Martínez empatou, já na segunda parte (62'). No entanto, o Anzoátegui voltou a adiantar-se, por Fuenmayor. Mangala (63') e Varela (65' e 90+4').
Onze incial do FC Porto: Fabiano, Fucile, Maicon, Mangala e Alex Sandro; Fernando, Defour e Carlos Eduardo; Varela, Iturbe e Ghilas.
O FC Porto volta a jogar, para a Taça Euro-Americana, na quarta-feira, na Colômbia, com o Millionarios.
in rr
ONDE ESTÁ O BRUMA?
O meu caro Eduardo Barroso ficou muito escamado por eu ter escrito sobre o Sporting (coisa que, aliás, não me ocorre com frequência), divergindo da linha politicamente correcta de apoio a Bruno de Carvalho. Obviamente, não o incomoda que eu fale da van de sérvios contratada pelo Benfica e, menos ainda, que me questione sobre a necessidade de o FC Porto dar 10 milhões por um defesa central, a acrescentar aos outros seis que já lá tem. Que eu critique actos de gestão dos outros, e particularmente do meu clube, ele deve achar excelente; mas que ouse beliscar o génio gestionário do novo presidente do Sporting, isso parece que é crime de lesa - Majestade. E, do alto da sua incomodidade, ele grita: « Deixem -nos em paz!»
Impossível, meu caro Eduardo. A direcção deste jornal paga-me para eu, bem ou mal, dar a minha opinião sobre os assuntos que interessam, e não para calar alguns, a pedido do Eduardo Barroso ou de quem quer que seja. E acredite que já tive alguns pedidos insistentes, digamos assim, para não falar disto ou daquilo. Mas quando aqui cheguei, estabeleci logo, no meu primeiro texto, as regras do jogo: não tinha a pretensão de me imaginar isento - visto que reconheço que as cores clubisticas deformam qualquer juízo, e eu não serei excepção - mas seria sempre independente, no sentido de não estar ao serviço do meu clube nem de quaisquer interesses que não aquilo que penso. E julgo que os meus leitores já aprenderam que nunca evitei as criticas que entendi justas fazer ao FC Porto e seguramente que não esperam ver-me a gastar metade de um texto a apelar à venda de gameboxes para o Dragão ou a compras na Loja Azul. Apesar de aqui fazer apenas opinião, eu venho do jornalismo e sei que, mesmo na opinião, a independência não é uma questão menor.
Entre outras coisas, o Eduardo Barroso não gostou que eu tivesse escrito que comprar um jogador por 300 mil euros e logo colocar-lhe uma cláusula de rescisão de 60 milhões, como o Sporting fez com Cissé, é uma jogada de marketing para excitar sócios e nada mais do que isso. Pois então, agora acrescento: é também uma forma indelicada de ofender o vendedor (a Académica), fazendo passar a mensagem de que venderam caviar julgando estar a vender ovas de sardinha.
Não gostou que eu tivesse escrito que o corte de relações com o FC Porto, decretado por Bruno de Carvalho, não passou de uma bravata sem sentido, também para impressionar os sócios. Então, vou repetir o que já escrevi antes: não ponho as mãos no fogo pelo dirigente portista Adelino Caldeira. Mas também não assisti à cena de Olhão e apenas tenho a versão do «ofendido» - e sei que ela foi causada pelas anteriores declarações provocatórias e ofensivas do presidente do Sporting sobre o FC Porto: não surgiu do nada. Mas, de qualquer forma, penso que um dirigente, numa cena pessoal, não representa toudo um clube - e, se assim fosse, também o FC Porto poderia ter cortado relações com o Sporting, quando um dirigente deste clube insultou um dirigente portista no camarote presidencial de Alvalade, durante o último Sporting-FC Porto.
Já aqui escrevi que tenho apreciado a forma como Bruno de Carvalho se tem atirado aos empresários do futebol, aos ganhos pornográficos deles e de alguns jogadores, e a certos negócios esconsos que por aí proliferam. Escrevi-o e mantenho-o. Mas temo que o estilo casca-grossa de Bruno de Carvalho, aplicado a torto e a direito para impressionar o pagode, venha a causar mais danos do que ganhos ao Sporting. Causa um grande efeito mediático cortar relações com o FC Porto, não se desse o caso de depois ficar à mercê da represália, como depois aconteceu com o caso Bruma. Quem escolhe ir à guerra, deve estar preparado para dar e levar: não pode declarar guerra e depois gritar; «Deixem-nos em paz!»
Para mim, é claro que, por estratégia, Bruno de Carvalho escolheu, desde o primeiro momento, desafiar o FC Porto e, consequentemente, buscar apoio junto do Benfica. Está no seu direito, já vários outros o fizeram antes dele, mas depois não se pode queixar, se as coisas lhe correrem mal. É caricato vê-lo a queixar-se, por exemplo, de o FC Porto ter comprado o Ghilas ao Moreirense, sem que este último, supostamente, tivesse feito uma notificação em devida forma ao Sporting para exercer, querendo, o seu direito de preferência. Como se o comprador tivesse alguma coisa a ver com isso ou como se pudesse ser legal um direito de preferência sobre o trabalho de alguém! Imaginem que eu, querendo sair da empresa A para ir trabalhar para a B, não o podia fazer a não ser que fosse para a empresa C, com quem a empresa A tinha celebrado um direito de preferência sobre a minha pessoa!
Esse estilo de «cheguei e agora vai tudo de arraso!» é o que está na génese do caso Bruma onde os erros de sensibilidade e de gestão de Bruno de Carvalho davam para fazer um manual de tudo o que não deve ser feito, querendo segurar um jogador. Eu sei que, às vezes, não há nada a fazer contra a vontade dos jogadores ou de quem os controla, como é o caso da renovação de Oblak com o Benfica ou de Atsu com o FC Porto (também ele resgatado a um futuro de miséria em África e criado nas escolas do FC Porto). Acontece a todos e, no fim de contas, não vale a pena lamentar-se ingenuamente da ingratidão do jogador ou daqueles que não deixam o Bruma ficar «no clube do seu coração», como escreveu o Eduardo Barroso. Primeiro, porque, salvo raríssimas excepções, o único clube do coração que eles têm é o Banco Central Europeu, que fabrica os euros, e depois porque, como estamos a falar de pessoas e do direito que têm de escolher o seu trabalho, a forma de os desconvencer e atrair é tudo o contrário do que fez Bruno de Carvalho. Antes de começar a falar grosso e a cortar relações com todos - o tutor, o empresário e o advogado antes de exigir entender-se directamente com Bruma, sem empecilhos pelo melo, ele devia ter olhado para a situação jurídica do contrato do jogador. E, se o tivesse feito, terá constatado que, como aqui escreveu Paulo Teixeira Pinto, um contrato que prolonga por mais um ano o limite de três que a lei permite celebrar com um menor de 18 anos não passa de uma grosseira fraude à lei, que até deixa mal a parte que a invoca.
Mas eu tenho de confessar várias coisas: primeiro, que nunca vi o Bruma jogar e portanto não sei sequer se justifica tanto barulho. Segundo, que não faço a menor ideia se o FC Porto está ou não de olho nele, ou se isso não passa de encenação com o habitual mau da fita. Terceiro, que, como forma de responder à bravata do corte de relações, até percebo a tentação de ir buscar o Bruma a Alvalade, ainda por cima a custo zero — embora, pessoalmente, prefira a aposta nos que já lá estão para o mesmo lugar: Iturbe, Atsu, Kelvin. E, em quarto lugar, não desejo, sinceramente, esse desfecho: teria qualquer coisa de abuso de posição dominante, que não me agrada. Todavia, confesso ainda que não é possível ocultar o sorriso irónico que causa o pânico instalado pelas bandas de Alvalade, nomeadamente vendo o presidente do Sporting a arrepiar caminho, tentando agora entender-se com o empresário que antes esconjurava.
Repito que tenho seguido com interesse e alguma admiração os primeiros passos de Bruno de Carvalho na sua terrível empreitada. Reitero todo o respeito e simpatia que sinto, instintivamente, pelo Eduardo Barroso. E, como toda a gente que prefere ganhar numa competição que não seja apenas a dois, desejo que o Sporting, paulatinamente, regresse ao lugar que já foi seu. Mas não o conseguirá com bravatas inúteis e uma pose de grande senhor perante quem as leis, os contratos e os costumes devem ceder. E o grito de «deixem-nos em paz!- faz lembrar o grito de «tér, tér!» , que, em Alcácer Quibir, destroçou os exércitos de um jovem rei que também achou que era só chegar e vencer.
in abola
Es todo un clásico del mercado. El Oporto y Pinto da Costa vuelven a cruzar el charco para buscar incorporaciones en América. De momento, el conjunto portugués ya ha fichado a tres futbolistas con pasaporte americano. Héctor Herrera y Diego Reyes (México) y Juan Fernando Quintero (Colombia) son las últimas operaciones que se repiten en Do Dragao temporada tras temporada.
Y es que el Oporto, a diferencia del resto de grandes de Europa, ficha barato y vende caro. Su apuesta por las promesas americanas es clara y el resultado, a la vista está, no puede ser mejor. En los últimos cinco años, Pinto da Costa ha abonado casi 100 millones de euros únicamente por jugadores americanos: Jackson Martínez, James Rodríguez, Falcao, Danilo Otamendi, Iturbe... y así hasta un sinfin de futbolistas.
Tal es el gusto del equipo luso por jugadores de esta procedencia que, actualmente, de los 35 jugadores que forman la plantilla, 18 son jugadores nacidos en América. Un número que, lejos de reducirse, tiende a crecer con el paso de cada temporada.
Como decíamos, compra barato y vende caro. Los ejemplos más claros o, dicho de otra forma, los jugadores por los que han obtenido una mayor rentabilidad están hoy en la boca de toda Europa: Falcao (42 millones de beneficio), James Rodríguez (+38 millones), Hulk (+35 millones) y Guarín (+ 10 millones).
Un bucle en el que vive el Oporto cada año. Quintero, la perla colombiano que llega tras abonar 5 millones de euros al Pescara, es la última adquisición que apunta a inversión de futuro. El último eslabón de una cadena tremendamente productiva que hace del Oporto uno de los equipos más saneados económicamente de Europa.
jaime.rincon@marca.com
in marca
A rádio colombiana "Antena 2" avançou, esta quinta-feira, que Jackson Martínez terá alegadamente salários em atraso no FC Porto. A notícia refere mesmo que o avançado pode rescindir com os azuis e brancos.
A "Antena 2" adianta "que serão já três os meses de ordenados em atraso", motivo pelo qual Jackson "pode terminar contrato com o FC Porto". A rádio colombiana justifica o caso com o facto de o tricampeão nacional estar a atravesar "muitos problemas económicos".