in manhices
Exactamente...aliás não percebo porque tratamos tão mal os lampiões...eles são uma fonte de alegrias inesgotável...:-)
in ojogo
Ah, então havia mais qualquer coisa do que as arbitragens...:-)
Vou tentar exprimir tudo o que me vai na alma portista... "FAZEM FALTA PESSOAS COM LIBERDADE PARA DIZER O QUE PENSAM." Rui Madeira
" Com Defour mais próximo de Fernando e com Lucho nas funções assumidas de 10, se pressão entrar alta, Fernando vai jogar mais por trás, com Defour ligeiramente adiantado. Se não se fizer pressão alta, aí Defour jogará mais em linha com Fernando para tentar dar mais consistência defensiva. A atacar, Fernando só vai beneficiar se jogar mais virado para os lances, porque tem mais dificuldades a jogar de costas e a receber a bola entre linhas. A jogar de frente, tem capacidade para meter passes por dentro, ou apoiar nos desequilíbrios ofensivos pela direita, ou pela esquerda", explica Rui Quinta, treinador adjunto de Vítor Pereira na época passada.
"Com André Villas-Boas, notaram-se outras mudanças na forma como se posicionava em campo. Passou a surgir com um raio de acção maior, aparecendo até mais próximo do ataque.", José Gomes, que trabalhou com Jesualdo no FC Porto
Com esta distribuição no meio-campo de Paulo Fonseca, o objectivo é evitar os desquilíbrios defensivos quando a equipa não está na posse de bola:
"No passado era Moutinho que vinha atrás reequilibrar o meio-campo, portanto, Fernando contava sempre como o auxílio de um dos médios, agora, com Lucho assumidamente a 10, é Defour que fica a resguardar esse equilíbrio, com preocupações diferentes, que são úteis para ajudar Fernando, por exemplo, nos jogos da Champions, em que o nível é mais elevado e se torna mais importante evitar esses desequilíbrios", explica Rui Quinta
"Se Lucho não conseguir pressionar logo na fase de construção do adversário é mais fácil aguentar a linha do meio-campo com dois jogadores. No fundo, tem a ver com a forma como todo o processo é desencadeado." Rui Quinta
Já na época passada, com Vítor Pereira, o Polvo assumia comportamentos mais amplos do que aqueles que são atribuídos à posição 6.
"Os dois médios dão mais estabilidade a defender, e essa estabilidade só não é visível ainda porque é uma mudança, cujos movimentos ainda não estão assimilados, mas aos quais as características de Fernando se adaptam perfeitamente", José Gomes
" Fernando é um jogador dedicado, que vai procurar sempre responder às ideias do treinador. É uma questão de tempo", Rui Quinta
"Lidámos com o melhor Benfica de sempre e lidámos com um Benfica que fez dois campeonatos quase ao nosso nível. Eles fazem um campeonato em que só perdem uma vez, que é connosco e nós não perdemos vez nenhuma. Quem não perde tem que ter algum mérito"
Rui Quinta lembrou ainda que, na sua opinião, o FC Porto é "o melhor clube português, porque ganha assíduamente".
O técnico acredita também que o estatuto dos dragões só é questionado graças "ao envolvimento e peso que o Benfica tem nas instituições".
"Querem transmitir sempre a imagem de grandiosidade e de futebol maravilhoso, mas quem não estiver dentro desse aspecto conclui que o Porto é melhor", afirmou antes de deixar escapar a frase que demonstra toda a sua admiração pelo clube que representou.
"O FC Porto é de longe o melhor clube português. É um clube que ganha assiduamente", concluiu.
"O Vítor Pereira em primeiro lugar é uma extraordinária pessoa. Tem um elevadíssimo carácter com uma disponibilidade para ajudar tudo e todos e com um conhecimento muito grande sobre o jogo. O Vítor Pereira foi durante estes dois anos não muito bem tratado, foi usado como arma de arremesso ao clube, mas deu uma demonstração de grande humildade e competência e por isso ganhou", começou por dizer.
"Recebi o convite para ir para a Arábia Saudita mas a minha vida não permitia. Ele entendeu que para ele seria o melhor para a vida dele, porque são dois anos, e certamente que depois não lhe vão faltar convites para continuar a trabalhar", atirou confiante o técnico que está agora à espera de um convite para exercer o cargo de treinador principal.
Meio-campo
"Acho piada a essa questão do meio-campo. Até ao jogo com o Gil Vicente nunca se questionou; agora que a equipa vem de um empate e temos uma vitória em Viena, que reconheço não foi das mais conseguidas, é que surge...Não ando aos 'esses', trabalho para dar sentido ao que acredito"
Acreditem ou não, eu já tinha este texto praticamente escrito na minha cabeça antes de ter visto o Estoril-FC Porto. Fosse qual fosse o desfecho do jogo, mesmo uma vitória portista, já tinha decidido proceder a uma análise, não propriamente abonatória, do desempenho do novo treinador do FC Porto, Paulo Fonseca. O empate no Estoril não mudou nada na minha maneira de ver — antes pelo contrário, apenas serviu para confirmar a razão das críticas que tenho a fazer.
Para começar, não tenho dúvidas de que Paulo Fonseca deve ser um excelente treinador. Alguém que leva o Paços de Ferreira a um terceiro lugar no campeonato, só pode sê-lo. Um grande treinador - para um Paços de Ferreira. E aí é que está o problema: um grande treinador para um Paços de Ferreira não é necessariamente um grande treinador para um FC Porto. Pode vir a se-lo ou não, conforme consiga evoluir perante realidades absolutamente diferentes. São culturas, estratégias de liderança, rotinas de ambições radicalmente diferentes. Nos últimos anos, Pinto da Costa optou por apostar em treinadores reunindo três características comuns: portugueses, jovens e sem curriculum à altura de um grande clube europeu, como o é o FC Porto. Acreditou que o clube faria o homem, que o balneário faria a equipa, que a estrutura faria o sucesso. Vilas Boas haveria de assinar um ano com um pleno de sucessos irrepetível e exemplar. Quando ele partiu subitamente, Pinto da Costa resolveu que a fórmula era de sucesso garantido e apostou em Vítor Pereira. E Vítor Pereira ganhou, de facto, mais dois títulos, embora tenha falhado na Europa, tenha feito desertar do Dragão uns milhares de amantes do futebol (eu incluído) e tenha enterrado vários jovens destilando talento bruto e a quem não deu uma hipótese. Foi-se e veio Paulo Fonseca, que, pessoalmente, acolhi com a esperança com que teria acolhido qualquer um que não fosse Vítor Pereira, outra vez. Passados dois meses e sete jogos oficiais, e apesar de seis vitórias e um empate, constato que, tanto a Vítor Pereira como a Paulo Fonseca, falta-lhes aquilo que fazia a diferença em André Vilas Boas: mais mundo, mais cultura, mais paixão pelo grande futebol, mais atracção pelo risco, mais respeito pelos grandes jogadores em detrimento dos banais carregadores de piano. Enfim, mais ambição, mais horizonte.
Para ser justo, devo, porém, dizer que não critico essa falta de cultura de um grande a Paulo Fonseca. É legítimo e natural que ele precise de um período, mais ou menos longo, de habituação a um mundo radicalmente diferente daquele de onde veio. O problema é que, se ele tem o direito de exigir um período de aprendizagem e habituação, o FC Porto não tem esse tempo a perder. E o ponto está, portanto, em saber se ele está disposto a queimar etapas, percebendo que a realidade onde caiu é superior à sua própria, ou se vai continuar teimosamente a insistir, esperando que um dia a sua realidade coincida com a do clube.
Paulo Fonseca tem dois caminhos. Ou achar que os resultados só abonam a seu favor — seis vitórias e um empate em sete jogos, a Supertaça conquistada e uma vitória fora a abrir a Champions - o que é um facto incontestável e, a todos os títulos, positivo; ou perceber que, dessas sete vitórias, apenas uma, a da Supertaça, correspondeu a uma boa exibição, sendo em todas as outras o resultado melhor que a exibição, como o fez notar o antigo capitão portista Rodolfo Reis. Se, depois do miserável desempenho da equipa em Viena (para que ele só acordou depois de 48 horas a escutar críticas), Paulo Fonseca ainda não sente as campainhas de alarme a tocar, então temos aqui um caso sério. E, a avaliar pela equipa que meteu na Amoreira e a forma como se deixou paralisar pelos acontecimentos, não percebeu mesmo.
São vários os sinais onde vejo a mentalidade de um treinador de equipa pequena, que ainda não realizou que está num outro mundo, de exigências e estratégias. Por exemplo:
- ter dito, a seguir ao jogo de Viena, que o FC Porto fez «uma grande segunda parte». Não fez: fez o mínimo para ganhar e sofreu até ao fim para segurar uma vitória frente a uma equipa que duvido que tivesse lugar na liga portuguesa. E depois de uma primeira parte em que a sua equipa parecia um grupo de excursionistas em visita à Áustria, sem qualquer estratégia nem sombra de profissionalismo. Não apenas mau futebol: falta de classe, de ambição, de direcção e comando. Temo o pior quando os adversários forem o Atlético de Madrid e o Zenit;
- ter-se queixado do incómodo dos jogos europeus a meio da semana, uma queixa típica de treinador de equipa pequena e que não augura nada de bom;
- a sua insistência em jogar sempre com os mesmos, revelando a mentalidade de um treinador de curtas ambições, que nunca mexe no onze que ganha e que só confia nos seus eleitos. Como já aqui o escrevi, isso não apenas torna pior e mais pequenina a equipe, como também defrauda o clube: o FC Porto investiu mais de 20 milhões esta época numa dúzia de novos jogadores e o único que tem lugar na equipa é o Licá. Herrera custou 8,5 milhões e, apesar dos míseros minutos que Paulo Fonseca lhe concedeu, já deu para ver que é infinitamente melhor que o Fernando: não faz uma falta em cada dois desarmes, não faz passes à toa, não fica barata tonta quando se aproxima da área adversária e, caramba, sabe dominar uma bola sem a adiantar sistematicamente. Quintero custou uns 7 milhões, foi um achado, é um génio em potência, que os adeptos reconhecem mas que o treinador e alguns inteligentes acham que «não encaixa no sistema de jogo da equipa», e, por isso, está condenado a ver jogar alguém tão banal e inócuo como o Defour. Jorge Jesus (que, um pouco atrasado, acabou por se render ao génio de Markovic), disse que os rebeldes devem gozar de direitos especiais em campo. Mas, para os treinadores que ainda não evoluíram da mentalidade de comandantes de equipas pequenas, é exactamente ao contrário: na sua primeira época, Vítor Pereira dava 15 minutos ao James para ele lhe resolver os jogos — se não resolvia, saía da equipe (mas foi ele, transportado à pressa de Miami, que lhe resolveu esse campeonato, no jogo da Luz). Paulo Fonseca faz o mesmo com Quintero: quando está em desespero, como em Setúbal ou no Estoril, recorre a ele. Os génios, como James ou Quintero, têm 15 minutos para resolver; mas Defour, Fernando ou Varela (todos três com prestações confrangedoras na Amoreira e os dois primeiros também em Viena), têm lugar cativo em todos os jogos. Na mesma linha e, de uma assentada, livrou-se de três extremos rebeldes (Atsu, Iturbe e Kelvin), deixando o jogo ofensivo lateral entregue a Licá, que não é um extremo clássico, e Varela, que não é nada - e por isso é que a bola não chega a Jackson em condições de finalização;
- enfim, o último sinal da mentalidade Paços de Ferreira de Paulo Fonseca é a insistência no célebre triângulo invertido do meio-campo, o 4x2xlx3, de que pretende fazer a sua imagem de marca. Como aqui escrevi logo no início da época, não entendo a vantagem de construir um meio-campo de raiz defensiva e uma equipa em que sete jogadores têm funções predominantemente defensivas, quando se sabe que em 80% do tempo de cada jogo o FC Porto tem de fazer as despesas do ataque, frequentemente contra equipas todas fechadas atrás da linha da bola. O sistema é bom para o Lucho, que fica mais liberto na frente e é mais poupado, mas deixa um vazio na zona de construção ofensiva do meio-campo, que ninguém preenche: o Lucho porque está lá na frente e os outros porque, além de não terem talento nem vocação para isso, estão lá atrás. Isto foi gritantemente visível em Viena, onde, na ausência do Defour, Josué foi sacrificado a uma função que não é a sua, com a consequência de metade das saídas da equipa para o ataque terem terminado com atrasos de bola ao Helton. Mas se o sistema condena jogadores como Josué ou Quintero ao desterro, em campo ou no banco, a mim parece-me que o que está errado não são os jogadores, mas o sistema. Imaginado para um Paços de Ferreira, mas não para um FC Porto. Com o devido respeito.
in abola
"Não era preciso ser grande treinador de bancada para ver que o FC Porto anda há quase dois meses a jogar bem menos do que nos três meses anteriores e a ganhar quase sempre no fio da navalha. O problema não é o dos ciclos nem o do cansaço acumulado pelos titulares — também sabemos disso e compreendemo-lo. O problema é a falta de qualidade da segunda linha, dos que deviam estar preparados para substituir com o mínimo de danos os titulares habituais. Por exemplo: Villas Boas não pode ignorar que quem derrotou o Pinhalnovense (de uma segunda divisão, que é, de facto, a terceira), não foi a equipa, composta por metade de titulares, metade suplentes, que recebeu a meritória equipa do distrito de Setúbal, no Dragão: foi Hulk e apenas Hulk. No resto, quer colectivamente, quer individualmente quase todos, não se viu diferença alguma entre as equipas. E isso é preocupante, tanto mais que não foi a primeira, nem a segunda, nem a terceira vez que se assistiu a tal coisa. Não se trata de exigir ópera, apenas de esperar o mínimo exigível (e ainda bem que nas meias-finais da Taça nos saiu o Benfica: era profundamente injusto chegar ao Jamor sem ter tido necessidade de fazer o mínimo esforço para tal).
Trata-se, pois, de esperar o mínimo exigível — atingido, por exemplo, este domingo, contra a Naval (embora, mais uma vez, me tenha ficado a dúvida se teríamos vencido sem mais dois momentos de génio do Incrível...). A verdade é que não me lembro de uma equipa do FC Porto tão dependente de um só homem. Álvaro Pereira e Falcão são igualmente dois fantásticos jogadores, mas magoam-se e cansam-se, como todos os humanos. O Hulk não. Quem concebeu, executou e apoiou aquela emboscada do túnel da Luz no ano passado, sabia muito bem o que estava a fazer. É por isso que não me cansarei de repetir que foi, para mim, dos momentos mais vergonhosos do futebol português nos últimos anos."
"Onde estará então a razão que possa explicar o que aconteceu à equipa, com metade de titulares, que André Villas Boas fez alinhar no Dragão e que perante 30.000 adeptos, a somar aos 6.000 que tinham assistido ao treino da véspera, brindou todos com uma entrada ao pé-coxinho no ano de 2011? Bem, só quem não percebe nada de futebol ou quem não tenha visto os últimos jogos do FC Porto antes da pausa natalícia e ao longo de todo o mês de Dezembro, é que não encontra explicação. Estava-se mesmo a ver que, mais jogo menos jogo, a invencibilidade iria cair: de jogo para jogo, as exibições eram piores, as vitórias mais sofridas e as lacunas da equipa mais gritantemente expostas, à medida que Villas Boas teve de ir rodando jogadores titulares."
"Porque, ao contrário do que ele generosamente afirmou após esta derrota, o plantel do FC Porto não é equilibrado. Já a época passada sustentei esta tese, que continuo a manter contra a grande maioria dos portistas: este plantel é profundamente desequilibrado. Tem três grandes jogadores, sete ou oito razoáveis ou promissores, e o resto são jogadores absolutamente banais, ao nível de uma equipa do fundo da tabela."