A cultura de posição
QUALQUER jogador, mesmo que não o diga, tem a sua posição preferida. Onde se sente melhor para exprimir os pontos fortes do seu jogo, É a cultura de posição. Depois, cada um, com as suas características próprias, dá-lhe diferentes dinâmicas. O essencial, porém, é conhecer os terrenos que se pisam, onde pode fazer mais vezes as coisas que faz bem e é obrigado a fazer menos as que faz mal. Bolatti tem jogado pouco. Por uma razão simples. A sua posição táctica está ocupada por outro jogador, Paulo Assunção. Em Guimarães, percebeu-se isso da primeira para a segunda parte. Porque, na primeira, jogou fora de posição, na meia esquerda, com missão de transições. Passou ao lado do jogo. Porque nunca se sentiu na sua posição. Na segunda, saindo Assunção, foi para pivot-defensivo central. E agarrou no jogo. Segura, marca espaço, passa. Porque se sentiu, na sua posição. Precisa melhorar controlo de ritmos? Sem dúvida. Mas, para isso, precisa de jogar. Tem no caminho um jogador, Assunção, que, há muito, tem o livro completo da cultura da posição.
Luís Freitas Lobo in Abola