Meu Caro Vítor Serpa,
DECIDI, nesta última ‘intervenção cirúrgica’ que escrevo no seu jornal, fazê-lo em forma de carta aberta. Numa primeira parte, e sem trair a nossa amizade e muito menos a nossa privacidade, dizer-lhe algumas coisas, que embora tenham um caráter pessoal, podem e devem no entanto ser do conhecimento dos leitores do seu jornal. Tenho por si estima verdadeira, aprecio a maneira tranquila e gentil como sempre me tratou, nunca interferiu nos conteúdos do que escrevi, mesmo que às vezes eu próprio sabia que lhe iam causar um certo incómodo, não tanto pessoal, mas por pressões internas e externas a que um jornal como o seu está sujeito.
Quando recebi, creio que na quarta ou quinta-feira passada, o seu telefonema, mesmo antes de ouvir a sua voz tão diferente da habitual, quero que saiba que sabia ao que vinha. Dois dias antes, quando me preparava para mandar a ultima crónica, desabafei com a minha mulher que tinha a certeza de que ela ia ser a última. O seu telefonema não ia ser um convite para jantarmos e depois irmos ao programa Quinta da Bola, como por meia dúzia de vezes aconteceu ao longo destes anos em que fui vosso colunista, assumindo sempre o meu militante sportinguismo, irritante para muitos, esse telefonema ia ser a comunicação do fim da nossa colaboração.
Meu caro Vítor, foi uma iniciativa prematura e completamente escusada. Se bem se lembra, todos os anos, sem qualquer exceção, no fim de cada época desportiva, lhe fazia um telefonema, apenas com uma intenção específica: perguntar - lhe se queria que continuasse, se não achava que já eram anos de mais, que sena natural que o jornal quisesse refrescar os seus colunistas, que eu próprio achava, não só natural como completamente legítimo, fazê-lo.
Estava à espera do fim da Taça das Confederações para mais uma vez fazer o mesmo, era só esperar mais uma semana, teria então oportunidade de concordar simpaticamente comigo, agradecer novamente a minha educada e correta iniciativa, concordando logo com ela, ou até dizendo que me comunicaria a decisão do jornal um dia ou dois depois. Acabaríamos estes anos de colaboração de uma maneira natural, sem eu ficar com a impressão de que esse seu telefonema precipitado que muito o incomodou (a sua voz não enganava), e se bem recorda você até queria era combinar um almoço comigo em vez de falar do meu afastamento pelo telefone.
Perante a minha insistência, que o nosso almoço ficaria para depois das férias, na nossa zona de Colares, local aliás onde combinámos o encontro que motivou há meia dúzia de anos este convite, lá me disse ao que vinha. As justificações que me deu, e que não tinha de dar, ficam entre nós, mas caramba, ambos merecíamos uma despedida que não cheirasse a saneamento, numa altura em que tenho sido um dos mais assumidos críticos dos e-mails da vergonha.
Sim meu caro Vítor, você sabe que independentemente da maneira lícita ou ilícita da sua obtenção, de terem sido parcialmente descontextualizados, de fazerem ou não prova juridicamente válida em tribunal, de poderem indiciar o que quer que seja, desde corrupção a tráfico de influências ou apenas chantagem e gabarolice, ou mesmo nada disso, esses e-mails, a serem verdadeiros (eu diria melhor, a terem existido), são uma autêntica vergonha. E quem os recebeu ou enviou, ou deles teve conhecimento, são cúmplices dessa vergonha.
Muitas vezes falámos, sobretudo aquando das sessões televisivas, da minha defesa intransigente do meu Presidente Bruno de Carvalho, tal como o fiz sempre nas minhas crónicas, do seu papel fantástico na recuperação do meu clube, quer a nível desportivo quer económico-financeiro.
O seu jornal, a qualquer pretexto, sempre tratou Bruno de Carvalho de uma maneira que eu não concordava, particularmente três ou quatro jornalistas cuja parcialidade chegava, tenho a certeza, a envergonhar muita gente. Sempre com a esfarrapada desculpa que não confundiam o Sporting com quem atualmente o dirige, eleito por uma esmagadora maioria de mais de noventa por cento, nas eleições mais participadas de sempre.
Nesta fase do campeonato, a fase dos e-mails da vergonha, e da minha maneira intransigente de defender Bruno de Carvalho, eu sabia não ser pessoa consensual, para no seu jornal continuar a defender o Sporting. A minha vida profissional, que você conhece bem, as dezenas de homenagens e prémios que recebi quer em Portugal quer no estrangeiro, os milhares de doentes anónimos que ajudei a tratar dentro do Serviço Nacional de Saúde e não só, fizeram sempre desta minha atividade ligada ao futebol nos jornais ou nas televisões, aspetos muito secundários e por vezes negligenciados da minha vida. Mas há muito que o desvario indigno dos programas televisivos, e de alguns escritos na imprensa, me fizeram muitas vezes pensar que o melhor era afastar-me. Tal como diria o meu recém-desaparecido Tio Mário, «o futebol, este futebol, não te merece».
Chegou altura de deixar de colaborar com o seu jornal. Normal, como normal teria sido se essa decisão tem sido tomada há três ou quatro anos. Ou no ano passado. Quando você e quem decide consigo quisessem.
Mas concordará que a consideração que sei que você tem por mim, e que é reciproca, merecia que quem dentro do seu jornal, e não só, exige o meu afastamento pudesse ter sido contemplada e resolvida por nós dois de uma forma mais elegante e até simpática, tal como lhe expliquei acima.
Despeço-me dos meus leitores com amizade. Claro que muitos não gostaram de muito do que escrevi. Outros terão gostado mais. É assim a vida. Uma palavra para alguns dos seus colaboradores jornalistas que ao longo destes anos me ajudaram a corrigir os erros que a pressa de algumas crónicas trazia. E alguns, confesso que não muitos, me honraram com os seus elogios e palavras de incentivo.
De si Vítor, vai ficar uma relação de amizade, e de uma consideração que sei mútua, no nosso almoço em Colares ainda este Verão falaremos de tudo o que ambos sabemos que aconteceu e porque aconteceu, das nossas vidas, dos nossos planos, do nosso futebol, na tranquilidade da nossa privacidade. Até breve e obrigado. Sempre foram alguns anos em que teve por vezes de se incomodar por minha causa. Um abraço e até breve.
PS — Gostaria de dedicar esta última ‘intervenção cirúrgica’ a muitos antigos jornalistas deste jornal, com aquelas folhas gigantes onde também aprendi a ler, entre os quais incluo Vítor Santos, Homero Serpa, Carlos Pinhão, Alfredo Farinha e muitos outros.
E ao meu amigo António Simões, aquele pequeno genial extremo esquerdo benfiquista que tantos desgostos me deu, e que agora soube mostrar uma dignidade e um caráter de um tamanho gigante
in avençados do polvo
Para quem não acompanha os avençados do polvo...e eu sou um deles, com a excepção das terças-feiras...por causa do MST...mas ficamos a saber pela sua última crónica que o Doutor dos Fígados, Eduardo Barroso...(que diga-se acho que personifica o que temos vindo a dizer do comportamento dos mediáticos lampiões sobre a máfia do Polvo vermelho...mesmo pessoas respeitáveis nas suas áreas profissionais quando o assunto é futebol e o seu clube...transfiguram-se...ficam toldados pela cegueira clubística)...foi mandado embora tornando público que Serpa, coitadinho, nem queria...mas outras FORÇAS se ergueram para que essa voz se calasse...ainda para mais, era uma voz que só bate nos adversários...e em particular no polvo mafioso no actual momento...os avençados do Polvo e toda a cartilha não poderiam deixar este gajo a arrotar essas coisas ainda para mais no "jornal do clube"...eles não dormem...eles estão em todo o lado...a máfia controla tudo e todos...e quem se atreve, leva...
...e é por isso, que Miguel Sousa Tavares lá continua seguro...porquê? Porque bater 80/90% das crónicas no FC Porto...ser um inimigo feroz do Pinto da Costa e da SAD...agrada-lhes...não poderiam ter um cronista melhor...já aqueles que tem um comportamento que é antítese da linha editorial dos avençados do polvo...já sabem o caminho...rua...como nas máfias...como a Coreia do Norte...a Rússia faz aos que se opõe ao regime...
Entretanto continua a mina de petróleo de Alvalade...mais um de 10 milhões...:-))
E no FC Porto...nada de interessante ou de relevo...palavras de circunstância no início de todas as épocas desportivas...tanta incerteza ainda...
E este está sempre a evoluir na carreira...outro que o MST adorava e chamava de tudo aos treinadores...devia ser pela sua eficácia à frente da baliza...parece o Layún...:-)
Ah, hoje é Terça-feira...há um vazio muito grande...:-)
Ah, é tudo falso...assinaturas...emails...conteúdo dos emails...tudo...a imaginação do Francisco J.Marques é inacreditável...deveria concorrer a Prémio Nobel da Literatura...se sempre tiveram impunidade e quem se mete com o Benfica leva...e o Benfica tem de estar acima de tudo...iriam lá agora assumir coisas destas...:-)
Francisco J. Marques acusou o Benfica de recorrer a "bruxaria" para conseguir obter resultados desportivos nas últimas temporadas, partilhando no Porto Canal um email a envolver Luís Filipe Vieira e o "General Doutor Armando Nhaga, comissário nacional da polícia da Guiné Bissau".
"No dia 6 de fevereiro de 2017, o Armando Nhaga enviou um email ao Luís Filipe Vieira que eu vou ler em parte, porque isto é grande e está escrito com alguma dificuldade de leitura. 'Gostaria de, na qualidade de sócio 165.550 do SLB, chamar à atenção para a sabotagem preparada para o Benfica não conquistar o título de tetracampeão por uma simples razão. Na temporada 2015/16 assinámos acordo de prestação de serviço, no qual o Dr. Rui Gomes da Silva foi intermediário, o qual resultou na conquista do título de tricampeão. E segundo informação, o senhor presidente congratulou-se pela nossa prestação de serviço, o que levou a aceitar a renovação do acordo para esta temporada. Acontece, no entanto, que o senhor Rui Gomes da Silva, não conseguiu através da Assembleia Geral, integrar a nova direção do Benfica, resolvendo pura e simplesmente deixar de intermediar-nos com sua excelência. E nem sequer nos informou de nada. E o acordo não foi assinado até agora. Mesmo assim continuamos a trabalhar e só deixámos de o fazer nos dois jogos, nomeadamente da Taça da Liga com Moreirense e com o V. Setúbal, resultando nas duas derrotas. Assim solicitamos a intervenção de sua excelência, para indigitar com maior sígilo um intermediário que permita que o acordo seja assinado, para permitir que o Benfica conquiste o tetracampeonato, Taça de Portugal e ir longe na Liga dos Campeões, cujo os oitavos-de-final começam já na próxima semana, e que garantimos que com o nosso trabalho iremos passar a eliminatória sem falta. Acredite em nós, senhor presidente, porque já demos provas mais do que suficientes e por um lado concluímos que o Rui Gomes da Silva quer ver desgraças na nova direção e não conquistar o título. Obrigado, General Doutor Armando Nhaga, comissário nacional da polícia da Guiné Bissau"
"No dia 9 de fevereiro, Luís Filipe Vieira responde 'não sei nada desses assuntos. Caso exista algo mais em aberto, poderá marcar reunião no Benfica ainda este mês'
"No dia 13 de fevereiro, o Armando Nhaga responde 'Preocupa-nos muito o jogo de terça-feira, de Liga dos Campeões, um jogo muito difícil, por isso queremos muito que o Benfica passe esta eliminatória. Mas que será pago logo depois do segundo jogo da Alemanha. Assim urge a necessidade de fazer com que seja assinado o acordo de prestação de serviço para esta temporada e, uma vez que continuámos o trabalho até hoje, mas com exceção dos jogos com Moreirense e V. Setúbal, e se sua excelência achar que o tempo é curto para assinar antes do jogo de terça-feira, então envie sms a autorizar o nosso trabalho no jogo'. Ao qual Luís Filipe Vieira responde 'OK'."
"No dia seguinte, dia 14 de fevereiro, o Armando Nhaga envia novo email: 'Excelentíssimo presidente do Benfica, proposta de acordo. A temporada 2016/17, que se iniciará no dia 7 de agosto, com a disputa da Supertaça, pode ser e constituir uma renhida luta pela conquista do título de campeão, no qual o Benfica poderá fazer história. O que implica a imperiosa necessidade de celebrar de acordo mútuo a prestação de serviços entre as partes, com base nos seguintes termos", referiu, elencando os valores a pagar:
Jogo e conquista da Supertaça: cinco mil euros;
Para o campeonato: 100 mil euros;
Jogo da Liga dos Campeões: 10 mil euros em caso de vitória em cada jogo; 30 mil euros na fase a eliminar
Taça da Liga: mil euros
Taça de Portugal (final): cinco mil
"Acontece que o Benfica perde 4-0 na Alemanha, depois de milagrosamente ter ganho a primeira mão, não sei se lembram... No dia 9 de março, às 12.36, o Luís Filipe Vieira mandou um mail ao Armando Nhaga a dizer o seguinte: 'O que passou-se?' e a resposta do Armando Nhaga foi 'A infelicidade que passou deriva da minha ausência da Guiné. Quem estava a teste disso, a preparar o jogo, não fez no devido momento, porque devia um mestre em Lisboa, 48 horas, ficou todo o tempo à espera de comunicação e nada! Só ontem de manhã é que comunicou e já era tarde, que cheguei de madrugada. O mestre ficou dececionado e agora vamos concentrar-nos no essencial, que é o campeonato e a Taça de Portugal. Agradeço a vossa compreensão e jamais acontecerá'. Estamos a falar de bruxaria, portanto. Cento e muitos mil euros que foram gastos...", atirou, recordando que o título de 2015/16 'custou' 75 mil euros e o de 16/17 foi 25 mil euros mais caro.
"Não sei o que devo pensar disto. Isto põe em causa quem? Põe em causa os jogadores, treinador, mas também outras pessoas. O Paulo Gonçalves, o Nuno Cabral, o Adão Mendes, o Pedro Guerra, o Mário Figueiredo... Anda a criar-se um polvo para quê? Anda a criar-se este monstro que tudo permite ao Benfica e nada permite aos outros, que cria um clima de benefício permanente, e depois vai fazer-se a bruxaria? É um backup do polvo. Se o polvo falha... entra o mestre... Há gente que para ganhar vale mesmo tudo", concluiu.
A criatividade destes emails falsos...destas conversas falsas...inventadas é mesmo impressionante...ainda para mais falsificaram a assinatura...:-))
Estes gajos do Porto estão mesmo desesperados...:-)
Ah,
Para animar:-)))))
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