segunda-feira, outubro 31, 2011

QUASE DAVA PARA COMPRAR UM MESSI :-))


O FC Porto gastou (ou vai gastar) 17,51 milhões de euros em pagamentos de comissões de intermediação a empresários de futebol, não só por compra e vendas de jogadores, mas também por renovações de contratos com futebolistas. Esta é uma das revelações do relatório e contas da época 2010-11, enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Este valor - calculado pelo PÚBLICO - resulta da soma das várias referências ao pagamento de comissões a empresários, feitas no relatório, em que a SAD portista revela que gastou 4,5 milhões de euros em comissões de intermediação na compra dos passes de Hulk, Moutinho, Walter, Otamendi, Iturbe e Kelvin. O mesmo documento refere que as renovações de contratos implicaram o pagamento de 2,5 milhões em serviços de intermediação.

Já no capítulo das vendas (que renderam mais-valias líquidas de 31,8 milhões de euros), o relatório faz menção ao pagamento de 3,55 milhões de euros de comissões nas transferências realizadas no exercício que terminou em Junho passado. Por exemplo, a transferência de Bruno Alves (por quem o Zenit pagou 22 milhões) rendeu um valor líquido de 18 milhões ao FC Porto, descontadas as comissões, os mecanismos de solidariedade a pagar aos clubes formadores e ainda acertos contabilísticos.

Neste relatório - versão completa do resumo de que o PÚBLICO deu conta na edição de sexta-feira -, surge ainda a referência a mais dois valores, que engrossam a factura do FC Porto nos serviços a empresários. Um é relativo às alienações feitas no exercício anterior (2009-10), que atinge os 2,46 milhões de euros, e outro relativo às transferências da presente época, que só serão contabilizadas no próximo exercício, mas que já são referidas neste relatório: o FC Porto tem de pagar 3,1 milhões de euros por serviços de intermediação na compra de Danilo ao Santos, mais 700 mil na transferência de Alex Sandro, 500 mil na de Mangala e 250 mil euros na compra de Kléber. Tudo somado, o relatório de 2010-11 faz referência ao pagamento de 17,51 milhões de euros em comissões de intermediação.

Pinto da Costa: 1,1 milhões

O relatório enviado à CMVM revela ainda outros factos desconhecidos da opinião pública. Um deles é que a compra de 40% do passe de Hulk, em Maio deste ano, atingiu os 16,5 milhões de euros (ME), graças a três milhões de encargos adicionais (como comissões, prémios de assinatura e serviços legais) - ao todo, o FC Porto já gastou 22 milhões de euros no passe do brasileiro.

Na explicação dos valores das compras até Junho de 2011, percebe-se que 60% do passe de Iturbe foi comprado ao Cerro Porteño e à sociedade Pencilhil Limited por quatro milhões de euros (mais 200 mil em encargos adicionais). Somando os encargos adicionais referidos nesta rubrica, fica também a saber-se que a compra de Moutinho atingiu os 12,2 ME (e não 11), a de Kléber 3,8 ME, a de Walter 6,7 ME, a de Iturbe 4,2 ME e a de Kelvin 3 ME.

O sucesso desportivo do FC Porto, que na época passada venceu quatro competições, teve também reflexo na remuneração da administração da SAD, cujos salários e prémios atingiram 3,1 milhões de euros. Pinto da Costa encaixou um terço deste valor (1,1 milhões, sendo 400 mil euros salário fixo e 700 mil de prémio). Os restantes três administradores remunerados (Adelino Caldeira, Reinaldo Teles e Angelino Ferreira) receberam 660 mil euros cada um - 240 mil euros de remuneração fixa e 420 mil variável.

Na rubrica dos custos de pessoal, que perfaz 50 milhões de euros nas contas consolidadas (que incluem todas as sociedades do grupo FC Porto), é ainda explicado que os salários com atletas totalizaram 31,8 milhões de euros - deste montante, 1,7 milhões dizem respeito a jogadores emprestados a outros clubes, um valor que desce um milhão face à época anterior.

Numa época em que o FC Porto teve um lucro de 534 mil euros (quinto ano consecutivo), o passivo também subiu para 202 milhões de euros, o que deixa a SAD ao abrigo do artigo 35.º do código das sociedades comerciais. Ou seja, terão de ser tomadas medidas para que os capitais próprios (a diferença entre activos e passivos) não sejam inferiores a metade do capital social.



Eu já disse que não volto a falar em contas dos relatórios, pois é muita engenharia financeira para mim...e eu até que ontem estive a ver o documentário Inside Job, sobre a crise financeira e fiquei enjoado...recomendo que vejam  a teia de corruptos políticos, economistas e afins das mais prestigiadas universidades e que continuam a pulular por aí nos mais altos cargos...

Mas o Jorginho diz que o clube está preparado para o futuro:

"Clube preparado para o futuro"


"Preparamos o clube para o futuro e para as imposições da UEFA relacionadas com o fair play financeiro. Estamos preparados, porque sem nunca abdicar da razão de existirmos, que é a conquista de troféus desportivos, soubemos resistir sempre à tentação de nos afundar em dívidas. Cinco anos consecutivos de lucros e 12 títulos, um deles internacional, dizem tudo sobre a gestão do futebol do FC Porto. E o que têm os nossos rivais para mostrar? Prejuízos colossais"


Amén...:-)