O FC Porto vai apostar, já a partir da próxima época, numa estratégia de internacionalização da sua marca. Os dragões pretendem capitalizar os recentes triunfos europeus e crescer cerca de 20% nesta área durante os próximos quatro anos. Para isso, os mercados asiático e do Médio Oriente são considerados estratégicos.
Segundo o director de marketing do FC Porto, Henrique Pais,
"se as tournées são a via mais lógica de expansão", o projecto dos dragões
"é mais abrangente e inclui ainda acordos e protocolos de formação" com identidades locais. Uma hipótese não descartada é a
contratação de um jogador dos mercados "sob fogo" como forma de penetração -
"mas só desde que de qualidade", esclarece o dirigente. Esta não é uma estratégia inovadora - o Manchester United assegurou recentemente a contratação do sul- -coreano Ji-Sung Park, ex-PSV.
Além disso, diz Henrique Pais, o FC Porto está também na fase inicial de preparação de um estudo à escala mundial para descobrir quantos são os seus adeptos, quem são e onde estão, algo que já foi feito pelos ingleses do Manchester United há alguns anos.
"Mas um estudo com base científica", adverte o responsável, numa clara alusão aos números apresentados recentemente pelo Benfica, segundo os quais o clube encarnado teria 14 milhões de simpatizantes à escala planetária.
Outro elemento essencial para o FC Porto dar força à sua international brand é a Nike. Segundo Henrique Pais, o patrocinador a nível de equipamentos é
"um importante parceiro, porque chega muito longe". Com mais três anos de contrato com a marca norte-americana, o emblema azul e branco espera que esta seja fundamental para abrir portas a novos mercados, onde já esteja instalada.
Nacional. Se a aposta no mercado externo está prestes a tornar-se uma realidade, é o interno que é ainda uma prioridade. Foi exactamente por isso que o clube acabou por não entregar a gestão da sua marca à TBZ.
"O FC Porto tem outra estabilidade financeira e a opção tem-se mostrado mais vantajosa", garante Henrique Pais.
Um luxo que Benfica e Sporting não podem ter, devido à forte intervenção da banca na sua gestão (fruto das dívidas), a qual não permite que corram riscos desse tipo.
Para a gestão da componente comercial do futebol, o FC Porto criou, na época 1996/97, a PortoComercial, responsável pela comercialização de direitos de imagem, sponsorização e licenciamento de merchandising. Entre alguns números da temporada passada, a empresa conseguiu captar 300 parceiros comerciais e 28 sponsors, isto além de ter obtido um aumento de 100% nas vendas de produtos relativamente a há três épocas, quando, curiosamente, o FC Porto até foi campeão. Destaque ainda para as 80 mil camisolas comercializadas, fora as edições especiais de campeão europeu e intercontinental, as quais, dois dias depois de estarem no mercado, já só restavam metade. Um recorde.