Construir
O crime do FC Porto na época passada não foi, forçosamente, comprar muitos jogadores. Essa é a crítica preguiçosa, proferida à distância sem o mínimo conhecimento de causa, nuns exemplos por má fé puramente clubista, noutros por necessidade de encontrar culpados depressa (de preferência, um diferente todas as semanas) e noutros ainda por xenofobia clássica, disfarçada de conhecimento ancestral, arrancado ao convívio duvidoso com mestres que já cá não estão para se defenderem.
Incrível a quantidade de gente que ficou a conhecer Cláudio Pitbull desde pequenino ao cabo de um par de jogos apenas ou a que estava certa da inutilidade de Leandro sem nunca lhe ter posto os olhos em cima. Não estou a defender nenhum dos dois, só insisto na única abordagem honesta para quem os viu da bancada sem olhos de treinador: desconheço o que valem.
Seja como for, o FC Porto não consumou o crime ao comprar jogadores para substituir os que vendeu: consumou-o quando desistiu deles quase tão depressa como os contestatários.
Não se falha a reconstrução de uma equipa por se fracassar logo no primeiro campeonato: falha-se quando se deita fora o trabalho para começar tudo outra vez. O erro ficou à mostra, só não se sabe qual terá sido. Ou as compras foram mal feitas ou não foram.
José Manuel Ribeiro no Ojogo
Fascinante
Há 16 horas