Enquanto campeonato do Mundo de futebol, o Alemanha'2006 está a sair-se um Mundial de atletismo surpreendente. O importante é "fugir" à Argentina. Ou "escapar-lhe", para usar o termo dramático adequado. Pensei bem no assunto e acho que correr seria uma medida apressada, sobretudo sem verificar primeiro se os argentinos vêm atrás de nós. Esse devia ser o parâmetro fundamental. Tomemos por certo aquilo que está subentendido na maioria das opiniões sobre o tema, ou seja, que Portugal se disporia a perder de propósito com o México, assumindo, no mínimo, o empate da Argentina com a Holanda três horas depois. Não seria boa ideia avisá-la? Está bem que Pekerman, um treinador estudioso e perspicaz, perceberia que Scolari tinha usado a segunda equipa, fácil de identificar por ter ainda parecenças com a primeira do Euro'2004, que o seleccionador aperfeiçoou cuidadosamente durante dois anos e que, na fase de preparação para o Europeu, deu provas de ser capaz de perder qualquer jogo com enorme competência. Nisso, meus amigos, temos de dar o braço a torcer. Mas coloquemos a hipótese de excesso de zelo. Técnico e jogadores empenham-se demasiado, os mexicanos explodem, fazem um jogaço à República Checa: Pekerman (suponhamos que Pekerman também não sabe de que modalidade é este Mundial) hesita. Fica a pensar 'olha que estes muchachos do México até podem lixar-me os oitavos, deixa-me mas é fugir deles" e desata a correr, só parando para capturar os portugueses pelo caminho, frustrando-lhes o tal plano sabidola de evitar a Argentina nesta fase para apanhar, mais à frente, a palerma da equipa que se desse ao trabalho de a eliminar. Portanto, fugir não é seguro. Até porque é muito difícil saber com exactidão quantos dos sete campeões europeus de 2004, que hoje regressam a Gelsenkirchen, será possível tirar do onze para garantir a derrota sem o risco de pôr os argentinos com mais medo do México do que de nós.
O António José Seguro, ó Pedro Nuno?
Há 18 horas