A liderança de Mourinho: morrer em campo
Mourinho deu mais uma prova da sua altíssima qualidade técnica, de liderança e de comunicação. Principiou por fazer do jogo de ontem contra o Chelsea um familiar regresso a casa, ao qual acrescentou o "suspense" de um cenário em que, para além de ter como desígnios ser campeão em Espanha e envelhecer como seleccionador de Portugal, alimentou a expectativa de poder vir a treinar uma segunda vez em Inglaterra.
José não se esqueceu de nada incluindo o detalhe de, com a qualificação garantida, regressar ao balneário antes do apito final, evitando comemorações que pudessem desdizer o discurso de lançamento deste jogo em Stamford Bridge.
Impecável foi igualmente a leitura de jogo feita por Mourinho, que soube organizar o Inter de Milão sem falhas a partir do habitual sistema táctico mas mobilizando todos os seus jogadores para a dose suplementar de sofrimento que, em cada bola dividida, sempre garante a vantagem do centímetro ou do segundo decisivos. A ilustração deste estado de espírito esteve bem patente no trabalho defensivo de Eto'o, que foi mais um outro avançado ou um outro defensor do que propriamente o ponta-de-lança que acabou por marcar o golo da vitória ao cair do pano.
Por fim, a liderança! Ela mede-se menos pelo discurso e mais pela quantidade de jogadores dispostos a morrer em campo pelas ideias do seu treinador. Ontem foram todos, ainda que Lúcio, Maicon, Zanetti e Pandev tivessem chegado.
Ainda falta muito, mas será desta que a praga que lhe rogámos deixará de fazer efeito ? :-))