sexta-feira, janeiro 06, 2006

Brilhantes corruptos lampiões

O brilhante José Manuel Ribeiro no OJogo:

Ver para crer


Antes de mais, citando essa personalidade robusta que dá pelo nome de Vítor Dinis,gostava de dizer que somos todos portugueses. Não espero que isso me salve de levar porrada, mas ficarei feliz se, à custa desse pormenor, também ficar só por um sopapo. Foi uma das
constatações históricas a que aludiu Luís Filipe Vieira na segunda-feira: os portugueses levam na cara. Pelo menos, os portugueses de quem o Benfica, ou melhor, este Benfica não goste.

Agora que vi na televisão, acredito que acontece. E não foi a única maravilha em que passei a acreditar nestes últimos dias. Desde anteontem acredito também, por exemplo, que a lei, a jurisprudência,os regulamentos desportivos, a Imprensa ou todos juntos permitem que a mesma pessoa dirija uma equipa mantendo controlo total sobre outra que lhe é concorrente.

Assumiu-o António Figueiredo, presidente da SAD do Estoril, à TSF, durante as exéquias do clube: José Veiga é o accionista maioritário do cadáver.

Não é que seja relevante, nem coloque em causa a verdade desportiva do último campeonato, que podia ter sido ganho pelo FC Porto ou pelo Sporting em muitos outros jogos:deve é ser denunciado, dissecado, avaliado e levado, já não digo às últimas, mas pelo menos às antepenúltimas consequências, para que o próximo Veiga hesite uns segundos antes de promover a desconfiança de forma tão flagrante e despudorada. Qualquer que seja a nossa posição a respeito do processo, o "Apito Dourado" não pode ser o barómetro de todos os maus comportamentos nem um álibi para a anarquia e muito menos uma justificação para critérios aligeirados. Quem esteve por trás do incidente no aeroporto da Portela e do imbróglio Estoril-Benfica legitimou o jogo sujo, real ou virtual, que há anos vem invocando como desculpa permanente para os maus resultados desportivos. E quem aplaudiu de pé também. Mas agora que escrevi isto já sabem, somos todos portugueses, sim?


AVISOS
A leitura de Chabert

Em Abril de 2004, José Manuel Chabert, pai da Lei de Bases do Sistema Desportivo, escrevia o seguinte no seu blog sobre a entrada de Veiga nos quadros do Benfica: "Esta provável decisão é uma enormidade, quer no plano jurídico, quer no plano ético, quer no plano desportivo." E mais: "Que credibilidade terá um jogo entre o Estoril-Praia de Veiga
(ou dos seus parceiros, Manuel Damásio e Manuel Alves) e o Benfica, por Veiga dirigido?!!!" Ou ainda: "Face a tudo isto, para que Veiga venha a assumir a direcção do futebol do Benfica, será necessário que todos finjamos acreditar que (...) se desligou do Estoril, vendendo a sua participação social (e que) cancelou a sua inscrição na FIFA como
agente de jogadores".


CASO NUNO GOMES
Olhem que está aí a Taça

Para a semana há jogo de Taça e ainda não houve decisão no caso Nuno Gomes. Arquivamento ou o Benfica vai ter de passar à eliminatória seguinte?