1– Na liderança, o Sporting vai seguro. Aquilo a que assistimos no domingo revela uma equipa confiante, que acredita poder vencer qualquer jogo. Só assim foi possível dar a volta a um jogo complicado, e muito por culpa de um Sp. Braga com muita qualidade, bem orientado por Paulo Fonseca. Os melhores jogos da época para mim são, até ao momento, os que envolveram estas duas equipas, quer em Braga (para a Taça Portugal) quer este em Alvalade.
A incerteza quanto ao resultado voltou a durar até final e se a isto juntarmos a qualidade apresentada e a intensidade, temos como resultado grandes jogos.
Nota ainda, nesta primeira volta, para a superioridade do Sporting nos confrontos com os rivais. Quer na visita à Luz quer na recepção ao FC Porto o Sporting foi melhor e isso ajuda no reforço da confiança e na capacidade de superação de uma equipa. A vontade de manter a liderança é evidente e a 15 de Maio teremos mais um Sp. Braga-Sporting. Sendo o último da época veremos se será um jogo decisivo e cheio de interesse ou apenas para cumprir calendário.
Em relação ao reforço do plantel dos leões, foi feito ainda antes do final do ano com dois jogadores. Jesus espera mais alguém?
2– O Benfica tem sido ao longo desta primeira metade da época uma equipa ainda à procura da sua forma, com alguma irregularidade exibicional. O percurso de Rui Vitória na liderança não tem sido fácil mas o técnico tem seguido o seu caminho e procurado impor as suas ideias. Mérito para a capacidade de manter a equipa focada. Tem conseguido ultrapassar as dificuldades que vão surgindo e nesta altura são apenas quatro pontos que a separam do primeiro lugar, em igualdade pontual com o FC Porto.
Nos jogos grandes tem falhado, é certo, e esses, a par do jogo com o União da Madeira foram os únicos em que ficou a zero. Mas facto digno de nota é que nos restantes 14 jogos marcou já 45 golos, que lhe dá o melhor ataque, distante dos rivais.
Veremos de que forma será o comportamento com os outros grandes na segunda volta e se vai manter esta veia goleadora. Para já Jonas é a figura com os seus 18 golos marcados em 17 jogos e o jovem Renato Sanches a revelação. Apesar dos seus 18 anos não ficou intimidado com a chamada e desde a sua entrada no onze não mais saiu. A sua qualidade e capacidade de trabalho foram a chave. Numa altura em que o mercado abriu, Grimaldo já chegou mas Rui Vitória precisa de recuperar os jogadores lesionados - são esses os reforços de que precisa. Veremos se haverá mais alguma surpresa.
3- O percurso do FC Porto nesta primeira metade da Liga fica marcado pela saída do seu treinador à 16ª jornada. Terminou 2015 na liderança, com mais um ponto sobre o Sporting, mas a derrota em Alvalade no inicio do ano e o empate quatro dias depois, com o Rio Ave, colocou-o a quatro pontos. A saída de Julen Lopetegui foi o passo seguinte.
O treinador espanhol sentiu dificuldades em tirar rendimento da qualidade do seu plantel e isso notou-se em várias das exibições produzidas. Os últimos resultados, o afastar da liderança e a insatisfação da exigente massa associativa fizeram a direcção decidir. Rui Barros foi ao Bessa no comando técnico e uma vitória expressiva fez regressar a confiança. Mas há decisões para serem tomadas.
Passem elas pela manutenção de Rui Barros, pela chegada de um treinador até final da época ou pela escolha definitiva de alguém para lutar pelo que falta desta temporada - e é muito, a começar pela Liga Portuguesa, a Taça de Portugal e a presença na Liga Europa - e pela preparação da(s) próxima(s).
Veremos qual a decisão, sendo certo que a qualidade no plantel existe. De que forma será potenciada e maximizada pelo próximo treinador é o que veremos nos próximos tempos. O mercado está aberto e para já a saída de Osvaldo fez chegar Suk. Haverá mais até final?
4– As mudanças de treinadores são um lugar-comum no futebol e nesta primeira volta foram seis os clubes que já o fizeram. Uns mais cedo, outros mais tarde (caso do Porto) os dirigentes procuram alterar o rumo das situações e nem sempre a mudança é eficaz.
Um caso que merece atenção é o do Tondela, recém-chegado à primeira liga: à 13ª jornada tinha o seu terceiro treinador da temporada. O que pode ter corrido tão mal para estas mudanças? Nesta altura, e olhando para os 8 pontos conquistados em 17 jogos, a 8 pontos de um lugar de permanência, o cenário é muito complicado e Petit tem pela frente um trabalho de extrema dificuldade.
5– Bruno Moreira, Suk e Leo Bonatini. O olhar dos adeptos está quase sempre nos clubes grandes mas estes três jogadores têm tido bom rendimento nos seus clubes e surgem logo atrás de Jonas e Slimani na lista dos melhores marcadores. Suk vai provavelmente ser mais conhecido depois da sua recente transferência para o FC Porto mas foram os seus nove golos no V. Setúbal e o rendimento que apresentou, a valerem a passagem para o Dragão.
Leo Bonatini leva 9 golos dos 14 marcados pelo Estoril, 64% dos golos marcados pela equipa. E, por último, o avançado português Bruno Moreira do Paços de Ferreira que tem 11 golos marcados. Nesta segunda-feira somou mais dois e 44% dos golos da equipa são dele.
6– Uma nota final para dois jovens, entre vários que estão a demonstrar o seu valor. Já tinha referido aqui neste espaço o nome de Diogo Jota do Paços de Ferreira que vem confirmando a sua qualidade. Titular em 16 jogos tem cinco golos marcados e está a crescer como jogador. O outro jovem é Rafa: o que fez no passado domingo em Alvalade não é surpresa. Grande jogo e com o que vem fazendo provavelmente não vai ficar muito tempo em Braga. Tem muita qualidade e capacidade para integrar o plantel de qualquer um dos grandes – veremos se a sua saída será já em Janeiro ou no final da época.
(fonte: maisfutebol)
A primeira volta chegou ao fim.Pedro Barbosa faz no maisfutebol um balanço que concordo em absoluto.
Esperemos um FC Porto bem melhor.As conclusões são óbvias sobre onde estava o mal.
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