Scolari? Abri a porta... esperei dois anos...
"Há quem namore 5 anos e depois de casar se divorcie em 5 meses porque não se conheceram bem, porque não viveram juntos, porque não acordaram juntos...", disse Scolari isto ou qualquer coisa parecida, com o objectivo de justificar as divergências de escolhas entre os jogadores mais utilizados nos jogos de preparação e recentes "inovações" como Deco ou Ricardo Carvalho no onze titular em detrimento de Fernando Couto ou Rui Costa, por exemplo, indiscutíveis até então.
Discordo, não quero sangue, não gosto de sangue, um dia também estarei na posição de treinador perdedor, um dia também serei apontado como o pai de uma equipa ou selecção frustrada e fracassada, mas discordo. Vou contar-vos um pequeno episodio.
Estava eu no hotel Altis do meu amigo Fernando Martins, em Lisboa, esperando um Belenenses-FC Porto quando recebi a visita do Sr. Scolari, recém chegado a Portugal para iniciar o seu trabalho como seleccionador nacional. Pediu-me autorização para ver o Porto treinar, de modo a conhecer os jogadores em situação de treino, a sua personalidade no dia a dia, para podermos debater e entrar no íntimo dos meus que também poderiam ser seus jogadores no futuro. Abri a porta, mostrei agrado, esperei dois anos... Nunca mais o vi! Nunca mais o ouvi! Limitei-me a receber alguns faxes a desejar boa sorte para jogos europeus.
Mas como também nunca ou quase nunca se dignou ver o FC Porto jogar, porque razão estarei aqui a resmungar por não ter visto um só treino?
Os cobardes adoram linchamentos
Há 8 horas