sexta-feira, março 25, 2011

VÊEM COMO É SIMPLES :-))





E ainda há quem diga que o futebol é complicado e é só para doutores e catedráticos...com milhentas páginas de tácticas no bloco...:-))

Olhem, como o Guardiola faz...Simples :-))


Nós também vamos fazer isso, só que ainda não chegou...:-))



Por essa altura, a gente dispensa a consulta às resmas de apontamentos do adjunto Vítor Pereira a que o Villas-Boas recorre frequentemente...

Aliás, eu gostava de saber, se o jogador capta alguma coisa, quando está ali prestes a entrar, e anda o adjunto com uma resma de papéis a mostrar o que tem de fazer em campo...cá para mim, eles não percebem cheta...:-)) Antigamente não havia nada disto...modernices...:-)) E depois queixam-se que o Guarín só apareça ao fim de 3 épocas...só para assimilar aquilo tudo...o homem precisa de tempo...:-)


Vêem este:





Já anda a estudar os blocos de apontamento com afinco, que até já pensa em "vingar"...Se o Guarín "vingou" tudo é possível...:-))


Eu tenho os melhores leitores do mundo....:-))) Não é que um tal João Silveira me enviou as crónicas do Rui Moreira e do Francisco José Viegas ? E diz que o fará, sempre que puder...obrigadíssimo...és o maior...:-)))


Aqui está a do RUI MOREIRA:



O INIMIGO COMUM

A Académica, agora (bem) treinada por Ulisses Morais, veio ao Dragão para,como lhe competia, complicar a vida ao FC Porto. E, durante a primeira meia hora, viu-se que o FC Porto não encontrava forma de contornar o seu adversário que ora se defendia com unhas e dentes, ora partia para rápidos contra-ataques. Foi num desses contragolpes, em que Álvaro Pereira ficou plantado no lado errado do terreno e em que Belluschi e depois Rolando não conseguiram travar o adversário, que a Académica ganhou vantagem através de um jogador emprestado pelo FC Porto, o que é de assinalar e contraria as vozes da suspeita que se ouvem acerca do empenho dos jogadores nessa situação. Depois, a equipa cresceu, as trocas de bola começaram a ser mais rápidas e, chegado o intervalo, Villas-Boas teve ocasião de alterar as coisas. A segunda parte do FC Por lo foi ao nível das melhores exibições da época, valorizada por um adversário que nunca desistiu de tentar a sua sorte. Um excelente espectáculo para mais de 36 000 espectadores que animaram a noite primaveril no Dragão, onde já cheira a campeonato. Mais uma vez, Guarín foi o melhor em campo, marcando um golo magnífico e fazendo uma exibicão de luxo, principalmente a partir do momento em que Villas-Boas trocou Fernando por Moutinho, que voltou a provar que é fundamental na equipa. E, notou-se, também, que se tem trabalhado a questão das bolas paradas, nomeadamente nos pontapés de canto, as coisas estão muito melhor do que há um mês atrás.

O que sucedeu com a comitiva do Benfica é preocupante e, a todos os títulos lamentável. Como a direcção do Benfica salientou, o que se passou é um acto criminoso, que não representa o futebol ou os seus adeptos, nem uma região ou uma cidade. Fez bem a direcção do FC Porto ao criticar a violência, sem deixar de lembrar que a indignação dos jornais não pode ser selectiva, e criticando o ministro da Administração Interna por ter dois pesos e duas medidas. Felizmente, os ministros passam, muitas vezes sem deixar saudades. A verdade é que a solução para o problema da violência passa pelas gentes do futebol, nomeadamente pelos adeptos, que devem reconhecer, em quem comete crimes e desmandos desta natureza, um inimigo comum a todos aqueles que gostam de futebol. Antes que ocorra uma tragédía, é preciso fazer algo. Nesse sentido, é importante que os dirigentes se empenhem para que a rivalidade, sal de qualquer desporto, se concentre no relvado, onde o futebol se joga. Também seria útil que os comentadores, em que me incluo, resistam à tentação de relativizarem os casos de violência, e bom seria que a comunicação social fizesse um esforço para contar toda, e não apenas uma parte, da verdade. A memória de Artur Agostinho, que nunca escondeu as suas simpatias clubísticas mas que não deixava que elas lhe toldassem o juízo, bem que podia ser uma fonte de inspiração.

Pior era possível

COM Couceiro, o Sporting consegue jogar pior do que com Paulo Sérgio. Depois do jogo com o Benfica, as coisas têm-se complicado. Em Vila do Conde, só não saiu derrotado porque Rui Patrício esteve em grande, e porque os jogadores do Rio Ave foram perdulários, mas não me lembro de um jogo em que um grande tenha sofrido tanto contra uma equipa da segunda metade da tabela. Em casa, com o Leiria, a equipa jogou mal, sem traços de chama ou ambição.

Seja quem for o vencedor das eleições do Sporting, a tarefa de reconstruir a equipa será seguramente árdua. É preciso um treinador competente, a quem sejam dadas condições e tempo para fazer renascer um clube que é grande e não pode deixar de ser.

Porto Canal FC Porto TV

O envolvimento do FC Porto no Porto Canal é interessante, se o canal mantiver o seu cunho generalista e for enriquecido com os conteúdos que o clube lhe pode trazer. Se assim for, o Porto Canal poderá obter melhores condições junto dos operadores de cabo, atrair novas receitas de publicidade e garantir assim a sua sustentabilidade, sem se transformar num canal monocórdico como é o caso da Benfica TV.

O FC Porto, por seu turno, pode beneficiar dessa estratégia e da rentabilidade que os seus conteúdos garantem ao canal televisivo, sem ter de fazer qualquer investimento directo numa área de negócio que não conhece e, pelo contrário, recebendo o seu justo quinhão nos resultados que ajudará a gerar.

Fugir à despromoção

COM a questão do título já definida, e com as equipas que lutam pelo terceiro lugar no pódio a perderem pontos sucessivos, como se estivessem a fazer cerimónia entre si, é no fundo da tabela que o campeonato vai ganhando um interesse redobrado.

O Portimonense de Carlos Azenha, que parecia condenado, vai conseguindo, jornada após jornada, bons resultados e recusa-se a baixar os braços, a Naval de Carlos Mozer também ainda não se rendeu, o Vitória de Setúbal renasceu depois da saída de Manuel Fernandes e voltou às vitórias.

Faltam ainda seis jornadas para o final e muitos pontos para disputar, nada está ainda decidido. O campeonato promete, por isso, ser emocionante até à última jornada.

O país dos boatos

HÁ quem diga que são uma reminiscência da Inquisição. Prefiro acreditar que os boatos são a arma de arremesso dos cobardes, de gente fraca sem escrúpulos. A grande permeabilidade da nossa sociedade a esse fenómeno é um sintoma de subdesenvolvimento e do clima de impunidade latente. No caso de Jorge Costa, que pelos vistos está feliz e de boa saúde, foram inúmeros os boatos que surgiram, nos últimos meses, depois de ter abandonado o cargo de treinador na Académica.

E A BOLA fez bem, multo bem, em entrevistá-lo e, dessa forma, desfazer esse enredo. Falta saber quando — e não se — Jorge Costa voltará ao futebol, uma indústria onde não há muita gente com as suas qualidades humanas.



Agora a do FRANCISCO JOSÉ VIEGAS:

O QUE É O FUTEBOL?

O que é o futebol? Um jogo. Uma metáfora da vida. Tudo isso que é normal dizer-se - mais aquilo que ele significa para cada um em circunstâncias muito diferentes. Não vale a pena fazer moral a propósito do futebol, nem do jogo, nem das circunstâncias. Mas é necessário dizer que é exigível um mínimo de decência na vida e nas coisas que nos prendem a ela. Por exemplo: devia ser impossível apedrejar o autocarro de uma equipa adversária. Benfica e FC Porto já viram os seus autocarros apedrejados; o facto não tem a ver com o futebol mas com os índices de criminalidade - e com a policia. Seria extremamente perigoso (ia a escrever "absurdo",mas não basta que qualquer um dos clubes envolvidos desculpabilizasse as hordas de energúmenos que, de um lado e do outro, apedrejam, insultam, impedem que uma família normal e tranquia possa ir ao futebol.

É preciso, por isso, explicar-lhes (devagar, se possível) que o futebol é um jogo de guerreiros - mas que a guerra se vive exclusivamente dentro das quatro linhas do relvado. E que, fora do estádio, só a ironia devia ser permitida como arma de arremesso. Isso devia ser castigo suficiente.

Assistir a conferências de imprensa graves e taciturnas, ou graves e agressivas, onde se alimenta a guerra fora dos estádios, é uma das coisas mas penosas que rodeia o jogo. Essa gente não pode levar-se a sério e nós não podemos levá-los a sério. O cima irrespirável que se vive nas relações entre Benfica e FC Porto tem de terminar, e os seus atiçadores relegados para a bancada do ridículo. E é isto.

Mas, para completar o ridículo, gostava de chamar a atenção para a absolvição de Carlos Queiroz pelo Tribunal Arbitral de Desporto, que suponho que torna inválida as decisões arbitrárias e patetas de comissões, organismos e juristas de segunda categoria. Como escrevi aqui se a questão era afastar Queiroz, que o fizessem; mas que armassem um processo de perseguição ao técnico, foi uma infâmia. E têm de pagar por isso.

*agradecimento ao João Silveira pelas mesmas.


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