Conselhos
O Conselho de Justiça (CJ) da Federação Portuguesa de Futebol considera que Ricardo Quaresma não prestou "relevantes serviços ao futebol português". De acordo com o acórdão do CJ sobre a expulsão do jogador em Leiria, aquele órgão considera que "não basta afirmar tais serviços, importa enumerar os títulos conquistados e exemplificar em que medida contribuíram para o prestígio do futebol nacional. E isso não foi demonstrado e não é de conhecimento oficioso".
Ora, aí está, como em poucas palavras o próprio CJ prova, para além de qualquer dúvida razoável, que se trata de um órgão flácido e autista, tal como, de resto, já se suspeitava.
Ricardo Quaresma participou activamente no apuramento de Portugal para a fase final do Europeu de sub-21, na qual também participou e que, por sinal, se disputou em Portugal. O problema é que se disputou durante o Verão, época de férias judiciais, facto que poderá explicar o total desconhecimento oficioso dos doutos juízes do CJ sobre o assunto.
Mas Quaresma também jogou a final da Taça Intercontinental frente ao Once Caldas, final que o FC Porto venceu e na qual o extremo marcou uma das grandes penalidades decisivas. Também esse título internacional terá passado oficiosamente despercebido aos senhores juízes do CJ. Talvez porque a final se disputou em Dezembro, época de férias natalícias...
Entretanto, Quaresma representa a Selecção Nacional, ao serviço da qual já marcou alguns golos decisivos na fase de apuramento para o próximo Europeu; representou o FC Porto em duas edições da Liga dos Campeões; foi campeão nacional pelos portistas e venceu a Taça de Portugal pelo FC Porto e pelo Sporting.
Ora, na melhor das hipóteses, nada disto é do conhecimento do CJ e na pior, nada disto é considerado relevante, mas ambas as hipóteses são igualmente assustadoras. Porque, ou os juízes estão sempre de férias, ou não querem saber dos assuntos sobre os quais julgam. Deus nos livre de sermos julgados por juízes assim.
Só verdades
Há 22 horas